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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Senegal: Mudança - Após o hotel Terrou-Bi, Abdoulaye Wade mudou-se para ...

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Aconteceu o incógnito. Trata-se da mudança, há poucos dias, do Sr. Abdoulaye Wade, que havia estabelecido seus aposentos em Terrou-Bi desde seu retorno ao Senegal, em 27 de janeiro, na véspera da última eleição presidencial.

Para ir direto ao ponto, lembre-se que o ex-chefe de Estado terminou de depositar, há quatro semanas para ser mais preciso, sua bagagem na Lagon. A informação é dada pelo "quotidien Source A", que informa que é sua agenda que perturbou o Terrou-Bi.

fonte: seneweb.com

Brasil: Cem dias de Governo do Presidente Jair Bolsonaro.

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Desde que chegou ao poder, a popularidade de Bolsonaro desceu. O Presidente brasileiro frustrou o mercado financeiro, colecionou polémicas e continua sem ter uma base de apoio no Parlamento.
fonte: DW África
Brasilien: Präsident Jair Bolsonaro und das Militär (Getty Images/B. Prado)
Jair Bolsonaro, Presidente do Brasil
Os primeiros cem dias da presidência de Jair Bolsonaro no Governo brasileiro, completados esta quarta-feira (10.04), foram controversos. O país espera medidas concretas, reformas e leis que ajudem a economia. Jair Bolsonaro perdeu parte da sua popularidade, frustrou o mercado financeiro, que apostava na aprovação de reformas, colecionou polémicas e continua sem ter uma base de apoio no Parlamento.
O analista político Thomaz Favaro conta que a eficiência do Governo de Bolsonaro está a ser criticada. "O que temos visto durante estes primeiros cem dias do Bolsonaro é que uma série de grupos têm lutado, não só pela definição de políticas públicas em temas chave, como também por espaços de poder mais amplamente, acho que minando bastante a eficiência do Governo na definição das políticas públicas e no avanço da implementação da sua agenda de reformas", explica.
Também Rubens Glezer, professor na Fundação Getúlio Vargas, diz que não tem visto um Presidente da República capaz de uma atuação política consistente.
 
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Brasil: Cem dias de Governo do Presidente Jair Bolsonaro

"Não tenho visto uma aptidão do Governo para construir o consenso que lhe permitirá o apoio na legislatura [Congresso] para passar as reformas estruturais que ele [Bolsonaro] está prometendo fazer", afirmou Rubens Glezer, acrescentando que no seu entender, a presidência de Jair Bolsonaro aumentou o conflito entre o Congresso e o poder Judiciário.
"Ele não é capaz de mediar o conflito entre a legislatura e o poder judiciário, que poderia aumentar a instabilidade económica e política no país. E usou um discurso extremista porque isso garante um apoio de sua base eleitoral sem ter que realizar reformas", afirmou o professor na Fundação Getúlio Vargas.
Se os analistas pressentem falta de rumo por parte de Bolsonaro, a população brasileira deseja ação e novas políticas. A docente em São Paulo, Flora Cristina Martins, quer melhorias na economia e noutros setores.
"Precisamos que o novo Presidente, Jair Bolsonaro, entre em ação o mais rápido possível para [melhorar] a nossa economia, mas não apenas. Acho que a economia é uma questão prioritária, mas acho que estamos viver certas coisas, e se elas não forem resolvidas em breve, as coisas não vao correr bem".
Para o analista político Thomaz Favaro, o chefe de Estado do Brasil não mostra habilidade política, o que o impede de ter espaço de manobra para implementar as suas ideias. "Para Bolsonaro deputado, a intransigência sempre foi um valor, uma fortaleza, uma habilidade e, talvez, ele ainda não tenha percebido que, para um chefe de Estado, a capacidade de negociar e a capacidade de dialogar com diferentes forças pode ser uma habilidade mais importante do que a próprio intransigência", conclui.

Angola (Benguela): Rui Falcão não vê remédio para o ‘’vírus da corrupção’’ nos próximos 20 anos.

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Governante denuncia corrida ao passaporte português para proteger dinheiro roubado

Governante denuncia corrida ao passaporte português para proteger dinheiro roubado
O governador provincial de Benguela, Rui Falcão, considera que Angola continuará ainda a ser confrontada com a corrupção nos próximos 20 anos, mas com menos impacto nas finanças públicas, dada a existência de indivíduos que não "mudam de chip".

Numa conferência sobre nacionalismo e patriotismo, o governante desafiou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a seguir os seus rastos enquanto gestor, depois de ter ouvido um magistrado do Ministério Público dizer que o saque do dinheiro dos angolanos é exemplo da falta de amor à pátria.
A conferência, uma iniciativa da Universidade Katyavala Bwila (UKB), realizada na segunda-feira, 8, estava na fase de perguntas e respostas quando o sub-procurador-geral da República – chefe na Comarca do Lobito, João da Cruz Rafael, criticou a postura dos dirigentes angolanos.
"Ao invés de não mexerem no dinheiro que é do povo, da nação, da pátria, fizeram exactamente o contrário, com todas as consequências dramáticas e terríveis, sobretudo para aquela pobre criança. Como enquadrar isso?", questionou Rafael.
Em resposta, Rui Falcão diz ser um homem a dormir tranquilo, à espera, se necessário, de investigação, embora admitindo erros por ser parte de um regime com figuras que tudo fizeram para proteger o dinheiro subtraído do erário e colocado em Portugal.
‘’Muita gente adquiriu a nacionalidade (portuguesa) para proteger o que levou daqui roubado, temos de ser claros. E estas pessoas, com poder político e acesso fácil às finanças do país … o dinheiro vicia, transforma, daí que tenham caído nessa coisa nefasta que foi roubar. São consequências históricas, temos de assumir’’, reconheceu o governante.
A PGR confirma que vários membros do Governo de Benguela estão a ser ouvidos no quadro de processos de corrupção, mas Rui Falcão prefere não falar em desconforto para si até surgirem dados concretos.
‘’Não estou habituado a responder a coisas subjectivas, não tendo nome é apenas uma ficção. Então, perguntem a PGR para dizer os nomes’’, concluiu Rui Falcão.

fonte: VOA

Angola: Como enfrentar o aumento "descontrolado" da população?

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Medidas de planeamento familiar não se têm mostrado "eficazes" no país, devido às fortes crenças culturais enraizadas, diz sociólogo. Campanhas de sensibilização junto às comunidades podem ser solução.
fonte: DW África
Portugal, Lissabon, Zwangsheirat (AMIC Bissau
)
O relatório anual sobre o Estado da População Mundial, do Fundo de População das Nações Unidas, divulgado esta terça-feira (09.04), dá conta que, nos últimos 15 anos, a população em Angola quase triplicou, ascendendo, em 2019, a mais de 31,9 milhões de pessoas. Um número que contrasta com os 13,8 milhões de cidadãos registados em 1994 e menos de metade desse número em 1969 (6,6 milhões).
Mas, aquilo que poderia ser considerado, em alguns países do globo, uma oportunidade, é para Angola um desafio, que promete trazer graves consequências, caso o Governo não tome as medidas adequadas.
Em entrevista à DW, o sociólogo Carlos Conceição nota que a "contenção do crescimento populacional" em Angola "não tem feito parte do caminho a seguir pelo Estado", que também não tem sido capaz de dar resposta positiva ao desemprego. Para Carlos Conceição, falar do "crescimento descontrolado da população" angolana é falar da alta taxa de natalidade do país, altamente influenciada com as condições sociais a que as famílias angolanas estão submetidas.
Casamentos precoces
O sociólogo angolano chama a atenção para os "problemas relacionados com os casamentos precoces". "As relações precoces que vão surgindo, dia após dia, também vão agudizando esta questão do crescimento populacional, que está fora do controlo do próprio Estado. A crise económica e social que nós vivemos influencia o comportamento das famílias e dos adolescentes", explica.
 
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Angola: Como enfrentar o aumento "descontrolado" da população?

Segundo os dados da ONU, em Angola, apenas 17% das mulheres entre os 15 e os 49 anos usa anticoncecionais. Trata-se da taxa mais baixa entre os países africanos de língua portuguesa. Na Guiné-Bissau, a taxa é de 20%; em Moçambique é de 30%, 66% em Cabo Verde e em São Tomé de 44%.
Carlos Conceição vê nas políticas de controlo demográfico "uma saída para Angola". No entanto, admite, as medidas relacionadas com o planeamento familiar que têm sido levadas a cabo no país não se têm mostrado "eficazes", uma vez que a esta equação é ainda preciso juntar outras variáveis como são a "educação" ou "aceitação social" deste mecanismo. "A questão da cultura é muito forte. Combater as crenças, combater os hábitos, costumes, não tem sido fácil. É algo que ainda esta enraizado", diz Carlos Conceição, que exemplifica: "temos famílias que incentivam os seus próprios filhos a saírem de casa. Daí, [os jovens] começarem a enveredar por relações amorosas muito precocemente" e que levam depois à também gravidez precoce, com "mães muito jovens a terem filhos, quando deviam estar a estudar".
Problemas de comunicação
Na opinião deste sociólogo, os resultados poderiam melhorar se o Governo apostasse em campanhas de sensibilização porta a porta ou através de panfletos junto às comunidades e associações, ao invés de continuar a tentar passar a informação através dos canais de comunicações convencionais.
"As nossas instituições comunicam muito pouco e comunicam mal, as pessoas não percebem o que as instituições do Estado pretendem quando passam uma informação. Aliás, os meios de comunicação usados pelo Estado também não ajudam, na medida em que nem todas a famílias têm acesso à radio, televisão ou jornais”, afirma Carlos Conceição que não duvida que a "informação tem sido um dos grandes calcanhares de Aquiles naquilo que é a estratégia de comunicação institucional que visa à resolução destes fenómenos", explica.
Liberia Catherine Browne mit Baby (DW/J. Kanubah)
A população em Angola, atualmente, ascende já os 31 milhões de pessoas, segundo a ONU.
Problemas económicos
Aos problemas culturais, juntam-se os económicos, ainda mais nesta altura em que o país vive uma "crise sem precedentes" e onde o "desemprego cresce a cada dia que passa”. "As famílias vão perdendo poder de compra, os jovens enveredam para a área da criminalidade, delinquência e prostituição, em consequência do ócio, porque a maior parte deles não faz absolutamente nada e precisa de sustentar os seus vícios e necessidades”, afirma Carlos Conceição.
Um crescimento populacional sustentável deveria vir acompanhado de um desenvolvimento humano proporcional, o que pressupõe a criação de mais emprego.
Mas, diz este sociólogo, o investimento na formação e educação dos jovens angolanos também tem estado a ser descurado. Dados recentes do Ministério da Educação dão conta que, em 2019, "perto de um milhão de crianças estão fora do sistema escolar" no país.
PALOP: Crescimento é geral
Ainda que menos expressivo do que em Angola, o aumento da população em Moçambique é igualmente significativo. Em 1969, o país tinha nove milhões de pessoas. Em 1994, este número subiu para os 15,2 milhões e, treze anos depois, em 2017, fixava-se nos 31,4 milhões.
Em São Tomé, Guiné-Bissau e  Cabo Verde, as taxas de crescimento populacional são também expressivas, mas reportam-se a universos populacionais não comparáveis. O número da população são-tomense, por exemplo, duplicou entre 1994 e 2019, sendo que dos 0,1 para os 0,2 milhões de habitantes.  A Guiné-Bissau passou dos 0,7 milhões em 1969 para 1,1 milhões em 1994 e para os 2 milhões em 2019 e Cabo Verde dos 0,3, 0,4 e 0,6 milhões no mesmo período. 
O aumento populacional em África foi também um dos temas debatidos, no passado fim de semana na Costa do Marfim, no âmbito do evento anual do Fórum Mo Ibrahim.

REELEITO O PRIMEIRO MINISTRO DO ISRAEL: Netanyahu rumo ao quinto mandato.

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Apesar de escândalo de corrupção e fortalecimento da oposição, aliança do premiê garante maioria no Parlamento para formar coalizão. Ele será o líder mais longevo do país. Partido rival reconhece vitória do conservador.
FONTE: DW ÁFRICA
Netanyahu e sua esposa Sara comemoram a vitória em Tel Aviv após as primeiras projeções
Netanyahu e sua esposa Sara comemoram a vitória em Tel Aviv após as primeiras projeções
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu caminha para seu quinto mandato, o quarto consecutivo, e para se tornar o líder mais longevo de Israel desde Ben Gurion, fundador do Estado judaico. Com mas de 97% dos votos apurados nesta quarta-feira (10/04), o político conservador e sua aliança de centro-direita parecem ter assegurado cadeiras suficientes no Parlamento nacional para continuar no poder.
A vitória dá sobrevida política a Netanyahu, de 69 anos, envolto em uma série de denúncias de corrupção. Essas eleições eram consideradas como o maior desafio já enfrentado por ele desde que assumiu o poder, enquanto a Procuradoria-Geral do país avalia uma série de acusações de fraude, recebimento de propina e quebra de confiança envolvendo seu nome.
Seu partido, o Likud, conquistou 35 cadeiras no Knesset (Parlamento israelense), praticamente o mesmo número obtido pela legenda Azul e Branco ("Kahol Lavan", em hebraico), de seu adversário centrista, o ex-chefe do Estado Maior do Exército Benny Gantz. Mas, a soma dos votos do Likud e dos demais partidos de direita aliados à sigla garantem 65 das 120 vagas.       
Esse resultado deixa o presidente israelense, Reuven Rivlin, encarregado de solicitar a um dos candidatos para que forme um novo governo, com poucas alternativas a não ser optar pelo atual premiê, levando ao início de intensas negociações entre os partidos, que podem se arrastar por semanas.
O comparecimento às urnas foi de 67,9%, um pouco mais baixo dos 71,8% registrados nas eleições de 2015. Os resultados finais são esperados para esta quinta-feira.     
No início da manhã, Netanyahu já falava em uma "vitória magnífica" durante uma festa do Likud em Tel Aviv. "Será um governo de direita, mas serei o primeiro-ministro de todos", afirmou, dizendo se tratar de um "dia histórico". "O presidente deve nos dar a tarefa de formar o próximo governo, já que somos o maior partido."
Mais tarde, líderes do Azul e Branco reconheceram a derrota nas eleições, prometendo trabalhar contra Netanyahu na oposição. Yair Lapid, o número dois do partido, afirmou que a legenda está disposta a "amargar a vida do governo Netanyahu".
"Respeitamos a decisão do povo", disse Gantz. De olho nas próximas eleições, ele afirmou que o Azul e Branco "fundou uma verdadeira alternativa a Netanyahu".
Para garantir uma futura coalizão de governo, Netanyahu se aproximou de partidos ultradireitistas e chegou a prometer anexar os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, uma das principais bandeiras dos partidos de extrema direita, além de reforçar a retórica agressiva contra árabes e outros grupos.
Ele se esforçou para se mostrar como um estadista fundamental para o futuro de Israel e exaltou seus laços com outros políticos populistas, como os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro. O premiê inclusive adotou algumas das táticas de seu colega americano, chamando as investigações contra si de uma "caça às bruxas".
Gantz, de 59 anos, se mostrou um adversário difícil para o veterano premiê ao se colocar como um especialista em segurança e prometer desfazer os danos provocados pelo que chamou de uma política divisiva de Netanyahu. Ele qualificou como "irresponsável" a promessa de Netanyahu de anexar os assentamentos na Cisjordânia.
RC/afp/dpa     
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Extradição de Manuel Chang depende da política interna sul-africana?

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A decisão sobre a extradição para Moçambique ou para os EUA do ex-ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, poderá ser conhecida só depois das eleições gerais de maio na África do Sul, considera analista.
fonte: DW África
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Manuel Chang, ex-ministro das Finanças de Moçambique
A decisão sobre a extradição do ex-ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, poderá estar dependente do próximo xadrez governativo sul-africano a ser definido nas eleições de 9 de maio, entende André Thomashausen. O especialista em direito internacional lembra que a atual ministra das Relações Internacionais, próxima à facção do ex-Presidente Jacob Zuma, já mostrou que tende pela extradição para Moçambique.
Caso Lindiwe Sisulo fique fora do próximo Governo abre-se a possibilidade de os ventos soprarem para outra direção. Falamos sobre o caso Manuel Chang com André Thomashausen, especialista alemão em direito internacional e professor na Universidade da África do Sul (Unisa).
DW África: A defesa de Manuel Chang dá sinais de querer arrastar esta fase de audição. A que se deve esta estratégia?
André Thomashausen (AT): A outra estratégia é de tentar arrastar o processo aqui na África do Sul para evitar a todo o custo que o senhor Chang venha estar presente perante um juiz americano e que depois, muito provavelmente, teria que escolher entre uma longa sentença ou uma estratégia de cooperação e que iria entregar às autoridades americanas os segredos que sabe e que é o que na verdade interessa aos americanos. A pessoa do senhor Chang não deve interessar muito aos EUA, mas a verdade daquilo que aconteceu com o dinheiro, isso sim.
DW África: Dado ao esforço que a defesa está a fazer para que Chang não seja extraditado para os EUA a delação premiada ou o plea bargain seria uma carta fora do baralho caso o ministro sul-africano da Justiça decida que Manuel Chang deve ser extraditado para esse país?
AT : Para os EUA sim. Aliás serão os americanos que vão oferecer as condições favoráveis, inclusive de permanência nos EUA num hotel com os cuidados que irá necessitar do ponto de vista da saúde...tudo isso, é um bocado atrativo para o senhor Chang, porque aqui na África do Sul estamos no começo do inverno e as instalações prisionais no país normalmente não têm aquecimento, a comida não é boa e as condições não são favoráveis. Aliás vê-se que o senhor Chang cada vez que aparece  no tribunal perdeu mais um bocado de peso e está mais deprimido e desgastado. É realmente uma escolha muito difícil que o senhor Chang terá de fazer, entre a sua lealdade para com a elite da FRELIMO e os seus próprios interesses, incluindo a sua saúde.
 
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Extradição de Chang depende da política interna sul-africana?

DW Árica: Entretanto, o negociador da Privinvest já foi ouvido pela justiça norte-americana e prometeu cooperar. Caso Manuel Chang não queira cooperar chegaria numa posição de desvantagem?
AT: Sim, embora os gerentes da Privinvest tal como os responsáveis do Credit Suisse e convém lembrar que foi o vice-presidente do Credit Suisse quem assinou o empréstimo e no dia seguinte deixou o seu cargo naquela instituição bancária para precisamente assumir um outro na Privinvest, coisa muito incorreta e muito invulgar. Essa gente saberá uma parte da medalha, um parte da verdade, mas a outra também interessa muito, nomeadamente para se saber o que é que se fez ao dinheiro. Porque o dinheiro (dois mil milhões de dólares) desapareceu  e evidentemente que a grande finança internacional, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o fisco americano não querem que isso se repita e que venha a ser um novo mau hábito em África. Portanto, aí naturalmente será o senhor Chang que poderá fornecer as informações, o que é que a elite moçambicana fez com todo esse dinheiro.
DW África: A decisão sobre a extradição está agora nas mãos do ministro sul-africano da Justiça. Há risco da decisão vir a ter um cunho político?
AT: Evidentemente que haverá pressões políticas e a ministra sul-africana das Relações Internacionais, a senhora Lindiwe Sisulo, indicou já há algumas semanas que para ela a preferência seria de dar prioridade à solidariedade entre países africanos e amigos, ou seja, resolver os assuntos africanos cá em África. E portanto, ela preferia que o senhor Manuel Chang regressasse a Moçambique e participasse nos possíveis processos. Agora, o ministro da Justiça tem a sua pasta e  tem a sua própria carreira política. É um ministro que foi nomeado pelo antigo Presidente Zuma, na altura foi uma pessoa da máxima confiança do Presidente e é uma pessoa muito ligada àquela facção do ANC (Congresso Nacional Africano) aqui na África do Sul que está claramente oposta à antiga facção de Thabo Mbeki e atualmente do Presidente Cyril Ramaphosa. São realmente dois partidos dentro de um partido e desta forma não se sabe se esse ministro da Justiça continuará a ocupar a pasta depois das eleições de 9 de maio, tal como muito provavelmente será o caso da ministra Lindiwe Sisulo, também no passado muito próxima do ex-Presidente Zuma. E é muito duvidoso que este assunto possa ser decidido dentro das próximas três semanas porque ainda resta saber se a defesa do senhor Chang vai ou não interpor recurso, dentro de duas semana. A decisão não poderá vir a tempo antes dessas eleições. Depois o baralho de cartas é capaz de ser muito diferente, dependendo também do resultado eleitoral. Se a equipa do Presidente Ramaphosa sair com um bom resultado e com muita força política, penso que é bastante provável que irá dar prioridade às boas relações com os EUA em vez de tentar fazer um favor a uma elite moçambicana já bastante gasta.

Extradição de Chang: Pretória não pode se arriscar a esfriar as relações com os EUA para favorecer Maputo, diz André Thomashausen.

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Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique

Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique
As autoridades de Pretória não pode colocar em risco as suas relações comerciais com os Estados Unidos repatriando o antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, diz o constitucionalista André Thomashausen.
Chang está detido, em Joanesburgo, a pedido dos Estados Unidos, que o casuam de ter conspirado em crimes financeiros ligados ao escândalo das dívidas ocultas de Moçambique.
A opinião de Thomashausen surge dias depois do Tribunal de Kempton Park, na África do Sul, ter anunciado que há provas suficientes para Chang, ser julgado nos Estados Unidos ou em Moçambique.
Tal decisão abre caminho para a extradição de Chang para qualquer dos dois países, o que deve ser decidido pelo ministro da Justiça da África do Sul.
Tendo em conta que África do Sul é um dos principais parceiros dos Estados Unidos no continente, e tem o vizinho Moçambique como aliado histórico, vaticina-se que a extradição será uma decisão difícil.
Para o constitucionalista Thomashausen, “África do Sul simplesmente não pode se arriscar ao esfriamento de relações com os Estados Unidos só para favorecer o actual governo de Moçambique”.
Ele realça que “Moçambique terá que entender que para a África do Sul as boas relações com os Estados Unidos são essenciais, porque dependemos muito de um acordo de tratamento preferencial dos nossos produtos, principalmente do sector de automóveis”.
fonte: VOA

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