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NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... A invasão e o massacre de Gaza, uma espécie de campo de concentração...

sábado, 30 de julho de 2011

“Quem ditou a morte do Dr. Savimbi foi o Eduardo dos Santos”.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...


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Foto: General Abilio Kamalata Numa. (O Apostolado)
Novo Jornal

Eu tenho uma ambição, de acabar com todo esses desentendimentos entre angolanos definitivamente. Instalarmos a liberdade e a democracia no nosso país. Por isso mesmo, e como já fui ameaçado, talvez seja a próxima vítima. Mas nao tenho medo disto…

É dos rostos mais temidos na UNITA pelo seu arqui-rival, MPLA. Abílio kamalata Numa fez manchetes em vários jornais privados, depois de ter feito uma greve de fome, para a exigir a liebrtação de um militante do seu partido.

O também Secretário-geral da UNITA afirma que não tem qualquer ambição na politica, e que o seu maior sonho é ver Angola livre de intolerância e que haja uma verdadeira reconciliação nacional A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) concluiu esta semana os seus trabalhos. E, segundo o comunicado distribuído à imprensa, não se constatou casos de intolerância na província do Huambo. Quer comentar?
O relatório final da CPI significou surpresa para muita gente, mas para outras é o corolário de uma situação que já contavámos. Porque, o MPLA tinha de ser igual a ele próprio, da forma como foi, e seria diferente se o MPLA quisesse de facto abrir uma nova página, coisa que eles não fizeram, e devo dizer que não foi nenhuma surpresa, já contavámos com isso, e foi o que aconteceu. Aqueles que estão do outro lado acham que o MPLA conseguiu uma grande vitória, mas só devo dizer que é uma vitória sobre o seu próprio povo, o que é nuito mau, uma vez que retarda ainda mais o processo de reconciliação nacional entre os angolanos.

Nao ficou nada surpreendido então?
Não, não fiquei. Vamos ter outras CPI’s.

Esta a preparar alguma surpresa?
Nós estamos nessa luta, e com certeza vamos ter surpresas.

O facto de ter sido nomeado para estar à frente desta comissão um militar não logo a partida uma barreira para a investigação?
Não, até para muitos como eu, talvez tivesse sido a abertura de uma luzsita que alguma coisa boa iria sair daí, porque os militares são pessoas que gostam de ser livres. Mas o Higino mostrou aqui que é um militar de carreira, mas que esta submisso as ordens dos políticos. Está numa hierarquia política e ele não conseguiu desfazer-se desse que é casaco de forças e assumir a sua personalidade. O MPLA vincou o que queria, e começou a fazer isso desde o momento que foi ditado a composição da própria CPI, onde 97 por cento dos representantes eram deste partido, com um da UNITA, outro da FNLA e um do PRS, que se abstiveram, infelizmente foi a charada que nós tivemos.

Podia nos contar detalhadamente os acontecimentos do Huambo?
A primeira coisa que fiz, uma vez que me encontrava no Huambo, foi ter levado o secretário provincial do Huambo, Liberty Chiaka e depois disso o senhor presidente, que também passou por lá, falou com as autoridades sobre a presença desse novo quadro naquela área, e depois disso ele começou a fazer-se apresentar em todos os municípios e comunas, e fê-lo de uma forma muito extensiva. A parte final da sua visita ia culminar exactamente no município do Bailundo, isto no dia 31 de Janeiro, ele foi visitar o município do Lunji, e muita gente das redondezas foram assistir ao comício, e eu, que neste período me encontrava na aldeia do meu pai, que é ali ao lado, também fui assistir, deram-me a palavra, inclusive, falei um pouco, mas nao era o anfitrião, o anfitrião era o Liberty, depois separamo-nos. As populações voltadas daquele comício muito motivadas começaram a colocar bandeiras nas suas aldeias. E aconteceu o mesmo na minha aldeia, e numa outra ao lado, e foi nesta outra onde se deu a confusão, na aldeia do Chissassa. O soba retirou as bandeiras, e a população depois de se aperceber foi tirar satisfação. E o povo disse, “se o soba tirar a bandeira da UNITA, então nós tambem vamos tirar a bandeira do MPLA”. E a partir daí houve desentendimentos, ao ponto do soba sentir-se ameaçado, uma vez que era quase toda a população da aldeia. E o soba teve de fugir para a regedoria, que criou condições, dando uma motorizada para ele puder ir até à aldeia do Munji queixar-se as autoridades. E as autoridades sem mandato de captura, sem nada, prenderam a elite mais importante daquela aldeia. E foi assim que prenderam o professor António Kaputu, história que vocês já conhecem. Quando eu soube, na altura encontrava-me no Bié, achei porém que deveria intervir, uma vez que acompanhei de perto essa história, e já há muito tempo que venho acompanhando a história da intolerância no Huambo. Por isso achei por bem encontrar uma forma de fazer ressurgir essa causa por todo o país, e foi assim que iniciámos a greve de fome. Depois disso os meus colegas parlamentares pediram que fosse criada uma comissão de inquérito para averiguar os casos de intolerância na província do Huambo.

O que o motivou a realizar a greve de fome?
A injustiça. E devo lhe dizer que estou na política sem qualquer ambição. Não tenho qualquer ambição. Os que têm ambições são esses que andam um bocadinho escondidos à espera do momento oportuno para aparecerem e irem ao poder, esses têm ambições eu não tenho. Eu tenho uma ambição, de acabar com todo esses desentendimentos entre angolanos definitivamente. Instalarmos a liberdade e a democracia no nosso país. Por isso mesmo, e como já fui ameaçado, talvez seja a próxima vítima. Mas nao tenho medo disto…

Mesmo com essa aspiração pela liberdade foi sancionado pelo Parlamento…
Fui sancionado sim, também não esperava outra coisa deste MPLA. Eu tenho a certeza, que é destes actos que surgirá um país mais honesto no futuro, com as mortes do Mfulumpinga, dos Nitos Alves, dos Savimbis, as mortes de tantos outrosangolanos anónimos, inclusive de miúdos que são mortos por aí pela polícia, outros ainda que sao presos por se manifestarem, enfim, é destes sacrificios todos pelo querer pela liberdade, que um dia teremos um país sério.

Estamos a aproximarmo-nos de 2012. Tudo indica que teremos eleições o próximo ano. Como coordenador da campanha eleitoral da UNITA em 2008, como encara este desafio que têm pela frente?
Primeiro, a luta que vamos encentar nos próximos dias, e que não tenhamos uma lei eleitoral igual a de 2008. E por aquilo que nos fazem perceber, uma vez que o MPLA já entregou a sua proposta de Lei Eleitoral, já recuámos. Signfica que Eduardo dos Santos quer se fazer eleger pela força e não quer ficar abaixo do “score” que o MPLA atingiu em 2008, ou seja, dos 81 por cento. Portanto, vamos ter eleições muito mais agressiva do que 2008. Por isso mesmo, nós não queremos ir para as eleições desta forma, por isso mesmo nós vamos ter de fazer aquilo que os outros estão a fazer, nós vamos parar esse país, acredita mesmo, nóss vamos parar o país.

E como pretendem fazer essa paralisação?
Nós vamos nos manifestar, vamos parar o país com manifestações.

Está-se a referir a Comissao Nacional Eleitoral Independente?
O problema não está só na Comissão Nacional Eleitoral Independente, mas nos órgãos que administram o processo eleitoral, que tem de seguir à risca o que a Constituição diz. O que MPLA esta a dizer é de uma Comissão Nacional Eleitoral Independente comparticipada e não é isto que diz a Constituição. Se for a ler o artigo 107º e as suas duas epígrafes vai ver que não está lá nada parecido, com uma comissao compartilhada que o MPLA propõe.

O que pensa que a UNITA deverá fazer diferente do que fez em 2008, para que se saia melhor em 2012, embora vocês tenham alegado fraude?
Estamos muito melhores do que em 2008. De um lado houve uma certa ingenuidade da nossa parte, porque estavamos a acreditar numa autoridade angolana, mas a autoridade que temos é do MPLA, não é de Angola. E a partir de 2008 despertamos, e vimos que as eleições em África é confrontação, então nós vamos por aí, vamos aceitar essa luta, e o MPLA não nos vai impôr de forma nenhuma o que fez em 2008.

O sr. Secretario-geral disse durante uma conferência de imprensa, isso logo depois da greve de fome, que “a UNITA não voltará a engolir sapos”...
Estava a referir-me exactamente a isso. Eu previa que muita coisa iria mudar, já nesta altura, ainda não tinha acontecido as revoltas no norte de África, mas nós já estavámos atentos aos acontecimentos no mundo. A democracia permitiu a eleição do Lula no Brasil, um sindicalista que veio das massas, neste mesmo país onde uma mulher chegou a Presidente da República, um negro nos Estados Unidos. Embora tenhamos do outro lado países como a China e a Rússia que estão a ver se não lhe dão muito espaço, mas a verdade é que estes países correm o risco de ficarem para trás se não aceitarem essa corrente que arrasa a nossa era. E é isto que nos deu certeza de que alguma coisa em Angola iria mudar. Em 2002 quando eu cheguei, dizia-se à boca cheia, no seio do MPLA, que eles iriam governar mais cinquenta anos. Nao foram necessario 10 anos, e nota-se o MPLA muito aflito, não consegue se impor, se não pela força.

Como analisa a situação sócio-político do país?
Muito má. Primeiro para dizer que, nós, infelizmente, fomos colonizados por Portugal, e o meu pai, em 1965 foi preso pela PIDE porque havia dito, na altura, que seria bom se tivessemos sido colonizados pelos americanos. E eu hoje repito, foi muita pena termos sido colonizados pelos portugueses, porque o que deixaram aqui foi uma mente tacanha de uma dimensão muito grande, as pessoas nao sabem respeitar a lei. A lei que criam, no outro dia a desrespeitam, é isso que Portugal nos deixou. Enquanto que, se fores para um país de expressão anglófona as pessoas têm sempre uma preocupação com a lei, embora haja uma excepção, que é o Mugabe, mas você nota que aceitou a Comissão Nacional Eleitoral Independente que lhe surpreendeu, agora está a lutar a ver se tenta equilibrar-se. Enquanto nós aqui, isso aqui já nem se reconhece mesmo como um Estado sério, ou se é um país das bananas. Vocês imaginem o senhor Presidente da República fez as eleições de 2008 para ter a Constituição que tem. Está explanado na Constituição a Comissão Nacional Eleitoral Independente, e ele não quer. Uma coisa que ele assinou, ele viu. Temos um país onde as pessoas roubam, ficam ricas de dia para noite, e não há ninguém que julgue estas pessoas, é o país que temos. É por isso mesmo que temos de nos despir desta mentalidade tacanha de medo e opormo-nos desta forma de governar o país. Os países não têm dono, os donos sao os naturais desses países. E vou lhe dizer mais, com isso nós temos uma geração perdida, ou comprometida, nao sei, se diziam que a minha geração era sacrificada, agora a actual geração não sei. Temos um país muito enfraquecido.

Disse recentemente em entrevista a um jornal privado que se o MPLA encarar a verdadeira UNITA e não aquela que tem vindo a passar para os angolanos, a virtual, passaremos a ter um país mais repressivo. O que é que quis dizer com isso?
Nós fomos um partido-Estado. É só ver que nós fomos sancionados internacionalmente, e pela primeira vez no mundo aconteceu isso. Por isso, nós conhecemos bem como funcionam as instituições, como se gere estas mesmas instituições, temos muitos relatórios, nós temos relatórios que vêm do MPLA, assim como eles têm relatórios nossos, nós sabemos disso. E há vários relatórios vindos dos mais diversos sectores do MPLA, de três a quarto página onde citam a UNITA mais de cem vezes, não citam nenhum outro partido mais, se não a UNITA, que é o inimigo principal. E o inimigo principal, a UNITA ja nem é tratada como adversário político, mas sim, como inimigo. Porque eles acham que se há alguém que lhes vai tirar do poder é a UNITA, e dentro dessa perspectiva eles estão a lutar com uma UNITA real, e não a virtual, e é essa UNITA de verdade, e não a UNITA dez por cento. Por isso mesmo há intolerância por todo país, por isso mesmo não passa as leis que se querem democraticas, por isso mesmo nós vamos lutar para que tenhamos uma Comissao Nacional Eleitoral Independente de mãos beijadas.

Com os casos de intolerância que se regista um pouco por todo país, conforme denúncias da UNITA acredita que a população poderá votar livremente­? Acredita que 2012 será difente? Não continuarão receiosas?
Melhorou muito. E a UNITA fez um trabalho profundo, com muito esforco, principalmente a nível dos municípios e comunas, um trabalho de organização junto das populações. Embora ainda exista, isto a nível das aldeias um certo receio. Mas se for a analisar, hoje as populações das aldeias é apenas um quarto da população, até não sei se chega a um quarto. Hoje, grande parte da população de Angola vive nos municípios, ainda temos certeza que alguma coisa pode acontecer. De qualquer forma, nós somos uma força que se interessa pelo país. Eu tenho certeza que, do outro lado, os dirigentes do MPLA batem-se para preservar aquilo que conseguiram, não é por amor a esse país. É só verem, os casamentos que fazem dos seus filhos, é com estrangeiros, e se amanha acontecer alguma coisa eles já têm os dinheiros transferidos e vão se embora. Nao é por amor a este país, é por amor aos dólares recebidos dos nossos petróleos. É dentro desta diferença que estabeleço que nós queremos ir um pouco mais longe, se for necessário, não é poder pelo poder, se o MPLA for patriótico, que fale com as pessoas, têm medo que a UNITA governe o país, querem ganhar, que fale com as pessoas, nós podemos aceitar mais uma transição de mais cinco anos, desde que tenhamos certeza que a democracia vai funcionar, que as leis serão respeitadas, as liberdades vão se impor, vão melhorar as performances de governação do país, vamos ter melhor educação, um melhor sistema de saúde, vamos corrigir as situações de corrupção que graça pelo país, podemos aceitar. Agora, se os companheiros não forem patriotas, só querem pensar que eles vão governar mais cem ou duzentos anos, e para fazerem isto têm de matar, de perseguir, etc…

Ainda, fazendo referência a entrevista que tenho vindo a citar, o SG afirma: “nós estaremos aqui sempre, não temos outro país, vamos sobreviver com a força do povo”. O que queria dizer com isto?
Em 2001, 2002, a estratégia do MPLA era: eliminar Savimbi é o fim da UNITA. E provou-se que a eliminação do dr. Savimbi não é o fim da UNITA, pelo contrário. A UNITA que o Dr. Savimbi criou veio para as cidades, está a fazer a luta de se adaptar a nova conjuntura, e hoje sem sombra de dúvida que, a melhor coisa que aconteceu a UNITA foi a guerra ter terminado. Porque passado nove anos o povo consegue estabalecer a diferença entre a UNITA e o MPLA. Mesmo usando a força da propaganda da rádio que dominam, da comunicação social, diabolizando a UNITA, daqui e p’ra lá, mas nem com isso, porque o povo consegue estabelecer a diferença. Por isso, nós vamos sobreviver com a força desse povo, que está nas cidades, na zona rural, e é através da força deste povo que nós vamos sobreviver.

Como esta a UNITA no Norte e leste de Angola? Embora sei que tem estado mais vezes no centro-sul do país?
Olha, eu comecei a movimentar-me mais no centro e sul do país, depois de 2010. Nos anos anteriores, eu fazia o Zaire, Uige, Kuanza Norte, Malange e lundas. Quando a direcção determina que o Secretário-geral deve se ocupar mais da zona centro-sul do país, para mim foi uma boa oportunidade, por ser a zona onde sou menos conhecido, apesar de ser filho daquela área. Sou capaz de desafiar muitos dirigentes que nasceram aqui no norte e leste, concorrer com eles em eleições livres e justas, e concorrer com eles à vontade, porque é o território onde sou conhecido.

Foi dos fundadores das Forças Armadas Angolanas (FAA), juntamente com o general João de Matos, de onde saiu em 92, antes mesmo de rebentarem os confrontos em Luanda? O que lhe levou a tomar esta atitude?
Houve coisas que se passaram que me fizeram perceber que afinal a causa porque lutavamos ainda estava num processo de riscos. Primeiro, nós ao fazermos os acordos houve da parte dos dois partidos, questões que não foram cumpridas. Pouco antes de iniciarmos as eleições nós vimos o MPLA a desfilar forças, tinha transformado parte das FAPLA em unidades especiais da polícia, polícias de Intervenção Rápida, força anti-motin, e os acordos proibiam isto. Era um factor nosso que estava a ser introduzido no processo de transição do país, e quando as eleições se fazem, a fraude foi de tamanha grandeza que fez com que pensassemos que determinados erros deveriam ser corrigidos. De um lado, houve ingenuidade da nossa parte, penso que hoje nao repeteriamos, a UNITA cometeu um erro de ter dado ao MPLA o poder de organizar o processo eleitoral. Portanto, foi uma negociação que nós fizemos, que não devia ter sido feita daquela forma, talvez se a UNITA fizesse um governo de transição com o MPLA, talvez o processo não tivesse descambado. Mas a UNITA ao ter permitido que o MPLA continuasse a ser governo, e as eleições fossem elas a determinar o início da segunda República, acho que teria sido o melhor, mas infelizmente fomos para outro caminho E, quando já sentiámos tensão um pouco por todo pais, com ataques no Lubango, ataques em determinados municípios, e se fizer uma cronologia dessa época, vai notar que as nossas pessoas começaram a ser mortas em toda a parte do país. E eu recordo que nesta altura perdi um irmão, em Benguela, que era capitão das FAA, era instructor e foi morto mesmo em Benguela. E, quando vimos toda essa confusão pelo país, eu achei que não devia correr esse risco. Nao sei se está informada, mas a casa onde vivi, isto ali na zona do Benfica, que penso ter sido construída para as FAA, foram fazer tiros em direcção a minha casa. Isto antes das confrontações, depois das eleições. Um indivíduo veio à janela e fizeram tiros em direcção a minha cama, mas infelizmente ou felizmente já não estava lá.

Foram estes os motives que o levaram a sair?
Sim. Foram esses os motivos que me levaram a sair, à espera que as coisas se recompusessem, uma vez que ainda tinhamos gente nossa aqui, a negociar, como o Salupeto Pena, O Ben Bem, o Alicerce Mango, o vice-presidente Chitunda e o Chivukuvuku, ainda tinhamos pessoas aqui a negociar com o governo, um novo figurino para a situação, e poderia ter se evitado toda aquela situação que aconteceu depois.

Hoje, passados quase 20 anos, o que acha que correu mal naquele período, e que podia ter sido evitado? A UNITA entrou para a cidade com intenção de tomar o poder?
Era dos quadros importantes do partido. Era comissário político das FALA, vim com o estatuto de segundo homem das FALA, só saio quando fui para o norte. E conhecia bem o nosso partido, nós tínhamos apostado tudo nas eleições de 1992, e inclusivamente os nossos aliados, os americanos davam-nos essa segurança, é por isso mesmo que estavámos à vontade para fazermos essa transição. Mas, essa intrasigência do MPLA, de querer ser sempre ele a colocar-se acima de toda gente, e achar que é o único e legítimo representante do povo, faz com que maximizemos sempre os nossos objectivos, e nos leve sempre para a confrontação. É só vermos o que está a acontecer hoje, estamos a cometer os mesmos erros dos tempos passados, quando podíamos evitar isso. Mas nós vamos ter gente a correr nas manifestações, eu tenho certeza que depois disso as coisas irão mudar.

Fale-nos um pouco de António Dembo, um homem do norte, e que ocupou o cargo de vice-presidente da UNITA durante dez anos? E que sei que privou consigo durante um largo período de tempo. Que recordações é que guarda desta figura?
Grande homem. Tenho certeza que se Dembo tivesse sobrevivido a situação de 2002, tenho certeza que seria das pessoas mais respeitadas dentro do nosso partido. Muito simples, uma maneira peculiar de conviver com todas as pessoas, Dembo nao tinha animosidades com ninguém, e eu convivi muito tempo com ele. Com ele aprendi muita coisa, era meu mais velho, e uma pessoa que hoje faz muita falta e que ajudaria muito no processo de reconcliação interna do partido.

Que influência ele teve para a implantação da UNITA no Norte do país, uma vez que era desta região?
Dembo tem uma característica, que é, de muita gente pensar que ele era bakongo. António Sebastião Dembo, não era bakongo, mas kimbundu, da zona do Kuanza Norte, na área de Cabulo Kabanga, entre Golungo Alto e a Banga há aí uma aldeia de onde veio a sua família. O seu pai era pastor, tranferido para a zona de Nambuangongo, na regiao de Muxaluando, onde ficaram conhecidos.

Sei que esteve um período preso no tempo de Jonas Savimbi…
Estive sim, problemas normais de qualquer partido, e não há qualquer tabu em respondermos a isso.

Então pode nos contar os motivos que levaram a sua detenção?
Posso. Isto foi num período quando o partido começa a ter parte do pessoal aqui em Luanda, uns na Assembleia Nacional, e outros no GURN, então instala-se no seio do partido um ambiente de muita conflituosidade. Alguns quadros, na sua maioria jovens achavam que o Numa era daqueles que no Norte ia protagonizar um golpe dentro do partido. Em 1994, 95 a guerra no Bié tinha atingido uma dimensão muito grande, e eu não concordava com as tácticas de guerra que estavam a ser usadas pelo partido, assim como pelo governo. Porque eu pensava que estava a ser sacrificado todo um povo de uma forma desnecessária, penso que poderíamos ter encontrado uma outra solução naquela altura, e eu fui nomeado para suceder o Ben Ben no commando das tropas no Bié. E ja naquela altura, eu olhava para a dimensão histórica daquela guerra, por isso nao aceitei. Não disse ao senhor presidente que não iria, mas fi-lo de outra forma; saí do Huambo e fui para o Norte, sem dar a conhecer a direcção do partido. Quando um militar desobedece o alto commando, é extremamente perigoso, e eu assumi esse risco. Vinte e quatro horas depois estavam a achar que o Numa tinha desertado para o MPLA, e os meus amigos, como Chilingutila e outros, foram consultados para saber se eu tinha passado por eles, se eu tinha desertado, e se eles seguiriam o mesmo caminho, mas depois disso eu fiz uma mensagem para ao presidente a dizer que estava no Norte, que eu estava com o partido, e que não havia problemas, e que me encontrava adoentado. Fiz perceber que estava doente. Cinco meses depois eu recebi o primeiro castigo, foi depois do oitavo Congresso, fui enviado para o Bié, no Andulo, à frente de um pequeno comando. Uma fase muito boa para mim porque fiz uma coisa muito boa com os jovens, organizei o povo, enfim. Em 1998, fez-se um ataque ao Alto Hama e fui acusado de ter sido o mandante daquele acto, felizmente os companheiros que faziam parte do meu comando disseram a direcção que não havia sido eu, portanto, houve uma manipulação de companheiros, que agora não adianta citar nomes, mas depois chegou aos ouvidos do alto comando que tinha sido uma insubordinação da minha parte. E foi isso que levou-me a ficar preso durante algum tempo, foi dificil, mas passou. Assim como eu, estiveram outros como o Bock, o Vitó, o Antero, estiveram muitos. Desse grupo sobrevivi eu. O general Jacinto que desertou, e outros que depois desapareceram.

Esteve na última coluna de Jonas Savimbi.
Estive sim. Aliás, no dia 22, quando o dr. Savimbi foi morto, o único dirigente na coluna do presidente Savimbi era eu. Dormiámos lado a lado, tinhamos uma fogueira no meio, ele dormia de um lado e eu estava do outro.

Savimbi suicidou-se ou foi assassinado?
Foi assassinado. Foi morto numa batalha em que depois de fazerem tiros e ele cair, os militares chegaram perto do corpo e fizeram-lhe vários tiros.

E aonde estava nesse exacto momento?
O que aconteceu foi o seguinte: Nós depois separamo-nos nas várias manobras que fomos fazendo na mata, havia momento que tínhamos de fazer uma linha muito extensa para não se deixar um rasto. E foi nessa altura em que uma parte do grupo se desviou, e esse grupo era do dr. Savimbi. Era mais ou menos oito pessoas, e eu pertencia a um outro que já tinha se perdido da coluna três dias antes. Fazia parte do grupo de pessoas que controlava a rectaguarda da coluna do presidente e eu fui atacado numa destas vezes, e perdi-me da coluna. Mais tarde apanhei a coluna do dr. Savimbi no dia 21, e então eu vinha num grupo de cinco, quando me juntei a ele estava sempre animado a dizer que devíamos então ver se encontravamos o resto do grupo, porque a maior parte estava com o general Dembo e o General Samy. Começamos a maratona no dia 21, e no dia 22, por volta das 14horas estacionamos numa área, onde juntamos uma patrulha para ir ver se havia rasto de alguns dos nossos. Mas antes de chegarmos no ponto aonde estavamos, vi realmente pegadas de duas ou quatro pessoas, mas por haver muito musgo naquela altura nao se podia distinguir bem de quem eram as botas, se eram botas das FAA ou da nossa gente. Então chamei o dr. Savimbi e mostrei-lhe as pegadas, e disse que não sabia o que se passava, e que de qualquer forma era melhor entrarmos mas para o interior das matas, e depois mandarmos gente para o patrulhamento. Quando eram 14horas e qualquer coisa, eu pedi autorizaçã ao dr. Savimbi par ir carregar as minhas pilhas alkalinas, porque queria escutar relato à noite, eu sou um sportinguista doente, por isso não me passava nada, era a minha diversão. Eu saio, e vou para junto dos homens das comunicações para carregar as minhas pilhas. Mas, quando eu chego e me preparo para começar a colocar as pilhas sinto um barulho, e levanto-me e olho na direcção de onde vinha o barulho, quando começam os tiros. Entao vejo o dr. Savimbi a levantar-se a correr e a cair.

Ainda conseguiu ver Jonas Savimbi?
Sim, porque eu não estava distante. Era mesmo perto. Inclusive tambem fizeram tiros contra mim. Eu levava um casaco grande, que ficou furado, com tiros, foi por isso que eles depois disseram que eu tambem tinha sido atingido, que estava gravemente ferido. E sai. Passados dois minutos, naquela azáfama das corridas, sentia-se tiros pausados, como se tivessem a matar um animal. E eu estava a perceber que eram tiros que estavam a ser feitos ao corpo do dr. Savimbi, daí aquelas imagens que correram o mundo. A teoria do suícidio é uma teoria que não tem perna para andar, porque quem ditou a morte do dr. Savimbi foi o Presidente Eduardo dos Santos. Porque o senhor Eng. Eduardo dos Santos fez um pronunciamento, se não estou em erro, em Cabo Verde, onde afirmava que o dr. Savimbi ou rendia-se, ou seria capturado, ou seria morto. Estava tudo dito.

Diz-se que o senhor nunca vai aos cumprimentos de fim de ano, na Cidade Alta?
Nunca fui.

Mas ja foi convidado…
Sim, mas nunca fui. Eu saudei o senhor Presidente da República uma única vez, quando uma delegação do partido foi ter com ele, o presidente Samakuva, o senhor vice-presidente. Foi a única vez que o cumprimentei na Cidade Alta. Parece brincadeira, mas há coisas que têm efeitos na minha vida pessoal. José Eduardo dos Santos faz anos no dia 28 e eu no dia 31, portanto, somos do mesmo signo. E o sentimento que tenho das pessoas do meu signo, virgem, é um sentimento de justiça, e não aceito que isto aconteça com pessoas do meu signo.

Mas está-se a referir a quê exactamente?
O senhor Presidente da República tem se mostrado uma pessoa muito má, desculpem-me estar a dizer isso. Mas nunca vi nada igual, enriquecer os filhos, enriquecer os familiares e todas as pessoas a sua volta exibirem riquezas extravagantes, e depois a população vive de forma muito má, abaixo da linha da pobreza, deixa-me triste. Estamos aqui para dizer, boa viagem.

A UNITA já esteve várias vezes à porta de Luanda, antes de 92 e depois. O que faltou?
Os militares são a parte da UNITA que mais se surpreendeu com os acordos de Bicesse, porque nós queríamos ir até as últimas consequências. E é assim que nós, inclusive, houve um Congresso de 1986, o sexto, em que o dr. Savimbi proibiu-nos, os militares, e na altura estava com o Demóstenes Chilingutila, de irmos, e deu-nos, inclusive, uma frente. Ele nos disse: “nós vamos para um congresso, mas vocês os militares não vão para este congresso”. Pela primeira vez, na história da UNITA, os principais militares não irem para um congresso. Porque o dr. Savimbi sabia que tinha de se assumir uma determinada direcção para se acabar com o conflito, mas que encontraria juntos dos militares uma barreira. Porque nós não acreditávamos no MPLA, é o que estamos a ver hoje. Talvez com Agostinho Neto tivesse havido maior patriotismo, mais amor a pátria, enaltecer mais os interesses nacionais, em detrimentos dos pessoas, dando mais valor a reconciliação nacional, unidade, mas com este grupo que está agora a dirigir o MPLA. Não querem saber dos outros, para eles os angolanos só são eles.

Qual foi o momento em que mais próximos estiveram de tomar Luanda?
Nunca tivemos persepctivas de tomar Luanda. Nós tivemos sempre a perspectiva de fragilizar o MPLA, para fazermos acordos mais consentâneos, e o MPLA também procurou fazer o mesmo.

Como analisa o papel da troika de observadores, isto em 92, e em 2002?
Portugal, infelizmente, deixou-nos aqui muitos pendentes. Também não têm mais capacidade para puder reactivar os pendentes e darem solução. Agora essa é tarefa nossa. Nós temos o problema de Cabinda, e os cabindas continuam a dizer que Portugal devia resolver, mas Portugal não vai resolver mais nada, nós mesmo é que temos de ter capacidade para resolvermos o nosso problema. Em relação a troika, vou falar mais da Rússia, e dos Estados Unidos. A subordinação do mundo as energias, fez com que o MPLA, naquela altura, sempre partisse em vantagens, nos dois momentos. É o parceiro com quem estavam a negociar, e naquela altura o MPLA não tinha dado a perceber que não era democrático, que fosse corrupto, e por isso benefício de dúvida era mais fácil negociar com o MPLA, do que com a UNITA que ainda era muito duvidosa. Por isso mesmo tudo fizeram para que eles se mantivessem no poder, as forças do petrodólares ajudaram muito. Mas hoje essa percepção mudou muito, sobretudo da parte dos EUA.

Os americanos abandonaram a UNITA em 2002?
Eu não diria que abanadonaram a UNITA…

Ou melhor, mudaram de parceiros?
Eu diria que mudaram de parceiro à força. Porque, em 1992, o mais importante para os americanos era deslocar a Rússia. E se a Rússia estava já deslocada com os acordos que foram feitos, e era possível apanhar-se o MPLA, na base base da persepectiva económica, isto também estava bem encaminhada.

E daí a morte de Jonas Savimbi?
Sim. Morreu Jonas Malheiro Savimbi e fomos sancionados internacionalmente…, etc.

O amigo americano vós traiu?
No mundo da política não há amigos, há interesses. Quem estiver na política e achar que tem amigos está enganado.

Sei que também não tem boas relações com o general Karmoteiro…
Eu não preciso ter boas ou más relações. Primeiro, porque o Karmoteiro é meu subordinado desde sempre, Não é verdade. Até, porque primeiro, ele é meu subordinado e sempre foi, desde sempre. Eu fui membro da direcção da UNITA era o Comité Central e o Bureau Político. Eles são mais novos e já na altura nós tínhamos os problemas que tínhamos, mas nós sabíamos o que estava a acontecer.

É a favor do congresso?
Eu sou a favor do Congresso, o presidente da UNITA é a favor do Congresso. E nós vamos fazer tudo para que o congresso se realize ainda este ano.

O que faz um militar de carreira nos tempos livre?
Eu não sei se tenho tempo em que não estou a trabalhar. Sem recursos, com muitas dificuldades, mas nós estamos sempre a trabalhar de dia e de nooite, por isso mantemos essa máquina activa. E assim sacrificamos as nossas famílias, porque a paixão que temos por essa causa é muito grande.

Casado?
Não falo sobre isso (risos).

Uma cidade de Angola?
Cubal, terra aonde nasci.

Um país?
Angola

Sabe dançar, gosta?
Danço

Prato preferido?
Eu sou mesmo africano, gosto de funji. Gosto de grelhado de carapau, batata doce e mandioca.

Desporto preferido?
Futebol (Petro de Luanda e Sporting Club de Portugal).

Fonte: Novo Jornal

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A batalha de hoje tem uma frente decisiva no combate cotidiano e sem trégua contra nossos próprios erros e deficiências.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

 Discurso proferido pelo segundo-secretário do Comitê Central do Partido e primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura, no ato efetuado em Ciego de Ávila, pelo 58º aniversário do ataque aos quartéis Moncada, de Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, de Bayamo
Companheiro Raúl;
Combatentes do Movimento 26 de Julho;
Compatriotas de Ciego de Ávila e de Cuba inteira:

segundo-secretário do Comitê Central do Partido e primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura CINQUENTA e oito anos depois das heroicas ações de 26 de julho de 1953, recordamos os que, naquele dia glorioso, entregaram suas vidas, muitos dos quais horas depois dos acontecimentos, vítimas da cobarde e brutal repressão desatada pela tirania de Fulgêncio Batista.
Nossa gratidão a todos os participantes daquela gesta e ao nosso povo combatente, cuja inquebrantável decisão de luta continua sendo a principal garantia da liberdade e do direito de sermos donos de nosso destino, conquistado em 1º de janeiro de 1959.

Realizamos pela terceira vez o ato central de comemoração do Dia da Rebeldia Nacional nesta província de Ciego de Ávila. A primera vez foi em 1980, poucos anos depois da divisão político-administrativa que tem atualmente este território. A segunda, mais de 20 anos depois, em 2002. E agora, como justo reconhecimento aos avanços em múltiplas áreas, esta província obteve a sede do ato.
Esta é terra de mambises (combatentes cubanos que lutaram pela independência contra os espanhóis no século 19), como os irmãos Gómez Cardoso e o coronel Simón Reyes, de líderes incorruptíveis como Tomás Grant e Enrique Varona, de jovens revolucionários como Raúl Cervantes, Ricardo Pérez Alemán, Pedro Martínez Brito e de Roberto Rodríguez ("El Vaquerito"), todos eles, representantes dignos e gloriosos desta província e inspiradores da nova geração.

Em Ciego de Ávila existem também exemplos de como trabalhar para vencer os desafios que hoje tem o país pela frente, particularmente no âmbito econômico, em meio a uma adversa conjuntura internacional. Os resultados alcançados nos últimos anos, principalmente na agricultura, sem obviar os de outros setores, tiveram um peso determinante na decisão do Bureau Político de outorgar a sede deste ato a esta província.

Cumprimos o grato dever de transmitir as congratulações de Fidel, Raúl e todo nosso povo aos operários, camponeses, combatentes, estudantes, donas de casa, aposentados, enfim, a todos os habitantes desta província como protagonistas das conquistas alcançadas.
Contudo, como vocês sabem, as conquistas ainda estão longe das potencialidades existentes. Isso foi assim analisado pela Assembleia Provincial do Partido, efetuada há uns dias, que, certamente, falou pouco de sucessos.

Como afirmou aqui Jorge Luis Tapia, Ciego de Ávila tem muitas tarefas importantes que cumprir na produção de alimentos, na safra açucareira e no desenvolvimento do turismo nas ilhotas do Norte da província, para apenas mencionar três setores relevantes.
Há pouco, o presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro, entregou os diplomas de províncias destacadas a Villa Clara — que ganhou a emulação no ano passado e há 13 anos que faz parte do pelotão de vanguarda — e a Cienfuegos — com avanços apreciáveis em setores importantes. Por isso, estendemos nosso reconhecimento aos habitantes dessas duas províncias. A bem da verdade, devemos salientar que foi difícil escolher o melhor entre todos aqueles que realizam tamanho esforço no país.
Estes resultados têm grande significado, pois foram alcançados no ano do 6º Congresso do Partido, onde depois de um rico e frutífero debate popular, foram aprovadas as Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução, que constituem a bússola para a atualização de nosso modelo econômico.

Desde a realização do Congresso até hoje, trabalha-se intensamente no cumprimento dos acordos. A Comissão Permanente do governo para a Implementação e Desenvolvimento das Diretrizes empreendeu sua atividade, com vista a dirigir harmonicamente os esforços e ações de todos os organismos e demais instituições envolvidas nessa atualização, que inclui também o aperfeiçoamento funcional e estrutural do governo, aos diferentes níveis e da Administração Central do Estado, bem como a elaboração e aprovação das normas jurídicas necessárias para respaldar as modificações que forem adotadas.
As sessões do 6º Congresso do Partido foram tão importantes quanto as ações prévias e posteriores a sua realização, constituindo estas últimas uma contundente demonstração de patriotismo, maturidade política, unidade e decisão de preservar o socialismo por parte da maioria dos cubanos.

Nosso povo acolheu bem este processo, pois constatou que nele foram abordados os principais problemas do país, e fundamentalmente, sob uma concepção realista, de como deve encará-los.
Devemos cumprir cabalmente a orientação dada por Raúl Castro: tudo aquilo que for acertado nunca mais deverá ficar como um papel na caixa de uma secretária.
Os acordos do Congresso do Partido são também compromissos para todos os níveis e especialmente para os centros de produção ou serviços, onde se materializam as decisões adotadas.

Definitivamente, devemos romper a inércia, essa que leva a gente a esperar e olhar para o céu; primeiramente, a pensar naquilo que falta ou seria bom ter antes de avaliar objetivamente quanto mais podemos fazer com os recursos disponíveis.
A direção do país continua priorizando o cumprimento do plano da economia e a produção de alimentos, sob as sérias consequências que traz a alta dos preços no mercado internacional.
Avançamos na entrega de terras ociosas em usufruto, ao abrigo do Decreto-Lei n.o 259 de 2008 e, embora se constatem em muitos lugares ótimos resultados produtivos, temos que encarar resolutamente as deficiências que afetam sua implementação. Existem ainda empresas e entidades de produção que não declaram o total das terras ociosas ou deficientemente exploradas, ao qual se acrescenta a demora na execução dos trâmites para a entrega delas. Por outro lado, alguns dos que já a receberam, demoram em pô-las a produzir e, além disso, está faltando atenção e capacitação das entidades da Agricultura e da Associação Nacional de Pequenos Agricultores (Anap) aos novos usufrutuários.

Em resumo, falta muito na exploração ao máximo da produção agropecuária. Nem sempre se cultiva no momento propício, o qual sempre não está ligado à falta de recursos ou ao fato de não recebê-los a tempo. Persistem fraquezas no processo de contratação e comercialização das produções. Continuaremos dando a máxima atenção a todos estes temos, que debatemos intensamente nas assembleias provinciais do Partido, terminadas há apenas uns dias.
No cotidiano, devemos tornar realidade as palavras expressas por Raúl Castro nas conclusões do 6º Congresso do Partido. Cito:
"Para ter sucesso nesta questão estratégica e nas outras é preciso concentrarmo-nos no cumprimento dos acordos deste Congresso, sob um denominador comum em nossa conduta: ordem, disciplina e exigência". Até aqui suas palavras.

Não podemos ficar satisfeitos até não conseguirmos aderir cada trabalhador e dirigente administrativo à luta pela eficiência econômica, organização e exigência sistemáticos; contra a indisciplina social e trabalhista, a deficiente contabilidade, o mal aproveitamento dos recursos, as atitudes burocráticas que geram descaso, desleixo e esquematismo e contra procedimentos absurdos que nada têm a ver com o socialismo.
Não ignoramos a falta de determinados recursos ou a existência de problemas organizativos alheios ao local de trabalho, que afetam direta ou indiretamente o esforço de seus trabalhadores e dirigentes administrativos, mas o fato de que alguns coletivos de trabalhadores alcancem resultados muito superiores a outros, apesar de agirem em lugares similares, demonstram quantas reservas não são utilizadas convenientemente.

Na batalha econômica que travamos é imprescindível eliminar o esbanjamento e as despesas superfluas. Economizar, trabalhar com a máxima racionalidade possível de força de trabalho e recursos é uma necessidade imperiosa em todos os setores. Isso depende de cada um de nós. Um povo culto, educado e organizado como este, que enfrenta há mais de 50 anos o bloqueio mais longo da história, tem que tirar o máximo proveito dos recursos de que dispõe.
Ao passo que o governo vem adotando as medidas, estamos trabalhando, desde o Partido, com vista a controlar, impulsionar e exigir o cumprimento das Diretrizes, em delimitar suas funções em relação às das administrações, em tomarmos conhecimento dos problemas em cada lugar, para alertar oportunamente, com argumentos sólidos, e eliminar aquilo que afete o bom adamento do plano da economia e o cumprimento dos acordos alcançados.
Nas assembleias provinciais e nas reuniões plenárias ampliadas dos comitês municipais do 

Partido recém-realizadas discutimos a respeito disso. Também se fez em reuniões de secretários-gerais das organizações de base e se está desenvolvendo o processo nos núcleos dos locais de trabalho. Em breve, efetuaremos uma reunião plenária do Comitê Central, que dará continuidade à análise destes temas, conforme foi acertado no Congresso.

Simultaneamente, estamos trabalhando na elaboração dos documentos que serão discutidos na Conferência Nacional do Partido, prevista para ser celebrada em seis meses. Apesar de o Congresso se ter dedicado à análise da economia, na Conferência abordaremos as mudanças de métodos e estilo de trabalho do Partido para consolidar seu papel de vanguarda organizada da Revolução e força dirigente da sociedade e do Estado, para fortalecer a democracia interna e tornar seu trabalho mais dinâmico e consequente com as mudanças que vem experimentando nossa sociedade.

Vamos abordar a política dos dirigentes e rever os conceitos e métodos com que nos relacionamos com a UJC e as organizações de massas. Precisaremos, aliás, o papel do Partido na liderança e controle sistemático do processo de atualização do modelo econômico e do andamento da economia. Como parte do último, projetaremos o trabalho de nossa organização política de modo a deixar atrás preconceitos com o setor não estatal da economia.
Como foi acertado no Congresso, os documentos que serão votados na Conferência Nacional, serão debatidos previamente pelos militantes e pelos organismos de direção do Partido, bem como pelos diversos níveis da União dos Jovens Comunistas (UJC) e pelas organizações de massa.

Nós falamos claro ao povo. Ele pode ter certeza de que vamos para frente, como alguns afirmam, "sem pressa, mas sem pausas". Trabalhamos sistematicamente, seguindo a linha traçada e de maneira integral, já que não estamos remendando nem fazendo improvisos, mas sim buscando soluções a antigos problemas. Estamos prontos, muito atentos à opinião do povo, para retificar e adotar novas decisões.
Dois séculos depois da conquista da independência no continente americano, sopram com maior intensidade ares de autodeterminação e justiça social.
A Aliança Boliviariana para os Povos de Nossa América (ALBA) se fortalece e é já uma prova de quanto podemos fazer promovendo o muito que nos une, com respeito absoluto à soberania de cada país.

As forças progressistas continuam avançando no hemisfério. Prova disso é a próxima posse, em 28 de julho, de Ollanta Humala como presidente do Peru, que defende um programa nacionalista e de maior igualdade na distribuição da riqueza. Cuba faz votos de sucessos nesse empenho tão necessário a um povo irmão.
Companheiras e companheiros:

A batalha de hoje tem uma frente decisiva no combate cotidiano e sem trégua contra nossos próprios erros e deficiências.
Dispomos do essencial para conseguir a decolagem gradual da economia nacional: um povo preparado e pronto, e pelo menos, com os recursos imprescindíveis. Em primeiro lugar, a terra, que ainda estamos longe de explorar sequer satisfatoriamente.
Estamos cientes de que, além das limitações materiais, precisa-se de tempo para mudar a maneira de pensar das pessoas, única via para transformar sua forma de agir.
Os dirigentes políticos ou administrativos devem estar cientes de que antes de falar, se deve escutar com muita atenção e, fundamentalmente, levar em conta o que dizem os outros, não só nas reuniões, mas na conversa individual com os companheiros, sem ninguém pensar que é dono da verdade absoluta.

Antes de exortar a cumprir uma tarefa, é necessário informar tudo o referente a ela e explicar as razões pelas quais é necessária, até que seja compreendido por todos ou, pelo menos, pela maioria dos que devem executá-la. E para conseguir isso, é primordial ser exemplo.
Há onze anos, Fidel nos instou a mudarmos tudo aquilo que deve ser mudado, e ratificou, em sua Reflexão, em 17 de abril passado, a importância de que as novas gerações de revolucionários observem esse princípio, com a convicção de que a única coisa que jamais vai mudar é nossa decisão de construirmos e defendermos o socialismo, que, em essência, dito com suas palavras: "É também a arte de fazer o impossível: construir e levar avante a Revolução dos humildes, pelos humildes e para os humildes, e defendê-la durante meio século da mais poderosa potência que jamais existira", fim da citação.

Temos certeza de que o povo desta província continuará combatendo, junto aos demais cubanos, com o mesmo ímpeto e fervor patriótico que espantou Cuba e o mundo naquele 26 de julho de 1953 e, todos unidos, junto a Fidel, Raúl e nosso Partido, mais uma vez Venceremos!
Glória eterna aos mártires de 26 de Julho!
Viva a Revolução!
Viva o Socialismo!

Obrigado.
 
 fonte: jornal gramna

William Tonet - não defendo patifarias de clientes mas a verdade.

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william tonetHoje decidi assumir um conjunto de reparos que me têm sido feitos, por, na qualidade de advogado, estar envolvido no processo dos oficiais do Comando Provincial de Luanda, da Polícia Nacional, também conhecido como “Caso Quim Ribeiro”, mas não como defensor do ex-comandante, mas sim de outros oficiais presos.
Sei da muita contra-informação a pairar no ar, contra os arguidos-presos, que não se podem defender, por razões óbvias.
O medo sobre a verdade a muitos acovarda! Logo não é isso, decerto, que me deve levar a abandonar a luta pela justiça e respeito aos direitos humanos, tão carentes na nossa terra.
A minha presença neste processo deve-se ao respeito  constitucional de todos cidadãos terem o direito a um advogado, quando constituídos arguidos ou réus, mas não para esconder patifarias dos clientes. Estou de consciência tranquila dando o meu melhor, para ajudar a JUSTIÇA.
No caso vertente, estou interessado em ver esclarecida a verdade, para que o nosso povo saiba, quem foram os verdadeiros assassinos pela morte dos oficiais Domingos João e Domingos Maquiaze e do alegado roubo de USD 3.700.000,00 (três milhões e setecentos mil dólares).
Para muitos meus familiares e amigos não me deveria envolver neste caso, em função da ingratidão das pessoas, que servem o regime ou a política, quando se encontram em liberdade, exibindo-me um rolo de exemplos desde políticos da UNITA, MPLA, FNLA, Miala & Cª, que quando em liberdade, não conseguem retribuir a sua solidariedade. Não se fazem gestos, esperando retribuição e ainda bem que assim é para melhor conhecermos os homens.
Ademais ninguém nos pode acusar, principalmente, os políticos de alguma vez, lhes termos pedido dinheiro ou aceite o seu jogo da corrupção, visando branquear as suas posições. Logo se antes não aceitamos, não o faremos agora, recebendo dinheiro de Quim Ribeiro, que não é meu constituinte.
Tudo o que fizemos, não agradando a todos é em nome da democracia, da JUSTIÇA e na luta incessante contra a INJUSTIÇA, daí a contenção verbal, no sentido de não trazer casos do processo ao público, por respeito a todas as partes, principalmente, as encarceradas, que ainda gozam da Presunção de Inocência.
Infelizmente não é entendimento de quem deveria ser o guardião dos autos, tanto que se assiste ao vazamento tendencioso de peças processuais, só possível com a cumplicidade de instrutores da Procuradoria Militar e PGR, para certa comunicação social, visando incutir na opinião pública, uma imagem de criminosos e gatunos, a cidadãos que ainda não foram a Tribunal, esgrimir os seus argumentos de defesa ou condenação.
Esta atitude descredibiliza mais a imparcialidade que órgãos de justiça devem ter, quando estão cientes de terem os elementos probatórios, visando nos marcos da lei chegar-se a verdade material e não a forja da mentira.
Estamos na presença de duas mortes, que mais do que publicidade barroca, precisam de ser esclarecidas, principalmente, se sabendo, ter o intendente-chefe, Domingos João, sido antes condenado a uma pena de prisão correccional de quatro meses, cumpridos na Comarca de Viana, após queixa-crime, apresentada, pelo comité do MPLA do Zango, face a invasão e perturbação da sua sede.
Mas, na cadeia, Joazinho, que nunca foi visitado pelos seus colegas do Comando Geral da Polícia, havia solicitado protecção e ninguém a deu…
Porquê?
A culpa morreu solteira…
A única certeza, no mistério da morte de Domingos Adão é de não haver nenhum despacho do Comando Geral ou do ministério do Interior a nomear o finado, para investigar o caso BNA, que sempre esteve em sede de investigação da Procuradoria-geral da República.
Neste caso, se durante um julgamento que se espera imparcial e transparente, se chegar a conclusão da culpabilidade destes oficiais, nos crimes de assassinato e roubo, serei o primeiro, a condená-los por desmerecimento dos galões da Polícia Nacional, uma instituição que deve ser prestigiada por todos os seus membros.
Por esta razão e outras mais devemos ter noção do passado, para não se repetirem, casos como os dos deputados da UNITA, presos por não aderirem a UNITA-Renovada e acusados de ligação a Jonas Savimbi, que estava nas matas, ao do jurista Francisco Luemba, padre Raul Tati e outros de Cabinda, acusados de atentado a delegação do Togo ou ainda de Fernando Garcia Miala, acusado inicialmente de tentativa de golpe de Estado e depois condenado a um crime de insubordinação. Todos apresentados com pompa e circunstância para depois a montanha parir um rato.
Desculpem-me mas muito gostaria, que na justiça, política não! Ponto Final! E a sociedade civil autóctone deveria estar, também, comprometida com a verdade e a pureza da justiça, porque senão, amanhã, serão muitos dos actuais membros da sociedade civil chamados a inquisição e aí será tarde e não haverá contemplação, numa procissão já iniciada.
AQUI ESCREVO EU
WILLIAM TONET
Folha 8

terça-feira, 26 de julho de 2011

“Quero acabar carreira no Chelsea”, Didier Drogba.

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O costa-marfinense rejeita uma eventual saída do Chelsea. “Estarei aqui na próxima época e espero acabar a carreira no Chelsea”, disse Didier Drogba que quer integrar o onze de André Villas-Boas.

Drogba rejeita uma eventual saída do Chelsea: “Estarei aqui na próxima época e espero acabar a carreira no Chelsea”, disse o jogador.Na Tailândia, onde os blues se encontram em estágio, o costa-marfinense reiterou que vai "continuar a jogar bem”, garantindo que estará no Chelsea “na próxima época”, clube onde espera “acabar a carreira”.“Se merecer jogar ficarei muito contente, senão terei de aceitar. A competição é boa para a equipa. Vamos motivar-nos e dar o melhor de nós", afirmou o costa-marfinense, revelando ainda que as conversações para a renovação do seu contrato com o clube inglês já tiveram inicio."Já começámos a falar. Todos sabem o que sinto pelo Chelsea e o que pretendo. Tenho 33 anos mas não estou preocupado", finalizou Drogba.
Fonte: Record

Abdulai Sila lança “As Orações de Mansata” em Portugal.

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Abdulai Sila, escritor da Guiné-Bissau, apresentou em Coimbra, cidade portuguesa, a peça teatral “As Orações de Mansata”. Com o lançamento deste trabalho, Sila torna-se o primeiro autor guineense a escrever uma peça de teatro.

Publicada pela editora “Cena Lusófona”, a obra foi apresentada esta segunda-feira, 25 de Julho, em Coimbra.Com a “As Orações de Mansata”, Abdulai Sila tornou-se o primeiro autor guineense a escrever uma peça de teatro. A peça assume-se como uma versão africana de “Macbeth”, de Shakespeare e, segundo o autor, terá continuação numa segunda obra, “mais alegre, com menos violência, mais cómica, mas crítica, na mesma”.Sila prepara-se também para ser pioneiro da ópera no seu país, numa parceria com o músico José Manuel Fortes, recentemente regressado ao país natal, depois de ter vivido alguns anos nos Estados Unidos.
Fonte: Diário Digital/Lusa 

domingo, 24 de julho de 2011

Tentativa de sobrefacturação divorcia Carlos Feijó e José Maria.

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Luanda - A tentativa de extorsão de 25 milhões de dólares por supostos intermediários que se terão apresentado como estando alegadamente afectos ao Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Feijó, está na origem de mais um explosivo caso de corrupção que acaba de provocar o divórcio entre aquele alto governante e o governador de Luanda, José Maria dos Santos.

*Gustavo Costa
Fonte: Novo Jornal

O caso, segundo apurou o Novo Jornal junto de uma fonte do Palácio da Cidade Alta, terá já chegado à mesa do Presidente que terá ordenado a intervenção da Procuradoria Geral da República para investigação, apuramento de responsabilidades e incriminação dos supostos intermediários.

Tudo terá começado depois de Carlos Feijó ter solicitado, com carácter de urgência, o licenciamento de uma vasta área de terreno destinada a uma empresa detida por israelitas. O governador, de acordo com um funcionário do GPL, terá remetido, com a celeridade que o assunto impunha, o dossier ao gabinete jurídico para o respectivo parecer.

Atribuída a licença eis quando, segundo fonte que conhece o caso, terão surgido supostos “assessores” particulares do Chefe da Casa Civil que junto dos proprietários da empresa terão exigido o acréscimo de 25 milhões de dólares sobre o real valor do terreno.

Inconformados com aquela surpreendente e descarada exigência, os detentores da empresa terão feito saber, junto do conselho de ministros, a inviabilidade do projecto face tão escandalosos encargos impostos à margem da lei. Daí ao dossier chegar ao gabinete do Presidente foi um passo.

Indignado com mais este escândalo, Eduardo dos Santos há três semanas recebeu o governador de Luanda e dado momento solicitou a Carlos Feijó que os deixasse a sós. Depois de José Maria dos Santos ter descartado qualquer envolvimento pessoal no caso, o chefe do governo ouviu também o chefe da Casa Civil que deu a sua versão dos acontecimentos.

A verdade, porém, é que o Presidente revelando-se pouco convincente em relação aos argumentos avançados tanto por um como por outro, terá mesmo acabado por decidir remeter o assunto à Procuradoria Geral da República para destapar o rosto dos autores desta vergonhosa tentativa de extorsão de dinheiro, que terão feito uso abusivo do nome do chefe da Casa Civil.

Por ocasião da visita de Merkel a Angola - As contradições ou a falta.

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Notícias - Política
zedu - chanceler alemaHoje, apenas me vou ater a uma indignação, partilhada por muitos autóctones ao ouvirem o discurso do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, no dia 13 de Julho, por ocasião da recepção à chanceler alemã, Ângela Merkel. Disse ele, mais coisa menos coisa, que em 1975, em Angola, somente dois entre 100 angolanos/negros, sabiam ler e escrever. Fiquei surpreso com esta estatística. Não éramos muitos é verdade, mas não éramos assim tão poucos... Que o diga, o ministro da Administração do Território, membro do Bureau Político do MPLA, Bornito de Sousa, que tal como eu, estudamos na Cadeia de São Nicolau, enquanto autóctones negros, no período colonial, em salas repletas, exclusivamente, de indígenas.
Revirando o baú do tempo colonial, encontra-se um outro dado, que, aliás poderá ajudar a compreender, também, as contra-razões de JES, filho de um carpinteiro da EPAL de ter conseguido estudar no Liceu Salvador Correia, em Luanda, na altura, quasde que reservado aos filhos da elite colonial branca.
Posto isto, atentemos ao texto abaixo, que faz parte do acervo das MEMÓRIAS DE ÁFRICA, de Jorge Eduardo da Costa Oliveira, do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento.
A Explosão do Ensino em Angola
Em 7 de Outubro de 1961 apresentara o general Deslandes ao Conselho Legislativo de Angola o seu plano de governo para 1962, documento ainda hoje com grande actualidade.
Dizia-se nesse Plano que, nos meios rurais, a escola seria levada à sanzala9 (povoações nativas rurais ou suburbanas), fazendo dela não exclusivamente um instrumento de simples aliteração das crianças, mas, ainda e principalmente, transformando-a num verdadeiro centro social integrado na vida da comunidade local. E acrescentava-se: "procurar-se-á vincular à escola e interessar nas actividades que dela hão-de irradiar os elementos de prestígio e de influência do meio".
Coube ao Dr. Amadeu Castilho Soares, responsável pela pasta da Educação, levar assim à prática o que preconizara no seu livro Política de Bem Estar Rural em Angola, editado pela Junta de Investigação do Ultramar.
Dr. Amadeu Castilho Soares
Docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, empenhou-se entusiasticamente nesta tarefa verdadeiramente revolucionária em África que se traduziu na formação acelerada de centenas de monitores rurais de ensino e na criação de livros escolares adaptados à população africana, profusamente ilustrados com motivos da ambiência natural dos alunos. "Monitores" eram agentes nativos, com uma preparação que correspondia à 3.a ou 4.a Classes.
Até então, nas zonas urbanas e nos meios rurais, onde viviam populações com línguas e culturas diferentes da portuguesa, o ensino era ministrado pelas missões religiosas, tendo o "ensino dos indígenas" sido atribuído às missões católicas por força do acordo missionário com a Santa Sé de 1941. Esta acção, muito meritória, estava no entanto condicionada pela carência de meios humanos, materiais e financeiros.
Nos dois primeiros anos foram preparados e fixados em "aldeias do mato", dispersas pela imensidão do Território, mais de quinhentos monitores frequentemente casais preparados em cursos intensivos de três meses em regime de internato. No primeiro curso aprendiam a ensinar a lª classe e, nos seguintes, depois de uma revisão da experiência anterior, a 2.a classe.
Inicialmente a Conferência Episcopal da Igreja Católica não reagiu bem a esta ideia, dirigindo mesmo uma carta de protesto ao Governo, mas, depois, compreendeu que se pretendia conjugar e reforçar a acção das missões a cujos professores o Estado passou a atribuir uma remuneração. Aliás, abolido o Estatuto do Indigenato, cessara o exclusivo da Igreja Católica (art.° 66.° do Estatuto Missionário). Mais tarde, no seu livro Angola: Cinco Séculos de Cristianismo, editado em Braga, o Arcebispo D. Manuel Nunes Gabriel viria a reconhecer o êxito da experiência pelo aumento, superior a 400%, dos alunos na primeira década da experiência.
Paralelamente criaram-se cursos de regentes escolares e professores primários, devendo aqueles ter o primeiro ciclo do nível secundário. A sua formação era feita em cursos de dois anos, tendo como objectivo prosseguir o ensino até à 4.a classe. O curso far-se-ia em missões católicas dispersas pelo Território. E, para a formação de professores primários, foram criadas as primeiras escolas de magistério primário.
O êxito alcançado veio a ser reconhecido pelo Ministério do Ultramar que, em 1964, pelo Dec. n.° 45908, aprovaria a Reforma do Ensino Primário Elementar nas Províncias Ultramarinas, o qual tomou por base o sistema adoptado em Angola, embora pondo o acento tónico nos regentes escolares.
Ainda no Governo do General Deslandes foram criados liceus em Luanda (o primeiro surgira em 1930), Lobito, Moçâmedes e Malanje, cidades que dispunham já de escolas técnicas. E novas escolas técnicas, também de nível secundário, surgiram em Cabinda, Uíge, Luso, Gabela e Luanda (duas). Foram igualmente criadas a Escola de Enfermagem de Luanda e o Instituto de Educação e Serviço Social Pio XII, para formação de técnicos de serviço social. E, para além da criação dos cursos superiores de engenharia, agronomia e medicina, iniciou-se a formação de professores de nível secundário.
A revolução operada no ensino primário teve repercussão internacional, sublinhando o prestigiado "The Economist" que, de 1961 a 1963, o número de africanos beneficiando de escolarização duplicara; e comentando que "não podendo os alunos ir à escola, a escola vai agora até eles". Do mesmo modo, o Centro de Estudos Estratégicos da Universidade de Georgetwon, de Washington, assinalava quer a africanização dos livros escolares quer o desejo, neles patente, de inculcar o espírito do multi-racialismo.
Esta revolução não morreu, felizmente, com a queda do Governo Deslandes em Setembro de 1962 e a consequente exoneração do Dr. Castilho Soares, o jovem titular da pasta da Educação (tinha então 31 anos). De facto, a equipa técnica que lançara o novo sistema de ensino - Inspectores Almeida Abrantes, Brito de Figueiredo e António Henriques Carneiro - deu-lhe plena continuidade e o novo titular da pasta da Educação, Dr. José Pinheiro da Silva, empossado em 26.3.64, abraçou-o inteiramente. Assim, a escola rural, para além da massificação do ensino, veio a desempenhar também um papel primordial no reordenamento das populações, contribuindo para a instalação de núcleos potenciadores do desenvolvimento agrícola e pecuário.
O Dr. Pinheiro da Silva era mestiço, natural de Cabinda. Como sublinhou no seu discurso de posse, um brilhante improviso, começou a instrução primária quando os outros a acabavam, mas conseguiu, mesmo assim, concluir o ensino secundário aos 18 anos. E, aos 19, tendo ingressado na carreira administrativa, era administrador de posto, nunca se sentindo diminuído pela sua cor, gozando do respeito de nativos e europeus. Aos 30 anos era professor do ensino liceal em Portugal depois de se ter formado em Coimbra e ser eleito membro do Instituto de Coimbra. Agostinho Neto foi seu companheiro de quarto durante alguns meses, embora as divergência ideológicas os separassem. Deputado à Assembleia Nacional durante oito anos, voltou a Angola para leccionar na Universidade, em Sá da Bandeira e foi aí que o Governador Geral Silvério Marques o foi buscar.
O Dr. Pinheiro da Silva serviu Angola durante este Governo e, depois, até Janeiro de 1971, no Governo do Coronel Rebocho Vaz. Foram cerca de sete anos, durante os quais o seu gabinete estava sempre pejado de gente da terra solicitando o seu auxílio. A sua acção à frente da pasta da Educação ficou memorável, pela quantidade e qualidade do que realizou e pelo inexcedível entusiasmo com que o fez. Ficou a marcar indelevelmente toda uma nova geração de naturais de Angola. Um deles, ocupando hoje um dos lugares cimeiros na hierarquia político-militar, dizia-me, há poucos anos, que lhe devia a sua carreira.
No conjunto do que fez, desejaria destacar que o Dr. Pinheiro da Silva procurava identificar, nas sanzalas dos pontos mais recônditos de Angola, os alunos mais dotados e trazer depois essas crianças para lares do Estado, com bolsas de estudo, para que fizessem o ensino secundário e superior. Dei-lhe, na pasta do Planeamento e Finanças, um apoio incondicional nesse domínio, com prejuízo de outras prioridades, por me parecer que era essencial criar uma elite angolana intimamente ligada a Portugal. Aliás eu verificara em Portugal, por experiência própria, o quanto era difícil, ou quase impossível, a estudantes de aldeias situadas longe dos grandes centros urbanos e sem meios financeiros, frequentar, nessa época, cursos superiores. Dificuldade hoje atenuada mas que ainda permanece. Por isso, identificar as crianças mais capazes e conceder-lhes bolsas me parece dever constituir uma primeira prioridade.
Foi também durante este período governativo do Dr. Pinheiro da Silva que o ensino técnico médio (Institutos Comerciais, Industriais e Agrícola) e secundário (Escolas Comerciais e Industriais) e as Escolas de Artes e Ofícios conheceram uma grande difusão no território de Angola.
Ainda durante o tempo em que estive no Governo de Angola, seguiu-se ao Dr. Pinheiro da Silva o Dr. Stott Howorth, que muito se empenhou no apoio às Escolas de Artes e Ofícios (cerca de quarenta) e ao ensino agrícola, que contava apenas com a Escola de Regentes Agrícolas do Tchivinguiro, perto de Sá da Bandeira, e Escolas Práticas de Agricultura em Dalatando e na Matala.
A desiganção de "sanzala" aplica-se de um modo geral às povoações rurais e suburbanas da população africana. No entanto as povoações suburbanas de Luanda chamam-se "musseques" - designação que se tem vindo a generalizar a povoações suburbanas de outras cidades da zona quimbunda. A designação "musseque" significava, em princípio, terreno arenoso, mas agricultável, situado fora da orla marítima, em planície de altitude (vd. Oscar Ribas, Dicionário de regionalismos angolanos, Ed. Contemporânea). No sul de Angola, nas zonas de planície, o povoamento é disperso e é formado por eum-bos, espaços residenciais de cada família incluindo os currais, e onde se pratica a agricultura (vd. Os ambos de Angola antes da Independência, dissertação de doutoramento de Ramiro Ladeiro Monteiro, UTL, 1994).
Aqui chegados vimos não serem verdadeiros os dados do Presidente da República de Angola.
AQUI ESCREVO EU
William Tonet

fonte: angola24horas

Cabo Verde - Joaquim Monteiro candidato às presidenciais.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

João Matos


Em Cabo Verde, os quatro candidatos às eleições presidenciais de 7 de Agosto, desdobram-se em contactos e comícios com a população nas diferentes ilhas.
Efectivamente, os caboverdianos vão às urnas no dia 7 de Agosto para elegerem o seu presidente da República. Concorrem para este escrutínio presidencial muito disputado, Jorge Carlos Fonseca, constitucionalista apoiado pelo MPD, maior partido da oposição, o candidato Manuel Inocêncio, engenheiro civil e antigo Ministro de Estado apoiado oficialmente pelo PAICV, partido no poder, Aristides Lima, jurista e antigo Presidente da Assembleia nacional, também do PAICV, mas apoiado apenas por uma parte dos dirigentes e militantes desse partido e por fim Joaquim Monteiro, antigo militante do PAIGC, sem apoio partidário.

Em entrevista à RFI, Joaquim Monteiro que se apresenta como o candidato do povo, diz que não tem nenhuma máquina partidária a apoiá-lo, mas que está convicto de que vai ganhar no dia 7 de Agosto, um desígnio que mais parece um sonho do que a realidade no terreno.

Joaquim Monteiro, candidato às presidenciais caboverdianas.
 
 fonte: RFI

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