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terça-feira, 21 de setembro de 2021

Chomsky: Lula Corre Risco de Ser Assassinado (publicado em 02.08.2021)

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A sucessão de acontecimentos de julho no cenário politico brasileiro fez o sóbrio e sempre “profético” analista americano Noam Chomsky, em conversas de sua residência no Arizona com este autor, do início ao fim do mês analisar a conjuntura de modo crescentemente preocupante, e trazer uma revelação bombástica sobre a situação caótica do País - mais especificamente, sobre a seguranca do ex-presidente Lula da Silva.

por Edu Montesanti

Considerando o misterioso encontro do dia 1 em Brasília entre Bolsonaro e William Burns, diretor da CIA, “sugestiva”, o legendário sociólogo e linguista estadunidense avalia que “um golpe militar não parece fora de questão”.

Ou na menos grave das hipóteses, a visita de Burns pode ter relação com o “andamento de um 'golpe suave', como o impeachment de Dilma por parte de um bando de gangsters corruptos, por motivos fraudulentos”, aponta Chomsky, ao mesmo tempo que descarta a possibilidade de Bolsonaro ser impedido. “No quadro do sistema parlamentar, muitas barreiras podem ser impostas”.

O jogo de interesses geralmente fala mais alto em democracias frágeis como a do Brasil que traz, já na Constituição, “brechas” para que existam, sempre que interessar possa a “alguns”, determinadas “barreiras” em favor dos detentores do poder.

“Há motivos para preocupação de que algum tipo de operação possa estar em estágio de planejamento, para levar adiante o 'golpe suave' da última década”, afirma “o intelectual mais respeitado da nossa geração” segundo The New York Times, observando com grande preocupação as ameaças do às eleições do ano que vem pelo presidente brasileiro que, em sua concepção, “trabalha abertamente no descrédito, ao estilo de Trump, da eleição que ele não venha a ganhar”.

Igualmente procurado para comentar a reunião do presidente brasileiro com o chefe da CIA, o denunciante americano John Kiriakou, ex-agente da Agência Central de Inteligencia, considerou-a "estranha", apesar de apontar que não são incomuns encontros de agentes secretos dos Estados Unidos com seus homólogos e até presidentes de países aliados.

Deep State 

No Brasil, tem sido considerada por alguns especialistas a possibilidade de a visita de Burns ao Brasil como coordenada pelo chamado “deep State”, ou em tradução livre “Estado permanente” (segundo a ideia do termo).

Teria, assim, fugido ao escopo do presidente Joe Biden, quem tem se manifestado, desde o início do mandato em janeiro passado, como oponente de Bolsnaro.

Kiriakou desconsidera completamente esta hipótese, afirmando que essas reuniões nunca são secretas do presidente americano.

“Na verdade, o diretor da CIA geralmente leva uma mensagem do presidente dos Estados Unidos ao presidente que ele está visitando”, observa o primeiro oficial da inteligência dos Estados Unidos a denunciar o método de torturas da CIA contra prisioneiros suspeitos de atos terroristas.

A mão de Biden

“Biden faz parte do Estado permanente. Ele está em Washington desde 1972. Foi senador, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, presidente do Comitê Judiciário do Senado e vice-presidente [de Brack Obama]. Foi Biden quem enviou Burns para se encontrar com Bolsonaro”, afirma Kiriakou.

Fechando com chave de enferrujado latão o mês de julho que acumulou mais ataques crescentes à já combalida democracia brasileira por parte de Bolsonaro e seu entorno, “gangsters” segundo o pensador americano, tudo isso sob a mais dócil passividade do sistema de Justiça, do Congresso e da oposição ao “governo”, surge a “promotora de justiça” da cidade paulista de Arthur Nogueira para advogar pela causa de um empresário que, simplesmente, ameaçou de morte o ex-presidente Lula, através de um vídeo com revolver nas mãos.

Evidenciando, um vez mais, que arbitrariedade e pateticidade não encontram limites nos dias de hoje no Brasil, a “promotora” Maria Paula Machado de Campos determinou que José Sabatini fez uso da “liberdade de expressão” ao ameaçar matar Lula.

Para Maria de Campos, “O direito penal não pode ser usado para intimar, calar ou censurar o indivíduo na sua livre manifestação de pensamento”.

Sobre “possiveis excessos”, a “promotora alegou que o empresario agiu deixando-se “comover pelo atual momento político do país” pois, segundo ela, tem havido uma “intensa polarização política da sociedade”, com a multiplicação de notícias veiculadas pela mídia diariamente, sobre todo tipo de tema”.

A evidente conclusão disso, que abre sérios precedentes à segurança do Lula e da própria democracia tupiniquim, é que Sabatini é vítima – e o ex-presidente, culpado.

Lula acaba culpado pela ameaça que sofreu e pela profunda atmosfera de ódio, a polarização abordada pela “promotora”.

“Raciocínio” evidenciado na decisão do Ministério Publico de Artur Nogueira a exemplo dos sucessivos, crecentes crimes contra o Estado de direito pelos usurpadores do poder no Brasil, que vem assustando todo o mundo.

Logo em seguida perguntado se Lula corre risco de ser assassinado, Chomsky explica o cenário brasileiro, remumindo-o da seguinte maneira:

“Por uma década, um 'golpe suave' está em andamento para reforçar o domínio da riqueza e do poder privados. Este programa poderia ter sido interrompido, se Lula tivesse sido autorizado a concorrer nas eleições presidenciais de 2018.

“Essa ameaça [da candidatura de Lula] foi tratada enviando-o para a prisão sob acusações frágeis, como agora se reconhece, e impedindo-o de dizer uma palavra pública durante a campanha.

“As pesquisas indicam que ele provavelmente venceria se tivesse permissão para concorrer no próximo ano.

“Há, lamentavelmente, motivos consideráveis para temer que medidas mais extremas possam ser tomadas desta vez para garantir a perpetuação do desastre que se desdobrou para o Brasil sob a mão de Bolsonaro, e com a destruição da Amazônia, para o mundo.”

Questionado se, por medidas mais extremas, o analista refere-se a um assassinato, Chomsky responde:

“Medidas mais extremas podem incluir matá-lo. Isso não está descartado.”

Terão a ameaça a Lula e a subsequente, inconcebivelmente arbitrária determinação da "promotora" de Artur Nogueira sido elaboradas em alguma espécie de "laboratório", quem sabe ainda made in USA a fim de de gerar "efeito dominó" que atente contra a vida do ex-presidente que lidera crescentemente todas as pesquisas eleitorais, diante da queda livre da popularidade de Bolsonaro?


A história está recheada de fatos assim, a começar a da política brasileira com a própria CIA. Tendo 1964, paixão declarada de Bolsonaro, como seu mais amargo precedente.


fonte: pravda.ru

BRASIL: As gangues da Cidade da Bahia.

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Uma loucura o que está ocorrendo em Salvador, velha capital do Brasil e da Bahia, com a explosão da violência entre gangues. Coisa que só se tinha ciência na Nova Iorque do século 19 e dos subúrbios mexicanos neste século atual. A cidade vivendo nos últimos dias cenários de batalha campal entre as gangues de traficantes que está deixando a população de vários bairros vulnerável por demais. Quem mora nas regiões afetadas jamais vai se acostumar, como os moradores das comunidades do Rio de Janeiro jamais se acostumarão. É uma juventude que está cada vez perdida.

Jolivaldo Freitas

Estive na Chapada Diamantina, recentemente, e ouvi queixas dos moradores do distrito de Cascavel, num recôndito de Ibicoara, que estão assustados com a ação das gangues. A droga chegou também para valer lá e em outros cantos da Chapada Diamantina. Já Salvador está loteada por grupos conhecidos. O Bonde do Maluco está presente em Brotas, Campinas de Brotas, Federação, Engenho Velho da Federação, Garcia, Suburbana e Cajazeiras. Valéria vive a guerra entre a Katiara e o Bonde do Maluco.

Comando da Paz

O Comando da Paz que se juntou ao Comando Vermelho domina o Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho e tenta invadir áreas do PCC e Katiara na Federação e Ondina. O subúrbio foi fatiado entre as facções e em Plataforma e Coutos a luta por território ocorre toda semana.

Interessante é que a participação de grupos diversos no sistema de tráfico em Salvador ganhou força a partir do final dos anos 1990. Até este período o tráfico de drogas em Salvador tinha um endereço certo. Quem organizava e controlava era Raimundo de Souza, conhecido como Ravengar. O centro de comercialização era o Morro do Águia, na Fazenda Grande do Retiro e de lá Ravengar administrava 15 pontos na capital.

Sua prisão deu fim ao monopólio e abriu espaço para o surgimento de diversos grupos, que hoje se matam continuamente, isso sem falar dos grupos que têm menos força como o do Perna e o Atitude ou Mercado do Povo que pouco se ouve falar. Claro que drogas sempre existiram. Mas até o final dos anos 1960 a senhora e o senhor só veriam drogados amiúde se fosse nos bregas, no Porto da Barra ou lá em Arembepe na aldeia hippie. Tudo escondido da polícia e o pai não podia sequer desconfiar. Menino que fumasse cigarro levava tapa na boca. Se fosse o do Satanás o vizinho dedurava.

Brasil está sitiado

Mas o Brasil está sitiado. Perdemos playboy. São muitas as facções na briga para atender à demanda de viciados que também é cada vez mais crescente. O PCC (Primeiro Comando da Capital) atua em 23 estados. O CV (Comando Vermelho) está forte em 7 estados. A Família Monstro em 2. A Okaida também em 2. A FDN (Família do Norte) em 1. Isso sem falar nos novatos e nas gangues que atuam de forma autônoma nos 5.568 municípios brasileiros. Está difícil sobreviver ao caos.  

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Escritor e jornalista. Email: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br


fonte: pravda.ru

SENEGAL: Imprensa - A precariedade dos jovens repórteres do diário "Le Témoin" exposta.

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O diário privado "Le Témoin" enfrenta dificuldades internas. Os estagiários do jornal estão em greve há quase um mês. Assim, eles quebraram o silêncio em um comunicado à imprensa publicado neste domingo, 19 de setembro.

Um vento de revolta sopra em um dos órgãos de imprensa mais emblemáticos do Senegal. O Coletivo de jovens repórteres do diário "Le Témoin" observou uma mudança de ânimo desde 23 de agosto. Esses jovens repórteres exigem uma mudança no status de trainees, que alguns vêm arrastando há vários anos.

“Depois de mais de quatro anos de serviço à 'Testemunha', todas as promessas de restaurar os direitos dos jovens repórteres não tiveram sucesso. A condição de empregado que trabalhou por todo esse tempo em uma empresa não pode ser reduzida a um simples estagiário sem vínculo, como é atualmente o caso da “Testemunha”. Apesar das assinaturas dos artigos entregues, não há qualquer menção a este estatuto de estagiário ", disse o colectivo de jovens repórteres do diário" Le Témoin "no comunicado de imprensa.

Esta situação é ainda mais insuportável para o coletivo, pois o grupo Media Communication lançou corpos digitais e recrutou novos agentes. No entanto, disse o comunicado de imprensa, o grupo afirmava que a crise financeira causada pela pandemia de Covid-19 os estava penalizando.

“O dinheiro é o cerne da questão”, diz o ditado. O coletivo quer uma reavaliação de seus emolumentos. Os valores que recebem atualmente são considerados irrisórios. "O Coletivo de jovens repórteres da '' Testemunha '' considera inaceitável que um jornalista receba como salário uma mísera soma de 60.000 F que, pior ainda, é dividida quase todo final de mês em migalhas de 20.000 ou 30.000 F. Com a continuação dos adiantamentos do dia de pagamento sem fim e nunca contados para serem reembolsados ​​”, evoca o comunicado.

Os jovens repórteres fizeram questão de soar o alarme sobre suas situações pessoais: “Por sermos jovens líderes e pais de família, estamos alertando que estamos sob ameaça de expulsão de nossos doadores e temos dificuldade em atender às necessidades de nossos famílias.

Os grevistas dizem que, no dia-a-dia, alguns funcionários seriam bem pagos com menos esforço do que eles. “Nós, jovens repórteres, somos aqueles que atuamos no campo na precariedade enquanto alguns de nossos colegas, pagos três vezes em relação a essas migalhas que percebemos, são facilmente lacrados em casa para entregar reportagens copiadas e coladas coletadas nas redes sociais e outros comentários recolhidos por telefone ”, argumentam os jovens repórteres do diário“ Le Témoin ”.

O coletivo primeiro abordou a Inspeção do Trabalho. Diante da intransigência do diretor-geral do jornal, Mamadou Oumar Ndiaye, o caso foi transferido para a Justiça do Trabalho.

fonte: seneweb.com

BRASIL: Até quando abusarão da nossa paciência.

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Claudio da Costa Oliveira, competente e talentoso economista, Diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), nos brinda, sob codinome de Doroteu Satúrnio, com o livro “A Segunda Privataria Como o Partido dos Trabalhadores - PT iniciou a destruição da Petrobrás” (Altadena Editora, RJ, 2021).

E, na capa do livro, a citação latina “est modus in rebus”, cuja melhor tradução ouvi, há quase 70 anos, na Faculdade Nacional de Direito (FND): devagar com a louça. E me inspirou, para título deste artigo, a conhecidíssima citação do orador romano Marco Túlio Cícero (106 a.C - 43 a.C.): "Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”.

Neoliberais

Pois é, até quando neoliberais e liberais que, por quase toda nossa história, governaram o Brasil, continuarão a nos explorar colonizadamente, deixando um mínimo para sobreviverem, aqueles estritamente indispensáveis para manutenção da máquina de transferência da riqueza nacional para o exterior funcionando.

No livro do Claudio Oliveira, fartamente documentado e demonstrado, estão não só as falácias habituais da desacreditada imprensa, que ecoa a pedagogia colonial, sem qualquer pudor nem receio de represália, mas as contraditórias, incompatíveis ações do PT, no palanque, na oposição e quando no governo.

O brilhante doutorando Felipe Quintas levantou a hipótese, muito factível, que as finanças, que ficaram à sombra no golpe de 1964, estariam preparando a “redemocratização”, para irem mais profundamente à conquista do poder, no Brasil.

Luta pela democracia

Realmente, a luta pela democracia parece ser necessária apenas para a mais ampla liberdade das finanças subtraírem tudo o que aqui existe: natural ou construído, cultural ou insciente, transcendente ou material. Pois elas estão nas matas, nas refinarias, na música e na subsistência, nas pentecostais e nos bancos. E apenas elas, as finanças, os gestores de ativos.

Vão muito mais longe do que os poderes constitucionais, como Claudio Oliveira exemplifica com a ação tentacular da Shell, no Brasil. Naqueles tempos da FND, a figura do polvo estava associada a outra das sete irmãs, a Esso, hoje Exxon; já superada pela Shell, no Brasil. Mas uma tanto quanto a outra apenas sugavam nossos patrimônios, fossem qual fossem as origens.

E, acreditem caros leitores, não é um entusiasmo redacional, hoje as finanças estão intimamente envolvidas com os capitais marginais: das drogas, dos contrabandos, de toda sorte de corrupção e outras ações criminosas. Vejam a corrupção da própria lava-jato, muitas vezes superior aos milhões de dólares que levaram meia dúzia de ladrões de galinha à prisão.

“O que é roubar um banco comparado a fundar um?”, na frase do dramaturgo alemão Bertholt Brecht (1898-1956). Avaliem, e Claudio Oliveira vos auxilia nesta faina, o que a lava-jato, direta e indiretamente, levou do patrimônio nacional. Ou teria alguma razão o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) e outros órgãos estadunidenses se imiscuírem tanto e tão profundamente num processo, de uma vara da justiça federal, numa cidade do interior do Brasil?

Neste livro fica patente que todo esforço da equipe altamente qualificada de profissionais e técnicos da Petrobrás, que produzem do pré-sal a US$ 2,50/barril, serve apenas para o lucro das petroleiras estrangeiras e seus grandes acionistas, os fundos gestores: Vanguard, State Street, Fidelity, Wellington, JP Morgan, Franklin, Capital Research etc.

Doroteu Satúrnio demonstra que depois da privataria tucana, veio a privataria petista e nos encontramos, hoje, na privataria bolsonária.

Nem todos enchendo seus próprios bolsos, mas todos, sem exceção, colaborando para a alienação do patrimônio brasileiro, para este imenso assalto que se pratica contra o povo e o Estado brasileiro.

E deixa a mensagem: quem erra e não se arrepende nem Deus perdoa.

Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

Pravda.Ru

Contacto: jornalpravda@gmail.com



Rússia: 1822-2022 - A Submissão e Manipulação do Mundo do Trabalho.

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Mário Maestri


Em 7 de setembro, a cada ano, festeja-se a independência dos escravistas, em 1822, e a capacidade das classes dominantes de manterem o mundo do trabalho e a população na subordinação, jamais tão plena como nos dias atuais.

Em 7 de setembro de 1822, as províncias luso-americanas rompiam com o Estado absolutista português, obtendo suas independências, ao igual do que ocorria, desde 1810, com as províncias hispano-americanas. Porém, ao contrário das últimas, faziam-no em forma unitária. Até hoje as razões do unitarismo brasileiro assombra não apenas a historiografia tradicional, com dificuldade em explicá-lo. Como nas colônias espanholas, pouco unia as províncias luso-brasileiras. A América portuguesa fora sempre mosaico de regiões semi‑autônomas, de frente para a Europa e para a África, de costas umas para as outras. Elas exportavam pelos portos da costa seus produtos e importavam manufaturados e cativos. Eram frágeis os contatos entre as capitanias-províncias e inexistia qualquer coisa como um mercado nacional. 

Os grandes proprietários controlavam o poder regional e viviam em associação subordinada às classes dominantes portuguesas metropolitanas. Eles sentiam-se membros do império lusitano, possuíam laços identitários regionais, desconheciam sentimentos de ´brasilidade’, impensáveis na ausência de entidade nacional. O Rio de Janeiro estava mais próximo de Angola do que da maior parte do resto da colônia. Em inícios dos anos 1820, nas províncias luso-brasileiras, atuavam iguais forças centrífugas que explodiram a América espanhola em constelação de repúblicas, apesar de suas classes dominantes terem  o espanhol,  o catolicismo e a Espanha como língua, religião e metrópole comuns. 

A Sonhada Independência das Províncias

Quando da crise dos anos 1820, as classes dominantes regionais almejavam a independência em relação à Lisboa e ao Rio de Janeiro; nacionalizar o comércio português; resistir ao abolicionismo inglês do tráfico internacional de trabalhadores escravizados; reinar sobres suas províncias. Elas dividiam-se em torno de soluções monarquistas e republicanas, federalistas e separatistas. No Norte, Nordeste, Centro-Sul e Sul, eram fortes o republicanismo e o separatismo. A tendência dominante era a explosão do Reino do Brasil também em uma profusão de repúblicas ao igual que a América Hispânica. Porém, as províncias luso-brasileiras emergiram da Independência coercidas por monarquia autoritária e centralizadora, sob o tacão do herdeiro da coroa lusitana.

Sobretudo, os grandes proprietários preocupavam-se em obter a independência e não comprometer a escravidão, fundamento da produção de riquezas em todas as províncias. Choques militares entre as classes proprietárias provinciais e as tropas portuguesas, na luta por independência radical, e entre as províncias, na definição das novas fronteiras das diversas nações nascentes, fragilizariam a submissão dos cativos e a manutenção do tráfico. A guerra levaria ao arrolamento e à fuga de cativos, como ocorrera no passado. A recente insurreição vitoriosa dos cativos no Haiti aterrorizava os escravistas. As novas nações luso-brasileiras que abolissem a escravidão acoitariam cativos fujões. Nenhuma delas, isoladas, resistiria ao abolicionismo britânico do tráfico.

A independência e o Estado monárquico, autoritário e centralizador foram paridos pelos proprietários escravistas das grandes províncias e pelos poderosos traficantes de cativos. Os ideários republicanos, liberais, separatistas e federalistas provinciais foram reprimidos e enviados às calendas. A independência do Brasil foi a mais conservadora das Américas. Os senhores brasileiros de homens e de terras romperam com o Estado absolutista português e entronizaram o autoritário herdeiro do reino lusitano. Cortaram as amarras com a ex-metrópole e transigiram com os seus interesses mercantis e de sua casa real. Substituíam o tacão de Lisboa pelo do Rio de Janeiro. Mantiveram-se unidos para garantir, por mais seis décadas, a dura exploração do trabalhador escravizado. Mas tudo se paga nesta vida. A independência conservadora, autoritária, elitista partejou um país semi-colonial. A economia seguia sendo fortemente determinada pela Inglaterra, ainda que as classes dominantes tupiniquins mantivessem as rédeas políticas do país, funcionando como feitores-proprietários de imensa fazenda escravista trabalhando em boa parte para acionistas europeus. (MAESTRI: 2019, p. 15-34.)

Sem Novidades no Front

Em 7 de abril de 1831, o autoritário príncipe português foi defenestrado pelos liberais exaltados. Entretanto, o poder sobre o país deslizou, primeiro, para os liberais moderados e, mais tarde, para os conservadores.  Inicialmente, foram feitas pequenas concessões federalistas, mantendo-se o núcleo do autoritarismo centralista sobre as províncias. Através do país, liberais provinciais sublevaram-se contra o poder central apenas para mostrar sua pusilanimidade. Depuseram as armas e submeteram-se ao centralismo quando cativos e livres pobres se incorporaram à luta. Preferiram ser ricos feitores de cativos do que arriscar-se como dirigentes de homens e trabalhadores livres de suas regiões. O escravismo seguiu intocado. A escassa autonomia regional concedida seria logo confiscada, pelas forças que dariam origem ao Partido Conservador.

Em 1848, em Pernambuco, ocorreu a última revolta liberal, a Praieira, que seguiu sem propor o fim da ordem negreira e a aliança com as classes exploradas. O sucesso da cafeicultura escravista construiu a longa estabilidade do trono de Pedro II, o último soberano negreiro no mundo. O abolicionismo foi o primeiro movimento nacional revolucionário que uniu cativos, libertos, livres pobres, intelectuais e mesmo alguns proprietários. Ele lutava pelo fim da escravidão e pela modernização social e institucional do país.  A direita abolicionista defendia campanha que vetasse a participação dos cativos e obtivesse a abolição da servidão no parlamento.  O “Fique em casa” vem de longe em nossa história!

Em duríssima luta, os trabalhadores escravizados e o abolicionismo radicalizado impuseram o fim da escravidão, em 13 de maio de 1888, a data magna de nossa história. (CONRAD, 1975.) A “revolução abolicionista” pôs fim a séculos de hegemonia do modo de produção escravista colonial, unificando trabalhadores livres e escravizados. (GORENDER, 2011.) O conservadorismo sempre procurou confundir o movimento abolicionista revolucionário com a assinatura da Lei Áurea pela princesa negreira, para desqualificar a única revolução social até agora vitoriosa  no Brasil, através, sobretudo, da ação das classes escravizadas. (GORENDER, 1990.)

Construção do Brasil Estado-Nação

Com a Abolição, a monarquia centralista, eterno escudo da ordem escravista, perdia a razão de ser. O golpe de 15 de novembro de 1889, apoiado pelo Partido Conservador, contra o frágil reformismo liberal vencedor das eleições, impôs república latifundiária, elitista e sobretudo radicalmente federalista. A nova ordem desarticulou completamente o abolicionismo reformista nacional. Na “República Velha” (1889-1930), as oligarquias rurais passaram a reinar quase soberanas sobre as províncias metamorfoseadas em estados, seguindo a super-exploração dos trabalhadores, legalmente livres, mas desprovidos de direitos políticos e sociais e organizações de classe. Prosseguiu o status semi-colonial do país, escorchado sobretudo pelo capital inglês. O glorioso exército republicano chorou pitangas para massacrar a República sertaneja de Canudos, em 1896-7. 

A  “Revolução de 1930” impulsionou a metamorfose do Brasil em Estado-nação, construído em torno da burguesia industrialista emergente do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, que explorou em forma semi-colonial o resto do país, com destaque para o Nordeste e o Norte.  Sob a ordem burguesa getulista, apenas se relativizou o escorcho de facções dos trabalhadores urbanos, usados como força de apoio contra as oligarquias rurais apeadas do poder político central, sem perderem seus privilégios. O latifúndio manteve-se intacto e as leis trabalhistas não chegaram ao mundo rural.  Os trabalhadores foram mantidos sob o cabresto do populismo burguês e do colaboracionismo desenvolvimentista do PCB.  Após a “redemocratização” de 1945, controlada pela classe dominante e pelo imperialismo, o mundo do trabalho avançou como jamais, sem alcançar a superar as direções populistas e pecebistas que o entregaram de mãos atadas ao golpe de 1964.

Durante o longo período getulista  e após o apeamento do liberal-castelismo, em 1967, pelo desenvolvimentismo militar, retrocedeu relativamente a submissão semi-colonial do país. A burguesia industrialista do Centro-Sul fora a inspiradora e a favorecida daqueles dois processos. Quando o getulismo e o desenvolvimentismo militar-ditatorial entraram em crise, temendo a ação dos trabalhadores, a burguesia nacional negou-se a enfrentar o imperialismo, lutando pela superação do caráter semi-colonial do país, sobretudo em seu proveito. Em 1954, abandonou Vargas, que preferiu o suicídio a convocar os trabalhadores; em 1964, desertou a autonomia nacional, preferindo a associação ao imperialismo;  em 1985, escancarou a nação aos assaltos do grande capital e do imperialismo, contentando-se com os restos do banquete pantagruélico. 

A burguesia nacional revelou-se historicamente incapaz de dirigir a superação dos laços semi-coloniais do país, restando ao mundo do trabalho transformar-se em demiurgo da independência nacional, já necessariamente associada à emancipação  social. A resistência armada ao golpe de 1964 deu as costas aos trabalhadores, sob a direção voluntarista da pequeno-burguesia radicalizada, por um lado, e do colaboracionismo do  PCB, que seguia propondo aliança  com a burguesia democrática que promovera a ditadura, por outro. A derrota foi enorme.  O impasse foi superado com o ingresso dos trabalhadores na arena social e política. Com a retomada da ação sindical, em meados dos anos 1970, o mundo do trabalho conheceu os talvez únicos momentos em que disputou a centralidade da vida social e política do país com o grande capital. Movimento que levou à fundação do PT, tendencialmente anti-capitalista, e da CUT, fortemente classista, e do MST. 

A Descontração do Brasil Estado-Nação

A dita transição democrática, em 1985, deu-se mais uma vez sob o controle do imperialismo e da burguesia nacional, apoiados pela oposição colaboracionista. A direção política surgida das grandes mobilizações classistas não alcançou a se levantar como alternativa, chamando a greve geral pela pleito direto para a presidência, proposta que horrorizou a oposição burguesa e colaboracionista. A derrota da luta pelas “eleições direitas” circunscreveu tropeço do movimento social de amplitude histórica. Foi eleito indiretamente oligarca maranhense que apenas abandonara o partido de sustentação da ditadura. As perdas da população, dos trabalhadores, etc., quando do longo período ditatorial, foram mantidas. A caserna golpista e seus criminosos seguiram intocados, pronto para um novo bote, quando fosse necessário. O Brasil definitivamente não é para iniciantes.

Com a “redemocratização” de 1985,  o imperialismo e a burguesia nacional monopólica iniciaram o assalto dos recursos nacionais e das empresas estatais construídas sobretudo durante o getulismo e o desenvolvimentismo autoritário militar pós-1967. A internacionalização, desindustrialização e desnacionalização da economia e dos recursos nacionais, promovidas por todos os governos que se sucederam a 1985, de José Sarney a Dilma Rousseff, radicalizaram o caráter semi-colonial do país, preparando sua superação patológica em 2016. A derrota do mundo do trabalho foi nacional e internacional. Em fins dos anos 1980, o mundo conheceu o tsunami neoliberal que abriu as portas para a Era Contra-Revolucionária que ainda vivemos. Muito logo, PT e CUT entregaram-se às delícias da administração direta e indireta do Estado burguês. (GONÇALVES, 2011.)

O PT metamorfoseou-se em organização social-democrática e, logo, social-liberal, gestora do Estado em favor do grande capital. De partido da militância nucleada tornou-se  aparato de capas-pretas. Dezenas de milhares de sindicalistas, intelectuais, cientistas sociais, políticos, militantes mergulharam com singular gosto no vórtex acolhedor do colaboracionismo, sendo retribuídos por décadas como prepostos do grande capital. Nos seus quatorze anos na chefia da nação, o petismo não concedeu sequer uma concessão estrutural aos trabalhadores e à população: 40 horas semanais de trabalho;  estabilidade por tempo de serviço; real universalização da saúde e do ensino público de qualidade; recuperação e interrupção das privatizações, etc. O salário mínimo seguiu funcionando como o terrível libambo dos trabalhadores. Arbitrado também pelo petismo muito abaixo de seu valor real, ele jamais foi capaz de sustentar em forma minimamente digna uma família. Dava-se o que “era possível”, diziam os governantes petistas, repetindo o mantra patronal.  

O petismo no governo federal subscreveu o talvez maior saque jamais conhecido pela população da “Terra do Brasil”, através de juros usurários aplicados aos cartões de crédito, aos cheques ditos especiais, aos empréstimos variados, etc. Entregou parte crescente e substancial da aposentadoria dos trabalhadores aos banqueiros e espertalhões, com o desconto em folha de pagamento através do maldito crédito consignado. Em suas Memórias, Zé Dirceu propôs cinicamente como  grande obra do petismo a “bancarização de dezenas de milhões de brasileiros”. (DIRCEU: 2018, p. 364.)  Eufórico com sua obra, o petismo pôs fim retoricamente à classe operária no Brasil, anunciando que todos eram agora classe média! Proposta de emancipação do mundo do trabalho brasileiros que rodou o mundo. (MAESTRI: 2019, p. 79-277.)

2016: A Reversão Neo-Colonial Globalizada do Brasil

O golpe de 2016 não foi contra o PT e, muito menos, contra Dilma Rousseff, que se dispôs e iniciou a sugar sem dó a medula dos ossos dos trabalhadores e da população para seguir agarrada no governo. Há muito, o mundo e o capital radicalizavam suas exigências e necessidades. O imperialismo estadunidense, em regressão relativa e acossado pelo imperialismo rompante chinês, necessita submeter sua periferia a situação de novas colônias na Era da Globalização.  Definimos esse processo, no relativo ao nosso país, como transição de status semi-colonial a “neo-colonial globalizado”, em Revolução e Contra-Revolução no Brasil: 1530-2019. (MAESTRI: 2019, p. 331.) Em outras palavras, um país produtor de grãos, de energia, de minerais, de carne e de produtos industrializados de baixa tecnologia. Uma nação que não controla mais suas grandes decisões políticas e econômicas, tomadas no exterior, como antes de 1822.

A desorganização e fragilização do movimento social e sindical e, sobretudo, a desossificação da economia e sociedade nacional haviam preparado o bote imperialista, que foi vitorioso, sem qualquer oposição de fato, nem antes, nem durante, nem após sua conclusão. PT, Lula, CUT e seus puxadinhos se esforçaram para manter a população fora das ruas, sem se confrontar com o golpismo. Dilma Rousseff se apresentou, de livre e expontânea vontade, impudicamente, ao Senado, em agosto de 2016, para defender-se,  legalizando a farsa montada pelo tribunal inquisitorial golpista. Quando a população começou a mostrar vontade de combater, nas ruas, o golpe e o governo Temer, o colaboracionismo, com o PT e Lula da Silva à cabeça, mandou todos para casa, para prepararem as eleições de 2018, apresentadas como o caminho da libertação. No ano seguinte, a Pandemia facilitou e consagrou o “Fique em casa! Salve vidas”, enquanto os trabalhadores, a população e o país eram arrasados. (MAESTRI: 2020.)

O golpe fora dado literalmente por aqueles a quem o petismo servira no governo. No frigir dos ovos, não havia contradição com o remédio proposto, mas sobretudo com a dose única para mastodonte que o golpismo propunha aplicar.  O golpe exigia salto de qualidade que sequer o colaboracionismo petista podia conceder ou praticar. E ele era possível apenas com derrota geral e histórica do mundo do trabalho e da população. Conformando-se à realidade, petismo, apêndices e semelhantes preocuparam-se em manter-se como oposição consentida da nova ordem, qualquer coisa como um neo-MDB, oposição consentida da ditadura de 1964. Sobretudo, não havia que romper os laços umbilicais com o Estado, em profunda metamorfose. Rompimento que poderia pôr em perigo as mordomias que se seguia mantendo na administração cada vez mais formal do Estado, através de governadores, senadores, deputados, vereadores et caterva, igualmente desinteressados no combate efetivo da destruição em curso do país. 

Não toquem a Lava-Jato!

Enquanto o golpismo avançava, enorme parte da esquerda que se propõe radical se negava igualmente a lutar contra ele, sob as mais diversas escusas: para não “apoiar” o governo petista; por que o golpe era uma farsa, como propôs Jones Manoel, entre outros. Em 2 de abril de 2016, pouca semanas antes da vitória golpista, o youtuber postava no Facebook: “Não, não prestamos qualquer apoio ao Governo do PT e não entramos na histeria do golpe.” (MAESTRI: 2021.) Mais ainda, participava de apoio direto ao golpismo, como no caso da defesa da luta gloriosa do Moro contra a corrupção e pela destruição do capital monopólico brasileiro, na qual se celebrizou Luciana Genro, do MES-PSOL. (GENRO, 2017.) Consolidado o golpe, aqueles setores se uniram ao oba-oba eleitoral, procurando eleger vereadores, deputados, etc., sobretudo identitários, igualmente de nula utilidade, mas remunerados em forma principesca.  Eleger é preciso, lutar não é preciso.

PT, PCdoB, PSOL participaram da farsa eleitoral de 2018 e reconheceram a legitimidade do eleito ilegítimo. O grande paradoxo aparente é que a eleição do Chupa-cabras foi funcional ao colaboracionismo oposicionista, de direita, centro e esquerda. Com ele, ficou mais fácil propor   aliança “anti-Bolsonaro”, a tal “Frente Patriótica”, “Anti-fascista”, “Ampla”, etc., verdadeira “Casa de Irene”, com os piores algozes e exploradores do mundo do trabalho, da população e do país. Tudo para derrotar a ameaça fascista que se propunha encontrar-se à espreita,  na esquina. Para afiançar perigo inexistente de golpe futuro, quando o golpe já fora dado e seguia avançando, organizaram-se cursos, escreveram-se livros, realizaram-se milhares de lives sobre o fascismo. A “Marcha sobre Brasília” do fascismo tupiniquim, se dizia, se apoiaria nos policiais militares e civis, milicianos, evangélicos, bombeiros, cabos e sargentos das forças armadas, em bolsonaristas variados.

E foi assim que o país mergulhou no silêncio sobre a ação estrutural do golpismo, seus responsáveis e reais executores; seu movimento vivo de metamorfose e  arrasamento estrutural da sociedade nacional. E sobretudo, obliterou-se totalmente a necessidade de combatê-lo à morte, até erradicá-lo pela raiz, como erva daninha e venenosa. O inimigo era o Chupa-cabras, que perdia totalmente sua natureza de simples “segundo presidente golpista”, após Michel Temer, que dará lugar ao “terceiro” — ele mesmo, caso se reelegesse, hoje realidade mais do que improvável. Estava estabelecido o pacto, com o golpismo, da oposição colaboracionista de direita, que arrastou com ela, como sempre, sua esquerda. Aceita-se a obra golpista, o que foi feito e será ainda feito, até as eleições e depois delas, no contexto de institucionalização mesmo farsesca que garanta que os colaboracionistas de todos os sabores sigam participando da gestão do Estado. 

Balão Desinflando

 Bolsonaro foi outro fenômeno exótico do direitismo político nacional, que alcança episodicamente arraste eleitoral de massa, como nos casos clássicos de Jânio Quadros e Color de Mello, sem  controlar os eleitores circunstanciais, a quem nada tem para oferecer. Na singularidade da atual conjuntura brasileira, ele deu e segue dando cobertura ao avanço do programa estrutural golpista, sempre sob  a suserania eminente do alto comando das forças armadas, gestor nacional do golpismo, às ordens do imperialismo e do grande capital. No bojo da terrível crise que percorre o país, Bolsonaro foi perdendo apoio como um balão desinflando, se mantendo no governo sobretudo devido à negativa do colaboracionismo de mobilizar a população nas ruas, fábricas, escolas, no campo e na cidade, pelo fim de seu governo e do golpismo. Golpistas e colaboracionistas  convergem no medo dos trabalhadores e da população em marcha. (MAESTRI: 2019, 393 et seq.)

O colaboracionismo aposta em todos os cavalos, certo da vitória.  Sabe que, no pior dos casos, há espaço para ele, maior ou menor, na nova ordem, desde que aceite manter-se indiferente e contribuindo à redução da população e da nação brasileira à nova ordem colonial globalizada. Mas não há, nessa ação, qualquer tipo de traição aos trabalhadores e à população. Para além de opções individuais, em um sentido sociológico amplo, esse agir político-social não se deve à falta de coragem, de consciência social, de compromisso com a autonomia nacional dos dirigentes colaboracionistas de todos os sabores. Em seu comportamento geral, o núcleo central do colaboracionismo é determinado pela natureza do bloco social em que se assenta e representa — sobretudo, facções periféricas e dependentes do mundo do capital.  Ao contrário dos trabalhadores, trata-se de um bloco social que tem —ou pensa ter— muito ou algo a perder.

A Marcha sobre Brasília

Em 28 de outubro de 1922, a marcha dos camisas negras sobre Roma foi movimento para obter a entrega do governo —e ainda não do poder— a Benito Mussolini, sob o beneplácito e com o financiamento do capital monopolista italiano e dos grandes proprietários rurais. O futuro Duce estava de malas prontas para escafeder-se do Bel Paese se o rei Vítor Emanuel III colocasse o exército nas ruas. (MAESTRI: 2020, p. 223 et seq. II)  Pouco menos de cem anos mais tarde, Jair Bolsonaro anunciou sua Marcha sobre Brasília, para o dia 7 de Setembro, festa da Independência. Ao contrário do ex-socialista italiano de esquerda, Bolsonaro, sequer conta com força para fundar um partido, não contava com o apoio do imperialismo e de qualquer facção empresarial, nem com a licença do alto comando das forças armadas.  Tentava desesperado blefe político, não para adonar-se das fichas em jogo, mas apenas para seguir na partida, tendo como cacife cheques sem fundo.  O golpe-farsa de Bolsonaro, de 7 de Setembro, teve também seu grito de guerra propagandístico, ao igual do “Independência ou morte” de Pedro de Alcântara, em 1822. Produzido por seus marqueteiros trapalhões, seu “Prisão, morte ou vitória”, rima de pé quebrado, morreu na casca do ovo. 

A farsa grotesca não ensejou uma grande risada nacional, nem uma mobilização popular maciça que iniciasse o fim de um governo cambaleante, em grave crise de abstinência. Ao contrário, ensejou alguns dos momentos mais impudicos do oposicionismo colaboracionista, que se comportou como barata tonta após cheirar Detefon. Nas listas, publicações e lives, debateu-se ao infinito o golpe, para muitos, não apenas possível e provável, mas quase certo, a ser dado apoiado por policiais militares e civis, milicianos, evangélicos, bombeiros, cabos e sargentos das forças armadas, bolsonarianos variados. E sobretudo os que esperavam o assalto iminente do poder para o dia da Independência, jamais colocaram em pauta como enfrentá-lo: ocupar as ruas, escolas, universidades, fábricas; bloquear estradas e ruas; preparar greve geral; juntar estilingues disponíveis e por aí vai.  

A consigna geral dos oposicionistas de mentirinha, que acreditaram muito, pouco ou nada no blefe golpista, não era preparar-se para resposta popular e democrática geral e dura através do país. Foi, sobretudo, não “provocar” os “fascistas”; “desistir das ruas”; “adiar” ou “suspender” as manifestações;  promover “panelaço” … onde não houvesse vizinhos bolsonaristas, é lógico; escrever manifestos e atos semelhantes. Como sempre, Freixo, o Frouxo, como tantas outras lideranças de igual pelagem, propôs deixar o 7 de Setembro aos golpistas. Devia-se sobretudo confiar no STF, no Alexandre de Moraes, no Luis Roberto Barroso, no Mourão, na banda saudável das forças armadas, no presidente do Congresso e do Senado, na OAB, na CNBB. Acender uma velinha para algum santo de perfil popular.  Havia que estender e consolidar a aliança com a escumalha da política nacional do passado e de agora — Ciro, FHC, Color, Sarney, Dória, Rodrigo Maia, o MBL, o Vem Pra Rua,  e todos os monstrengos golpistas,  inclusive o  Temer, se ele aceitasse! 

Vexame Nacional

E raiou a madrugada do 7 de Setembro, através da Pátria Amada e Idolatrada. Apesar  dos polpudos gastos na preparação, o ato de Brasília foi uma mixaria vergonhosa  e o da avenida Paulista estava bom para campanha eleitoral. O do Rio de Janeiro, nem para isso. O resto do país mixou, simplesmente. A maré arrasadora, a onda verde-amarela-cinza varrendo o Brasil, de Leste a Oeste, do Oiapoque ao Chuí, revelou-se uma marolinha. O rei nu, que pensava cavalgar um terrível dragão espirrando fogo, desceu da sua mula velha e estropeada e, não tendo o que dizer, ameaçou afônico convocar o Conselho da República, não deliberativo, do qual desistiu muito logo, ao notar que não teria quórum. E, assustado com suas bravatas golpistas, baixou a crista e foi pedir pro Temer lhe escrever vergonhoso bilhete de desculpa para o Alexandre de Morais  e o STF,  dois dias depois da proposta da Marcha inexorável sobre a nebulosa Pasárgada direitista. 

O general Heleno saiu em defesa do Mito, reconhecendo que os “fatos” haviam deixado “muitos (bolsonaristas) desanimados”. Mas, esclareceu, fora uma vitória Bolsonaro não ter dado o “golpe”, como prometia a “esquerda”. O  general Luiz Eduardo Ramos, outro verde-oliva estrelado incrustado no governo, propôs simplesmente que o movimento de Bolsonaro fora mal entendido, que ele é um democrata. É ainda difícil aquilatar o estrago entre as já reduzidas filas de bolsonaristas raízes que ocorreram a Brasília e São Paulo, não raro colocando fundo a mão no bolso. Em vez da apoteose de extrema-direita, presenciaram o Führer da rachadinha estourando estalinhos infantis para, a seguir, pedir encabulado desculpas pelo ruído festivo.

Mas a direção colaboracionista realizara disciplinada seu papel. As mobilizações da oposição no 7 de Setembro, chamadas e promovidas por poucos, com a coragem que faltou a muitos, foram ainda mais dismilinguidas, como não podiam deixar de ser. Houve maior esforço pela desmobilização do que pela mobilização.  A convocação pelo PT, PSOL, PCdoB, CUT, UNE, etc.,  foi, mais comumente, murmurada, para ninguém escutar. Lula da Silva não foi ao ato.  O estrago não teve volta. Se as mobilizações populares tivessem dobrado ou triplicado as chamadas para o golpe da “carochinha”, a derrota bolsonariana seria ainda mais estrondosa. Entretanto, sobretudo, não havia que mostrar que o caminho da vitória da população e do mundo do trabalho, contra Bolsonaro e o golpe de 2016, se encontra nas ruas, através de luta sem quartel. A estrada para o Nirvana da oposição colaboracionista está desde sempre traçada nos astros— as eleições de 2022, com Lula da Silva vitorioso ou não. 

Quando o maná chovia dos céus

A fala de Lula da Silva para o 7 de Setembro referendou o compromisso   colaboracionista com a legitimação do golpismo. Prometeu retorno aos tempos maravilhosos do seu governo, quando, segundo ele e a narrativa petista, o maná caia dos céus para os deserdados e ofendidos. Retorno ao paraíso brasílico a ser conseguido através de multitudinários investimentos públicos, com o dinheiro que já não há, e que, se houvesse, voltaria a regar a horta do grande capital privado — “Se tem uma coisa que nenhum empresário brasileiro pode se queixar (…) é que nunca se ganhou tanto dinheiro como no meu governo”. (maio, 2009.)  Nem um palavra chamando a população a se mobilizar nas ruas no 7 de Setembro. Nem uma referência ao golpismo em marcha e sobre a necessária reversão de sua obra de destruição social e nacional.  Segundo Lula da Silva, a atual situação do país deveria-se essencialmente a erros do atual governo  e falta de investimento público!

No 7 de Setembro jamais se almejou o golpe impossível e se fracassou no objetivo limitado do movimento. Apesar de lançar mão ao que restava de sua poupança, o bolsonarismo falhou em mostrar a força de mobilização (que não têm) capaz de reverter a sua erosão política e eleitoral e interromper os processos que ameaçam seus filhos e o segundo presidente golpista. O “sonho de consumo” bolsonarista era que a demonstração direitista fosse tão forte que colocasse novamente o Mito na corrida presidencial. Bolsonaro não teme a “morte” e já não acredita na “vitória”. Teme sobretudo terminar na “prisão”, com seus rebentos. E, como sempre, nos dias seguintes ao 7 de setembro, tudo seguiu como dantes, no triste quartel de Abrantes que se transformou nosso país. E, naqueles sucessos, quase não mais se fala.

Agora, o golpismo faz sua avaliação. Certamente aumentaram ainda mais as possibilidades de Bolsonaro não participar das eleições de 2022, já que pode atrapalhar um eventual candidato golpista raiz, menos trapalhão, que defronte com possibilidade de vitória Lula da Silva. Ausência que assusta o petismo e o colaboracionismo. O ex-metalúrgico surge hoje, sobretudo com Bolsonaro no páreo, como o candidato favorito, para o terceiro governo do golpismo, da agora nação minorada. Lula da Silva não é o candidato do golpe, que o tem como um curinga na manga, no caso que o carrossel desande. Se em 2022 Lula da Silva perder, perderá em eleições limpas. Se vencer, fará apenas o “possível”, será um outro “governo em disputa”, com base de sustentação necessariamente espúria. Promoverá, como já o fez, o perdão total aos senhores generais, esperando que seja perdoado por eles … Serão legitimadas as instituições nascidas do golpismo e do saque aos trabalhadores, à população e à nação, como feito em relação às privatizações do governo FHC. E o PT ressurgirá das cinzas com o vigor passado, e é isso que importa ao colaboracionismo.  A vitória da oposição colaboracionista na Argentina já está mostrando que ela pode ser o melhor atalho para o rápido retorno da direita com amplo apoio popular.

Caminho Longo e Difícil

Alvo acidente de percurso, as cartas estão dadas para mais uma enrolação geral das classes trabalhadoras e populares em 2022. Ao igual à de 1822, 1831, 1889, 1930, 1945, 1954, 1961, 1985 e por aí vai. Na diversidade, há profunda unidade de essência na história político-social do Brasil, da dita Descoberta até hoje. Em toda a transição, os senhores da riqueza e do poder se reequilibram, se reorganizam e abocanham, sempre, o poder, sem interromper a desapiedada exploração das classes subalternizadas. Com o apoio eterno dos que dizem os combater. Atualmente, de novo, apenas a rápido desorganização do Brasil como Estado-nação, engolfando-se agora em mares tenebrosos nunca dantes navegados, trajetória que promete um futuro de horror ao país. Com as sequelas inevitáveis para a América Latina e o mundo, devido à importância do país-continente.

Jamais os trabalhadores e as classes populares estiveram tão frágeis no Brasil. Sua retomada, caso se dê, será longa e difícil, já que se trata, em grande parte, de recuperação estrutural, política, ideológica e organizacional. Para tal, impõe-se refundação de oposição assentada e dirigida pelo  mundo do trabalho, para além de propostas propagandistas e vanguardistas retóricas. Trata-se de fundar um novo bloco referencial que rejeite qualquer aliança que não garanta avanço real dos oprimidos em busca da construção da conquista da centralidade política e social do mundo do trabalho. Movimento que reconheça que a oposição colaboracionista, de direita, de centro e de esquerda, é parte e apoio do mundo do capital. Portanto, parte do problema, e não de sua solução,  para além de eventuais boas intenções de algumas de suas direções e de infinidade de seus integrantes, todos desconfiando e negando cada vez mais os trabalhadores. 

Impõe-se, sobretudo, discussão cerrada de como enfrentar os próximos meses, de exacerbação crescente da demagogia e das ilusões eleitoreiras, construídas sobretudo em torno da candidatura de do ex-sindicalista. De Lula da Silva e do PT como aríetes da Frente Pluriclassista que garantirá, outra vez, o prosseguimento sem sobressaltos da exploração desapiedada dos subalternizados. Discussão que fixe como objetivo particular e geral o avanço de movimento classista, no aqui e no agora, e no pós-2022. E que, para tal, contemple a discussão sobre a negativa incontornável de voto, em primeiro e segundo turnos, de candidato que não tenha como centro organizador de seu programa o combate intransigente ao golpismo, a sua obra, a seus gestores nacionais e internacionais. 

 

Bibliografia citada:

CONRAD, Robert. Os últimos anos da escravatura no Brasil. (1885-1888). Rio de Janeiro: Brasília, INL, 1975.

DIRCEU, José. Zé Dirceu: memórias. São Paulo: Geração, 2018.


fonte: pravda.ru

Substituição de Messi: "Pochettino cometeu um erro grave".

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O treinador do PSG é destacado após seu crime de lesa majestade contra Leo Messi.

Ao convocar Lionel Messi no banco no domingo, durante o choque do PSG-OL, Mauricio Pochettino cometeu um erro com consequências potencialmente irreversíveis, segundo Jérôme Rothen.
Este é sem dúvida o tema do dia desta segunda-feira, muito para além do resultado do primeiro choque da temporada entre PSG e OL, mas também da penalidade que mais parece uma viragem no jogo que os Gones denunciam alegremente: a saída prematura Lionel Messi , chamado de volta ao banco por Mauricio Pochettino no início do último quarto de hora, teve o efeito de uma bomba. Até a Espanha, é claro, e até os confins da América do Sul.

Alguns o veem como a marca de uma autoridade redescoberta em Paris e saúdam a coragem do treinador do clube da capital. Mas, acima de tudo, alguns veem um sinal deplorável, senão problemático. É o caso de Jérôme Rothen, esta segunda-feira à noite nas ondas do RMC. “Houve um mal-entendido total. Como vimos, Lionel Messi queria continuar em campo. Pochettino tomou sua decisão de coração e alma. O que considero totalmente inapropriado para Pochettino é que ele nunca foi assim com as outras estrelas da equipe. Desde que chegou, fosse Neymar ou Mbappé, ele sempre os deixava em campo, mesmo quando eram ruins. Ele sempre os protegeu. Em termos de status e aura, Messi é muito superior a Neymar e Mbappé. Estamos falando de Lionel Messi, o melhor jogador do futebol mundial, talvez de todas as gerações! "
 
"A imagem é terrível"
E o ex-canhoto parisiense acrescentou: "Quando o tem na sua equipa, tem de o gerir como o melhor jogador do Mundo. Com tudo o que isso representa. Ele tem um status especial. Devemos evitar mal-entendidos com seu melhor jogador, especialmente desde sua primeira gestão no Parc des Princes. Este é um grande erro do Pochettino, deveria tê-lo deixado em campo. Eu não sei o que ele tocou. Ele queria marcar seu território? Eu não espero, porque ele está completamente louco agora. Você vai colocar seu melhor jogador nas costas. Isso deixa rastros, esse tipo de evento. E a imagem é terrível. Pochettino errou nisso. "

Quente, em entrevista coletiva, Mauricio Pochettino justificou essa substituição em detrimento de La Pulga: “Acho que todos sabem que temos jogadores muito bons, temos que tomar decisões, temos que fazer escolhas. Em relação ao grupo, em relação com os onze. Temos que tomar decisões para o bem da equipe. Às vezes, as decisões têm consequências positivas, às vezes não. Estou aqui para tomar decisões. Temos que tomar decisões, pode ou não agradar. Em defesa do técnico argentino, parece que Messi, vítima de uma muleta na altura do joelho, não conseguiu treinar hoje.

fonte: seneweb.com

No Mali, Florence Parly tenta reduzir as tensões com os militares.

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A visita ao Sahel da ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, que teve início no Níger, visa nomeadamente expor aos países em causa a reorganização iniciada desde janeiro de 2013 pela França na região. Este último afirmou notavelmente, na segunda-feira, a determinação de Paris em continuar o seu envolvimento no Mali.

A ministra francesa dos Exércitos, Florence Parly, afirmou, segunda-feira, 20 de setembro, no Mali, a determinação de Paris em continuar seu engajamento ali, sem obter garantias do governo dominado pelos militares sobre uma possível cooperação com o grupo russo Wagner.

A comunidade internacional também está preocupada com a relutância demonstrada pelos coronéis, que destituíram o presidente Ibrahim Boubacar Keita em 18 de agosto de 2020, em organizar eleições para devolver o poder aos civis em fevereiro de 2022.

Durante o seu encontro com o Ministro da Defesa do Mali, Coronel Sadio Camara, Florence Parly disse que abordou a questão de Wagner e "insistiu no facto de numa altura em que a comunidade internacional nunca foi tão numerosa para combater o terrorismo (no Sahel ), tal escolha seria a do isolamento ".

"Todos devem estar bem cientes das consequências" da cooperação com a sociedade russa, disse ela a repórteres no avião que a trouxe de volta à França, especificando que o Coronel Camara lhe garantiu que nenhuma decisão ainda não havia sido finalizada.

Risco de deterioração das relações entre a UE e Bamako

Na comitiva do Ministro da Defesa do Mali, é confirmado à AFP "que nenhum ato foi feito com Wagner. Nenhum ato".

O ministro explicou ao seu homólogo francês que "o abandono da França obrigou a pensar tudo para a segurança do país", afirmou a fonte. Ao que Florence Parly respondeu que "a França não estava abandonando o Mali", foi especificado.

Por seu turno, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, alertou para o risco de uma deterioração das relações entre a UE e Bamako no caso do envolvimento no Mali do grupo privado russo Wagner. "Isso afetaria seriamente a relação entre a UE e o Mali", disse ele.

A França e a Alemanha haviam alertado na semana passada que recorrer a Wagner para treinar as forças armadas do Mali e garantir a proteção dos líderes colocaria em questão seu engajamento militar no Mali.

O governo do Mali retorquiu que não permitiria que "nenhum estado fizesse escolhas por ele e muito menos decidisse a quais parceiros ele pode recorrer ou não".

Esta viagem de Florence Parly, iniciada domingo no Níger, visa nomeadamente expor aos países em causa a reorganização por parte da França, iniciada em Janeiro de 2013 no Sahel, do seu dispositivo a favor de uma presença reforçada, centrada nos ataques direccionados contra os chefes e executivos jihadistas e apoio aos exércitos locais.

"Golpe decisivo"

“Durante oito anos, a França optou por estar continuamente ao lado do Mali, para vencer, mas também para sofrer com isso”, declarou Florence Parly após o seu encontro com o seu homólogo, com particular referência aos seus 50 soldados mortos em combate.

“É hora de mudar o nosso sistema”, disse ela, enquanto a evacuação das bases de Kidal, Tessalit e Timbuktu está programada para uma reorientação na “zona das três fronteiras”, nas fronteiras do Níger e Burkina Faso.

Mas a França, ciente de que a situação “continua frágil” em termos de segurança, “continua determinada a trabalhar com os malianos para continuar esta luta que nos une”, garantiu o ministro. "Não vamos sair do Mali", ela insistiu.

Ao mesmo tempo, quatro soldados malineses foram mortos pela explosão de um artefato no centro do país, perto da fronteira com o Burkina Faso, quando passou um comboio de evacuação médica de um oficial ferido num anterior ataque. o exército do Mali.

“Continuamos presentes e acabámos de o provar de novo nas três zonas fronteiriças”, recordou ainda o ministro francês, qualificando como “golpe decisivo” desferido ao grupo Estado Islâmico no Grande Sahara (EIGS) a morte em meados de Agosto , mas anunciado na semana passada, por seu líder Adnan Abou Walid al-Sahraoui.

Nesta região regularmente afetada por ataques, a presença de jihadistas afiliados à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) ou ao EIGS foi enxertada em tensões de longa data entre as comunidades, bem como nas deficiências e falhas do Estado.

"Precisamos ter certeza de que há uma vontade aqui no Mali de apoiar a CEDEAO para levar este processo de transição política a uma conclusão bem-sucedida, esse retorno à democracia, à boa governança e à justiça, que são as únicas capazes de criar as fontes que permitirão Mali para enfrentar os desafios do terrorismo islâmico ", também declarou Florence Parly.

A CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, 15 países) avisou que o prazo de Fevereiro era "inegociável" e exige das autoridades de transição, até ao final de Outubro, um calendário de etapas essenciais antes das eleições.

As tropas francesas no Sahel devem aumentar de mais de 5.000 homens atualmente para “2.500 ou 3.000” até 2023, de acordo com o estado-maior general.

fonte: seneweb.com

Guiné-Conacri: o que sabemos sobre o organograma do CNRD.

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Na Guiné, entre as muitas questões que permanecem sem resposta desde o golpe de Estado que derrubou Alpha Condé, está a da estrutura organizacional do CNRD, o Comité Nacional para o Rali e o Desenvolvimento. Além de seu líder, o coronel Mamady Doumbouya, a incerteza permanece em sua equipe próxima. Como o CNRD é constituído? Quem são seus membros? "Você terá uma lista muito em breve", respondeu o porta-voz da junta.
 
“Pelo menos com Moussa Dadis Camara, sabíamos desde o início quem era quem” diz um bom conhecedor da história da Guiné, referindo-se ao chefe do CNDD, a junta militar que assumiu o poder em Dezembro de 2008.

A imagem do Coronel Amara Camara, porta-voz do CNRD até então desconhecido do grande público, já é familiar aos telespectadores do RTG: é ele quem lê os comunicados de imprensa no canal nacional desde a noite do golpe de Estado, antes de entregar recentemente dias para uma mulher, tenente-coronel Aminata Diallo.

Também visível perto do chefe da junta, o coronel Balla Samoura, ex-diretor regional da gendarmaria de Conakry. Às vezes apelidado de "o colosso", "não se dava bem com o alto comandante da gendarmaria nacional" indica uma fonte bem informada, para quem "Alpha Condé havia criado uma bipolaridade dentro da gendarmaria".

Sadiba Koulibaly, número 2 da junta

Mas "o verdadeiro número 2 preferiria ser o coronel Sadiba Koulibaly", estima um funcionário recebido pelo CNRD. "Foi ele quem primeiro representou o coronel Doumbouya e falou em seu nome" durante a reunião, "que então usou da palavra para explicar as posições da junta." Em seguida, "ele estava sentado sozinho à direita de Mamady Doumbouya", diz nosso interlocutor. O coronel Koulibaly foi nomeado comandante do Centro de Treinamento de Operações de Manutenção da Paz no final de agosto de 2019.

Sua foto apareceu em julho de 2019 na página do Facebook da Embaixada dos Estados Unidos na Guiné ao lado de outro oficial guineense, em seu retorno "do treinamento na prestigiosa Escola de Guerra e Comando do Exército dos Estados Unidos". “Eles vão colocar os conhecimentos recém-adquiridos a serviço da sua Nação”, lê-se na publicação.

 
O nome do general Aboubacar Sidiki Camara, vulgo “Idi Amin” finalmente voltou com insistência. Ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa, ex próximo a Alpha Condé, "foi finalmente destituído e nomeado embaixador em Cuba no início de 2019", lembra um observador. Várias fontes dizem que ele seria bem-vindo de volta a Conacri, mas ele não apareceu publicamente desde o golpe.

fonte: seneweb.com

ANGOLA: Promoções e casas para os polícias.

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O ministro angolano do Interior, Eugénio Laborinho, disse hoje, em Luanda, que o Governo está empenhado em melhorar as condições de vida dos efectivos policiais, quer através de promoções quer pela entrega de habitações, apesar das dificuldades financeiras. Pudera. Mais do que as eleições, o espectro da derrota a isso obriga.

Eugénio Laborinho, que discursava na abertura do Conselho Consultivo Alargado do Ministério do Interior (Minint), sublinhou que o sucesso de qualquer organização passa pelo bom desempenho dos seus quadros (por isso o Governo de João Lourenço já vai em quatro ministros da Economia em… quatro anos), desiderato que deve ser assegurado pela entidade empregadora, criando melhores condições de trabalho.

“Consciente disto, a direcção do Ministério do Interior tudo tem vindo a fazer para melhorar as condições sociais dos efectivos. É assim que, entre outras acções, vamos entregar, dentro em breve, as habitações do Condomínio Jóias do Camama, construído pela Caixa de Protecção Social do Minint”, referiu.

O titular da pasta do Interior reconheceu que as residências não são suficientes para todos, mas é preciso ir-se fazendo esforços nesta direcção, para, paulatinamente, resolver-se o problema habitacional dos efectivos, “que é uma das grandes preocupações” do Presidente João Lourenço. Eugénio Laborinho tem razão. O Governo ainda não teve tempo. De facto, o MPLA só está no Poder há… 46 anos.

“O processo de construção de residências é contínuo, apesar da crise económica que o país enfrenta, agravada pela pandemia da Covid-19. Por isso, os efectivos que não forem agraciados nesta fase devem manter-se calmos”, apelou (ordenou) o ministro.

Eugénio Laborinho adiantou que a Direcção do ministério tem vindo a promover os seus efectivos, no âmbito do processo de reajuste posto-função, por entender que “a progressão de carreira é uma das formas para motivar aqueles que dão o seu melhor em prol da segurança pública, sacrificando a si e as suas famílias”.

“Outro aspecto que tem merecido a nossa atenção, apesar das dificuldades financeiras, é a promoção gradual dos nossos efectivos, sobretudo os que se encontram com a mesma patente há mais de 10 anos”, referiu Eugénio Laborinho.

“Ainda neste capítulo, é importante apostarmos na qualidade e capacidade dos nossos efectivos, dando oportunidade àqueles que estão em melhores condições para ocuparem cargos de comando e chefia, sem esquecer a questão do género, pois, estamos num país em que há mais mulheres do que homens”, realçou.

Também sobre a situação interna no ministério, Eugénio Laborinho lembrou que a Polícia Nacional (do MPLA, acrescente-se) é o maior órgão do Ministério do Interior e o rosto mais visível da instituição, por isso “deve trabalhar, sempre, no sentido de manter a sua imagem e o bom nome, conquistados ao longo dos anos”.

“O acto de expulsão de efectivos que realizou, recentemente, deve ser entendido como sinal de rigor e exigência de uma organização idónea, que não pactua com comportamentos indecorosos”, disse, referindo-se à recente expulsão de dez efectivos por extorsão.

A falta de inteligência e a arrogância de quem dirige a Polícia Nacional não integram as obrigações para dignificar “a sua imagem e o bom nome, conquistados ao longo dos anos”, não sendo por isso motivo de expulsão ou exoneração.

“A corrupção ou o fenómeno da ‘gasosa’, o peculato, o nepotismo e outras práticas perniciosas devem ser prevenidas e combatidas, não só na Polícia Nacional, mas no seio de todos os órgãos do Minint”, salientou o ministro.

Angola vai (ao que parece) realizar eleições gerais em 2022, nesse sentido, Eugénio Laborinho exortou as forças de segurança pública a prepararem-se para assegurar eficazmente o pleito eleitoral, tarefa que vai começar nos próximos dias com o início do registo eleitoral.

“Tudo devemos fazer para garantir que o registo eleitoral e as eleições gerais decorram sem sobressaltos, de forma ordeira, exemplar e com tranquilidade”, referiu, apelando a todos os actores políticos a respeitarem o os princípios consagrados na Constituição e na Lei, independentemente da cor e da filiação partidária.

O que diz o Presidente do MPLA

Com toda (e mais alguma) legitimidade de quem é Presidente da República apenas porque foi o cabeça-de-lista do partido mais votado, o general João Lourenço, enalteceu no passado dia 28 de Fevereiro a missão da Polícia Nacional (PN), que cumpria o 45º aniversário, destacando o seu papel como garante da legalidade institucional, integridade territorial e segurança e estabilidade social.

Numa mensagem de felicitações dirigida à PN, o general João Lourenço, também Comandante-em-Chefe das Forças Armadas (para além de ser, desde 2017, o representada de “Deus” em Angola) realçou que esta força “tem vindo a cumprir a sua honrosa e elevada missão, fiel ao espírito de defesa da paz, da integridade territorial, da segurança e estabilidade social e de garantia da legalidade institucional”.

Criada poucos meses depois da independência, a Polícia Nacional (do MPLA) tem sido criticada nos últimos tempos pelo uso excessivo de força na repressão de manifestações, sendo o caso dos incidentes na vila mineira de Cafufo de que resultaram várias mortes devido a uma alegada invasão de uma esquadra, que o governo classificou como “um acto de rebelião”.

João Lourenço, que destacou a modernização e melhoria da formação dos efectivos da PN (nem o seu Comandante, Paulo de Almeida, consegue contar até 12 sem se descalçar), “superando a falta de meios, de equipamentos e efectivos dos primeiros anos”, sublinha que as forças policiais se têm dotado de “meios cada vez mais sofisticados e eficazes para exercer uma grande variedade de funções na defesa da ordem pública e da vida e bens dos cidadãos”.

O Presidente da República, igualmente Presidente do MPLA, Titular do Poder Executivo, devoto e eterno admirador do único herói nacional (Agostinho Neto) que, por sinal, mandou assassinar milhares de angolanos nos massacres de 27 de Maio de 1977, concluiu a mensagem exaltando “a memória dos que deram as suas vidas pela pátria” e expressando solidariedade às famílias dos efectivos que “nestas quatro décadas e meia perderam as suas vidas no exercício da sua nobre missão”.

Na altura, também o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança da Presidência da República, general Pedro Sebastião, felicitou a PN, discursando no acto central das comemorações do 28 de Fevereiro, que tiveram lugar no Instituto Superior de Ciências Policiais.

Mostrou, no entanto e certamente por estar a falar de uma outra Polícia Nacional, preocupação com situações que mancham a corporação face a registos de má actuação policial, encorajando os efectivos a responder à altura das suas responsabilidades, enquanto detentores de meios para impor a ordem e a segurança pública “lá onde ela for ferida”.

“É a nossa tarefa que deve ser exercida e cumprida sem paternalismo e muito menos sem excesso, que podem desvirtuar a essência da vossa missão que, de resto é muito bem sublinhada no lema: Pela ordem e Pela Paz ao Serviço da Nação” (em português do Povo: matar primeiro e interrogar depois), concluiu o também general das Forças Armadas Angolanas, citado na página oficial de Facebook da PN.

O general Pedro Sebastião, que representou, na ocasião, João Lourenço (general presidente que no contexto da guerra civil mostrou ser o mais valente na defesa das mais recuadas linhas de combate), destacou o papel da Polícia também a nível da cooperação internacional, com a participação no processo de formação e preparação profissional, nos seus estabelecimentos de ensino e centros de formação, de efectivos policiais de Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Princípe, Namíbia, Zâmbia, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial e República Centro Africana.

O sucesso na formação das suas congéneres é de tal ordem que estão em listas de espera polícias da Guiné Equatorial, Coreia do Norte, Myanmar, Estado Islâmico, bem como de grupos de defesa dos direitos humanos, como Al-Qaeda, Boko Haram e Talibãs.

O eterno amor Paulo Almeida/João Lourenço

Para este sucesso contribuiu decisivamente o grande, o enorme Paulo de Almeida, admirador eterno e apaixonado do general João Lourenço (ou será ao contrário?).

O general João Lourenço ficou deleitado (presume-se porque quem cala consente) ao ouvir o Comandante-geral da Polícia (do MPLA), Paulo de Almeida, defender o uso de “meios desproporcionais” para responder efectivamente contra ameaças ao Estado. Para Paulo de Almeida, a resposta da polícia tem sido sempre em legítima defesa.

O comandante-geral da Polícia Nacional afirma (como aliás fez o seu primeiro presidente, Agostinho Neto, ao manda massacrar milhares de angolanos em 27 de Maio de 1977), que na defesa da soberania de um Estado não pode haver proporcionalidade, como defendem os juristas.

“Isso é muito bom na teoria jurídica, nós aprendemos isso no Direito. O Estado não tem proporcionalidade, você quando está a atacar a unidade, o Estado, o símbolo, está a atacar o povo“, disse Paulo de Almeida, numa conferência de imprensa destinada a supostamente esclarecer o ataque terrorista (foi isso, não foi?) na região do Cafunfo, onde o MPLA mostrou mais uma vez – como já fizera Agostinho Neto em 1977 – que não está para perder tempo com julgamentos, razão pela qual mata primeiro e interroga depois.

Paulo de Almeida avisou que “aqueles que tentarem invadir as esquadras ou qualquer outra instituição para tomada de poder, vão ter resposta pronta, eficiente e desproporcional da Polícia Nacional”.

“Você está a atacar o Estado angolano com faca, ele responde-te com pistola, se você estiver a atacar com pistola ele responde com AKM, se você estiver a atacar com AKM, ele responde com bazuca, se você estiver a atacar com bazuca, ele responde com míssil, seja terra-terra, terra-mar ou ainda que for um intercontinental, vai dar a volta depois vai atacar”, referiu com o brilhantismo próximo do que diria João Lourenço, o Comandante Paulo de Almeida.

Outra afirmação que encheu as medidas do general (João Lourenço) foi quando o comandante-geral da Polícia Nacional disse que pelo lado das autoridades não estava a decorrer nenhum inquérito, apenas o processo-crime que foi aberto. Bem visto. Se, até prova em contrário (que só o MPLA pode determinar) todos somos culpados, não há necessidade de inquéritos. Isso só acontece em estados ditatoriais. Nas democracias e estados de Direito que são referência para o MPLA, os inquéritos não existem. Vejam-se os casos da Coreia do Norte e da Guiné Equatorial.

“Vou inquirir o quê? Eu não fui lá [Cafunfo] para fazer inquérito, fui lá para constatar a situação que ocorreu. Há um processo-crime que está a correr os seus trâmites legais, é aí e ponto final, não há inquérito. Se algumas organizações querem fazer isso já é um outro assunto, connosco não há inquérito, fique bem claro”, afirmou Paulo de Almeida. Eventualmente melhor do que Paulo de Almeida para chefiar a Polícia só mesmo uma reencarnação de… João Lourenço.

Recorde-se que o então Comissário Chefe da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, dizia em Dezembro de 2015 (altura em que João Lourenço terminava o doutoramento em como derrotar as forças coloniais) que as últimas manifestações convocadas pelos partidos da Oposição tinham como objectivos a tomada do poder, um golpe de Estado, portanto, motivo pelo qual as forças de segurança as impediram. Nessa altura foi “capturado”, tal como agora na Lunda, um vasto arsenal bélico, com destaque para umas centenas de… cartazes contra o regime.

A Polícia Nacional afirma, reafirma, continua a afirmar ter provas mais do que cabais que provam que esses meliantes (hoje já são terroristas) pretendiam mesmo derrubar o regime. Ontem eram uns, hoje são outros, amanhã seremos todos nós.

Entrevistado pela Rádio Ecclésia sobre o balanço das actividades desenvolvidas pela Policia Nacional, eis que o então seu Segundo Comandante Geral sacou da pistola, perdão, da cartola, a mais bombástica revelação:

“Temos provas de que as orientações eram de um grupo chegar ao Palácio do Governo Provincial, outro grupo saía do Baleizão para chegar ao Palácio Presidencial. As provas recolhidas sustentam a tese de que o objectivo da última manifestação era o assalto ao poder”, garantiu na altura (na altura ainda não estavam disponíveis os mísseis intercontinentais) Paulo de Almeida.

Paulo de Almeida disse que “a lei permite que os cidadãos ou associações cívicas se manifestem. Os polícias não têm nada que impedir. Mas também a lei diz que essas manifestações têm regras, não podem ser próximas de locais de soberania, não podem ser manifestações que perturbem a ordem e a tranquilidade pública, violentas, que criam instabilidade e ameaçam o pacato cidadão que não tem nada a ver com a confusão”. E acrescentou, para que não restem dúvidas quanto à tentativa de tomar o poder pela força, que “as manifestações não podem ser agressivas, não podem ser desordeiras e nós só actuamos quando elas desrespeitam essas situações”.

Então ficamos todos a saber que a presença de mais de dois cidadãos junto aos locais de soberania era um indício de golpe, que se não forem vestidos com as cores do MPLA e dando vivas ao Presidente os manifestantes serão considerados agressivos, que se andarem a colar cartazes entram na categoria, potencialmente golpista, dos desordeiros.

Paulo de Almeida sublinhou também que a Polícia Nacional sabe quais são as intenções dos manifestantes. E sabe com certeza. Se até consegue saber o que os cidadãos pensam… E então no que pensavam esses golpistas? O Comandante responde: “O público pode não saber isso, mas nós sabemos, então agimos em conformidade. Eu sei que isso não vai agradar às pessoas mas a verdade é esta. Nós estamos aqui para garantir a segurança de todos”.

fonte: folha8

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