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NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... No Senegal, a tensão mantém-se elevada em torno da intimação pela Ju...
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
06.03.2017 +
URSS viu com bons olhos o fim da ditadura brasileira+
A URSS mostrou contentamento com o processo de redemocratização que ocorreu no Brasil na metade da década de 1980, após 20 anos de ditadura militar. O motivo foi que, do ponto de vista soviético, o Brasil estava se tornando mais independente dos interesses dos Estados Unidos ao eleger Tancredo Neves, seu primeiro presidente civil desde João Goulart+
A União Soviética mostrou contentamento com o processo de redemocratização que ocorreu no Brasil na metade da década de 1980, após 20 anos de ditadura militar.+
O motivo foi que, do ponto de vista soviético, o Brasil estava se tornando mais independente dos interesses dos Estados Unidos ao eleger Tancredo Neves, seu primeiro presidente civil desde João Goulart.
Eduardo Vasco Segundo um estudo do Instituto da América Latina da Academia de Ciências Soviética citado pelo "Early Warning", um boletim mensal confidencial, o fim do regime militar significava "o crescimento do nacionalismo e a aspiração para conduzir uma política externa independente".
Os autores do estudo, entre os quais consultores do Departamento Internacional do Partido Comunista da União Soviética e da KGB, expressavam satisfação com "o relativo enfraquecimento das posições dos EUA no Brasil, como manifestado em uma redução da participação americana no investimento de capital".+
O estudo soviético, de janeiro de 1985, destacava os sentimentos "progressista" e "nacionalista" de parte da Igreja e dos militares brasileiros. Também dava especial atenção à importância do controle do Estado sobre setores estratégicos para o Brasil.+
Para a URSS, o setor estatal da economia brasileira era "o foco da luta entre o imperialismo e seus cúmplices e as forças a favor do desenvolvimento nacional independente do imperialismo".+
O boletim foi disponibilizado na internet em dezembro pela CIA.+
Tancredo Neves não chegou a tomar posse como presidente da República, adoecendo na véspera e falecendo poucos dias depois. Em seu lugar, assumiu José Sarney, que era o vice-presidente
No próximo dia 8 de março,
data em que se comemora o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras,
mulheres do mundo inteiro irão parar as suas atividades e sair às ruas em
defesa dos seus direitos, aderindo à Greve Internacional de Mulheres. O
chamado foi feito após a grande marcha de mulheres no dia seguinte à posse
do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada no dia 20 de
janeiro deste ano.
Feministas históricas como Angela Davis e Nancy Fraser publicaram uma
carta conclamando as mulheres a lutarem contra o recrudescimento do conservadorismo
no mundo todo e sobre a necessidade de se fazer uma greve geral no dia 8 de
março em defesa da igualdade de gêneros.
No mundo inteiro, as mulheres têm sido protagonistas de lutas importantes
e necessárias para a conquista de direitos, contra o machismo e os ataques
do neoliberalismo. Em 2016, as mulheres polonesas protagonizaram
uma greve geral pelo direito ao aborto; na Islândia, o protesto foi pela
igualdade salarial; na Argentina - e em outros países latino-americanos,
como o Brasil -, as mulheres protestaram contra o feminicídio (quando se
mata uma mulher por razões da condição do sexo feminino) e protagonizaram
uma paralisação por uma hora.
No Brasil, além da luta contra todos os tipos de violência que incidem sobre
as mulheres, elas lutam também em defesa dos seus direitos e contra os ataques
em curso no Congresso Nacional, especialmente as contrarreformas da
Previdência e Trabalhista. A contrarreforma da Previdência, que tramita
como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, pretende igualar o
tempo de contribuição de homens e mulheres, ignorando o fato de que mulheres
realizam dupla e até tripla jornada de trabalho. Eles e elas só poderão se
aposentar com, no mínimo, 65 anos de idade e 25 de contribuição.
Já a contrarreforma Trabalhista, Projeto de Lei (PL) 6.787/16, que prevê
regras de contratos temporários de trabalho e prioriza o negociado
sobre o legislado em relação a alguns direitos (inclusive os contidos
na Consolidação das Leis do Trabalho), terá graves consequências às mulheres,
uma vez que permite a jornada de trabalho por até 220 horas mensais,
abrindo a possibilidade de turnos de 12 horas por dia.
"A data 8 de março é uma data historicamente da mulher trabalhadora,
e o movimento de greve internacional das mulheres está fazendo um debate
necessário e importante sobre a condição da mulher no século 21. Desde
2015 - com os ataques de Eduardo Cunha (então presidente da Câmara dos Deputados)
-, nós acompanhamos dentro do parlamento brasileiro vários projetos de
lei que têm como objetivo o controle dos nossos corpos e a retirada dos
nossos direitos. E diante de todos esses ataques nós começamos a reagir.
A greve é uma resposta ao avanço do conservadorismo e é um momento importante
para lutarmos por projetos que nos representem", disse Caroline de
Araújo Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste III e da coordenação
do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Etnicorraciais,
de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do ANDES-SN.
Origem da data
Apesar da história difundida para a origem do Dia Internacional das Mulheres
ser o das operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque (EUA), que haviam
morrido queimadas após o patrão ter ateado fogo ao prédio devido a uma
greve, no ano de 1857, essa versão é bastante questionada. A data tem uma
origem socialista, que remonta ao início do século 20 e foi apagada ao
longo dos anos, principalmente durante o período da Guerra Fria. O dia 8
de março foi fixado a partir de uma greve iniciada em 23 de fevereiro (calendário
russo) de 1917, na Rússia. Uma manifestação organizada por tecelãs e costureiras
de São Petersburgo foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa.
Violência
Segundo o Mapa da Violência de 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana
de Ciências Sociais (Flacso), 13 mulheres são assassinadas por dia no
Brasil. O país é o 5º que mais mata mulheres no mundo, perdendo somente para
El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
A coordenadora do GTPCEGDS do Sindicato Nacional afirma que os números
da violência no país retratam a sociedade machista em que vivemos e que
o machismo precisa ser combatido na raiz do problema, no desenvolvimento
de cidadãos conscientes em relação à igualdade de gênero, com o debate
nas instituições de ensino, em casa, no trabalho e em toda a sociedade.
Por tudo isso, Caroline afirma ser necessária a participação dos docentes,
técnicos, estudantes, da classe trabalhadora e toda a sociedade brasileira
na mobilização do dia 8 de março, contra todos os tipos de violência que
incidem sobre as mulheres, sobretudo as mais vulneráveis: negras, lésbicas,
periféricas e transexuais.
"Não existe um mundo sem mulheres, sejam elas cis (cisgênero: termo utilizado
para se referir às pessoas cujo gênero é o mesmo que o designado em seu
nascimento) ou trans. Essa luta é por direitos e pela vida das mulheres.
Por isso, é de extrema importância a CSP-Conlutas e o ANDES-SN - assim como
as demais centrais e entidades -, aderirem ao dia 8 de março e das atividades
que estão previstas no dia, como mobilizações e paralisações",
ressaltou a diretora do Sindicato Nacional.
O ANDES-SN e a CSP-Conlutas orientam os docentes e toda a classe trabalhadora
a participarem dos atos públicos nos estados - em unidade com entidades,
movimentos sociais e populares, estudantes e toda a sociedade -, no
Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora e Dia Nacional de
Luta contra a Reforma da Previdência na perspectiva da construção da
greve geral.
A participação dos docentes no Dia Nacional de Luta em defesa da Mulher
Trabalhadora foi aprovada no 36° Congresso do ANDES-SN, que ocorreu em janeiro
deste ano em Cuiabá (MT). O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores
Públicos Federais (Fonasefe) também indicou adesão ao 8 de março, assim
como a data também foi aprovada pela coordenação da CSP-Conlutas.
Transformar o grito rebelde do carnaval em luta organizada contra o governo corrupto
O carnaval é a festa mais popular do Brasil. Desde as pequenas cidades do interior às maiores aglomerações metropolitanas, as pessoas saem às ruas aos milhões para festejar os quatro dias de folia, com muita criatividade e alegria.
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Edmilson Costa*
Como disse certa vez um ensaísta, o carnaval brasileiro é, na forma, uma revolução pelo avesso, uma irreverência ambulante: os pobres se fantasiam de reis, princesas, piratas; os homens se vestem de mulher, as mulheres de homens. Todos exercem a criatividade para se afastar da dureza do cotidiano Os costumes são revirados pelo avesso e a liberdade sexual aflora com mais evidência, cada um se fantasia como quer, tudo isso embalados por marchinhas românticas, irônicas, com críticas aos governantes, aos poderosos de plantão, os costumes e à ordem estabelecida.
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Esse carnaval popular difere muito do carnaval oficial, cujos governantes tentam sequestrar a festa para seus objetivos mercantilistas, praticamente privatizando o evento, com empresas patrocinando escolas de samba, camarotes vendidos a preços de ouro para socialites nos sambódromos, samba-enredo sem muita criatividade, grande parte encomendados por patrocinadores. Esse tipo de carnaval, divulgado maciçamente pelas emissoras de rádio e televisão, se afasta cada vez mais da essência irreverente da folia popular e se transforma numa festa apenas para turistas. Nos últimos anos, porém, um grande movimento espontâneo da população recuperou o carnaval de rua, com milhares e milhares de blocos carnavalescos envolvendo milhões de foliões, o que praticamente tornou secundário o carnaval oficial.
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Foi nesse carnaval popular do Brasil de 2017 que as ruas de todo o País ecoaram o grito rebelde do Fora Temer, tornando-o a marca principal dos quatro dias de festa. Mais de cinco milhões de pessoas (talvez muito mais) resolveram transformar o carnaval numa festa política contra o governo usurpador. Tudo ocorreu de maneira espontânea: Não teve organização, nem direção, apenas veio a tona o sentimento que estava engasgado na garganta, numa apropriação coletiva, demonstrando a indignação e o descontentamento da população contra o governo ilegítimo e inimigo dos trabalhadores e da juventude. Não é a primeira vez que isso acontece com esse governo: nas Olimpíadas, mesmo sem o locutor anunciar seu nome (para evitar vaias), quando o presidente golpista começou a declarar formalmente aberto os jogos olímpicos, a massa identificou sua voz e o vaiou rotundamente por vários minutos.
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Fora Temer em todo o País
De Norte ao Sul do País, os blocos de rua, com faixas e cartazes contra o governo, puxaram o Fora Temer, que era acompanhado pela multidão, ressaltando-se que essas manifestações ocorreram em praticamente todas as grandes concentrações urbanas, especialmente em Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e outras cidades menores. Além da palavra de ordem Fora Temer, os blocos também compuseram marchinhas criticando o governo, os conservadores e as contrarreformas anunciadas recentemente. +
Outro fenômeno importante, que já vem se verificando há alguns anos e que em 2017 se consolidou, foi a participação da esquerda organizada nos blocos de carnaval. Em vários Estados trocaram as assembleias pelas coloridas manifestações dos blocos carnavalescos, especialmente nas grandes metrópoles como Rio e São Paulo. No Rio de Janeiro, o Prata Preta levou para as ruas os Cem Anos da revolução Russa, o Comuna Que Pariu, organizado pelo PCB e outras organizações de esquerda, trouxe o enredo contra a discriminação de gênero e ainda teve o Bloco Fora Temer, que lotou a Cinelândia no Rio de Janeiro.; em São Paulo o Bloco Soviético encheu as ruas da cidades, marcando assim uma nova fase do carnaval, onde política e alegria se encontraram para lutar por justiça e liberdade.
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Uma parte importante dessas manifestações foi a participação de artistas, tanto famosos quanto anônimos. Caetano Veloso, na Bahia, puxou a palavra de ordem e foi acompanhado pela multidão. O mesmo aconteceu com a banda Bayana Sistem que também puxou o Fora Temer no carnaval de Salvador e está agora ameaçada pelo governo local de não participar dos desfiles do ano que vem. Todavia, o mais saboroso dessas manifestações foram as marchinhas: O Bloco da Égua, do Pará, criticou os coxinhas: "Otário, coxinha, caiu no conto da carochinha. Coxinha, otário, caiu no conto do vigário". Ou a marchinha que faz glosa com outra bastante popular no Brasil: "Ei, você aí, o Temer vai cair, o Temer vai cair. É golpista, é ladrão, jamais ganharia uma eleição". Ou a escatológica de um Bloco cearense: "Fora, fora Temer, ninguém te aguenta mais. Pede para KH e sai". Ou ainda a marchinha de duplo sentido um bloco de Belo Horizonte: "Eu tinha tudo a Temer, hoje não vou temer mais. Já estanquei a sangria, a crise ficou prá trás".
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A mídia corporativa tentou esconder de todas as formas as manifestações populares contra o governo, afinal uma das táticas de Temer para melhorar sua imagem é aumentar escandalosamente as verbas para os meios de comunicação. No entanto, a pujança das manifestações foi tão grande que, mesmo aos poucos, a mídia foi obrigada a se render aos fatos e anunciar meio timidamente as manifestações do Fora Temer. A Rede Globo, principal monopólio das comunicações do País, a partir da segunda feira de carnaval, foi obrigada a registrar as manifestações, o que foi seguido pelas outras emissoras. Mesmo assim, não deixa de ser uma grande manipulação, pois se tivesse noticiado as manifestações desde o início o volume do Fora Temer seria ainda maior, tendo em vista a influência que esse monopólio ainda tem no Brasil.
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Decifrar a mensagem do carnaval
Como todos sabem, o ano só começa de fato no Brasil depois do carnaval. Primeiro tem as férias escolares de janeiro, depois todos ficam na espera do carnaval. Portanto, é partir de agora que começa a se dar efetivamente a disputa da luta de classe neste ano de 2017. Mas desde já a mensagem do carnaval tem para a esquerda o mesmo significado da mitologia da esfinge de Tebas para os gregos: decifra-me ou te devoro. Ao contrário do que imaginavam os pessimistas ou aqueles que têm a pressa pequeno-burguesa como norteadora de suas ações e ficavam aos quatro cantos se lamentando porque o povo não reagia aos ataques contra seus direitos, os gritos do Fora Temer aos milhões pelo Brasil afora demonstraram e enorme indignação contra o governo que existe entre os trabalhadores, a juventude e a população em geral.
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Demonstraram também que até agora esse enorme descontentamento ainda está em busca de uma referência organizativa para se expressar de maneira efetiva. As manifestações espontâneas refletem o estado de ânimo das massas, emitem sinais sobre as possibilidades de organização desses milhões de manifestantes em torno de referências comuns, palavras de ordem-síntese, que possa colocá-los em movimento em busca de objetivos determinados e que falem direto às suas necessidades básicas. Caso não encontre essas referências, poderemos verificar o mesmo fenômeno que presenciamos nas jornadas de 2013, quando a massa foi às ruas aos milhões protestar por melhores condições de vida, sem referência organizativa alguma e, em vários momentos, se transformou em massa de manobra dos monopólios de comunicações ou de grupos fascistas.
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Portanto, o grito que vinha se gestando no interior da sociedade e que explodiu no carnaval não pode ser menosprezado nem ignorado pela esquerda. Esse ensaio geral fantasiado de carnaval precisa de uma referência organizativa, um programa mínimo que reflita os anseios mais profundos dos trabalhadores e da juventude, para que esse tsunami festivo se transforme em levante social. A mensagem do carnaval deve ser interpretada como uma necessidade urgente de unidade da esquerda socialista, como coluna vertebral de uma unidade maior de todos aqueles que estão contra essa quadrilha corrupta que tomou o poder em Brasília.
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Agora está claro que existe uma base objetiva para um trabalho de base urgente. Os trabalhadores serão os mais prejudicados pelas reformas da previdência e trabalhista, podendo ter sua jornada de trabalho desorganizada e aumentada, com o agravante de só poderem ser aposentar quando estiverem próximo à morte. A juventude está sendo prejudicada pela reforma do ensino médio e pelo corte de verbas para o ensino universitário público. E o ajuste fiscal complementa o saco de maldades que envolve corte de gastos públicos na saúde, educação e segurança, além do brutal desemprego e crise financeira dos Estados. Portanto, tema é o que não falta para se agitar a massa e buscar a derrubada do governo.
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As manifestações do carnaval demonstraram que há um descontentamento real da grande maioria da população contra a corrupção e os ataques contra os trabalhadores e a juventude e que esta é a base para transformar esse descontentamento espontâneo em grandes manifestações organizadas pela derrubada desse governo, revogação de todas as contrarreformas, colocar todos os corruptos na cadeia e abrir caminhos para as transformações sociais em nosso País. Mãos à obra, camaradas!
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O presidente do Parlamento guineense fala num plano "para insultar os participantes", mas adianta que entregou ao Presidente da República, José Mário Vaz, uma proposta para resolver a crise política.
Presidente guineense, José Mário Vaz
A reunião do Conselho de Estado desta segunda-feira (06.03) durou mais de três horas, mas terminou de forma inconclusiva.
"Viemos aqui pensando que iríamos discutir soluções para a saída da crise no país, mas afinal foi montada uma máquina para insultar os participantes", afirmou o líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, à saída do encontro.
Mesmo assim, Cassamá disse ter apresentado ao Presidente guineense, José Mário Vaz, uma proposta sua para a saída da crise política que assola o país há quase dois anos.
Cipriano Cassamá: "Se não for cumprido o Acordo de Conacri não podemos fazer mais nada"
"Esta proposta passa pelo cumprimento do Acordo de Conacri. Se não for cumprido o Acordo de Conacri não podemos fazer mais nada", adiantou. Cassamá prometeu dar mais detalhes mais tarde. Sem programa de Governo
O acordo, assinado em outubro, prevê a criação de um Governo de consenso, mas isso não aconteceu até agora. O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e outras três forças parlamentares acusam o Presidente da República de desrespeitar o que foi combinado em Conacri ao nomear Umaro Sissoco Embaló para chefiar o Executivo.
Quase três meses depois da tomada de posse do novo Governo, o programa de governação continua por aprovar. A Comissão Permanente do Parlamento rejeitou, na semana passada, um recurso do Partido da Renovação Social (PRS) que exigia a marcação imediata de um plenário para debater o programa. O PRS, segundo partido mais votado nas eleições de 2014 e que sustenta o atual Governo de Umaro Sissoco Embaló, considerou o chumbo ilegal e inconstitucional. Mas o recurso foi reprovado, considerando que "os requerentes não têm legitimidade para recorrer da matéria em questão, porque o próprio objeto atacado não admite recurso."
Naturalmente e profusamente acompanho declarações de muitas figuras políticas guineenses.
O que me deixa sempre bastante chocado é o grau de leviandade com que muitos proferem acusações graves contra os seus opositores e contra a própria nação na imprensa nacional e internacional.
Não sei até que ponto os políticos guineenses são capazes de resolver as suas disputas, sem que elas passassem pela incriminação desnecessária, deselegante e repudiante de toda a nação guineense e o seu povo.
Por exemplo, como podia alguém aludir à ressurgência do tráfico de droga no país em base das observações da Sociedade Civil guineense? Será a Sociedade Civil (mesmo em forma ad hoc) capacitada em conduzir investigações na matéria do tráfico de droga?
Com isto, não estou a disputar a possibilidade ou não da ressurgência do tráfico de droga na Guiné-Bissau. Disputo, todavia, a atribuição desta "responsabilidade" às organizações da sociedade civil. A sociedade civil tem os seus atributos, muitos deles extremamente importantes para a vida do país, mas por uma questão de seriedade, no domínio de tráfico de droga, há certamente outras agências nacionais e internacionais (nomeadamente PJ, Interpol, UNODC) capacitadas e especializadas nesta matéria. Ou se calhar, estamos perante uma atribuição errada e propositada destas alegações e/ou revelações à sociedade civil, como uma fonte de informação.
Como podem reparar, é fácil prestar declarações que não se baseiam nem em factos e muito menos em estudos conduzidos com autoridade e perícia. E num país onde absolutamente nada é escrutinado pela imprensa local e pela classe intelectual, declarações desmedidas é a nova norma.
Aqui nos EUA, declarações "desmedidas" e desprovidas de verdade são diariamente desafiadas nos meios de comunicação. E quem acompanha o actual relacionamento entre a nova administração norte-americana e a imprensa pode perceber que declarações políticas nem sempre devem ser tidas como um facto verdadeiro, consumado e indisputável.
E no caso da Guiné-Bissau, se fôssemos um pouco analíticos em relação a várias declarações acusatórias por parte dos políticos, chegaríamos à conclusão de que muitas delas são facilmente descortinadas e as suas veracidades eventualmente desmistificadas.
Todavia, todos nós (Jornalistas, Analistas, Comentadores, e a própria Sociedade Civil) temos que ter a coragem de desafiar tudo quanto é duvidoso e enganoso, em matéria de informação.
Aí está: temos que estar preparados intelectual, técnica e materialmente para o tal.
NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Alberto Nambeia, líder do Partido da Renovação Social (PRS), que sustenta o Governo da Guiné-Bissau, disse hoje acreditar que o executivo de Umaro Sissoco Embaló vai ficar em funções até ao fim da legislatura, em 2018.
"Estamos a ouvir por estes dias que o Governo vai cair", mas "este Governo vai até ao final da legislatura", considerou Alberto Nambeia, num comício popular com militantes do PRS na localidade de Ingoré, norte do país.
O dirigente falou no mesmo dia em que o Presidente da República vai reunir o Conselho de Estado para analisar a situação política do país.
O líder dos "renovadores" guineenses criticou quem trabalha "com intenções" de bloquear, no Parlamento, a ação do Governo, para fazer com que o Presidente da República demita o executivo.
"Isso não vai acontecer, o Governo vai até ao fim da legislatura", disse Nambeia, mas sem detalhar como.
O líder do PRS desafiou os que contestam a equipa a "abrirem o Parlamento" para que se possa saber se os deputados estão a favor ou contra o executivo - Alberto Nambeia disse acreditar que a maioria apoia o Governo.
Divergências internas no PAIGC, partido mais votado em 2014, e entre este e o PRS têm bloqueado o parlamento: desde a demissão do Governo de Domingos Simões Pereira, em 2015, já foram nomeados outros quatro, mas nenhum conseguiu fazer aprovar o programa ou Orçamento do Estado.
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Vamos continuar acompanhar, ainda não temos a versão oficial.
Lusa, 06 Mar 2017 - A reunião de hoje do Conselho de Estado da Guiné-Bissau terminou de forma inconclusiva após mais de três horas em que esteve em análise a situação política do país.
Em declarações aos jornalistas à saída da reunião, alguns membros do órgão consultivo do chefe do Estado guineense, que falavam a título pessoal, explicaram o que se discutiu no encontro dirigido pelo Presidente, José Mário Vaz.
O líder do parlamento, Cipriano Cassamá, disse ter apresentado ao Presidente guineense uma proposta da sua autoria para a saída da crise política que assola o país há mais de ano e meio.
"Dentro de dias a minha proposta para saída da crise será conhecida", enfatizou o líder do parlamento, adiantando tratar-se de uma sugestão com base no Acordo de Conacri, patrocinado pelos chefes de Estado de África Ocidental para acabar com impasse político na Guiné-Bissau.
Contudo, o líder do parlamento guineense queixou-se de a reunião do Conselho de Estado ter sido convocada com o "único propósito" de lhe o insultar.
Cipriano Cassamá disse que, mesmo com "o cenário bem montado", entregou a José Mário Vaz a sua proposta para saída da crise.
O antigo primeiro-ministro e líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, prometeu, para terça-feira, numa conferência de imprensa, falar "em substância" sobre o que se passou, mas adiantou não compreender bem a forma da reunião.
"A formatação da própria reunião visa objetivos que não ajudam à situação política nacional", observou Domingos Simões Pereira, que disse rever-se nas explicações dadas pelo líder do parlamento sobre o que se passou no encontro.
Também conselheiro de Estado, Vítor Mandinga, atual ministro do Comércio e Promoção Empresarial, afirmou que não se pode aceitar que "nove deputados continuem a bloquear o país" em obediência às diretrizes do seu partido, o PAIGC.
Para Mandinga, que se encontra em rota de colisão com a direção do seu partido, o Partido da Convergência Democrática (PCD) - ao ponto de este não o reconhecer como seu representante no Conselho de Estado -, a crise interna do PAIGC "é o motivo de toda a palhaçada" no país.
Fontes que presenciaram o encontro disseram à Lusa que o Presidente guineense deverá convocar uma nova reunião do Conselho de Estado para data a indicar.