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terça-feira, 11 de agosto de 2020

Empresária angolana Isabel dos Santos, sai do conselho de administração da Unitel.

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Empresária angolana, Isabel dos Santos abandona conselho de administração da Unitel

Numa nota dirigida à imprensa, a empresárias angolana, Isabel dos Santos, anuncia que abandona o conselho de administração da operadora de telecomunicações Unitel, que vem vivendo um grande conflito interno. A filha do antigo presidente angolano, José Eduardo dos Santos, é acusada pela justiça angolana de envolvimento em actos de corrupção na sua actividade empresarial.

A empresária angolana, Isabel dos Santos, anunciou hoje, num comunicado que decidiu deixar o seu lugar no Conselho de Administração da operadora de telecomunicações Unitel, devido ao conflito que vive o grupo empresarial.

De acordo com o comunicado, a filha do ex-presidente da República, José Eduardo dos Santos, um conflito permanente  se instalou no Conselho de Administração da Unitel, que tem como principal acionista a petrolífera angolana Sonangol.

Na sua nota, Isabel dos Santos, destacou a sua dedicação a criação, ao desenvolvimento e ao sucesso da Unitel, cujo Conselho de Administração deixou de pertencer.

A empresária Isabel dos Santos é alvo neste momento, da justiça angolana por suspeita de envolvimento em actos de corrupção na sua actividade empresarial.

De Luanda, o nosso correspondente, Avelino Miguel.

fonte: RFI

Covid-19: Falta materiais de proteção nos hospitais angolanos.

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A denúncia é do Fórum de Concertação Sindical do Setor da Saúde (FCSSS), que diz faltar materiais de proteção individual para técnicos de saúde e utentes, admitindo "aumento de infeções intra-hospitalares".
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Segundo o coordenador do FCSSS de Angola, Cruz Mateta, a constatação resulta de um levantamento feito em diferentes hospitais do país que avaliou o grau de implementação do Plano Nacional de Contingência para o Controlo da Covid-19.

O responsável, que apresentou esta terça-feira (11.08) em conferência de imprensa a nota de protesto do Fórum, submetida em 6 de agosto ao gabinete da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse terem constatado também a "falta de medicamentos em todos os hospitais do país".

"Verificamos a falta de medicamentos diversos, como soros, seringas, fios de sutura, anestésicos, sistemas, brânulas, sacos coletores, aventais e outros", afirmou.

Aumento de infeções nos hospitais

Para o também secretário-geral do Sindicato Nacional dos Enfermeiros de Angola, a falta de material de proteção nos hospitais deixa vulneráveis os profissionais de saúde e os doentes, referindo que a situação concorre para o "aumento das infeções intra-hospitalares".

fonte: DW África

Angola Coronavirus Krankenpfleger in Kwanza Norte

"Esta situação coloca-nos entre a espada e a parede, porque, por um lado, mesmo desprotegidos não podemos deixar de atender o doente e também o paciente fica vulnerável e daí podem surgir outros problemas", lamentou.

Cruz Mateta, que questionou o destino do material de biossegurança adquirido pelo Governo, referiu também que grande parte dos laboratórios dos hospitais primários e secundários do país "estão inoperantes".

Alguns estão "limitados à realização de pesquisas sobre o paludismo", enquanto muitos, adiantou, estão equipados com meios de diagnóstico de ponta, "mas não funcionam por falta de reagentes".

Assistir ao vídeo03:07

Covid-19: Angolanos tentam atravessar cerca sanitária de Luanda

Falta de infraestrutura e alimentação

Os técnicos de saúde angolanos adiantaram também que apenas a província de Luanda realiza exames imagiológicos, acrescentando que "nenhum hospital do nível terciário possui um aparelho de ressonância magnética".

O responsável sindical lamentou igualmente a "gritante falta de alimentação" nas unidades sanitárias do país, quer para os técnicos de saúde como para os pacientes internados.

Na nota, o FCSSS "repudia" ainda a suspensão e transferência do presidente do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea), Adriano Manuel, do Hospital Pediátrico de Luanda para o Ministério da Saúde, considerando a medida como "antidemocrática".

Apelo

"Apelamos aos promotores de tal ato o retorno do posto de trabalho que o mesmo vinha ocupando, sob pena de recorrermos aos mecanismos legais previstos na Constituição e demais legislação", exortam.

O médico Adriano Manuel denunciou, em junho passado, a morte de 19 crianças no banco de urgência do Hospital Pediátrico de Luanda, onde exercia a função de chefe de controlo de infeções hospitalares, facto que lhe custou a suspensão no mês passado.

Angola, que vive desde 26 de maio situação de calamidade pública, conta com 1.679 casos positivos de covid-1default9, sendo 1.032 ativos, 569 recuperados e 78 óbitos.


OMS recebe com cautela vacina russa contra a Covid-19.

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A Rússia anunciou ter registado a primeira vacina contra o novo coronavírus, mas a OMS está cautelosa e diz que é preciso garantir eficácia e segurança. Vacina russa ainda não avançou para a Fase 3 da investigação.

fonte: DW África
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Chama-se "Sputnik V", é russa, e é a primeira vacina registada contra a Covid-19, segundo o que foi anunciado esta terça-feira (11.08) pelo Presidente Vladimir Putin durante uma reunião com o Gabinete de Ministros.

As autoridades do país dizem que a produção industrial da vacina vai começar em setembro e que a 1 de janeiro de 2021 o produto já estará em circulação. De acordo com fontes oficiais locais, "20 países já pré-encomendaram um milhão de doses da vacina russa".  

Vladimir Putin explicou que a vacina recebeu o nome de "Sputnik V" (o "V" significa "vacina") em referência ao satélite soviético, o primeiro aparelho espacial a ser lançado para a órbita do planeta Terra.

Assistir ao vídeo05:45

Para quando a vacina e medicamento contra a Covid-19?

OMS cautelosa

Mas apesar de aparentemente a Rússia ter ganho a "corrida” da vacina contra o SARS-CoV-2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu a notícia com cautela, sublinhando que a vacina deverá seguir os trâmites de pré-qualificação e revisão estabelecidos pela agência.

"Acelerar o progresso não deve significar comprometer a segurança", disse o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic, numa conferência de imprensa online. Acrescentou ainda que a organização está em contacto com as autoridades russas e de outros países para analisar o progresso das diferentes investigações de vacinas em curso.

O porta-voz da agência sanitária das Nações Unidas sublinhou que a organização está satisfeita "com a rapidez com que as vacinas estão a ser desenvolvidas" e espera que algumas delas "se mostrem seguras e eficazes". 

Assistir ao vídeo02:31

Covid-19: Três abordagens a uma vacina

Na Alemanha, o Ministério da Saúde expressou hoje dúvidas sobre a "qualidade, eficácia e segurança" da vacina contra o novo coronavírus anunciada pelo Presidente russo. 

"Não há dados conhecidos sobre a qualidade, eficácia e segurança da vacina russa", disse uma porta-voz do ministério ao grupo de imprensa regional alemão RND, lembrando que, dentro da União Europeia, "a segurança do paciente é a principal prioridade".

Anúncio demasiado cedo?

Segundo Putin, a vacina russa é "eficaz", passou em todos os testes necessários e permite atingir uma "imunidade estável" contra a Covid-19. O Ministério da Saúde russo afirmou que uma dupla inoculação "permite uma imunidade longa", que poderá durar "dois anos". 

Putin acrescentou que uma das suas duas filhas "participou da experiência", já recebeu uma dose da vacina e está a sentir-se bem.

No entanto, muitos cientistas no país e no estrangeiro questionaram a decisão de registar a vacina antes de os cientistas completarem a chamada Fase 3 do estudo. Essa fase por norma demora vários meses e envolve milhares de pessoas e é a única forma de se provar que a vacina experimental é segura e funciona. 

Kirill Dmitriev, o chefe do Fundo Russo de Investimento Direto que financia o projeto de vacinação, disse que os ensaios da Fase 3 teriam início na quarta-feira (12.08).       

Dmitriev condenou ainda os "ataques mediáticos coordenados" contra a vacina russa, que diz visarem "desacreditar e dissimular a justeza da abordagem russa". 

UK Uni Oxford meldet Durchbruch bei Corona-Impfstoff

UNITEL, SONANGOL, SANTOS, LOURENÇO = MPLA

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A empresária Isabel dos Santos, que controla a Vidatel, detentora de 25% da Unitel, explica que a sua decisão de deixar administração da operadora se prende com “o clima de conflito permanente”. Conflito que opõe os marimbondos de ontem aos de hoje e que, por sinal, também eram os de… ontem.

“Após 20 anos dedicados à criação, ao desenvolvimento e ao sucesso da Unitel, optei por deixar o cargo de membro do conselho de administração da empresa”, disse Isabel dos Santos em comunicado.

A empresária que controla a Vidatel, detentora de 25% da empresa, explica que a sua decisão se prende com “o clima de conflito permanente” que se instalou no conselho de administração da empresa, que tem como principal accionista a petrolífera estatal/MPLA Sonangol.

“Como engenheira angolana, e como uma das fundadoras da empresa, tenho a honra e o orgulho de ter construído uma das primeiras redes de telecomunicações em Angola e de ter participado no desenvolvimento desta empresa, que muito contribuiu para a modernização e reconstrução do meu país, aproximando todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e oferecendo-lhes uma janela no mundo”, afirma Isabel dos Santos.

No mesmo texto, a empresária afirma que vai continuar a apoiar a Unitel “a fim de contribuir para o sucesso da nossa visão e do nosso projecto de desenvolvimento de futuro”.

Isabel dos santos conclui dizendo que “em nome do futuro de Angola, eu e as empresas que dirijo estaremos sempre ao lado do progresso, da economia e da criação de empregos e oportunidades para jovens angolanos”.

Isabel dos Santos é visada, em Angola, em processos criminais e cíveis em que o Estado angolano reclama mais de cinco mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros). A empresária viu também as suas contas bancárias e participações sociais serem arrestadas em Portugal e em Angola.

Isabel dos Santos tem sempre afirmado a sua inocência, acusando a justiça angolana de forjar provas, e diz ser vítima de perseguição política.

Recorde-se que Isabel dos Santos acusou em Maio Angola e Portugal de terem usado como prova no arresto de bens um passaporte falsificado, com assinatura do mestre do kung-fu e actor de cinema já falecido, Bruce Lee.

Segundo um comunicado da empresária, o Estado angolano terá usado como prova para fazer o arresto preventivo de bens “um passaporte grosseiramente falsificado, com uma fotografia tirada da Internet, data de nascimento incorrecta e uso de palavras em inglês, entre outros “sinais de falsificação”.

“Os factos e imagens falam por si. A verdade hoje chega ao de cima sobre o fraudulento processo de arresto, baseado em provas forjadas e falsificações. Contra factos não há argumentos. Um “Passaporte Falso” foi dado pelo Tribunal como sendo meu”, afirmou Isabel dos Santos.

O passaporte em causa terá sido usado como prova em tribunal pela Procuradoria-Geral da República de Angola para demonstrar que Isabel dos Santos pretendia ilegalmente exportar capitais para o Japão, alega a filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos e alvo a “abater” na suposta luta contra a corrupção encetada por João Lourenço.

A empresária acusa a PGR que desde sempre foi uma sucursal do MPLA e não um organismo independente ao serviço de Angola, de fazer uma “utilização fraudulenta do sistema de justiça de Angola” para se apoderar do seu património empresarial e apela à justiça portuguesa, que decidiu cooperar servil e cegamente com Angola, e executou vários arrestos em Portugal, para que “à luz desta denúncia e de outras que se seguirão, “reavaliar estas execuções às cegas”.

Independentemente das teses da PGR angolana e de Isabel dos Santos, parece cada vez ais claro que todo o processo, para além de mostrar que os seus pés de barro estão a desmoronar-se, é um acerto de contas mal feito e politicamente letal para as partes envolvidas.

“Arrestar não só os bens pessoais, como o produto de contas bancárias, mas os activos que constituem o império económico e financeiro de Isabel dos Santos em Portugal, como a NOS, o EuroBic ou a Efacec, é fundamental para começar a desmontar este império sujo que Isabel dos Santos criou com enorme cumplicidade das autoridades políticas e regulatórias portuguesas”, afirmou João Paulo Batalha, presidente da direcção da Associação Cívica Integridade e Transparência, no dia 15 de Abril à DW, comentando a decisão da justiça portuguesa, tomada em Março, de congelar as participações da filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, em empresas como a NOS e Efacec.

Para João Paulo Batalha, este é um passo importante para evitar que Isabel dos Santos fuja com o referido património e se ponha a salvo da justiça, quer portuguesa quer angolana. Em Janeiro deste ano, as autoridades angolanas solicitaram a colaboração da justiça portuguesa para o arresto das participações que Isabel dos Santos detém nas sociedades NOS, Efacec e no Eurobic, como via para obter garantia de retorno patrimonial de 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,15 milhões de euros).

Certo é que este é um imbróglio que não consegue separar o que é da justiça e o que é da política: De certa forma, a justiça portuguesa está a ser instrumentalizada pela PGR de Angola.

Em Abril, a Winterfell, empresa de Isabel dos Santos que controlava a Efacec, acusou a justiça angolana de provocar “danos injustificáveis” às empresas portuguesas e estar a usar indevidamente a justiça em Portugal para “fins não legais e desproporcionais”.

Em comunicado citado pela agência Lusa, a empresa salientou na altura que a justiça angolana, além de ter arrestado bens num valor superior ao suposto crédito reclamado a Isabel dos Santos (1,1 mil milhões de euros), dá um tratamento diferente a empresas portuguesas e angolanas, solicitando medidas judiciais em Portugal que não foram aplicadas em Angola.

Como exemplo, a Winterfell lembra que, em Angola, “o procurador não solicitou o bloqueio das contas das empresas, nem impediu que fossem pagos salários, rendas, impostos, água e luz”, enquanto em Portugal “pediu o bloqueio das contas, impedindo-as de operar e forçando a sua insolvência, levando ao despedimento de uma centena de trabalhadores”, situação agravada pela crise decorrente da pandemia de Covid-19.

A PGR angolana dá passos maiores do que a perna e não sabe como é que há-de descalçar a bota e nem repara que está descalça… E, portanto, está de alguma forma a tentar que a justiça portuguesa faça o trabalho que ela não consegue fazer.

O próprio processo movido contra Isabel dos Santos é um processo juridicamente mal feito e que politicamente tenta mostrar uma realidade que, de facto, não corresponde aos factos. Quer o Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, quer a justiça portuguesa, em geral, não têm a noção de que este é um caso político, um acerto de contas mal feito por parte da PGR angolana.

João Paulo Batalha nas declarações à DW mostrou-se esperançado que seja possível devolver ao povo angolano grande parte dos activos desviados, mas considera também fundamental investigar a origem da fortuna de Isabel dos Santos e os crimes de corrupção, de favorecimento e de branqueamento de capitais que eventualmente lhe são imputados, respectivamente em Angola e Portugal. O presidente da Integridade e Transparência considerou que a justiça portuguesa continuava a agir de forma tímida e pedia mais investigação sobre as cumplicidades políticas e económicas que permitiram à filha primogénita de José Eduardo dos Santos ser tão bem recebida em Portugal e acumular o seu vasto património.

Em causa, afirmou, estavam “as responsabilidades não só de Isabel dos Santos, mas de toda esta rede que a ajudou a montar todo este império e que continua provavelmente activa no apoio a outras altas figuras do Estado angolano”, também elas com fortunas de origem suspeita ou desconhecida e que continuam a fazer negócios e a trazer para Portugal muita riqueza acumulada de forma suspeita.

Recentemente, a plataforma Projecto de Investigação ao Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, sigla em inglês), revelou que mais de uma dezena de entidades de influência da elite angolana e seus familiares usaram o sistema bancário para desviar centenas de milhões de dólares para fora do país, incluindo companhias alegadamente associadas a Isabel dos Santos.

fonte: folha8


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