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Desde domingo, radicais islâmicos mataram mais de 30 pessoas e atacaram
forças de segurança no nordeste da Nigéria. Efetivo militar foi
reforçado no Estado de Borno.
Vítimas foram mortas dentro de viaturas
Jihadistas mataram cinco agentes de segurança em três ataques
separados no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, informaram fontes
militares à agência AFP nesta quarta-feira (12.02).
O ataque foi
perpetrado por combatentes do grupo jihadista do Estado islâmico da
África Ocidental (ISWAP) nas cidades de Rann, Tungusche e Gajiganna.
Tungushe
- a 22 km da capital do Estado de Borno, Maiduguri - tem sido alvo do
ISWAP e de combatentes da fação rival Boko Haram. Os terroristas atacam
tropas e invadem aldeias à procura de comida e gado.
Desde
domingo, o Governo nigeriano decidiu reforçar a presença militar em
Borno, após integrantes do Boko Haram matarem mais de 30 pessoas,
incendiando carros onde dormiam. O massacre ocorreu no último domingo na
cidade de Auno, a 20 Km de Maiduguri.
Cenas macabras
Auno tem sofrido vários ataques de extremistas
As
cenas narradas pelas testemunhas são de absoluto terror. O grupo armado
queimou corpos de vítimas baleadas. Outras pessoas foram mortas dentro
de carros em chamas.
"Estávamos sentados no banco da frente do
carro e, inesperadamente, ouvimo-los gritar Allahu Akbar, que significa
'Deus é grande'. Depois, começaram os tiros", disse uma das testemunhas
ouvidas pela agência France Presse.
Outra testemunha diz que
escapou por pouco. "Mataram uma senhora no banco da frente do carro e
depois nós começámos a fugir. Vi-os matar mais de dez pessoas e a
queimar dois bebés no carro. Também sequestraram vários homens e
mulheres", disse outra testemunha.
O governador do estado de
Borno, Babagana Zulum, visitou, na segunda-feira (11.02), o local da
tragédia, onde alguns dos carros continuavam em chamas.
Auno
sofreu seis ataques do Boko Haram em sete meses. Militares acusam os
motoristas das viaturas incendiadas de terem desrespeitado um aviso
militar sobre o encerramento da estrada onde ocorreu o incidente.
Por
outro lado, o Governador de Borno acusou as forças de segurança de não
protegerem os viajantes e pediu-lhes que restabelecessem uma base
militar naquela zona, para além de reforçarem as patrulhas na estrada.
Instabilidade
Durante
o ataque, os terroristas raptaram várias pessoas, incluindo mulheres e
crianças. Pelo menos oito camiões com mercadorias foram incendiados, e
os assaltantes abandonaram o local do assalto depois de pilharem casas e
lojas.
O noroeste da Nigéria vive há anos em alerta permanente
devido à violência perpetrada pelo Boko Haram. O grupo radical islâmico
luta há dez anos para implantar um Estado de cunho islâmico no país -
que tem maioria muçulmana no norte e cristã no sul.
Em 2014, os
jihadistas raptaram em Chibok mais de 270 meninas, captando a atenção
mundial. 112 acabaram por ser recuperadas após negociações com o
Governo. A maioria, porém, permanece desaparecida.
O especialista
em segurança nigeriano Kabiru Adamu tem cada vez menos esperança quanto
à recuperação das vítimas. "Temos que estar cientes de que há atos de
guerra nesta região, lançaram-se bombas. As milícias terroristas que as
mantiveram prisioneiras anunciaram que já venderam as crianças. Algumas
delas casaram à força, o que mostra o quão difícil será para serem
libertadas", explica.
O que é o Estado Islâmico?
A origem do "Estado Islâmico"
A
trajetória do "Estado Islâmico" (EI) começou em 2003, com o derrube do
ditador iraquiano Saddam Hussein pelos EUA. O grupo surgiu da união de
diversas organizações extremistas sunitas e grupos leais ao antigo
regime, que lutavam contra a ocupação americana e contra o domínio dos
xiitas no Governo do Iraque.
fonte: DW África