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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Rússia: Lênin, um contemporâneo de 150 anos.

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Faz algum tempo, em uma data similar a esta, em que pelo ensejo do seu aniversário natalício, muitos no mundo lembramos Lênin, uma das pessoas que se dedica a vasculhar nas redes sociais da Internet toda expressão dissidente do discurso dominante, pôs-me em causa, lançando mão do «argumento» de que o revolucionário russo já estava velho e fora da moda.

Pouco depois, as «primaveras árabes» e as mobilizações de «indignados» no mundo ocidental fizeram com que mais de um editor esperto, lançasse novamente o livro O que fazer? e o muito influente filósofo esloveno Slavoj Zizek, que já tinha publicado o título Repensar Lênin, falasse abertamente da maldita «ditadura do proletariado».

Mais recentemente, procurando uma explicação à queda do governo de Evo Morales e à incapacidade das forças populares de se organizarem efetivamente para defendê-lo, muitos lançamos mão das palavras de Lênin em O Estado e a Revolução: «(...) Ao chegar a certo grau de desenvolvimento da democracia, esta, em primeiro lugar, reúne o proletariado, a classe revolucionária frente ao capitalismo e lhe dá a possibilidade de destruir, de fragmentar em pedaços, de varrer da face da terra a maquinaria do Estado burguês, inclusive a do Estado burguês republicano, o exército permanente, a polícia e a burocracia e de substituí-los por uma máquina mais democrática, mas ainda estatal, sob a forma das massas operárias armadas, como passo para a participação de todo o povo nas milícias».

A demonização de Lênin, talvez uma das mais prolongadas de toda a história, não conseguiu evitar que a originalidade e o brilho de suas ideias, não somente continuem suscitando admiração, mas continuam sendo luzes na aproximação critica à realidade.

Mas Lênin é muito mais do que um teórico, foi um lutador revolucionário enérgico, capaz de não sentar-se a esperar dogmaticamente que as «condições objetivas e subjetivas» estivessem maduras para a Revolução, mas que, com uma enorme fé nos trabalhadores e uma inteligência política excepcional para tirar lições a partir dos erros dos seus próprios adversários e já estabelecido o poder soviético, desafiou com sucesso a guerra, a pobreza e o bloqueio econômico das potências imperialistas contra o novo Estado que fundou sobre as ruínas do czarismo.

Pessoa muito culta, aberta sempre à discussão entre companheiros, percebeu as limitações de um homem como Staline para ocupar o posto de secretário-geral do Partido, e dos perigos da burocratização do socialismo. Dedicou os últimos momentos, em que seu estado de saúde lhe permitiu escrever, a insistir na organização do controle dos trabalhadores sobre o aparelho do Partido e do Estado. Lutou denodadamente contra o que ele chamou de «o grande chauvinismo russo», entre alguns líderes bocheviques que não eram russos nativos, como o próprio Staline, e trabalhou intensamente para estabelecer a igualdade de direitos e a autodeterminação dos povos anteriormente oprimidos pelo czarismo.

Extraordinário polemista, Lênin, tal como Fidel e como antes Marx e Engels, nunca teve medo ao nomear o autor das ideias que combatia em seus artigos. A sua resposta ao «arrenegado Kautsky», com quem fala com ironia e sarcasmo implacáveis, deixaria horrorizados aqueles que hoje defendem a democracia burguesa como solução aos problemas das maiorias: «A atual “liberdade de reunião e imprensa” na república “democrática” (democrática burguesa) alemã é uma mentira e uma hipocrisia porque, de fato, é a liberdade dos ricos para comprar e subornar a imprensa, a liberdade dos ricos para embriagar o povo com o nojento aguardente das mentiras da imprensa burguesa, a liberdade dos ricos para terem “em propriedade” as mansões senhoriais, os melhores edifícios, etc.»

Antidogmático por natureza e crítico profundo de sua própria obra, Lênin não é o extremista que a propaganda costuma pintar. Tendo pela frente a tarefa gigante de edificar pela primeira vez um Estado socialista, onde «todos os agrônomos, engenheiros e professores eram da classe possuidora», reclamava «tomar toda a cultura que deixou o capitalismo e construir o socialismo com ela. É preciso tomar toda a ciência, a técnica, o saber, a arte. Sem isso não podemos edificar a vida da sociedade comunista».

Combatente apaixonado pela paz, defensor da justiça, homem prático para tirar de cada situação o máximo das possibilidades, Lenin é referente indiscutível das lutas anticapitalistas e anti-imperialistas de nosso tempo e da construção socialista. Mas ainda mais, longe de envelhecer, este contemporâneo de 150 anos, por sua inteligência, sua ética, sua ampla cultura e sua entrega total à casa dos humildes, torna-se paradigma do líder que necessitam os povos nas horas difíceis que vive o mundo.


fonte: granma.cu

Cuba denuncia grave agressão terrorista perpetrada contra sua embaixada nos Estados Unidos.

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O ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodriguez Parrilla, denunciou na quinta-feira, 30 de abril, que a embaixada de Cuba nos Estados Unidos foi alvo de um ato terrorista na madrugada do dia 30 de abril de 2020, quando um sujeito desconhecido disparou com um fuzil de assalto contra o edifício da missão diplomática da Ilha maior das Antilhas.

O Governo de Cuba está à espera da investigação correspondente por parte das autoridades estadunidenses acerca da identidade e as motivações do autor desta agressão. Foto: Youtube.

O ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodriguez Parrilla, denunciou na quinta-feira, 30 de abril, que a embaixada de Cuba nos Estados Unidos foi alvo de um ato terrorista na madrugada do dia 30 de abril de 2020, quando um sujeito desconhecido disparou com um fuzil de assalto contra o edifício da missão diplomática da Ilha maior das Antilhas.

Em declarações transmitidas pela Televisão Cubana, explicou que não houve feridos no pessoal da Missão cubana, o qual se encontra seguro e protegido, mas sim danos materiais resultantes dos impactos de inúmeros disparos.

«O Governo cubano está à espera da correspondente investigação por parte das autoridades estadunidenses acerca da identidade e as motivações do autor desta agressão e espera que a dita investigação seja exaustiva e rápida e que seus resultados sejam compartilhados com as nossas autoridades», expressou o Chanceler cubano.

Explicou que a missão diplomática de Cuba, situada em Washington D.C., «conta com um sistema de proteção e segurança, para enfrentar qualquer ameaça contra o pessoal diplomático, seus familiares e as instalações».

De acordo com a intervenção de Rodríguez Parrilla, no meio-dia da quinta-feira, 30, foi convocada a encarregada de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Havana, Mara Tekach, para tratar do gravíssimo fato: «Expressei-lhe o nosso protesto mais enérgico pela grave agressão terrorista perpetrada contra a embaixada de Cuba. Perguntei-lhe como reagiria o Governo dos Estados Unidos perante um ataque como este a quaisquer de suas embaixadas. Insisti em que é uma obrigação de todos os Estados adotarem as medidas adequadas para proteger os locais de uma missão diplomática credenciada em seu território contra toda intrusão ou dano, evitar que seja alterada a tranquilidade da missão, ou que se atente contra a sua dignidade ou o funcionamento normal, tal como dispõe a Convenção sobre relações diplomáticas, de 1961».

O chanceler cubano enfatizou na gravidade do fato, que podia ter posto em perigo a vida e a segurança do pessoal da embaixada e dos seus familiares. E reclamou a maior cooperação das autoridades do Governo dos Estados Unidos no esclarecimento urgente dos fatos e nas garantias de que atos como este não sejam repetidos e não fiquem impunes.

«Chamei a atenção respeitosamente à encarregada de negócios, no sentido de que uma agressão como esta à embaixada de Cuba nos Estados Unidos, em qualquer caso, foi alentada pela crescente retórica hostil contra o nosso país, na qual estão envolvidos, de forma pública e sistemática, tanto o secretário de Estado dos Estados Unidos, como altos funcionários desse Departamento, responsáveis pelas relações com o Hemisfério Ocidental, inclusive a própria embaixada dos Estados Unidos em Havana», ressaltou.

Ao mesmo tempo, assinalou que não é possível dissociar um fato como esse do recrudescimento da política de agressão e hostilidade que o governo dos EUA aplica contra a Ilha maior das Antilhas, nem do endurecimento do bloqueio, com medidas não convencionais, inclusive durante a pandemia da Covid-19.

Bruno Rodriguez expressou à diplomata estadunidense que na hora do ataque se encontravam na missão cubana uma dezena de funcionários e diplomatas, que correram grave perigo, e reconheceu a conduta profissional dos oficiais das agências de implementação e cumprimento da lei, que apareceram rapidamente no local dos fatos.

«O sujeito, de cuja identidade o Governo cubano ainda não foi informado, foi preso pelas autoridades locais no local dos fatos e se encontra sob custódia destas», sublinhou.

Além disso, considerou que os atos de instigação à violência contra o pessoal médico cubano em terceiros países, tal como ocorreu recentemente na Bolívia, com o envolvimento de funcionários estadunidenses, as calúnias e a demonização do pessoal da Saúde alentam ações violentas. E lembrou que existem graves antecedentes históricos de atos violentos e hostis, incluídas ações terroristas contra funcionários diplomáticos cubanos sediados nos EUA, tanto na sede de Washington como em sua representação permanente perante as Nações Unidas, em Nova York.

«Também não é possível dissociar este tipo de atos do efeito de políticas e discursos de ódio que promovem a divisão e a violência social», enfatizou.

Relembrou, ainda, que no território dos Estados Unidos operam e operaram com impunidade, durante anos, grupos e sujeitos que durante o passado cometeram atos terroristas contra Cuba, o que é de pleno conhecimento das agências de implementação e cumprimento da lei do Governo dos Estados Unidos.

«Expressei surpresa pelo fato de que tenham decorrido mais de 12 horas do ataque à nossa embaixada e que nem as autoridades oficiais do Governo dos Estados Unidos nem do Departamento de Estado tenham contatado as nossas autoridades, nem tenham proferido declarações oficiais, nem sequer twitts, que são tão frequentes, na hora de se referir a Cuba, por parte de funcionários oficiais dos Estados Unidos e de sua embaixada», acrescentou Rodriguez Parrilla.

Finalmente, exortou o Departamento de Estado a «adotar com a maior urgência as medidas que sejam necessárias para cumprir de forma íntegra as responsabilidades que lhe atribui a Convenção de Viena e garantir a plena segurança da embaixada de Cuba, da Missão Permanente perante as Nações Unidas, em Nova York e do pessoal de ambas as missões e dos familiares acompanhantes. Finalmente, ofereci a cooperação das autoridades cubanas para o andamento da investigação correspondente».

fonte: granma.cu

Cuba: Nossos mártires - nem esquecidos nem mortos.

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O primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, general-de-exército Raúl Castro Ruz, dedicou uma oferenda floral a Frank País, no 63º aniversário do seu brutal assassinato.

Aos mártires da Revolução, o tributo em flores do general-de-exército Raúl Castro Ruz; do presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez; do presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández, e do povo de Cuba. Foto: Miguel Rubiera Justiz/AIN

SANTIAGO DE CUBA.— 

Com uma oferenda floral dedicada pelo primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, general-de-exército Raúl Castro Ruz, a Frank País, no 63º aniversário do seu brutal assassinato, culminaram, no panteão que guarda seus restos, as honras que os moradores de Santiago costumam fazer cada dia 30 de Julho, Dia dos Mártires da Revolução.

Os membros do Comitê Central e máximas autoridades do Conselho de Defesa provincial, Lázaro Expósito Canto e Beatriz Johnson Urrutia, lideraram a colocação das flores no cemitério patrimonial de Santa Ifigenia, na presença de outros representantes do Partido, o Governo, a UJC, as organizações de massa, as Forças Armadas Revolucionárias e o Ministério do Interior.

Como início do tributo aos heróis da Pátria, na manhã teve lugar a colocação de oferendas florais em nome do general-de-exército Raúl Castro Ruz; do presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez; do presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Esteban Lazo Hernández, e do povo de Cuba, no panteão dos Mártires de 26 de Julho.

A todos eles dedicou palavras de recordação o presidente cubano, ao publicar em sua conta no Twitter: «30 de julho, dia triste na memória de Cuba. Assassinados Frank País e Raúl Pujol em Santiago de Cuba. A cidade rebelde veste o uniforme de 26 de Julho e canta o hino de Bayamo. Hoje é o Dia dos Mártires. Honra àqueles que apenas tinham suas vidas jovens e promissórias e as entregaram à Pátria».

fonte: granma.cu


ANGOLA: HOLDEN ROBERTO. QUEM?

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Holden Roberto faleceu no dia 2 de Agosto de 2007. Aqui no Folha 8, por diversas vezes a ainda em vida, defendemos, pregando obviamente para e no deserto, que Angola (entenda-se o Governo, o MPLA, o estado – são sinónimos) deve um pedido desculpas, agora e infelizmente póstumo, ao fundador da FNLA. Continua a ser o mínimo se, por acaso, restar alguma vergonha… Mas não resta.

Eembora possam ser mais as ideias e as práticas que nos separavam de Holden Roberto do que as que nos uniam, ele foi uma das três mais relevantes personalidades do nacionalismo angolano, a par de Agostinho Neto e Jonas Savimbi.

Nos últimos anos de vida viu quanto ingrato era o poder na sua terra. Que país é Angola que teve e tem tanta dificuldade em reconhecer a Holden Roberto e a Jonas Savimbi (para além de Agostinho Neto), o estatuto de Herói Nacional? Por que razão, o Estado teve tanta necessidade de humilhar Holden Roberto? Será assim que se luta pela instituição de um Estado de Direito, pela reconciliação?

Não nos agradou que este velho guerrilheiro, natural de Mbanza-Congo, no Norte do país, tenha enfrentado sérias e mortíferas dificuldades para pagar os tratamentos médicos que não conseguia em Angola.

Não nos agradou que este velho guerrilheiro tenha enfrentado dificuldades para pagar os tratamentos médicos, quando Maria Augusta Tomé, ou simplesmente “Magu”, esposa do então Primeiro-Ministro, Fernando Dias dos Santos “Nandó”, alugava um Falcon da SonAir para fazer exames médicos de mera rotina… em Londres.

Veremos se Angola estará um dia disposta a, mesmo tarde e a más horas, respeitar a memória do “Velho” Holden. É que se o fizer está igualmente a respeitar os angolanos.

Angola continua a ser (re)construída à imagem e semelhança do MPLA, como se fosse um regime de partido único. E, de facto – que não de jure –, é isso mesmo.

Se o MPLA é Angola e Angola é do MPLA, herói nacional há só um, Agostinho Neto e mais nenhum. Quando o MPLA for apenas um dos partidos do país e Angola for um verdadeiro Estado de Direito, então haverá outros heróis.

Até lá, os angolanos continuarão sujeitos à lavagem do cérebro de modo a que julguem que Agostinho Neto é o único que deu um contributo na luta armada contra o colonialismo português e para a conquista da independência nacional.

O dia 17 de Setembro, instituído feriado nacional em 1980 pela então Assembleia do Povo, um ano após o falecimento de Agostinho Neto, em 10 de Setembro de 1979 na antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas, deve-se, segundo a cartilha do proprietário de Angola (o MPLA), ao reconhecimento do seu empenho na libertação de Angola, em particular, e do continente africano. Com alguma habilidade ainda vamos ver referências ao contributo para a libertação da Europa.

Fruto da entrega de Agostinho Neto à causa libertadora dos povos, o Zimbabwe e a Namíbia ascenderam igualmente à independência, assim como contribuiu para o fim do Apartheid na África do Sul, esclarecem os donos disto tudo.

Pelos vistos, desde 1961 e até agora que só existe Agostinho Neto. Se calhar até é verdade. Aliás, bem vistas as coisas, Holden Roberto e Jonas Savimbi, FNLA e UNITA, nunca existiram e são apenas resultado da imaginação de uns tantos lunáticos.

“Dotado de um invulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agostinho Neto, até à hora do seu desaparecimento físico, foi incansável na sua participação pessoal para resolução de todos os problemas relacionados com a vida do partido, do povo e do Estado”, diz o MPLA.

Numa coisa a cartilha do MPLA tem toda a razão e actualidade: “como o marxistas-leninista convicto, Agostinho Neto reafirmou constantemente o papel dirigente do partido, a necessidade da sua estrutura orgânica e o fortalecimento ideológico, garantia segura para a criação e consolidação dos órgãos do poder popular, forma institucional da gestão dos destinos da Nação pelos operários e camponeses”. Foi por isso que mandou massacrar milhares e milhares de angolanos em 27 de Maio de 1977.

Irra! Apre! Chiça! Por que carga de água Agostinho Neto é o único fundador da nação angolana? E então Holden Roberto? E então Jonas Savimbi?

fonte: folha8

3 de Agosto de 1959, Massacre de Pindjiguiti, Bissau.

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Marinheiros, estivadores e trabalhadores das docas foram violentamente reprimidos por funcionários coloniais, polícia e militares, e alguns civis, repressão esta que viria a resultar em cinquenta mortos e cerca de uma centena de feridos. Por Sílvia Roque.
Massacre de Pindjiguiti, Bissau. Reprodução.
Massacre de Pindjiguiti, Bissau. Reprodução.

Sopra um vento de morte no cais de Pidjiguiti.i A 3 de Agosto de 1959, os trabalhadores do porto de Pindjiguitiii, em Bissau, organizaram uma greve reivindicando um aumento de salários. Marinheiros, estivadores e trabalhadores das docas, particularmente aqueles que trabalhavam para a Casa Gouveia, um monopólio comercial intermediário do grupo CUF (Companhia União Fabril), foram violentamente reprimidos por funcionários coloniais, polícia e militares, e alguns civis, repressão esta que viria a resultar em cinquenta mortos e cerca de uma centena de feridos. Esta não foi a primeira greve dos trabalhadores do porto de Bissau. Já em 6 de Março de 1956 tinham existido confrontos entre a polícia e os trabalhadores, os quais, pelos mesmos motivos, organizavam então uma greve. Nessa altura, porém, apesar de algumas detenções, a violência foi contida e os detidos acabariam por ser libertados por ordem do Governador Mello Alvim (Silva, 2006).

Segundo os relatos dos sobreviventes e de outras testemunhas - entre as quais Luís Cabral e Carlos Correia, ambos funcionários da contabilidade da Casa Gouveia e futuros líderes da Guiné-Bissau independente –, perante a irredutibilidade do gerente António Carreira, recusando atender as reivindicações dos trabalhadores, estes resolveram avançar com a greve planeada, concentrando-se no cais e parando toda a atividade. Segundo Luís Cabral, face à ameaça do uso da força, “os trabalhadores em greve fecharam o portão de acesso ao cais de Pijiguiti, apanharam tudo quanto podia servir para se defenderem e aguardaram (…) poucos minutos depois ouviam-se os primeiros tiros: os soldados e a polícia tinham acabado de romper a frágil barragem do portão e penetravam no recinto do cais, atirando impiedosamente contra os grevistas, que, a princípio, ainda tentaram defender-se. Cedo, porém, depois de verem cair muitos companheiros, compreenderam que, diante da cruel realidade, a única solução era procurar fugir do cais, para escapar à morte” (Cabral, 1984). Após a repressão, vários grevistas e simpatizantes nacionalistas foram detidos, alguns torturados pela PIDE, numa frenética caça aos cérebros que estariam por detrás da greve, considerada como algo impossível de ser organizado por indígenas analfabetos.

A atitude do gerente Carreira pode ser encarada como uma demonstração de um poder imune a pressões indígenas, remetendo para quando lhe conviesse o aumento de salários que teria já sido aprovado pela CUF, e é reveladora do contexto de exploração económica e de sujeição política na Guiné. O modelo de controlo económico na Guiné desde sempre assentou fundamentalmente na exploração comercial da atividade existente, desde o tráfico de escravos às produções agrícolas. Para além do controlo da produção agrícola, das receitas das exportações, das receitas do imposto de palhota, era esperado, desta colónia, que garantisse a importação de bens como vinho e têxteis (Galli e Jones, 1987: 38). Neste contexto, o poder de empresas como a Casa Gouveia era incomensurável. Além disso, apenas recentemente, após a 2ª Guerra Mundial, o trabalho forçado tinha começado a ser substituído pelo trabalho assalariado, baseado no entanto, em salários muito baixos (por exemplo, os trabalhadores do porto recebiam parte do salário em senhas para produtos que funcionavam como forma de escoamento para a própria Casa Gouveia) e condições degradantes assentes no autoritarismo, na discricionariedade e na aplicação de castigos de vária ordem.

A repressão de Pindjiguiti acontece numa altura em que o Estatuto do Indigenato continuava ainda em vigor mas também em que os movimentos nacionalistas da Guiné começam a organizar-se com maior intensidade, incentivados pelo contexto internacional mais favorável às independências africanas. Embora existam diferentes versões sobre qual dos movimentos teria sido realmente mais inspirador da greve (Amado, 2006; Silva 2006), é relativamente consensual que algum trabalho de consciencialização e mobilização política tenha tido um papel relevante na organização da mesma.

Embora as caraterísticas desta repressão – menor expressividade do número de mortos por comparação com acontecimentos violentos em outras colónias e o facto de a violência irromper como resposta a uma greve e não de forma premeditada – tenham levado, por vezes, ao questionamento da sua denominação como massacre, a verdade é que os massacres não são fenómenos uniformes. Os acontecimentos de Pindjiguiti constituíram, por um lado, uma expressão real de uso excessivo da violência contra civis sem possibilidade de defesa, com requintes de teatralização desse excesso - são exemplos disso a referência a um comandante militar que teria atirado sobre cada uma das cabeças daqueles que se haviam refugiado no mar ou ainda ao facto de apenas a corajosa reivindicação das mulheres junto do Palácio do Governador ter impedido que os corpos fossem queimados e acabassem por ser restituídos às famílias - precisamente procurando neutralizar potenciais resistências ao colonialismo através do medo instigado pelo terror da violência sem restrição. Por outro lado, estes acontecimentos revestem-se de uma carga simbólica que viria a revelar-se fundamental na construção social e política do martírio e do heroísmo dos povos da Guiné como fundamentos da gesta de resistência e de libertação e da construção do Estado e da Nação.

Os acontecimentos do 3 de Agosto foram uma lição histórica para o nosso povo africano e para a direção do nosso partido (Cabral, 1965). A revolta e o massacre de Pindjiguiti seriam desde logo encarados e apresentados como o momento charneira que conduziria à reorientação do movimento nacionalista, e em particular do PAIGC, para a luta armada e para uma ação centrada na mobilização nas zonas rurais, em lugar dos centros urbanos, onde o poder colonial facilmente poderia conter as ações. A justificação da luta armada como única estratégia viável, em 1961-63, baseia-se na demonstração da falta de abertura do poder colonial que Pindjiguiti comprovava. São ainda frequentes as referências ao massacre, em memórias escritas e documentos de análise histórica, como o momento em que vários resistentes nacionalistas ganharam ou aprofundaram a sua consciência política e/ou iniciaram o seu percurso de clandestinidade: Domingos Ramos, Carlos Correia, Luís Cabral, são alguns dos exemplos.

Ao mesmo tempo, este percurso nacionalista pós-Pindjiguiti significa ainda o forjar de uma resistência moderna ao colonialismo, assente fundamentalmente no princípio da unidade entre povos e que procura diferenciar-se das resistências passadas, mobilizadas, muitas vezes, através de solidariedades étnicas. Inúmeras revoltas tinham ocorrido entre as décadas de 1920 e 1960, assim como foram constantes várias formas de resistência pacífica (fuga aos impostos, fuga ao trabalho forçado, boicotes, emigração para zonas remotas, queima das palhotas) (Forrest, 2003). No entanto, Pindjiguiti surge simbolicamente como o início de uma resistência que, ao contrário das outras, foi bem-sucedida, expulsando o poder colonial. Esta ideia é sintetizada num poema de Hélder Proença com referência aos mártires: “e o seu sangue floriu no 24 de Setembro [data da proclamação da independência] / secando as flores negras do imperialismoiii.”

A Liberdade nasceu no Pindjiguiti !!!ivApós a independência, a memória de Pindjiguiti seria mobilizada como um dos símbolos e fundamentos do Estado independente, indissociável do Partido, e, uma vez mais, da necessidade de unidade. A independência é celebrada como uma reposição da justiça que honra os mártires do colonialismo, com enorme destaque para as vítimas do massacre. É assim que o 3 de Agosto é declarado feriado nacional e que, entre 1975 e 1980, é levada a acabo uma série de iniciativas que consolidam a centralidade do imaginário do massacre.

As celebrações do feriado nacional, neste período, são vividas como momentos de grande intensidade, com enorme destaque e desenvolvimento na imprensa, contando com a presença dos sobreviventes, os quais são chamados a dar o seu testemunho às novas gerações, incorporadas na JAAC - Juventude Africana Amílcar Cabral. Contam ainda com a participação de convidados internacionais, nomeadamente representantes de outros movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas. Nos discursos de líderes guineenses e cabo-verdianos, tal como nos dos convidados, os marinheiros de Pindjiguiti incarnam o sacrifício de todos os outros povos, também eles massacrados em Mueda, Baixa do Kassange, Batepá ou até mesmo Wuatuay (Timor-Leste), acontecimentos que testemunham uma violência colonial partilhada e os laços estabelecidos pela luta internacionalistav.

Ao mesmo tempo, Pindjiguiti surge associado à consolidação da lealdade à luta reinterpretada como a continuação do projeto político do PAIGC, “o único partido legítimo representante do nosso povo tanto da Guiné como de Cabo Verdevi”. Trair a construção da “Pátria guineense-caboverdeana” torna-se sinónimo de trair “todos os sacrifícios consentidos”, a “bravura, com tanta grandeza e coragem que hoje nos dá uma força nova, uma grandeza nova para prosseguir”vii.

Em 1979 é inaugurado o monumento aos Mártires de Pindjiguiti no local aproximado das ocorrências. A inauguração coincide com a organização de um Simpósio internacional sobre o “Significado Político do Massacre de Pindjiguiti”, no qual Aristides Pereira discursou durante uma hora, considerando que “3 de Agosto de 59 foi precisamente a face oposta à tentativa dos colonialistas em travar a marcha da história do povo”, provocando exatamente a reação oposta e tornando-se por isso “no marco estratégico na luta contra o colonialismo”viii. Este discurso seria publicado pelo PAIGC com o título “Materializar os ideais dos Mártires de 3 de Agosto”, consolidando a construção da memória pública do massacre pelo partido.

O lugar de Pindjiguiti na construção da memória da luta de libertação e na fundação da Nação e da identidade guineense é particularmente central na poesia. A primeira publicação após a independência, a obra coletiva Mantenhas para quem luta (1977, Conselho Nacional de Cultura), reúne catorze jovens poetas, entre eles António Soares Lopes Júnior (Tony Tcheka) e José Carlos Schwarz, investidos de uma missão de criação de uma “poesia de combate”, “militante” que contribuísse para forjar uma consciência coletiva. Nesta coletânea, para além da memória de Amílcar Cabral, é à memória de Pindjiguiti que estes poetas mais se dedicam (Augel, 1998: 93-96), merecendo a designação no Prefácio da obra como “meninos da hora de Pindjiguiti”. Também na música se destaca o tema “Sol Garandi” dos Super Mama Djombo: “Na Pindjiguiti na utru ladu/ Pobis di no tchon fasidu limaria/ Na mon di colonialistas” (Em Pindjiguiti, em outros lados/ Os povos da terra foram tratados como animais/ Na mão dos colonialistas). É de notar que o próprio massacre teve um impacto na evolução da música guineense como instrumento de integração nacional. José Carlos Schwarz em entrevista ao Diário de Lisboa, em 1976, explicava que “depois de 59, as tabernas passaram a ser fechadas às sete horas (…) as autoridades coloniais impuseram o fecho das tabernas para impedir as reuniões e o trabalho político” acabando por levar ao quase desaparecimento do N’gumbé que se “tocava nos bairros populares, suburbanos”, mas com origens no campo; assim, “esmagado o N’gumbé (…) proliferam, em contrapartida, os conjuntos de influência europeia e americana”, “até que - a opressão gera resistência - também na música os jovens começaram a erguer-se”, levando à criação dos Cobiana Djazz com um princípio muito claro desde o início: “cortar com o passado” e “cantar em crioulo” (Augel, 1998: 395-401).

Além Pindjiguiti virou lagoa com cisnes imaculados nenúfares e gente-bem que vem e se instala sob o plasma do meu sofrimento e Morésix espreitando nas persianas do silênciox. Em 14 de Novembro de 1980, a Guiné-Bissau inicia uma nova fase política. O golpe de Estado conduzido por Nino Vieira conduz ao fim do projeto de Estado binacional e à separação entre Cabo Verde e Guiné-Bissau. No entanto, o massacre continua a ter um lugar relevante na consolidação e legitimação do PAIGC enquanto personificação da Nação. Se, até 1983, a data do massacre continua a merecer algum destaque na imprensa oficial, a partir de 1984, no entanto, a evocação de Pindjiguiti e do feriado de 3 de Agosto desaparecem das primeiras páginas do Jornal Nô Pintcha, e são remetidos para pequenas notícias nas quais, porém, os relatos dos sobreviventes continuam a constar (ex. 1985). Em 1996xi, Pindjiguiti desaparece completamente do conteúdo do Jornal. Curiosamente, nesse mesmo ano, em que Pindjiguiti é esquecido, no mês de Agosto, é dada grande cobertura à morte do General Spínola, incluindo um elogio ao mesmo por parte do Presidente Nino Vieira. Em 1997, nas vésperas do conflito militar que viria a assolar Bissau a 7 de Junho de 1998, mantém-se a ausência de referências ao massacre e ao feriado nacional que o evoca.

O aparente esquecimento ou a progressiva menorização de Pindjiguiti na memória oficial não impede que, em 1988, a Direção Geral da Cultura produza uma banda desenhada de vulgarização e consolidação da memória (ver Veiga, 1988) ou que prossigam as celebrações oficiais do feriado. No entanto, estas começam também a ser marcadas por um acentuar da dimensão laboral da contestação de 1959, e já não tanto como uma celebração da sua dimensão anticolonial. Em 1993, uma greve de marinheiros marca o aniversário do massacre. Desde então, periodicamente o feriado de 3 de Agosto é também usado pelos sindicatos como momento de protesto pela falta de pagamento de salários e outros motivos de reivindicação económica. Durante as celebrações de 2014, enquanto Domingos Simões Pereira desafia “todos os guineenses para criarmos um museu da resistência em honra e em memória de todos os resistentes e todas as pessoas que puseram as suas vidas em causa pela liberdade e pela dignidade”, o Secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné afirma “que os sonhos dos mártires de Pindjiguiti ainda não foram realizados, devido aos atrasos nos pagamentos de salários” (Página Global, 2014). Já em 2017, “as principais organizações sindicais, a UNTG e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes não tomaram parte oficialmente na cerimónia de homenagem aos mártires de Pindjiguiti em protesto contra o não cumprimento, por parte do executivo, do acordo de reajuste salarial, bem como em protesto contra a subida de preços dos produtos da primeira necessidade” (O Democrata, 2017).

Pindjiguiti torna-se, assim, também, no símbolo da desilusão com os rumos da política pós-colonial, irrompendo como momento de referência para a crítica à governação, aos desvios ao projeto revolucionário do PAIGC ou à indiferença social. Tony Tcheka, por exemplo, retorna a Pindjiguiti, já não para celebrar a luta e a independência mas para relembrar o ideal traído e sem frutos, tanto no poema “Perdão ao poeta”, anteriormente citado, como em “Ode a Pindjiguiti”: “Pindjiguiti é um sonho alado embalado ninado e assumido em colos minguados de muitas mães sem direito a parto” (Augel, 2012: 109).

O massacre de Pindjiguiti continua, hoje, a ser mobilizado por diferentes grupos sociais e políticos com objetivos distintos. Presente ainda na memória coletiva, este é acionado tanto como prova da legitimidade histórica de alguns atores políticos como, pelo contrário, enquanto referência à degenerescência e à traição do ideal libertador.


Versão alargada do capítulo: Roque, Sílvia (2018), 3 de Agosto de 1959, Massacre de Pidjiguiti, Bissau, in Miguel Cardina e Bruno Sena Martins (org.), As Voltas do Passado: A guerra colonial e as lutas de libertação. Lisboa: Tinta-da-China, 33-39.

Sílvia Roque é, desde 2008, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, tendo sido investigadora júnior entre 2005 e 2007 no mesmo centro. É ainda Professora Auxiliar Convidada do Mestrado em Estudos Africanos, no ISCTE-IUL desde 2017. Doutorada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2014), recebeu, em 2015, o Prémio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa pela sua tese de doutoramento. Realizou ainda um mestrado em Estudos Africanos (2007), no ISCTE-IUL-Instituto Universitário de Lisboa, e é licenciada em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (2002). Desde 2005 tem trabalhado em projectos de investigação no domínio das Relações Internacionais, em particular na área de Estudos para a Paz. Para além da Guiné-Bissau e de El Salvador, países onde concentrou a maior parte da sua investigação, colaborou ainda em projectos de investigação em Portugal e em Moçambique. Além disso, tem colaborado com organizações da sociedade civil e organizações internacionais na realização de estudos, formação e cooperação que visem a compreensão e a diminuição de várias expressões de violência (nota biográfica publicada no site do CES).

Referências bibliográficas

Amado, Leopoldo (2006) “Simbólica de Pindjiguiti na óptica libertária da Guiné-Bissau”. Disponível em: http://guineidade.blogs.sapo.pt/15548.html(link is external). Acesso 09.03.2018.

Augel, Moema Parente (1998) Ora di kanta tchiga. José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz. Bissau: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas.

Augel, Moema Parente (2012) “Espaços de pertencimento: Palmares e Pindjiguiti na poesia afro-brasileira e na guineense” Via Atlântica 22: 99-114. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/51684>(link is external). Acesso em: 09 mar. 2018. doi:http://dx.doi.org/10.11606/va.v0i22.51684(link is external)..

Cabral, Amílcar (1965) “Uma lição histórica” in Bragança, Aquino; Wallerstein, Immanuel (orgs.) (1978) Quem é o inimigo? II. Lisboa: Iniciativas Editoriais.

Cabral, Luís (1984) Crónica da Libertação. Edições O Jornal, reproduzido por Fernando Casimiro no blogue: http://www.didinho.org/Arquivo/PINDJIGUITIMEMORIASDEUMAREALIDADEPRESENTE...

fonte: esquerda.net

Gâmbia: Três ministros deram positivo para o Covid-19.

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O coronavírus continua a se espalhar dentro do governo da Gâmbia. Segundo o jornal L'AS que fornece as informações, embora os testes de coronavírus da vice-presidente da Gâmbia, Issatou Touray, tenham retornado positivos e que o presidente da República, Adama Barrow, esteja em quarentena, três outros ministros acabaram de pegar o vírus.

O Ministro das Finanças e Assuntos Econômicos, Mambureh Njie, seu colega de Petróleo e Energia, Fafa Sanyang, bem como o da Agricultura, Amie Fabureh, testaram positivo para Covid-19. As autoridades gambianas lembram o uso obrigatório de máscaras, o fechamento temporário de locais públicos não essenciais e a proibição de reuniões públicas.

fonte: seneweb.com

Emissoras guineenses suspendem transmissões em solidariedade à Rádio Capital.

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Em nota, as rádios e televisões comunitárias da zona norte condenam "ato brutal" e cobram das autoridades explicações sobre a invasão da coirmã. Num gesto de solidariedade, emissoras paralisam atividades por 24 horas.
Guinea Bissau Zerstörung Rádio Capital FM (DW/D. Iancuba)

Cerca de 10 rádios comunitárias e dois canais de televisão decidiram suspender as atividades por 24 horas esta segunda-feira (03.08) num protesto em solidariedade à Rádio Capital. A emissora teve o equipamento e as instalações destruídas no sábado (24.07), após ser invadida por homens fortemente armados, que estariam com o uniforme da polícia da Guiné-Bissau.

Em comunicado, os órgãos de comunicação social da zona norte da Guiné-Bissau insurgiram-se contra o que chamam de "ato brutal para silenciar a comunicação social” e saem em defesa da "liberdade de imprensa e do Estado de direito democrático”.

A Rádio Capital, por sua vez, informou neste domingo (02.08) que uma semana depois do ataque não viu progresso na condução da investigação por parte das autoridades competentes. O bastonário da Ordem dos Jornalistas Guineenses (OJG), António Nhaga, exige a celeridade na investigação.

"Como jornalista, [o ministro da Justiça Fernando Mendonça] deve utilizar a Polícia Judiciária para encontrar uma resposta pelo menos em duas semanas. Deve contribuir para a investigação. O que a OJG pede é que seja rápida esta investigação. Não queremos discursos bonitos, mas sim coisas concretas”, exige Nhaga.

Com o silenciamento de uma das rádios mais ouvidas de Bissau e que tem criticado a atuação do atual regime de Umaro Sissoco Embaló, o bastonário acha que há "uma narrativa que está a ser construída contra o jornalismo guineense, que é fazer o jornalista ter medo de ter acesso à fonte de informação”.

Guinea Bissau Journalist Antonio Nhaga (privat)

Nhaga: "Uma resposta em pelo menos duas semanas"

Para Nhaga, o que aconteceu com a Rádio Capital é uma tentativa de silenciar a imprensa de forma "muito soft”.

Ainda na semana passada, o Governo guineense "repudiou" o ataque à emissora. 

Sem previsão de volta

Uma semana depois do ataque, a direção da Rádio Capital fez saber que não há sinais que levem à descoberta da verdade sobre quem está por trás do ataque.

Nos últimos sete dias, a Polícia Judiciária ouviu os responsáveis da emissora da capital guineense e a direção da Empresa de Eletricidade e Águas do país. A empresa pública teria substituído um controlador de corrente elétrica, o que alegadamente teria provocado o corte de luz nas instalações da emissora horas antes do ataque.

"Baseado nas explicações do responsável de segurança que se encontrava na rádio no momento do ataque, [sabemos que] quem veio à rádio foram homens com armas automáticas - que só o Estado tem o direito de possuir - e uniformes policiais. Quando temos essas descrições, só podemos acreditar que é um ato com alguma ligação com pessoas do Estado”, diz Sabino Santos, um dos responsáveis pela emissora.

O ataque motivou reações de toda a sociedade civil guineense e de vários partidos políticos. Em nota divulgada à imprensa do país, a direção da Rádio Capital informa que ainda não sabe quando vai retomar atividades.

fonte; DW África

Angolanos vivem dias difíceis em Portugal.

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Grupo de cidadãos endereçou carta aberta às autoridades angolanas a reclamar mais atenção para residentes na diáspora que enfrentam sérios problemas, agravados pela Covid-19. "Passamos dificuldades", dizem doentes à DW.
Mande Joaquim Abreu é um dos doentes albergados em pensões na capital portuguesa

Mande Joaquim Abreu é um dos doentes albergados em pensões na capital portuguesa

Mande Joaquim Abreu, que sofre há 20 anos de insuficiência renal crónica, confessa que são inúmeras as dificuldades por que passa, juntamente com outros cidadãos angolanos a viver em Portugal. "Nós passamos dificuldades de vários tipos, a começar pela alimentação, as consultas e os medicamentos. Por quê? Porque o nosso Estado não paga", lamenta este paciente.

Submetido a dietas rigorosas, Joaquim Abreu faz parte dos doentes albergados em pensões na capital portuguesa, pagas pelo Estado angolano, que chegaram a Lisboa já em situação de muita debilidade. A situação de saúde, o impede de trabalhar em busca de mais recursos financeiros para reforçar o subsídio que recebe e que varia entre os 215 e os 270 euros. 

"Como não posso alimentar-me com a comida que é feita na pensão – porque não posso ingerir muito potássio e sal – faço a minha comida segundo a minha dieta. Não posso comer qualquer comida. E esse subsídio não chega", desabafa. Além disso, o valor não é pago regularmente. "Por exemplo, há dez meses que não recebemos subsídios. Só vamos receber o mês de março", diz Mande Joaquim Abreu.

Doentes e estudantes passam dificuldades

Segundo relatos ouvidos pela DW África, há um número considerável de angolanos a viver em situação de carência, alguns dos quais com trabalhos precários, que têm recorrido à ajuda de instituições de caridade e instituições de solidariedade social. Entre estes estão sobretudo os doentes e os estudantes que integram o grupo da migração transitória.  

Domingos Costa, dirigente da Associação de Apoio às Comunidades dos Países de Língua Portuguesa, diz que, de março até agora, com o surto da pandemia de Covid-19, tem atendido vários casos de famílias angolanas necessitadas. E quem mais recorre a estes pedidos de apoio não é a comunidade angolana que está em Portugal há muitos anos, "é a nova comunidade de angolanos que em Angola eram considerados de classe média alta e que, de repente, decidiram abandonar tudo e viver cá, uns por motivo de saúde", conta Domingos Costa.

Lissabon Portugal | Angolanischer Patient | Domingos Costa

Domingos Costa: "Estas pessoas acabam depois por cair numa pobreza extrema"

O dirigente associativo angolano lamenta, por outro lado, as dificuldades de muitos angolanos, agravadas com os bloqueios das transferências bancárias de Angola para Portugal. "Quando as notas de um país se vão desvalorizando, estas pessoas acabam depois por cair numa pobreza extrema", acrescenta. "Ou se um indivíduo tem uma reforma em Angola e as transferências atrasam-se, isso até sobrecarrega aqui a Segurança Social do Estado português."

Para dar resposta aos pedidos de apoio, Domingos Costa enaltece o apoio prestado pelas autarquias portuguesas, que têm acionado as sinergias das estruturas sociais locais direcionadas para ajudar os grupos de maior vulnerabilidade, tanto em alimentos como em medicamentos. 

Carta aberta a João Lourenço

Devido a estas amargas realidades, um grupo de cidadãos endereçou uma carta aberta às autoridades angolanas a pedir mais atenção para a qualidade de vida dos seus cidadãos na diáspora. Zeferino Boal, um dos promotores da missiva, apela ao Presidente de Angola, João Lourenço, a dar instruções à representação do Estado angolano em Portugal "para ajudar a resolver estes problemas; começar a organizar, planear e identificar verdadeiramente quais são os focos dos dramas sociais, porque infelizmente continua-se a trabalhar pouco na coordenação e na planificação."

Portugal Angola Patienten Coronavirus Alvalade Pension

Alguns angolanos estão alojados na Pensão Alvalade, em Lisboa

Boal reconhece que Angola enfrenta uma crise económica e financeira agravada pelo surto de Covid-19, mas acredita que, com o envolvimento de toda a comunidade angolana - nomeadamente as competências e capacidades dos angolanos bem posicionados na sociedade portuguesa - e o contributo das instituições que cooperam com o país, será possível dar uma resposta mais assertiva às fragilidades e dramas humanos. 

"É preciso agir. Tomarmos consciência [dos problemas] e unirmos esforços", defende. "Se temos angolanos e angolanas a residir em Portugal e estão estáveis na sua vida social e familiar e têm mecanismos de poder ajudar, a pergunta que deixamos é porque é que as autoridades angolanas não chamam essas pessoas e não procura com essas pessoas chegar mais longe?", questiona Zeferino Boal.

Os subscritores da carta aberta consideram, por outro lado, que "as relações institucionais e protocolos estabelecidos entre Angola e Portugal não podem servir um núcleo residual de cidadãos que gravitam em torno da bajulação e do compadrio de amizades."

Por causa de experiências do passado, Joaquim Abreu não acredita muito numa resposta eficaz e imediata por parte das entidades angolanas às inquietações expostas nesta carta aberta. "Sinceramente, duvido muito", remata.

fonte: DW África

Senegal: Perdoado por Macky Sall - O mais velho detido do Senegal, Pape Ndiaye, confessa ...

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Pape Ndiaye, 42, o caçula de Alioune Abatalib Samb, também conhecido como Ino, está livre após 24 anos de prisão.

Perdoado pelo presidente Macky Sall, na véspera de Tabaski, ele é o detento mais antigo do Senegal.

Filho único e solteiro, sem filhos, ele vive com sua família, em Rufisque, no distrito de Fass.

Nas colunas do jornal L'Observateur, ele confidencia sua libertação, sua prisão ...

Pape Ndiaye confessa que não acreditava no perdão presidencial.

Os outros presos saltaram de alegria quando souberam de sua libertação, disse ele.

Ele escapou da prisão duas vezes por motivos, disse ele, de que sua primeira condenação foi injusta.

"A prisão me transformou e devo gratidão a Ino", disse ele. Não sem insistir que ele deve fazer tudo para ter sucesso em sua reintegração social.

fonte: seneweb.com

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