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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

ANGOLA: A QUEDA DOS SANTOS E A REARTICULAÇÃO DO MPLA.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...

O greco-francês Konstantinos Gavras foi assertivo na crítica cinematográfica ao capitalismo no filme «O Capital», estreado em 2012. No filme, Gravas mostra-nos um executivo recém-nomeado a CEO do fictício maior banco da Europa. A nomeação, entretanto, tem como propósito a promoção duma marioneta às mãos dos poderosos do capitalismo selvagem.


Por Sedrick de Carvalho
Surpreendentemente e num curto prazo, o promovido torna-se um gestor sem escrúpulos que consegue astutamente dominar os poderosos que o queriam instrumentalizar.
É este o filme que me vem sempre à mente quando ocorre uma exoneração e nomeação levada a cabo por João Lourenço e que esta semana se destacou ao demitir Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, onde estava ancorada por nomeação arrogante do seu pai-ditador José Eduardo dos Santos em 2016.
Mas sobre a tão esperada exoneração já tanto se falou. Porém, vamos com este artigo tentar perceber as razões de tal ousadia numa altura em que, estatutariamente, João Lourenço ainda deve obediência ao seu chefe partidário José Eduardo dos Santos, este que durante 38 anos dirigiu a delapidação económica, política e social do país a bel-prazer.
O protagonista do referido filme começa por ganhar a simpatia e apoio dos mais de 100 mil empregados espalhados em 49 países com uma medida inteligente: um questionário onde constam questões como o que impede o trabalhador de progredir na empresa, se são aspectos materiais ou os seus chefes, e por ai adiante. Claramente é desejo de qualquer trabalhador poder dizer sem receio o que acha do tratamento que recebe do seu superior hierárquico imediato.
O CEO, com o fundamento da renovação da energia colectiva do banco, diz mesmo que chegou a hora de acabar com os clãs e chefes indignos, despóticos, que assediam moral e sexualmente, e que humilham. No instante que fazia esse anúncio tinha em mente despedir dez mil funcionários e não os cinco mil que os donos do banco desejavam.
Por um lado os accionistas do banco não o podiam demitir porque seria um ícone da alta finança, e por outro ele mais do que satisfazia os interesses dos mesmos porque estava prestes a começar demissões em massa que resultaria num aumento de 26 por cento das acções do banco, que significaria mais dinheiro nos bolsos dos accionistas. Com esta acção, o CEO consegue renegociar os termos da sua comissão por cada demissão. Ou seja, num ápice torna-se poderoso junto dos poderosos.
Essa trama decorre no mundo financeiro, mas, como disse, lembra-me bastante o que João Lourenço tem feito, pois está a conseguir, num prazo curtíssimo, ter poder e contrapor o esmagador poder de José Eduardo. Essa incursão não é nova no seio do MPLA, pois o antecessor rapidamente tomou as rédeas do mesmo partido e do país pouco depois de chegar ao poder em 1979. A novidade aqui é o facto de o sucedido permanecer em vida e teimar em ensombrar o sucessor. Mas não é novidade noutras partes do mundo, e o exemplo mais próximo é a difícil coabitação que existiu entre Filipe Nyusi e Armando Guebuza em Moçambique – onde João Lourenço classificou de malandros os opositores nos dois países.
Qual a fonte do poder de João Lourenço, afinal? Desconhecemos a resposta concreta, mas podemos apontar uma que achamos ser a mais próxima: a necessidade de sobrevivência do MPLA.
Como sabemos, os resultados eleitorais que têm sido apresentados são fraudulentos. Mas eles revelam também que o MPLA tem consciência do grau de impopularidade ao ponto de não conseguir atribuir-se tantas percentagens. Daí que vimos a percentagem baixar de 81,64%, em 2008, para 61,07% em 2017. Esse é o sino do declínio que nem a fraude conseguiu silenciar. Assim, o MPLA encontra-se entre a espada e a parede. Nesta situação, é a sobrevivência do MPLA que está em causa perante o crescente foco de contestação e cônscio de que os ventos mundiais não estão para protecção de regimes ditatoriais, como agora percebe Robert Mugabe no Zimbabwe.
José Eduardo dos Santos entregou a sua cabeça talvez por acreditar que será reconhecido como o arquitecto da paz, visionário, presidente emérito e quejandos. Porém, antes mesmo de abandonar a presidência começou a ser apunhalado por muitos que durante anos se mantiveram fiéis ao culto partidário de sua glorificação, e assim vimos personalidades como Irene Neto e o actual ministro João Melo a criticarem a tentativa de JES outorgar-se o título de presidente emérito.
A imolação para a sobrevivência do partido não foi apenas do chefe da ditadura. Toda a família do ditador começou a ser publicamente humilhada com exonerações e atestados de incompetência. E os que defenderam o nepotismo presidencial são os mesmos que agora festejam exacerbadamente as exonerações em entrevistas televisivas.
Porém, há ainda a seguinte questão: será que os Santos têm consciência da necessidade de sobrevivência do MPLA em detrimento da imagem da família e por isso participam na salvação? Parece que não. A reacção de Welwitchia dos Santos «Tchizé», também “lourencialmente exonerada” da gestão do segundo canal estatal e o internacional de televisão, assim indica. A filha do José não está animada e critica o que chama de achincalhamento público à sua família feito pelo presidente Lourenço.
E acrescenta: “Sei que estou a apanhar por tabela em fogo cruzado não sei vindo de onde… nem contra quem…”.
A mais desinibida do clã Santos sonha ainda que “um dia um PR de Angola me outorgará um certificado de mérito, uma comenda pelos serviços à pátria, pela minha contribuição para a comunicação social angolana e pelo papel fundamental na criação e lançamento da mais internacional empresa pública angolana”.
Ao contrário de Tchizé que lamenta exclusivamente palas redes sociais, Isabel fez questão de emitir um comunicado de seis páginas onde pavoneia, dentre outras coisas, que a sua administração aumentou a produção do gás em 238% e o exportou pela primeira vez – entretanto o preço do gás não baixou ao longo do seu reinado. Essa necessidade de vangloriar-se no momento da partida é também sintomática de que realmente os Santos estão a ser queimados em hasta pública, parafraseando a irmã.
Mas os Santos não podiam esperar tratamento diferente. E como é preciso uma depuração interna para passar a mensagem de que o MPLA é capaz de governar como anseia a população, João Lourenço e pares não hesitam nas exonerações que tanto alegram a alma despedaçada dum povo relegado ao esquecimento desde a independência do país.
Na senda das exonerações, cremos que, caso teime, provavelmente José Eduardo será forçado a abandonar a presidência do MPLA, como Guebuza, e isto poderá acontecer com estardalhaço para transmitir a ideia de que a renovação do partido é completa e assim o governo atingir os píncaros da legitimidade interna e internacional.
Dissemos “passar a mensagem” porque é apenas isto que nos parece. Desde a organização inconstitucional das eleições e a fraude no resultado, a falta de declaração de bens do presidente e auxiliares, a composição do governo onde constam reconhecidos reaccionários, bem como a promoção de bajuladores, actos antidemocráticos, tudo isto nos dá a certeza de que o MPLA mantém-se o mesmo. E não seria diferente, pois os seus membros são os mesmos que delapidaram o país.
Dito isto, reiteramos que estamos perante uma rearticulação do MPLA que visa simplesmente manter-se no poder eternamente. Mas esta manobra está a ser gigantesca e igualmente o nível de expectativa da população que não vive de exonerações e nomeações, e que, portanto, nesse frenesi todo ainda não encontrou medicamentos e luvas nos hospitais, continua a ser forçado a pagar pelos serviços públicos oficialmente gratuitos, forçado pelo agente de trânsito a dar a maldita “gasosa”, e a debater-se diariamente com os excessivos preços dos produtos alimentares.


Tal como é altíssima a expectativa, a onda de contestação deverá ser proporcional caso estas medidas não tenham reflexo positivo na sociedade a curto prazo.
fonte: http://jornalf8.net

Zimbabue: Mugabe afastado do poder.

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Um homem com um cartaz que diz "O povo quer que Mugabe saia" Nov. 18, 2017.

O Presidente Robert Mugabe foi removido como líder do partido do governo do Zimbábue ZANU-PF neste domingo, 19 de Novembro, numa acção para forçá-lo a pôr fim a 37 anos no poder de forma pacífica após um golpe militar de facto.
Ele foi substituído por Emmerson Mnangagwa, o vice que Mugabe demitiu neste mês, disseram à Reuters fontes numa reunião especial do ZANU-PF para decidir o destino de Mugabe.
“Ele foi expulso”, disse um dos delegados. “Mnangagwa é nosso novo líder.”
A esposa de Mugabe, Grace, que tinha ambição de suceder o marido, também foi expulsa do partido.
Robert Mugabe depois de três dias de ter sido detido por militares apareceu numa cerimónia de formatura universitária
Robert Mugabe depois de três dias de ter sido detido por militares apareceu numa cerimónia de formatura universitária
Falando antes da reunião da ZANU-PF, o líder dos veteranos de guerra Chris Mutsvangwa disse que Mugabe, de 93 anos, estava ficar a sem tempo para negociar a sua saída e que deveria deixar o país enquanto podia.
“Ele está a tentar negociar uma saída digna”, disse ele.
Mutsvangwa ameaçou convocar protestos se Mugabe se recusasse a sair, dizendo a repórteres: “Vamos convocar as multidões e elas farão seu trabalho.”
Mnangagwa está agora na fila para comandar um governo de unidade interino pós-Mugabe que se focará em reconstruir laços com o resto do mundo e em estabilizar uma economia em queda livre.
fonte: VOA

Zimbabué em suspenso

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O Presidente do Zimbabué Robert Mugabe durante o seu discurso do domingo 19 de novembroSTR / AFP
Terminou esta segunda-feira o prazo dado pelo partido governamental do Zimbabué ao Presidente Robert Mugabe para que apresente a demissão. Caso o impasse se mantenha, o Parlamento deve iniciar os procedimentos para a abertura de um processo de destituição. Segundo a CNN, Mugabe terá concordado em deixar a liderança do país e já escreveu a sua carta de demissão.





Com 93 anos de idade, o Presidente com maior longevidade do continente africano prometeu neste Domingo que presidirá o próximo congresso do partido governante Zanu-PF apesar do seu partido o ter destituido neste fim-de-semana da sua direcção, para ser substituído pelo ex-vice presidente Emmerson.
Apesar deste crescente isolamento e do ultimato fixado pelo exército, Mugabe não anunciou a sua renúncia à presidência, todavia de acordo com informações avançadas pelo canale de televisão CNN, o Presidente teria concordado em deixar a liderança do país e já teria escrito a sua carta de demissão. Apesar desta notícia ter sido confirmada por duas fontes governamentais, ainda não há qualquer confirmação oficial.
Recorde-se que o Presidente do Zimbabué tinha até ao meio-dia – hora local - para abandonar a liderança do país ou enfrentar a abertura de um processo de destituição pelo Parlamento. Segundo os termos do acordo que lhe foi proposto, em troca da sua renúncia, será garantida imunidade total ao Presidente Mugabe e à mulher, Grace, além de conservarem as suas propriedades.
fonte: RFI

Fundação Mo Ibrahim vê deterioração de boa governação em Angola.

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Angola está entre os 10 países com pior avaliação do continente no Índice Ibrahim de Boa Governação Africana 2017. Liberdade de expressão e burocracias para empresas no país pioraram nos últimos cinco anos.
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Reunião da Fundação Mo Ibrahim em 2013
A Fundação Mo Ibrahim divulgou, esta segunda-feira (20.11), os resultados do seu Índice anual de Boa Governação Africana 2017 (IIAG). Apesar de manter a mesma posição do ano passado – 45º lugar, num total  de 54 países - e da tendência registada desde 2006 continuar positiva, Angola está no grupo dos 10 países com pior avaliação do continente, juntamente com a Somália, Sudão, Sudão do Sul e Líbia. Em 2017, lideram o ranking as Maurícias, seguido do Botsuana e Namíbia.
Na avaliação feita à governação do país, que teve como base os dados de 2016, Angola apenas regista uma pontuação de 39,4 numa escala de 100 pontos.
Em entrevista à DW África, Nathalie Delapalme, diretora executiva da Fundação Mo Ibrahim, explica que os números relativos aos últimos cinco anos são os mais preocupantes. "Angola está no grupo dos dez países que estão categorizados como  "sinais de alerta" -  o que quer dizer que a tendência dos últimos dez anos é positiva, existindo, no entanto, nos últimos cinco anos, uma inversão, estando estes países em declínio", explica a responsável.
Nos países deste grupo, onde estão também as Maurícias, os Camrões, ou Dijibouti, a tendência tem sido a mesma: "progresso ao longo dos últimos dez anos, mas sinais de alerta nas quatro categorias" em análise - Segurança e Estado de Direito, Desenvolvimento Humano, Oportunidades Económicas Sustentáveis e Participação e Direitos Humanos -, acrescenta Nathalie Delapalme.
Angola - Uferstraße in Luanda (DW/N. Sul d'Angola)
Luanda, Angola
Segundo o documento, "o declínio de Angola nos últimos cinco anos (com uma taxa anual média negativa de 0,30 pontos) também está a ameaçar a reversão dos progressos realizados ao longo da última década, e que ainda registam um saldo positivo de 0,42". Desde o ano 2000, o primeiro ano de dados do IIAG, e até 2012, o país, agora comandado por João Lourenço, esteve sempre classificado nos dez primeiros lugares. Em 2012, Angola caiu para os dez países mais baixos do continente e não voltou a subir.
Nathalie Delapalme mostrou-se ainda apreensiva quanto aos resultados registados por Angola na categoria "Oportunidades Económicas Sustentáveis". Apesar de, como acontece no âmbito geral, o país registar uma tendência positiva, ainda que modesta – de 0,11 pontos - nos últimos dez anos, regista um declínio de 3,3 pontos.
Variações que, de acordo com a diretora executiva da Fundação responsável pela investigação, ficam a dever-se "sobretudo, ao ambiente de negócios em queda". A responsável frisa que "Angola regista um declínio impressionante no que respeita à burocracia empresarial, sendo este o segundo pior indicador do país nos últimos cinco anos com uma queda de 8,33" pontos.
Nathalie Delapalme chama ainda a atenção para o facto de, ainda que pequeno, se verificar um decréscimo de 0,2 pontos na categoria "Participação e Direitos Humanos”. Números mais preocupantes registam os indicadores "liberdade de expressão”, que caiu 1,18 pontos nos últimos cinco anos, e "liberdades cívicas", que regista um decréscimo de 2,85, desde 2012.
Para a diretora executiva da Fundação Mo Ibrahim, uma das mais valias deste ranking é o facto de compilar num só documento o histórico de todos estes 54 países africanos, o que permite a qualquer novo governo ter uma dimensão global e olhar para os indicadores do passado e perceber se é necessário pôr em prática novas políticas.
Cabo Verde desce um lugar
Dos países de língua portuguesa, Cabo Verde continua a ser o melhor colocado no IIAG, ocupando, em 2017, a quarta posição. Ainda assim, desceu um lugar face ao ano passado. São Tomé e Príncipe manteve-se no 11º lugar. Segue-se Moçambique na 23ª posição e a Guiné-Bissau na 43ª.
Mindelo St. Vincent Kapverdischer Inseln
Dos países de língua portuguesa, Cabo Verde continua a ser o melhor colocado no IIAG, ocupando, em 2017, a quarta posição.
O IIAG 2017 mostra que, no geral, o continente africano tem vindo a melhorar no que à boa governação diz respeito. Na última década (2007-2016), o índice médio africano melhorou 1,4 pontos (de 49,4 para 50,8 – o melhor resultado desde o primeiro IIAG). No entanto, e se nos últimos dez anos a governação no continente melhorou e registou um crescimento médio anual de 0,16 pontos, o mesmo não acontece desde 2012. Nos últimos cinco anos, o crescimento abrandou para 0,10.
Dos 54 países em análise, a situação de boa governação deteriorou-se em 12 nações, dois mantiveram o seu desempenho e 40 registaram melhorias na sua governação nos últimos dez anos.
Treze desses países que registaram melhorias, entre eles São Tomé e Príncipe, estão categorizados como países "em desaceleração", ou seja, registaram uma melhoria nos últimos cinco anos, mas mais lenta quando comparada com a performance dos últimos dez anos. 
Outros dez países registam "sinais de aviso", como é o caso de Angola, mas também Cabo Verde e Maurícias, que se encontram nos cinco lugares do pódio. Já a Guiné-Bissau registou resultados mais positivos nos últimos cinco anos do que quando comparados com os últimos dez.
Moçambique na linha vermelha
Moçambique integra o grupo dos oito países africanos que registaram declínio não só ao longo da última década, como não mostram sinais de melhoria. Também nos últimos cinco anos, estes países apresentaram números negativos.
Lançado pela primeira vez em 2007 pela Fundação Mo Ibrahim, o Índice Ibrahim de Governação Africano mede anualmente a qualidade da governação nos países africanos através da compilação de dados de diversas fontes. O objetivo é informar e ajudar os cidadãos, governos, instituições e o setor privado a avaliar a provisão de bens e serviços públicos e os resultados das políticas e estimular o debate sobre o desempenho da governação com base em dados concretos e quantificados.

Zimbabué: Militares procuram saída que não "humilhe" Mugabe.

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Militares procuram saída que não

O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, apareceu, em público, esta sexta-feira, dois dias depois de uma operação militar que o exército nega em chamar de golpe de Estado para não "humilhar o presidente histórico”. O destituído vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, voltou ao país e deverá ser o próximo líder do Zimbabué, na opinião do investigador Fernando Jorge Cardoso.

O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, apareceu, em público, esta sexta-feira, numa universidade, dois dias depois de uma operação militar que o exército nega em chamar de golpe de Estado.
Fernando Jorge Cardoso, especialista em assuntos africanos do Instituto Marquês de Valle Flôr, também defende que “não é um golpe de Estado” porque “não foi derrubado o presidente”.
Se os militares chamassem a isto um golpe de Estado, incorreriam na possibilidade de serem sancionados pela União Africana e pelas organizações internacionais diversas e por vários países. Portanto, eles nunca chamarão a isto um golpe de Estado”, começou por explicar o analista.
Para Fernando Jorge Cardoso, “isto foi uma tomada de posição dos militares junto ao presidente Mugabe” para “afirmarem que ele não tem o apoio dos militares relativamente à demissão do vice-presidente Emmerson Mnangagwa” e para se oporem à “entrega do poder, após a saída dele, à mulher Grace Mugabe”.
Os militares “não querem humilhar o seu presidente histórico” e vão negociar uma saída do chefe de Estado de 93 anos “em Dezembro ou em 2018, se Mugabe estiver no lugar de presidente, será uma figura apagada”.
A solução deverá ser a passagem de poder para o destituído vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, que já voltou ao país: “Mnangagwa parece-me ser a figura lógica que vai assumir o poder do Zimbabué proximamente. O que creio que Mnangagwa irá fazer é tentar convencer os seus credores e as instituições multilaterais, particularmente, o Fundo e o Banco Mundial e vai tentar fazer uma aproximação ao Reino Unido (…) para que o Zimbabué saia da ostracização a que está votado.”
Na opinião deste investigador, “não há nenhum contágio que seja possível para Angola, para a Zâmbia, para Moçambique ou para a África do Sul”.
Oiça a entrevista completa clicando na imagem principal.
fonte: RFI




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