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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Colômbia: A paz, a mais formosa das tarefas que nos espera.

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30.08.2017 | Fonte de informações: 

Pravda.ru

 
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A paz, a mais formosa das tarefas que nos espera

Escrito por Estado-Maior Central FARC
Se acabou a guerra, vamos todos e todas a construir a paz!

Camaradas:
Ao nos reunirmos neste Congresso, com o propósito de fundar o novo partido político que apresentaremos ao povo colombiano, estamos dando um passo transcendental na história das lutas populares em Colômbia.
As FARC-EP, o glorioso movimento armado revolucionário nascido em 27 de maio de 1964, nos transformaremos a partir deste evento numa nova organização exclusivamente política, que exercerá sua atividade por meios legais. Isto não significa que renunciemos de algum modo a nossos fundamentos ideológicos ou projeto de sociedade. 
Seguiremos sendo tão revolucionários como os marquetalianos, persistiremos em recolher as bandeiras bolivarianas e as tradições libertárias de nosso povo, para lutar pelo poder e levar a Colômbia ao exercício pleno de sua soberania nacional, e a fazer vigente a soberania popular. Continuaremos lutando pelo estabelecimento de um regime político democrático que garanta a paz com justiça social, o respeito pelos Direitos Humanos e um desenvolvimento econômico com bem-estar para tod@s @s que vivemos em Colômbia.
Assim o estabeleceu nossa Oitava Conferência ao revisar e ampliar o Programa Agrário, e tais previsões seguirão sendo parte de nosso arsenal ideológico e político.
Simplesmente agora damos cumprimento às conclusões aprovadas por nossa Décima Conferência. Sua declaração política adotou por título Se acabou a guerra, vamos todos e todas a construir a paz! Nela determinamos que o Acordo Final de Havana contém os mínimos necessários para dar continuidade pela via política a nossa aspirações históricas pela transformação da ordem social vigente.
E que por tal razão decidimos fornecer todos os aprestamentos necessários para o trânsito de nossa estrutura político-militar para um novo partido político. Dificuldades conhecidas na implementação impediram que este Congresso se celebrasse no mês de maio. O fazemos três meses depois, com a mesma meta traçada pela Conferência, dar continuidade a nossos propósitos de caráter estratégico pela construção social de poder para o povo.
Como as FARC sempre fizemos, a nossos contraditores num e noutro extremo do espectro político responderemos sempre com fatos, sem necessidade de nos envolvermos em complicados debates. Nosso melhor argumento serão as massas organizadas e em movimento nos mais diversos cenários, enfrentando com verdadeiro talento ao regime e ao sistema.
Se nosso compromisso é oferecer nossa força e energia pela unidade dos setores progressistas, democráticos e revolucionários do país, dos movimentos políticos e sociais, das múltiplas organizações setoriais e reivindicativas em nível nacional, regional e local, temos que tomar consciência real da amplitude com que devemos nos dirigir à nação, sem dogmas nem sectarismos, alheios a toda ostentação ideológica, com propostas claras e simples.
Isso deverá se manifestar em nosso nome, em nossos símbolos, em nossa atitude, em nossa maneira de tratar com o povo, em nossa plataformas e nossos programas. A Grande Convergência Nacional, com a qual pretendemos criar poder desde as bases e disputar os espaços institucionais, só será possível se atuamos com modéstia, sem soberbas ou suficiências, com respeito pelos demais. Não necessitamos nos convencer de que somos revolucionários mas sim de somar mais e mais gente ao processo pelas grandes transformações do país.
As marchas guerrilheiras costumavam se enfrentar com enormes limites, que uma vez coroados nos permitiam vislumbrar mais além, para outras ribanceiras e cimos que nos esperavam. É assim como devemos considerar o passo que estamos dando. Superamos no fundamental o obstáculo da guerra, celebramos este Congresso publicamente e na capital do país, uma vitória real impensável anos atrás. Temos por diante grandes desafios e múltiplas dificuldades.
Nada é fácil no mundo político, muito menos a atividade revolucionária. O regime e o sistema não estão feitos para nós, porém estamos imersos neles e dispostos a transformá-los. Necessitamos de cabeça fria e de massas que nos respaldem em todos os espaços. Nossa missão fundamental será ganhá-las, sem elas o adversário fará o que queira conosco, sem elas não conseguiremos mudar nada.
Façamos deste um Congresso histórico, do qual saiamos mais unidos que nunca a cumprir com nossos sonhos. Urge compreender e assumir a dimensão política estratégica do passo que estamos dando. Não se trata de saudosismo voltando o olhar para o passado, mas sim de extrair dele a experiência acumulada com vistas à construção de um futuro melhor para nosso povo. A paz terá que ser uma realidade certa em Colômbia, uma formosa tarefa que nos espera. 
Bogotá, 27 de agosto de 2017.
Tradução > Joaquim Lisboa Neto

ANGOLA: TWAPANDULA PRINCESA DIANA.

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diana

Uma das figuras mais marcantes do século XX, a princesa Diana morreu faz amanhã, quinta-feira, 20 anos, mas não sem antes devolver a realeza britânica ao mundo moderno, aproximando-a do povo e promovendo causas como a luta contra as minas terrestres. Angola está-lhe (e)ternamente grata.

Grande parte da admiração que (quase) todos temos por ela resulta do forte empenho que dedicou à caridade e às causas humanitárias, em especial pelo grande envolvimento que demonstrou no combate ao HIV/SIDA e na Campanha Internacional pela Proibição de Minas Terrestres (ICBL, sigla em inglês). Mas sobretudo pela forma como se relacionava com o povo.
A guerra civil em Angola prolongou-se entre 1975 e 2002, mas desde então estima-se que a desminagem apenas tenha chegado a metade do país, com mais de mil campos identificados que permanecem por desminar.
Desde a visita de Diana de Gales ao Huambo, a 15 de Janeiro de 1997, alvo na altura de uma cobertura mediática internacional, Angola garantiu mais de 100 milhões de dólares de financiamento para desminagem, 60% proveniente dos EUA.
O apoio financeiro internacional às operações de desminagem em Angola e Moçambique diminuiu 80 e 70%, respectivamente, segundo o Relatório Minas Antipessoais 2016.
Quando comparado com 2014, o apoio que os doadores internacionais canalizaram para a região da África subsariana em 2015 diminuiu mais de 40%, contabiliza o relatório ICBL.
Se se olhar para os resultados de cada país da região, essa diminuição é mais visível em dois Estados de língua portuguesa: Angola (-80%) e Moçambique (-70%), ambos signatários do Tratado sobre a Proibição das Minas Antipessoais, em vigor desde 1999.
O relatório alerta que as acções de desminagem sofreram “uma redução acentuada de financiamento em 2015” e que, em Angola, essa situação é considerada “um desafio” ao cumprimento dos prazos estabelecidos no Tratado sobre a Proibição das Minas Antipessoais, que conta com 162 Estados signatários.
Angola — que está entre os países de “contaminação generalizada” (mais de 100 quilómetros quadrados do total do território) — é o beneficiário que mais apoio internacional perdeu.
Para além disso, “a crise económica resultante da redução dos preços do petróleo” traduziu-se num corte dos fundos de assistência estatal angolanos, que “quase pôs fim à maioria dos programas de assistência a vítimas”, destaca o relatório.
“O governo [angolano] remodelou algumas clínicas ortopédicas e de reabilitação, mas falhou em fornecer os produtos e materiais necessários para prestar os serviços”, concretizam os autores do relatório.
Essa diminuição “resulta grandemente do menor apoio estatal ao programa de desminagem nacional”, que, em 2015, arrecadou metade do montante de 2014.
Ora, até Outubro de 2016, 64 Estados e territórios estavam ameaçados por minas antipessoais, um aumento em relação a 2015, resultado da entrada de Palau e do regresso à lista de Moçambique – que se declarou “livre de minas antipessoais” em 2015 – e Nigéria.
Tanto Angola como Moçambique surgem entre os 15 Estados que não fornecem “um panorama completo da dimensão da contaminação” por minas antipessoais.
O Governo angolano, que ratificou em 2002, a Convenção de Otava, solicitou em 2012 uma moratória de cinco anos para a continuação das suas operações de desminagem e segurança das zonas minadas e pretende uma nova extensão até 2025.
Angola tem actualmente 1.858 áreas livres de minas e 1.435 por limpar, contando apenas com apoio financeiro dos EUA, Japão, Suíça e União Europeia.
Angola precisa de 253 milhões de euros para eliminar as minas terrestres no país, mas tem disponível menos de um quinto desse valor. O alerta foi lançado pelo director do Mines Advisory Group, Chris Loughran, que defendeu que a comunidade internacional, em especial o Reino Unido, deve rever as suas prioridades.
Segundo o activista, Angola tem prometido apenas 19% do valor necessário para a desminagem, frisando que são necessários 34,37 milhões de dólares (31,59 milhões de euros) por ano para atingir o objectivo até 2025.
Chris Loughran fez estas declarações num evento no edifício do parlamento britânico, organizado pelo grupo parlamentar de amizade com Angola, intitulado “Acção sobre as Minas em Angola: O Papel da Comunidade Internacional”.
Actualmente, a Mines Advisory Group é uma das três organizações não-governamentais estrangeiras que mantêm actividades para a desminagem em Angola. Há também brigadas dirigidas pelas autoridades angolanas, que se têm centrado em limpar áreas estratégicas com maior interesse económico.
Porém, os angolanos “mais rurais, mais desfavorecidos, não tiveram a atenção das autoridades”, lamentou o director do programa África do Instituto Real de Relações Internacionais, Alex Vines, dizendo que o Reino Unido deve investir na “desminagem humanitária”.
Desde 2010 que o governo britânico deixou de dar apoio humanitário a Angola para priorizar países com menos rendimentos, mas recentemente prometeu 100 milhões de libras (118 milhões de euros) para aplicar na limpeza de minas terrestres nos próximos três anos, estando por decidir quais os países onde vai intervir.
A ligação especial de Diana com os plebeus fez escola, e hoje é seguida pelos seus dois filhos: William, o herdeiro real, e Henrique. Ambos adoptaram a abordagem mais intimista de Diana, prosseguindo a tarefa de humanizar a instituição real britânica.
O maior legado de Diana, no entanto é a ideia de que as celebridades e as figuras com popularidade podem usar a sua “ligação” – real ou percepcionada – com milhões de pessoas para funcionar como agente de mudança.
Tendo sido engolida pela máquina real britânica quanto tinha apenas 20 anos, Diana encontrou o seu caminho na vida ao perceber que o público ficava fascinado com tudo o que fazia ou dizia, considera o sociólogo Ellis Cashmore.
Diana conseguia manipular esse interesse público e usá-lo a seu favor, promovendo causas beneméritas, mas também puxando o povo para o seu lado, como quando o casamento com Carlos colapsou, devido ao relacionamento do príncipe com Camilla Parker Bowles.
fonte: http://jornalf8.net

Governo declara guerra à pornografia no Uganda.

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O Governo do Uganda criou um comité para detetar e restringir a circulação de pornografia. Já há quem alerte que a nova medida poderá criar um "precedente perigoso" no país.
fonte: DW ÁFRICA
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O anúncio foi feito pelo ministro da Ética e Integridade, Simon Lokodo, na segunda-feira (28.08), que lamenta a forma como as novas tecnologias têm sido utilizadas. "A pornografia, infelizmente, cercou toda a população", lamentou. "Em vez de se usar a tecnologia para um bom propósito, tem sido usada e desviada para a criação de pornografia".
O recém-criado Comité de Controlo da Pornografia está previsto no controverso Projeto de Lei Anti-Pornografia, aprovado pelo Parlamento de Kampala em 2014, com um orçamento anual de dois mil milhões de xelins ugandeses (cerca de 430 mil euros).
O ministro da Ética e Integridade afirma que o Governo viu-se obrigado a intervir, depois do aumento do número de pessoas a utilizarem aparelhos tecnológicos. "O telefone, a televisão, o rádio já não são utilizados com o propósito para o qual foram criados - a comunicação. Agora estes aparelhos são utilizados para difundir histórias sujas", justificou.
Segundo Simon Lokodo, o acesso a material pornográfico contribuiu para aumentar os casos de toxicodependência, incesto, gravidez na adolescência, violação e homossexualidade.
O Governo afirma que o novo comité pretende aumentar a consciencialização pública para os perigos da pornografia, recolher e destruir materiais pornográficos e garantir que os autores são punidos. Qualquer pessoa encontrada na posse de material pornográfico pode enfrentar uma pena de prisão de até 10 anos.
Precedente perigoso?
A legislação está a deixar muitos ugandeses apreensivos e pessimistas. Além de proibir a distribuição ou exibição de material pornográfico, o comité quer ainda implementar uma lei que proíbe as mulheres de usarem mini-saias ou vestidos curtos e os homens de vestir roupas justas.
Atualmente, a lei no Uganda já permite à polícia prender pessoas sob a acusação de indecência pública.
À DW África, uma cidadã alerta que, se for publicada, a nova lei poderá criar um precedente perigoso no país. "Será um país de ilegalidade, um país de abuso maciço de mulheres. É por isso que estamos contra esta lei", explica.
 
Assistir ao vídeo03:19

Uganda: O defensor dos direitos humanos Nicholas Opiyo

ANGOLA: SOCIEDADE CIVIL REAGE À “SITUAÇÃO GRAVE” DO PAÍS.

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cne-civil

A sociedade civil angolana, representada nos seus diversos estratos, diante da situação grave em que o país se encontra, face à divulgação dos resultados eleitorais, constata e toma a seguinte posição:

“1.Não houve o cumprimento da Lei na fase de contagem, escrutínio, apuramento e divulgação dos resultados pela CNE, pelo que, houve a violação dos articulados 124-136 da LOEG (Lei Orgânica das Eleições Gerais).
2. O facto acima expresso foi confirmado por sete comissários nacionais da CNE.
3. Os partidos da oposição reafirmam, com dados probatórios, a discrepância entre os resultados divulgados ilegalmente pela CNE e as actas provenientes dos locais de votação depositadas nos seus centros de contagens paralelo – documentos fiáveis na expressão da vontade cidadã.
4. Em virtude de haver semelhança entre o percentual anunciado antecipadamente pelo regime, de uma falsa vitória do seu partido, e os anunciados posteriormente pela CNE, é mais uma evidência de que os resultados foram produzidos pela cúpula do MPLA.
5. Estes acontecimentos são consequências previsíveis de acções que inquinaram o processo desde a sua preparação, como sejam, o registo eleitoral conduzido por um árbitro e que ao mesmo tempo é jogador; solução tecnológica e logística sob responsabilidade das empresas INDRA e SINFIC, ambas famosas na fabricação de resultados eleitorais contra a vontade popular.
6. Neste momento crucial e grave da nossa história, propomos a nossa inclusão na recontagem dos votos e divulgação dos resultados, seguindo todos os procedimentos previstos pela lei.
7. Não havendo flexibilidade para a nossa integração na busca de uma solução de um problema criado pelo regime, recomendamos o seguinte:
a) Que a Igreja, em nome da verdade, da doutrina social e do sentido profético do antigo testamento, tome uma posição firme.
b) Que os partidos da oposição se unam para que em conjunto convoquem o povo, a única vítima desta farsa, para que possamos repor a verdade eleitoral com apoio do artigo 47 da Constituição da República de Angola que nos confere o direito à manifestação até a concretização e o respeito da lei.
c) Que os cidadãos saibam que se não tomarmos uma posição alinhada e unida jamais sairemos da neo-escravidão na qual fomos colocados pela tirania que quer manter os seus interesses cleptocráticos instalados.
Luanda, 30 de Agosto de 2017”


Subscrevem esta posição as seguintes organizações e personalidades: Associação Construindo Comunidades (ACC), Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH), ANO, Friends of Angola (FoA), Movimento Kairós Southern Africa (MKSA), Sedrick de Carvalho, Manuela Serrano, Pedrowski Teca, Pe. Pio Wakussanga, Pe. Gaudêncio Félix Yakuleinge, José Gama, Luiz Araújo, Lubanzadio Bula, Gika Tetembwa, Magno Domingos, Arlete Ganga, Arão Bula Tempo, Benedito Jeremias, Leandro Freire e Domingos da Cruz.
fonte: http://jornalf8.net

"MPLA deve governar para os cidadãos e não para o partido".

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Em entrevista à DW África, o investigador britânico Alex Vines, da Chatam House, aponta os desafios económicos e políticos que o novo Governo angolano enfrenta. Crescer sem depender do petróleo é um deles.
fonte: DW ÁFRICA
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João Lourenço assumirá a Presidência da República em Angola
O novo Governo angolano tem de criar mais emprego e mais oportunidades para os angolanos, defende Alex Vines, investigador do instituto britânico Chatham House. Em entrevista à DW África, Vines fala sobre o futuro do país que desde meados de 2014 está em crise por causa do preço do petróleo no mercado internacional.
O especialista também é duro ao criticar o Governo cessante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), dizendo que até agora o Executivo beneficiou um pequeno grupo de membros do partido e esqueceu-se dos da população.
Angola Forum 2017 - Alex Vines
Alex Vines: "Agricultura vai ser muito importante para Angola"
Como desafio para o novo Governo do MPLA, a ser chefiado por João Lourenço, o investigador britânico aponta a diversificação da economia, que ainda está muito atrelada ao setor petrolífero.
"Até 2020, haverá uma diminuição de 11% dos recursos petrolíferos a cada ano. Por isso é muito importante buscar novas oportunidades na economia", alerta o especialista.
DW África: Angola é uma economia dependente do petróleo e enfrenta a forte crise do setor desde meados de 2014. Qual deve ser a postura do novo Governo: continuar a investir na exploração petrolífera ou diversificar a economia?
Alex Vines (AV): O primeiro objetivo do novo Governo em Angola é buscar um caminho para a diversificação da economia do país. Claro que o futuro petrolífero em Angola é fraco e não há nenhuma outra possibilidade para a diversificação da economia hoje em dia.
DW África: Então, o que ajudaria o Governo a diversificar a economia?
AV: É uma boa questão. Acho que a agricultura vai ser muito importante para Angola. Há muita terra no país. E esta é também uma oportunidade de ajuda de terceiros como o Brasil, China e outros países que ajudam Angola neste setor. Também um futuro menos [ligado ao] petróleo está relacionado ao gás [natural]. Há recursos de gás no país, mas o Governo de José Eduardo dos Santos deu mais importância ao petróleo do que ao gás.
Ölplattform in Angola
Recursos petróliferos em Angola serão reduzidos nos próximos anos, diz pesquisador
DW África: Entre as propostas anunciadas pelo MPLA durante a campanha eleitoral estão a construção de "pelo menos" uma refinaria, para diminuir a "grande dependência do país em produtos refinados", e a garantia de 30% de novas empresas nacionais no setor. Acha que são medidas exequíveis diante da crise que o país enfrenta?
AV: Há muitos problemas no setor petrolífero neste momento. Há poucos investidores, e não há nenhum novo campo de exploração em Angola neste momento. O problema é que os recursos de petróleo estão a acabar. Até 2020, haverá uma diminuição de 11% dos recursos petróliferos a cada ano. Por isso é muito importante buscar novas oportunidades na economia.
DW África: Angola é um país rico com uma população pobre, é o que dizem muitos analistas. O que o novo Governo deve fazer para distribuir os rendimentos entre os cidadãos?
AV: Esta é a questão número um para o novo Presidente de Angola, João Lourenço, que precisa criar mais emprego e mais oportunidades para os angolanos. Neste momento, o Governo de Angola não prioriza os interesses da maioria, mas a prioridade é um pequeno grupo de pessoas dentro do MPLA.
DW África: Em termos de política externa, qual deve ser o principal foco do novo Governo do MPLA na relação com os países vizinhos e os de língua portuguesa?
AV: A relação com os países que falam português vão ser normais, como no passado. Acho que, no Governo de João Lourenço, Angola vai melhorar mais a política voltada para a África Austral. E a política externa de Angola também dará grande importância à situação da República Democrática do Congo (RDC). Para Angola, não há país mais importante no mundo. E quando houver uma mudança de política externa depois das eleições, caberá ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Angola buscar uma solução para a relevante situação na RDC.


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