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domingo, 11 de dezembro de 2011

Libertação da África Austral foi desenhada em Dar-Es-Salaam.

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A Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas (CONCP), de que o angolano Mário Pinto de Andrade foi o primeiro presidente e o moçambicano Marcelino dos Santos primeiro-secretário, foi o espaço privilegiado de concertação sobre estratégias de luta nas antigas colónias de Portugal.
Jovens estudantes que eram, na altura, conseguiram congregar um conjunto de intelectuais nacionalistas que se propuseram assumir a sua condição de colonizado e encetar um processo político reivindicativo da independência dos seus países.
Mas a intransigência das autoridades portuguesas, a quem foi proposta a concessão da independência aos territórios colonizados pela via pacífica, induziu a aposta noutras formas de luta, entre as quais a “violência legítima” contra o sistema de colonização portuguesa.
A organização em Movimentos de Libertação Nacional (MLN) foi o desafio assumido naqueles países em que ainda não se conhecia uma dinâmica política efervescente. Em Moçambique, na Guiné-Bissau e Cabo Verde, bem como em São Tomé e Príncipe criam-se os respectivos MLN.
Achando-se num momento em que estava em voga o debate sobre a criação de uma organização continental, a OUA, fica estabelecida a aliança dos integrantes da CONCP ao grupo de reflexão de Casablanca, Marrocos, passando a contar com o apoio desta organização após a sua fundação, para o alcance dos seus objectivos políticos.
Aliás, a proposta de acção da OUA era muito clara quanto à necessidade de se prestar todo o apoio aos movimentos que lutavam pela libertação dos seus países, logo o fim das colónias, assumindo ainda como fim último o desmantelamento do sistema de apartheid vigente da África do Sul.
A criação do “Comité Coordenador da Luta de Libertação de África” junto da OUA era uma posição bastante esclarecedora.
O santuário da libertação de África
Para corporizar este processo, Julius Nyerere, presidente da Tanzânia, defensor de um posicionamento africanista, abre o território do seu pequeno país aos movimentos de libertação dos países da África Austral constituindose no que viria a ser considerado o “santuário da libertação de África”.
Esta designação foi assim cunhada, porque ali estavam baseados o MPLA, Angola, a FRELIMO de Moçambique, ZANU e ZAPU do Zimbabwe, SWAPO da Namíbia e PAC e ANC da África do Sul.
Entre os movimentos acima referidos, MPLA e FRELIMO estabeleceram uma cooperação estreita que, segundo revelações de Joaquim Chissano, chegavam a planear o desencadear de acções militares de carácter estratégico.
Num desses momentos de concertação entre o MPLA e a FRELIMO foi possível convencer a Zâmbia a permitir a passagem de armas e homens para a região leste de Angola, pois aquele país não queria ver destruída a linha férrea de um e de outro lado.
“O meu amigo Dino Matrosse disse que conseguiu entrar em Angola com apenas sete armas”, disse arrancando sorrisos da plateia.
Aliás, Chissano recordou que falar destas relações é também um caso de abordagem da empatia entre os seus líderes.
Neto, líder do MPLA, e Mondlane presidente da FRELIMO, foram duas figuras com características convergentes: estudantes de Medicina, casados com mulheres brancas, cristãos metodistas, interagiram frequentes vezes para discutir questões da luta na África Austral.
O antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, que já fora ministros dos Negócios Estrangeiros do seu país e primeiro-ministro do governo de transição de Moçambique, foi um dos conferencistas do “I Colóquio Internacional sobre a História do MPLA”, a quem foi reservada a abordagem sobre “O papel do MPLA e da FRELIMO na libertação da África Austral”.
Lembrou que na altura o debate da questão entre os MLN foi uma constante e face ao quadro de então os líderes começaram por definir a tipologia destes entre movimentos autênticos e não autênticos.
Entre estes últimos, disse que havia aqueles cuja acção não era consequente e, por isso, não inspiravam total confiança no propósito de luta assumido para cumprir as metas da OUA.
“Tivemos que trabalhar para convencer a SWAPO a distanciar-se da UNITA com a qual já tinha começado contactos(…)”, recordou.
No entendimento dos MLN presentes no santuário, o facto de a SWAPO ser constituída maioritariamente pela tribo do norte da Namíbia com ramificações no sul de Angola propiciaria a criação de uma zona tampão entre estes dois territórios e, por intermédio do movimento namibiano, consumarse a divisão de Angola, comprometendo, deste modo, a luta contra os sul-africanos.
Noutra análise, concluíram que a persistir naquela aliança, considerada na altura incauta, um outro cenário viável e perigoso poderia ser a destruição da própria SWAPO.
Do lado moçambicano a questão tribal também foi posta em evidência para a garantia do apoio total da FRELIMO à ZANU e não tanto à ZAPU de Joshua Nkomo.
Segundo explica, “a ZANU tinha pessoas (shonas) que podiam ser encontradas do outro lado da fronteira e não era viável apoiar a ZAPU constituída por ndebeles, porque na transição fronteiriça não encontrariam as pessoas certas”.
Mas, na verdade, segundo Joaquim Chissano, a FRELIMO não se tinha apartado da ZAPU, embora o MPLA apoiasse mais clara e abertamente o movimento libertador de Joshua Nkomo.
A origem da Linha da Frente
Com o alcance das independências de Angola e Moçambique, as retaguardas dos MLN do Zimbabwe, da Namíbia e África dos Sul aproximaram-se mais dos seus territórios.
São garantidos os apoios à SWAPO em Angola e ZANU em Moçambique que intensificam assim o processo de luta contra a política sul-africana que tinha pretensões de se constituir num estado forte de que dependeriam os demais em matéria de segurança, sendo portanto estados satélites deste.
É neste contexto que é criada a Linha da Frente, cujo debate permitiu passar da abordagem geográfica para outra ideológica e do apoio de países que não estivessem tão perto da África do Sul, mas que continuariam a dar o seu contributo para o alcance do objectivo maior que era o desmantelamento do regime de apartheid.
A Tanzânia é incluída entre os países que comungam este objectivo político estratégico.
A dependência da Zâmbia dos portos de Moçambique e de Angola ligada por caminhos de ferro que sulcavam territórios hostis, foi torneada com a construção de uma rota ferroviária até à Tanzânia ao mesmo tempo que uma estrada asfaltada e um oleoduto, para assegurar a participação deste país no esforço da luta de libertação.
A proximidade geográfica do Botswana com a África do Sul era de certo modo sensível que lhe foram atribuídas responsabilidades na vertente económica, tendo em vista a necessidade de desenvolvimento que estes países teriam uma vez liberto do sistema de segregação racial.
A África do Sul enceta um conjunto de manobras políticas com a criação de grupos fantoches para procurar esvaziar o sentido da luta dos nacionalistas na Namíbia e África do Sul.
O objectivo era similar ao das autoridades portuguesas que não admitiam a existência da colonização nos territórios ocupados, fazendo gala das ideias do luso-tropicalismo do brasileiro Gilberto Freyre segundo a qual, sob esta teoria “todos viviam felizes e em perfeita harmonia racial do Minho ao Timor”, na verdade uma clara jogada de marketing político e social.
Perante o quadro de luta, a África do Sul abre duas frentes de guerra em Moçambique e em Angola, invadindo estes territórios independentes, o primeiro dos quais nos seis meses subsequentes à proclamação da sua independência.
“Na Namíbia no Zimbabwe e na África do Sul está a continuação da nossa luta”
Esta expressão lapidar de Agostinho Neto representou o compromisso e o engajamento forte de Angola na causa da liberdade dos povos destes três países que motivou uma feroz intervenção do exército sul-africano em Angola, pagando o país uma factura bastante cara.
Entretanto, a guerra determinou a independência destes países e o desmantelamento do sistema de apartheid, este caiu por força da derrota na Batalha do Kuito-Kuanavale, e a região austral do continente africano, um dos mais estáveis blocos regionais, trilha caminhos de integração acelerada e progresso em muitos aspectos da vida regional.
As respostas e recados de Joaquim Chissano…
Respondendo às várias perguntas da plateia, o antigo chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, começou por esclarecer em relação às crises recorrentes em vários países da África Austral, a necessidade de se observar o respeito pelas diferenças entre os actores políticos e as instituições.
Deixou nota de que todo o processo de desenvolvimento dos países deve ser secundado do mesmo modo pelo incremento das instituições, defendendo para isso a necessidade de uma dinâmica educativa da população para o posicionamento correcto num ambiente democrático.

Ao abordar de forma directa a situação no Zimbabwe, o político moçambicano lembrou que o partido de Morgan Tshivangirai teve um aparecimento polémico na cena política zimbabweana, sendo esta uma das várias razões que levaram ao despoletar da crise naquele país membro da SADC.
É que as desconfianças sobre o inusitado aparecimento deste partido alimentavam fundadas desconfianças sobre quem estaria por detrás da sua formação.
“Não se dorme e acorda no dia seguinte com um partido político já formado”, lembrou Joaquim Chissano que revelou informações sobre uma alegada pressão a que foi sujeito para fazer diligências para a admissão do MDM na Internacional Socialista em tão pouco tempo de existência.
No caso do Madagáscar, de que é mediador, limitou-se a dizer que a aplicação do roteiro definido pelos chefes de Estado da SADC já propiciou um ambiente de debate sobre a formação do Governo, a assembleia nacional, o senado, havendo inclusive um primeiro-ministro de consenso.
Já em relação ao Malawi diz que é necessário reiniciar-se o diálogo nacional, desaconselhando o recurso a outros meios de pressão que podem ser perigosos para acalmar a situação interna.
“Não se devia copiar a primavera árabe, pois tem de se provocar meios para encetar o diálogo sério e não se fazer o mero recurso às tecnologias”, sublinhou Chissano que chamou atenção para o lado perverso da Internet em que qualquer pessoa pode postar informações sem qualquer fundamento.
…e as lembranças
Estas têm que ver com a figura de Agostinho Neto de quem Chissano traça o perfil de uma pessoa bastante reflexiva, de parcas palavras mas ao mesmo tempo de uma certeza de pensamento.“Lembro-me com alegria da reunião de consulta, concertação e solidariedade dos líderes da CONCP que teve lugar no Palácio da Ponta Vermelha, em Maputo, na véspera da proclamação da independência de Angola”, disse.
Neste encontro em que só não esteve o antigo presidente de Cabo-Verde, Aristides Pereira, reinava um clima de apreensão pela sorte de Angola dado o envolvimento de várias forças estrangeiras e poderosas no território angolano.
Admitiu que em determinado momento Neto e os outros líderes aventavam a hipótese de proclamar a independência do país antes do dia 11 de Novembro para frustrar os intentos da UNITA e FNLA, “porque sabiam que o grosso das forças cubanas aguardava no alto-mar por um convite do Estado angolano soberanos para entrarem e actuar ao lado das FAPLA”.
A sabedoria e confiança dos líderes presentes levou a admitir que o exército ao serviço do MPLA poderia conter o avanço inimigo por mais 24 ou 48 horas e “todos foram unânimes em encorajar o presidente Agostinho Neto a regressar a Luanda” para a proclamação da independência a 11 de Novembro de 1975.
Chissano disse ter admirado o sangue-frio do primeiro presidente angolano, assim como a sua vontade de consultar e concertar posições e acções com os seus colegas mesmo naquela situação de aperto e extrema dificuldade.
Deste encontro foram ainda decididos apoios a prestar a Angola. Lembra que “os BM-21 disponibilizados por Moçambique não seriam suficientes se as batalhas tivessem que se prolongar por muito tempo”, mas reconhece que o MPLA e as suas forças armadas recorreram a armas como “a razão, a verdade, o direito do povo angolano de existir como povo independente e a confiança na vitória” para derrotar o inimigo.
 
Eugénio Mateus

fonte: opais.net

Manifestação de apoio a Laurent Gbagbo no TPI em Haia.

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© AFP 
Haia: Laurent Gbagbo apareceu ao vivo
Segunda-feira, 5 de dezembro de 2011. Haia (Países Baixos)
 
HAIA - Várias centenas de partidários do antigo Presidente Laurent Gbagbo, que é suspeito de crimes contra a humanidade cometidos durante a violência pós-eleitoral no final de 2010-início de 2011, foram prestar apoio ao ex-presidente neste sábado no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia , disse um jornalista da AFP.

"Estamos aqui para mostrar nosso apoio ao presidente Gbagbo", disse à AFP Seri Zokou um dos organizadores do rally, um advogado em Bruxelas e um membro da equipe de defesa de ex-chefe do estado.

Os manifestantes, principalmente da França, estavam reunidos em torno de um podium criado em uma rua ao longo do TPI onde o tráfego havia sido cortado pela polícia holandesa.

"Pedimos ao Tribunal Penal Internacional para trazer aqui os verdadeiros culpados dos massacres na Costa do Marfim, Sr. Alassane Ouattara, Soro e líderes militares", continuou o Sr. Zokou.

Ex-chefe do estado primeiro entregue ao TPI, tomou posse em 2002. Laurent Gbagbo, 66 anos, está preso em Haia desde 30 de Novembro. Anteriormente, ele foi detido no norte da Costa do Marfim.


Ele participou segunda-feira em uma primeira audiência, a aparência inicial, durante a qual denunciou as circunstâncias particulares de sua prisão "sob as bombas francesas" em 11 de abril, em Abidjan.

Laurent Gbagbo é suspeito pelo TPI de ter cometido "crimes contra a humanidade durante a violência pós-eleitoral de 2010-2011, ou seja, assassinato, estupro, atos desumanos e perseguições cometidos por suas forças entre 16 de dezembro, 2010 e 12 de abril de 2011.

Sua recusa em ceder o poder ao seu rival e atual presidente Alassane Ouattara tinha mergulhou o país em uma crise mortal que vitimou 3.000 pessoas. As eleições legislativas estão previstas para este domingo(11/12/2011), na Costa do Marfim.


fonte: abidjan.net


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