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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Guiné-Bissau: Presidente apela a voto consciente nas legislativas.

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Presidente José Mário Vaz pede aos 21 partidos concorrentes às legislativas para cumprirem o compromisso político e social assumido nesta quinta-feira (14.02.).
fonte: DW África
Guinea-Bissau - Offizielle Zeremonie im Parlament: Unterzeichnung des Stabilitätspakts zwischen den politischen Parteien: José Mário Vaz (DW/B. Darame)
José Mário Vaz

O Presidente da Guiné-Bissau José Mário Vaz fez um apelo nesta quinta-feira (14.02.) na Assembleia Nacional Popular, onde os 21 partidos políticos concorrentes às eleições legislativas de 10 de março assinaram um Pacto de Estabilidade e um Código de Conduta Eleitoral. A campanha eleitoral arranca no próximo sábado (16.02.).
O objetivo dos documentos é contribuir para que as eleições legislativas decorram num clima de paz, tolerância política e com respeito pela legalidade democrática, incluindo a aceitação dos resultados eleitorais.
"Enquanto chefe de Estado e garante da estabilidade e do regular funcionamento das instituições, reitero o meu inequívoco apelo aos irmãos guineenses para o cumprimento dos compromissos social e político ora assumidos, sem prejuízo de outras normas regulamentadoras do processo eleitoral", afirmou.
Guinea-Bissau - Offizielle Zeremonie im Parlament: Unterzeichnung des Stabilitätspakts zwischen den politischen Parteien (DW/B. Darame)
Cerimónia de assinatura do Pacto de Estabilidade (Parlamento)
O Presidente lembrou que a Guiné-Bissau tem sido um "exemplo no que diz respeito à realização de eleições" e que acredita que com o empenho de todos se pode esperar "eleições legislativas justas, livres e transparentes".
"O contraditório é saudável"
No discurso, José Mário Vaz voltou a insistir que o "contraditório" é saudável, salientando que discordar não "significa usar violência física ou verbal ou insultar e pôr em causa a dignidade da pessoa com que não concordamos". "A dignidade pessoal e institucional devem ser garantidas e respeitadas, sobretudo ao abrigo do pacto que acabámos de assinar", sublinhou.
O Pacto de Estabilidade e o Código de Conduta Eleitoral foram elaborados no âmbito de uma ação conjunta do Movimento Nacional da Sociedade Civil, da Comissão Nacional Caminhos para o Desenvolvimento, em articulação com a Assembleia Nacional Popular e a Presidência da República, envolvendo várias entidades, inclusive os partidos políticos.
Greve para exigir pagamento de dívidas salariais
A assinatura deste pacto ocorreu numa altura em que os três sindicatos dos professores da Guiné-Bissau iniciaram uma greve até 07 de março para exigir o pagamento de dívidas salariais acumuladas desde 2003 e a divulgação em Boletim Oficial do Estatuto de Carreira Docente.
Streik in Schulen von Guinea Bissau (Braima Darame/DW)
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, ordenou quarta-feira (13.02.) a publicação imediata no Boletim Oficial do Estatuto de Carreira Docente, bem como a reposição de todos os "descontos legais efetuados à classe docente" durante a greve realizada entre outubro e janeiro. Mas, segundo Bungoma Durte Sanhá, porta-voz dos três sindicatos, os profesores estão "a aguardar para ter na mão o Boletim Oficial com a publicação e a devolução do dinheiro descontado".  Durte Sanha destacou ainda que vão ter de esperar para ter a certeza porque estão cansados de promessas.
Fim do boicote à cobertura de atividades políticas
Enquanto isso, o sindicato base da Televisão da Guiné-Bissau anunciou que terminou o boicote de cobertura das atividades políticas, depois de ter sido decidido criar um comité de acompanhamento para garantir tratamento igual de todos os concorrentes às legislativas.
Recorde-se que a Televisão da Guiné-Bissau (TGB) decidiu no final de janeiro iniciar um boicote à cobertura das atividades políticas no país e ameaçou não cobrir a campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março, que começa sábado, se persistisse a censura.
Num comunicado datado de 12 de fevereiro, ao qual a agência de notícias Lusa teve acesso, o sindicato de base da televisão sublinha que, apesar de 90% dos trabalhadores contratados terem três meses de salários em atraso e da falta de meios materiais, os funcionários decidiram criar um comité de acompanhamento para ajudar a redação a garantir um tratamento igual para todos os partidos políticos durante a campanha eleitoral.
Ouvir o áudio02:50

Guiné-Bissau: Presidente apela voto consciente nas legislativas guineenses

Os funcionários lamentaram também pelos incómodos causados aos telespetadores, esperando que compreendam que o boicote teve como único objetivo dar aos cidadãos igual oportunidade "de se informarem e formarem a sua própria consciência, sem nenhuma discriminação", pode ler-se no comunicado.
De onde vem o dinheiro?
O presidente da Célula Nacional de Tratamento de Informações Financeiras na Guiné-Bissau (CENTIF-GB), Justino Sá, disse nesta quinta-feira aos jornalistas, em Bissau, que existem suspeitas do envolvimento de dinheiro de proveniência duvidosa na campanha eleitoral em curso no país.
"Neste momento, ninguém pode garantir que não haverá dinheiro de proveniência duvidosa na campanha eleitoral", defendeu Justino Sá, apontando para os "meios que têm sido ostentados" pelos partidos.
Para o presidente do CENTIF-GB, instituição ligada ao Ministério das Finanças, o facto de na Guiné-Bissau a lei isentar os partidos de desalfandegarem os materiais de campanha eleitoral poderá estar a ser aproveitado para o branqueamento do capital de proveniência ilícita.
"Um branqueador pode aproveitar-se para 'lavar o seu dinheiro'. Perder quinhentos milhões para fazer entrar, no circuito financeiro legal, três bilhões não é nada para um branqueador", sustentou Justino Sá.
Geldumtausch in Westafrika (AP)
Foto ilustrativa: Notas de francos cfa (unidade monetária que circula na Guiné-Bissau)
O responsável pede uma investigação apurada às suspeitas e ainda um reforço do controlo, através do cumprimento da disposição legal que impõe que os partidos, finda a campanha eleitoral, apresentem relatórios, com provas de proveniência dos fundos.
"Ninguém respeita essa disposição", observou Justino Sá, que se mostra ainda preocupado com os alertas internacionais em relação à situação de transações financeiras no país.
"A Guiné-Bissau está no risco vermelho, estamos na declaração pública, isto é, com seguimento reforçado a nível da sub-região. Se continuarmos assim daqui a nada nenhum banco internacional irá aceitar cooperar com os bancos da Guiné-Bissau", sublinhou Justino Sá.
Perigos reais que pairam sobre a Guiné-Bissau
O presidente do CENTIG-GB entregou recentemente dois relatórios aos titulares de cargos públicos guineenses. Um feito pelo serviço que coordena e outro elaborado a nível do GIABA (Grupo Intergovernamental de Ação contra o Branqueamento de Dinheiro na África Ocidental).
Os dois documentos "espelham os perigos reais que pairam sobre o país", defendeu Justino Sá.
O presidente do CENTIF-GB, instituição que disse trabalhar sem apoios das entidades nacionais, afirmou ter já apresentado elementos suspeitos de branqueamento de capitais por parte de cidadãos guineenses e estrangeiros, mas sem que as autoridades judiciais tomem medidas. 
Situação ainda "frágil", diz ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, continua preocupado com a situação "frágil" da Guiné-Bissau, salientando que a desconfiança entre atores políticos e as "manobras políticas" continuam a dificultar o processo eleitoral.
"Apesar dos progressos iniciais realizados entre abril e junho de 2018, incluindo a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e a formação de um governo amplamente representativo, a situação na Guiné-Bissau continua frágil", refere António Guterres num relatório que vai ser analisado pelo Conselho de Segurança da ONU no fim do corrente mês de fevereiro.
UN-Klimakonferenz 2018 in Katowice, Polen | Antonio Guterres, UN-Generalsekretär (picture-alliance/NurPhoto/J. Arriens)
António Guterres
No relatório, divulgado na página oficial na Internet das Nações Unidas, o secretário-geral da ONU salienta que a "persistente falta de confiança entre os atores políticos na Guiné-Bissau e as manobras políticas a eles associadas continuam a dificultar o bom funcionamento do processo eleitoral".
"Peço uma vez mais a todos os atores políticos da Guiné-Bissau que deem prioridade ao seu país e aos seus compatriotas e resolvam as suas diferenças através de um diálogo construtivo", refere António Guterres, sublinhando que isso é essencial para alcançar a estabilidade política.
ONU disponível para ajudar a Guiné-Bissau
António Guterres refere que as Nações Unidas continuam disponíveis para ajudar o país, mas que é preciso as "partes interessadas nacionais demonstrarem boa-fé e vontade política para continuar o progresso do país em direção à estabilidade política e institucional".
"Aqueles que obstruírem o processo eleitoral devem ser responsáveis pelas suas ações", sublinhou, referindo-se à ameaça da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, que voltou a admitir a imposição de sanções a quem criasse obstáculos à realização de eleições.
No relatório, António Guterres recomenda ao Conselho de Segurança a extensão do mandato do Gabinete Integrado para a Consolidação da Paz e Segurança pelo período de mais um ano, até fevereiro de 2020.
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Guiné-Bissau: Mulheres ao poder?


Dívidas ocultas: Cinco detidos em Maputo.

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Entre os detidos estão António do Rosário, administrador-delegado da EMATUM, ProIndicus e MAM, e também Inês Moiane, secretária pessoal do ex-Presidente Armando Guebuza, segundo informações da agência Lusa.
fonte: DW África
Symbolbild Korruption Handschellen auf US Dollar (Fotolia/ia_64)

As detenções desta quinta-feira (14.02) são as primeiras feitas pela Justiça moçambicana após três anos e meio de investigação e acontecem depois de a procuradoria norte-americana ter mandado prender Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, detido em 29 de dezembro quando viajava pela África do Sul.
António do Rosário dirigia as empresas de pescas (Ematum), segurança e manutenção marítima (Proindicus e MAM), e trabalhava também para o Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), a "secreta" moçambicana. Foi ele quem confirmou, há ano e meio, ter expulsado do seu escritório os auditores da Kroll, firma contratada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique, "porque queriam detalhes sobre questões da segurança do Estado". 
António do Rosário sempre sustentou que as dívidas não declaradas diziam respeito a questões sigilosas, que não podiam ser do domínio público. 
Agora, a acusação norte-americana contém correspondência e documentos que a levam a concluir que as empresas terão servido para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais com vista ao enriquecimento de vários suspeitos. 
Foram ainda detidos Gregório Leão, ex-diretor do SISE, Bruno Tandade, operativo daquele serviço de informações, Inês Moiane, secretária pessoal de Armando Guebuza - Presidente da República quando o Estado avalizou secretamente os empréstimos -, e Teófilo Nhangumele, alegado promotor junto de Moçambique da ideia de criar as empresas e contratar o financiamento. 
Segundos as mesmas fontes ouvidas pela agência Lusa, os cinco detidos estão numa esquadra na baixa de Maputo, junto ao porto da capital, e deverão ser ouvidos por um juiz entre sexta e segunda-feira.
Reação da PGR
Em reação à investigação dos Estados Unidos da América, a PGR moçambicana anunciou em janeiro que 18 pessoas tinham sido constituídas arguidas no processo n.º 1/PGR/ 2015, relativo às dívidas ocultas, para responderem criminalmente pelo seu envolvimento no caso. 
As detenções começaram esta quinta-feira, um dia antes de o ex-ministro das Finanças Manuel Chang conhecer em tribunal, em Joanesburgo, a decisão sobre o seu pedido de libertação sob fiança. A procuradoria sul-africana tem-se mostrado contra o pedido, alegando perigo de fuga. 
Paralelamente, está agendada para 26 de fevereiro a sessão acerca do pedido de extradição de Manuel Chang para os EUA, sob acusação de conspiração para fraude eletrónica, conspiração para fraude com valores mobiliários e lavagem de dinheiro. Moçambique já entregou também o seu pedido de extradição, por via diplomática, na Embaixada da África do Sul em Maputo, e pretende disputar com os EUA o destino de Chang.
Além do ex-ministro moçambicano, está detido desde o início do ano, em Nova Iorque, Jean Boustani, intermediário da empresa naval Privinvest que deveria equipar as empresas estatais. Aguardam também decisão sobre extradição para os EUA três ex-banqueiros do Credit Suisse, detidos no princípio de janeiro em Londres. 

ANGOLA: POUCOS TÊM MILHÕES E MILHÕES TÊM… FOME.

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A fome aumentou na África Subsaariana em 2017, atingindo 237 milhões de pessoas, segundo um novo relatório das Nações Unidas, que aponta Moçambique como o país lusófono com maior prevalência de subnutrição e assinala progressos em Angola. O Governo angolano propõe-se reduzir, até 2022, em três milhões o número de pessoas que passam fome.

Segundo o estudo Visão Regional de África sobre Segurança Alimentar e Nutrição, apresentado na capital da Etiópia, o continente africano tinha, em 2017, mais 34,5 milhões de pessoas subnutridas do que em 2015, num total de 257 milhões, 20% da população. Destas, 94 por cento vivem na região subsaariana.
Entre os lusófonos, de acordo com o relatório, a maior prevalência da subnutrição foi registada em Moçambique com 30% da população nesta condição, seguindo-se a Guiné-Bissau (26%), Angola (12,9%), Cabo Verde (12,3%) e São Tomé e Príncipe (10,2%).
O estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA), coloca Angola entre os países que “fizeram progressos substanciais” na redução da desnutrição, tendo cortado 10 ou mais pontos percentuais desde 2004.
A média de crescimento de mais de 4% registada no país entre 2005 e 2016 é apontada no estudo como uma das causas dos progressos alcançados.
Por outro lado, o documento aponta Moçambique como uma das nações mais afectadas pelos choques climáticos, que em 2016 resultaram em défices excepcionais de produção e falta generalizada de alimentos.
A FAO alerta que a subnutrição continua a aumentar no continente após vários anos de declínio, ameaçando a meta da erradicação da fome prevista para 2030 nos Objectivo de Desenvolvimento Sustentável, acordados pela comunidade internacional.
A directora-geral adjunta da FAO, Maria Helena Semedo, sustentou que os altos índices de subnutrição mostram que há mais pessoas a sofrer desta condição em África do que em qualquer outra região.
Para a representante da FAO, o agravamento da tendência no continente deve-se à difícil situação económica global e à deterioração das condições ambientais, combinada, em muitos países, com conflitos e fenómenos de clima extremo.
O estudo estima que em 2017, havia 53,8 milhões de crianças menores de cinco anos com atrasos de crescimento devido à subnutrição crónica na África Subsaariana, o que representa uma descida, mas insuficiente para cumprir as metas estipuladas.
Destaca ainda que, em certa zonas, especialmente no sul e este do continente, a produção agrícola reduziu em consequência do fenómeno El Niño, encarecendo o preço dos alimentos básicos.
Em 2017, a situação registou algumas melhoras, mas alguns países continuam muito afectados pela falta de chuva.

Angolanos aprendem a viver sem… comer

OGoverno do MPLA, que desde 1975 tem nas suas mãos o país, propõe-se agora – com o brilhantismo propagandístico que lhe é conhecido – reduzir o índice de pobreza extrema em Angola de 36,6% da população para 25%, equivalente a cerca de três milhões de pessoas, até 2022, investindo anualmente mais de 160 milhões de euros.
A promessa (como centenas de outras) consta do pomposo Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, aprovado em Junho de 2018 por decreto assinado pelo Presidente João Lourenço, e que, entre outros objectivos específicos, prevê reduzir os níveis de pobreza extrema a nível rural e urbano, “elevando o padrão de vida dos cidadãos em situação de pobreza extrema através de transferências sociais”, que poderão ser “em dinheiro ou espécie”.
Por pobreza extrema, na definição internacional, entende-se a pessoa que vive com menos de um dólar por dia. E, na verdade que não é a do MPLA, são 20 milhões os angolanos nessa situação.
O Governo estipula igualmente o objectivo de, até 2022, assegurar o aumento do rendimento médio mensal por pessoas e de fazer o registo gradual dos beneficiários da acção social na base de dados da vulnerabilidade. Entre outras medidas, conta-se ainda a promoção do acesso dos cidadãos, “particularmente os mais vulneráveis”, à propriedade e aos factores de produção, como terras, capital, equipamentos e conhecimentos.
“O executivo define como prioridade para o quinquénio 2018-2022 baixar o impacto da pobreza extrema de 36,6% para 25%, correspondendo a cerca de três milhões de cidadãos nessa condição”, lê-se no documento. Em concreto, o programa do Governo prevê planos de intervenção municipal, a vários níveis, que vão custar, por cada um dos 164 municípios, cerca de 300 milhões de kwanzas (1 milhão de euros) anuais.
A descentralização da governação “requer a dotação dos fundos necessários à execução das acções delineadas e de suporte à sua operação local. Caberá às autoridades municipais a gestão dos recursos (físicos, financeiros e humanos) e a sua alocação às acções de desenvolvimento local e combate à pobreza”, aponta o documento.
O primeiro eixo do programa consiste na Ampliação e Promoção dos Serviços Básicos, através de programas como Merenda Escolar, Cuidados Primários de Saúde, Água para Todos, de habitação e infra-estruturas sociais ou de gestão e manutenção das infra-estruturas e vias de comunicação.
O segundo eixo, relativo à Agricultura Familiar e Empreendedorismo, prevê o fomento da produção agro-pecuária, de Equipamentos para Fomento de Micro Empreendimentos e da Operacionalização das Ações de Micro Fomento, enquanto o terceiro eixo é da Comunicação Social, Mobilização e Concertação Social, e o quarto eixo relativo a Serviços e Geração de Trabalho e Renda.
O quinto eixo é relativo à Consolidação do Processo de Reintegração dos ex-Militares e o sexto e último eixo de intervenção prende-se com o Reforço da Desconcentração e Descentralização Administrativa.

Exemplos e pobres não faltam

OPrograma Municipal Integrado de Desenvolvimento Rural e Combate à Pobreza (PMIDRCP) na província do Namibe, implementado desde 2010, ficou sem dinheiro nos últimos cinco anos, situação que comprometeu a sua execução. Isto mesmo foi dito no dia 2 Abril de… 2018 pelo governador da província, Carlos da Rocha Cruz.
O programa, que desde o início da sua implementação beneficiou os cinco municípios da região, incidiu sobre os cuidados primários de saúde, educação, merenda escolar e água para todos.
Entretanto, Carlos da Rocha Cruz disse que o Plano Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza do Executivo, que substitui o programa integrado, no quinquénio 2018/2022, visa alcançar a redução da pobreza de 36% para 25%, neste período. Como se vê, a propaganda chegou a horas…
Segundo o governador, o Plano Integrado de Desenvolvimento vai abranger, nesse quinquénio, aproximadamente três milhões de angolanos, com base nas linhas de governação do Executivo, priorizando a conclusão do processo de desmobilização de 41.182 ex-militares e a integração de outros, na ordem de 80.537 cidadãos.
Carlos da Rocha Cruz referiu ainda que com a alteração do programa integrado para o plano integrado e sob tutela do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher estão criadas as bases para o cumprimento dos objectivos gerais do plano, que consiste em contribuir para a eliminação da pobreza extrema, com maior envolvimento dos beneficiários na solução dos problemas identificados e a promoção do desenvolvimento económico local.
O governador realçou ser importante também a intervenção da municipalização dos serviços de acção social para potenciar o acesso às pessoas em situação de pobreza e vulnerabilidade, promovendo o aumento da proximidade dos serviços aos cidadãos.
Carlos da Rocha Cruz falava na abertura do seminário provincial de disseminação e orientação metodológica do plano integrado de desenvolvimento local e combate à pobreza na província do Namibe.

Ajudas da União Europeia

AUnião Europeia disponibilizou 65 milhões de euros, em 2018, para desenvolver em três províncias do sul de Angola, afectadas pela seca, um projecto para o reforço da segurança alimentar e nutricional.
Bem disse em 1 de Setembro de 2014 o chefe da diplomacia de Angola. Georges Chikoti, recorde-se, afirmou ser necessário “reflectir-se” sobre o futuro da parceria entre o grupo África, Caraíbas e Pacífico e a União Europeia, assim como a abertura a outros entendimentos. Por outras palavras, ou a Europa deixava de chatear com essa questão dos direitos humanos, ou acabava-se a mama.
Antes, no dia 6 de Abril de 2014, Georges Chikoti disse, em Bruxelas, que um dos grandes pontos em que Europa e África divergem é a questão do Tribunal Penal Internacional, cuja acção é, para muitos líderes, “nebulosa” e levanta ainda fortes dúvidas. Tinha e tem toda a razão. E se o MPLA continuar no poder, onde está desde 1975, assim vai continuar “ad vitam aeternam”.
Regressando ao país real, o tal dos 20 milhões de pobres, as províncias beneficiárias da ajuda europeia foram (terão sido) o Cunene, Huíla e Namibe, regiões que nos últimos anos registaram períodos de seca severa, que afectou mais de um milhão de pessoas com prejuízos económicos na ordem dos 656,8 milhões de euros, segundo dados do Governo angolano.
A apresentação oficial do projecto de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (FRESAN) em Angola, a ser executado nos próximos cinco anos, na cidade de Moçâmedes, capital da província do Namibe, teve lugar a 27 de Junho de 2017.
Segundo a gestora do projecto junto da União Europeia em Angola, Susana Martins, o principal objectivo era contribuir para a redução da fome e da pobreza nas camadas mais vulneráveis dessas três regiões, garantir a segurança alimentar e nutricional, com o reforço da agricultura familiar e sustentável.
Susana Martins, citada pela agência Angop, referiu que o projecto está dividido em várias componentes, nomeadamente a introdução de metodologias de formação nas diversas comunidades abrangidas, nas escolas de campos agrícolas e agro-pastoris, bem como de equipamentos e práticas de agricultura que vão facilitar o trabalho e aumentar a produção.
Com este projecto pretende-se ainda dinamizar o sistema de reservas alimentar, sensibilizar para a melhoria nutricional através da educação alimentar, reabilitar infra-estruturas para captação e conservação de água para irrigação, consumo humano e animal.
As acções vão estar igualmente viradas para apoiar a resiliência dos agricultores e produtores familiares, com a divulgação de técnicas de multiplicação e promoção de bancos de sementes, conservação e uso sustentável dos solos e pastos.

A história é sempre a mesma

Em Fevereiro de 2016 as Nações Unidas doaram a Angola 8,2 milhões de dólares para executar um projecto de combate às alterações climáticas na província do Cunene, que enfrentava há vários anos uma seca severa. Como gestor de um país “pobre”, o MPLA agradeceu.
A então ministra do Ambiente, Fátima Jardim, e o Coordenador residente das Nações Unidas em Angola, Pier Paolo Balladelli, assinaram no dia 11 de Fevereiro de 2016 o Memorando de execução do Projecto de Resiliência às Alterações Climáticas na Bacia Hidrográfica do Rio Cuvelai.
O projecto, a ser – dizia-se – desenvolvido até 2019, visava ajudar – se as verbas não se perdessem pelo caminho – a reduzir as vulnerabilidades decorrentes de alterações climáticas, que afectam os habitantes naquela zona, através de investimentos direccionados e o desenvolvimento das suas capacidades.
Concretamente, o projecto vai (ou iria) promover a instalação de um sistema de alerta rápido, o reforço da capacidade do serviço de hidro-meteorologia local, que vão (ou iam) monitorizar as condições metrológicas extremas e as alterações climáticas na Bacia do Rio Cuvelai.
Em declarações à imprensa no final da cerimónia, Fátima Jardim disse que o projecto estava (ou está) inserido no Plano de Adaptação de Angola, uma obrigação da Convenção-quadro da ONU para as alterações climáticas.
Fátima Jardim agradeceu às Nações Unidas a rápida resposta ao apelo de Angola, esperando a continuidade de ajudas, sobretudo dos países desenvolvidos, para “contribuições importantes” como esta feita pela ONU para a província do Cunene e o sul de Angola, há vários anos assolados por uma seca severa.
“Apresentamos esse projecto às Nações Unidas, que é um projecto que se enfoca hoje para a província do Cunene, mas que temos a intensão de abrir à parte sul do país, porque é a parte que de uma forma mais adversa e notória sofre riscos climáticos”, referiu a ministra.
A então titular da pasta do Ambiente sublinhou a importância de se educar as comunidades no Cunene, onde a desflorestação é “muito agressiva”, para serem corrigidas “algumas práticas incorrectas cometidas até agora”.
Segundo Fátima Jardim, o Plano de Adaptação de Angola está orçado em mais de 10 mil milhões de dólares, e tem inúmeros projectos nas áreas da agricultura, da educação das comunidades, entre outras, que continuarão a ser apresentados à comunidade internacional.
Por sua vez, Pier Paolo Balladelli salientou que o projecto além de trabalhar na mitigação climática vai igualmente diminuir a pobreza.
“Os camponeses que vão ser parte alvo deste projecto sobre a Bacia do Rio Cuvelai vão ter muito mais capacidade de resiliência, porque vão ter mais informações sobre como ele tem que se adequar para ter cultivações mais rentáveis nesse tipo de problemas que temos pela mudança climática”, adiantou.
Pier Paolo Balladelli, igualmente representante em Angola do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), elogiou (não é mentira, elogiou mesmo) a vontade e capacidade de o Governo angolano “trabalhar conjuntamente com os outros países a nível mundial para se adaptar à mudança climática através de projectos-pilotos como este”.


Folha 8 com Agências

“GUERRA” EUA/CHINA PASSA POR “TER” ANGOLA NA MÃO.

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O Presidente dos EUA, Donald Trump, felicitou hoje as reformas e o combate à corrupção levados a cabo pelo seu homólogo angolano, João Lourenço, garantindo que Washington vai apoiar e financiar Angola. Em Maio de 2017 foi assinado um acordo cooperação no domínio na Defesa que, pela parte angolana, foi subscrito pelo general João Lourenço, então ministro da Defesa.

As felicitações foram transmitidas pelo assistente especial de Trump e director sénior para os Assuntos Africanos do Conselho de Segurança Nacional, Cyril Sartor, durante uma audiência concedida pelo chefe de Estado angolano.
“Viemos cá com o espírito de amizade e reconhecer os grandes passos que o Presidente e a nova liderança de Angola têm estado a calcorrear para transformar o país, no âmbito do combate à corrupção, e abri-lo ao comércio internacional”, disse o responsável, em declarações aos jornalistas, no Palácio Presidencial.
Cyril Sartor acrescentou que Angola é um “país chave” na nova estratégia da política externa dos Estados Unidos para África, salientando esperar um reforço das relações nos sectores económicos e na melhoria da governação.
O diplomata norte-americano, que foi recebido hoje também pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, lembrou que os Estados Unidos incluirão Angola no grupo de três países africanos – ao lado da Nigéria e do Quénia – que, nos próximos tempos, vão beneficiar de financiamento e apoio técnico para impulsionar a actividade económica.
O enviado de Donald Trump afirmou que a ajuda visa, essencialmente, desenvolver a capacidade empreendedora africana, fornecer a assistência técnica e os valores envolvidos.
Segundo Cyril Sartor, os Estados Unidos estão abertos a receber sugestões dos empresários angolanos para que se possam identificar os sectores que vão beneficiar do apoio.
“Queremos ser para Angola uma alternativa à China no âmbito do financiamento dos projectos. Por isso, dos mais de 50 países africanos, Angola integra esta lista”, destacou, acrescentando que há dois anos não seria possível estar em Luanda para fazer esta declaração “porque não existia vontade política para efectuar as atuais reformas”.
O representante acrescentou que os Estados Unidos apoiam as reformas em curso em Angola e sentem-se confortados por verem o empresariado norte-americano a começar a investir no país.
Cyril Sartor, mestre em história africana, já foi director adjunto do Centro de Missão da Agência de Inteligência Americana (CIA) em África.
A Câmara de Comércio Angola-EUA e a Câmara Americana de Comércio, em parceria com a Embaixada dos EUA em Luanda, anunciam que o Director para os Assuntos Africanos da Casa Branca, Cyril Sartor, apresentou quarta-feira, em Luanda, no Museu da Moeda, a Nova Estratégia da Política Externa dos Estados Unidos da América para África.
Participaram no evento, organizado pelas duas Câmaras de Comércio, que representam os interesses da comunidade empresarial dos Estados Unidos em Angola (USACC e AmCham-Angola), membros do executivo angolano, líderes empresariais, associações empresariais, líderes de opinião, jornalistas e membros da sociedade civil.
O evento, de apresentação da Nova Estratégia da Política Externa dos Estados Unidos da América para África, integra-se nas várias actividades e encontros da visita de três dias do Director para os Assuntos Africanos da Casa Branca a Angola.
Pretendeu-se, segundo a Embaixada norte-americana, com o evento, apresentar as novas estratégias da administração do Presidente Donald Trump nos domínios político, social, de negócios e comércio. “Os Estados Unidos apoiam o crescimento económico e o desenvolvimento que oferece benefícios mútuos para a América e aos seus parceiros em África”, diz a Embaixada.
Angola é um dos três principais parceiros dos Estados Unidos na África subsaariana e dos poucos países com quem Washington D.C. possui um acordo de parceira estratégica.
Cyril Sartor esteve na Mediateca 28 de Agosto, referindo a Embaixada que a visita do alto quadro da Casa Branca surge para reafirmar a excelente parceria existente entre a Embaixada dos EUA e a Rede de Mediatecas de Angola (REMA).
“Pretende-se com a visita à Mediateca sublinhar a importância e continuidade do memorando de entendimento existente entre a Embaixada dos EUA e a REMA, que traça as linhas orientadoras da cooperação entre as duas instituições”, refere a Embaixada, acrescentando que os “EUA apoiam o crescimento económico e o desenvolvimento que oferece benefícios mútuos para a América e aos seus parceiros em África”,
Recorde-se que em Maio de 2017, Os governos dos Estados Unidos da América e de Angola afirmaram que queriam reforçar a cooperação no domínio na Defesa, na sequência da assinatura, em Washington, de um memorando de entendimento.
O documento foi subscrito no Pentágono pelo secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, e pelo ministro da Defesa Nacional de Angola, João Lourenço que afirmou tratar-se de um entendimento que representa “algo de muito sério” para o lado angolano e que “ambos os países sairão a ganhar” que “cai permitir estreitar cada vez mais os laços de cooperação no domínio da Defesa entre os nossos países”.
Na altura, em declarações aos jornalistas, o ministro da Defesa, hoje Presidente da República, fez questão de sublinhar que foi dada “autorização por escrito do Presidente da Republica”, José Eduardo dos Santos, para a assinatura deste memorando de entendimento na capital norte-americana.
O secretário de Defesa, James Mattis, explicou que os Estados Unidos têm partilhado informação com as autoridades de Angola e já apoiam na formação de oficiais, parceria que pretendem elevar de nível. “Esperamos construir uma parceria mutuamente benéfica”, apontou James Mattis.


Foto: James Mattis e João Lourenço
fonte: folha8

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