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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Hospital do Quênia 'prende' mulheres que não pagam despesas do parto.

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Maimouna Awuor, 44 anos, contou que ficou presa no hospital por 20 dias, até o prefeito de Nairóbi pagar a conta Foto: AP
Maimouna Awuor, 44 anos, contou que ficou presa no hospital por 20 dias, até o prefeito de Nairóbi pagar a conta
Foto: AP

Mulheres quenianas que deram à luz no Hospital Maternidade Pumwani dizem estar sendo impedidas de deixar o local se não pagarem as taxas estabelecidas pela casa hospitalar, localizanda em um bairro pobre de Nairóbi. O diretor da instituição, Lázaro Omondi, admite a prática e afirma que essa é a única maneira de manter o centro médico funcionando. Uma das mulheres ouvidas pela reportagem da Associated Press afirmou que foi agredida por um guarda quando tentou sair do hospital sem pagar.
A instituição cobra taxas de entre US$ 60 e US$ 160 por parto, um valor que a maioria das quenianas não tem condições de pagar. Duas mães que estão “presas” contaram à reportagem que vivem perto dali, em um barraco com paredes de barro e telhado de zinco. Mesmo assim, após receberem seus bebês, foram impedidas de deixar o local.
“O hospital tem que conseguir dinheiro para pagar a conta de luz, a conta de água. Temos que pagar nossos médicos e demais trabalhadores”, afirmou o diretor Lázaro Omondi. “Elas ficam lá até que paguem. Elas devem pagar”, defende. “Se não pagam, o hospital vai entrar em colapso”, justifica. De acordo com Omondi, cerca de 350 mulheres dão à luz no local a cada semana.
O Centro de Direitos Reprodutivos, sediado em Nova York, nos Estados Unidos, entrou com uma ação no Tribunal Superior de Justiça do Quênia para tentar obrigar o hospital a cessar a prática. A entidade afirma que as pacientes da maternidade Pumwani são as mais pobres da capital queniana. Além disso, alega que o hospital é associado ao Conselho de Nairóbi, motivo pelo qual não poderia seguir com a prática de cobrança forçada.
Maimouna Awuor, 44 anos, já tinha quatro filhos quando deu entrada na maternidade para dar à luz em outubro de 2010. Como muitos que vivem nas favelas de Nairóbi, ela não tem trabalho fixo e faz pequenos “bicos” para conseguir dinheiro. Ela é citada na ação judicial contra o hospital e contou que após dar à luz, não tinha dinheiro para pagar a conta de US$ 60, e foi impedida de sair do local, o que acredita que aconteceu com outras 60 mulheres e seus filhos. “Dormíamos três pessoas em uma cama, às vezes quatro”, disse. Ela também afirma que os funcionários do hospital xingam as mães pobres. Ela revelou que viu algumas mulheres tentando fugir, mas foram espancadas pelos guardas.
Enquanto o marido trabalhava em um campo de refugiados, sua filha Awuor, 9 anos, ficou sendo cuidada pelos irmãos. Maimouna diz que foi libertada depois de 20 dias após o prefeito de Nairóbi paga a conta. No Quênia, os políticos costumam realizar esse tipo de favor.
A segunda mãe citada na ação judicial, Margaret Anyoso, diz que foi trancada em Pumwani por seis dias em 2010 porque não podia pagar a conta de US$ 160. "Eu não vi meu filho até o sexto dia após a cirurgia. Os funcionários do hospital estavam mantendo ele longe de mim e só quando eu fiz um escândalo o trouxeram até mim”, disse Margaret, uma vendedora de legumes e mãe solteira que ganha US$ 5 em um bom dia. Ela foi liberada após parentes pagarem a conta.
Outra mulher diz que foi detida por nove meses e só saiu do hospital após fazer greve de fome. O Centro de Direitos Reprodutivos diz que outros hospitais do Quênia também detêm pacientes que não pagam a conta. Judy Okal, diretor da instituição para a África, disse que o grupo entrou com a ação para que todas as mulheres quenianas, independentemente do status socioeconômico, tenham o direito de receber cuidados de saúde, sem medo de serem “presas”. O hospital, o procurador-geral, o Conselho Municipal de Nairóbi e dois ministros do governo são citados na ação.
fonte: terra.com.br

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