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domingo, 14 de dezembro de 2014

Dois colonizadores europeus - a partilha da África.

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Havana, (Prensa Latina) Eucaristus de Campos e Savorgnan de Brazza foram expoentes de uma época de disputas e ambições. O primeiro, originário de Portugal, e o segundo, da França, deixaram sua marca nos Países da África, e o nome do segundo serviu para denominar uma capital. 
O nome de Eucaristus nunca teria aparecido em documentos históricos da África se não fosse sua obsessiva participação, no século XVIII, no comércio de escravos na antiga Dahomey, atual Benin após a independência.

O português não foi quem iniciou o tráfico de escravos, pois o fizeram seus compatriotas duas centenas de anos antes, no século XVI, quando o Brasil era uma colônia de Portugal e tinha necessidade de mão de obra para as plantações agrícolas.
Os proprietários consideravam que suas fazendas só poderiam prosperar utilizando essa força de trabalho trazida do longínquo continente e encomendavam mais escravos aos traficantes que obtinham grande lucro com o tráfico de africanos.

PONTO DE PARTIDA
Na formação histórica de Dahomey incidiram dois movimentos migratórios: o dos hueda e os agassouvi. Os contatos iniciais da população autóctone com os europeus datam do século XIV com a chegada dos primeiros navegantes portugueses às praias dessa nação da África Ocidental, assim como fizeram com outros locais da região.

No início a relação entre europeus e africanos limitou-se a um modesto intercâmbio comercial, fundamentalmente, com as populações que habitavam próximas à costa.
No século seguinte, os portugueses não mostraram interesse em avançar para o interior de Dahomey para ocupar todo o território e só eram estabelecidos entrepostos no litoral.

Uma centena de ano mais tarde, no século XVI, os portugueses começaram a desenvolver o comércio de escravos, inicialmente de forma lenta, mas depois de maneira acelerada, a tal grau que o território foi uma das regiões mais exploradas para tal fim na África Ocidental.

Dos milhares de africanos arrancados de terra dahomeyana e enviados para a América e o Caribe, muitos ficaram no Oceano Atlântico em consequência das péssimas condições impostas durante a travessia.

É em 1752, em pleno século XVIII, que Eucaristus de Campos emerge como uma figura importante no tráfico de escravos organizado no reino de Porto Novo, onde tinha chegado alegando fins comerciais.

O português ocultou suas verdadeiras intenções. Utilizando diversas artimanhas incitou o soberano nativo para que colaborasse no tráfico negreiro. O pouco entusiasmo mostrado pelo rei para participar da caçada de africanos provocou a indignação de Eucaristus, homem agressivo e autoritário.

Sob pressões e ameaças, o comércio de escravos de Eucaristus estendeu-se até 1757, quando abandonou o país. Em seus seis anos no reino de Porto Novo, foi um dos europeus que mais se esforçou em promover o tráfico em solo africano.

Essa foi a marca deixada por Eucaristus de Campos no antigo Dahomey, um país que ao conseguir a independência no século XX tinha sido vítima da escravidão e do colonialismo.

SAVORGMAN DE BRAZZA

No início do século XIX, a França tinha expulsado os portugueses dos territórios que ocupavam, Gabão e Congo (atual República do Congo), e disputava com a Grã-Bretanha como os dois maiores impérios coloniais na África.

A origem da posterior África Equatorial Francesa esteve ligada de forma muito direta à conquista do Gabão, primeira base francesa nessa costa do Oceano Atlântico.

Essa conquista estabeleceu-se mediante um tratado assinado em 1839 por Benet Willaumez e pelo chefe tribal local Louis Dowe, denominado em inglês como o rei Denis. O estabelecimento de semelhantes acordos sempre impunha desvantagens à parte africana.

Os franceses presentes no Congo e no Gabão construíram entrepostos na costa e depois iniciaram expedições para o interior, depois de criar em 1849 a cidade de Libreville, atual capital gabonesa, que também foi o primeiro centro administrativo do Golfo de Guiné.

As expedições foram levadas a cabo por membros da marinha francesa, circunstâncias nas quais aparece no cenário congolês Savorgnan de Brazza, que realizou sua primeira incursão pelo rio Oggoue, atravessando posteriormente em 1875 o rio Congo, o mais extenso do continente.

Brazza, enviado pelas autoridades francesas e em quem confiavam para realizar exitosamente sua missão colonizadora, durante sua primeira expedição entre 1875 e 1878 atravessou a pé o território do Congo.

Em sua segunda expedição (1879-1883), foram assinados tratados com o rei Makoko, soberano dos tekes, com o fim de estabelecer o domínio sobre essa parte da África Central e impedir similares tentativas do grupo dirigido pelo inglês Stanley, pela outra margem do rio entre 1874 e 1877.

Brazza impôs uma espécie de protetorado e pronunciou-se por métodos pacíficos de colonização, enquanto na prática procedia-se o extermínio de populações inteiras quando ofereciam resistência à presença estrangeira.

Em 1881, o governo da França designou Brazza como Comissionado e todas as terras conquistadas de Gabão até o Congo ficaram sob sua autoridade em 1883, depois de reformas no sistema de colonização, que incluíram a extensão de poderes aos governadores.

A Conferência de Berlim realizada em 1884-1885, na qual as potências europeias realizaram a partilha da África, afirmou o domínio colonial da França sobre o Gabão e Congo, que junto a outras colônias formaram a denominada África Equatorial Francesa.

Cumprida sua missão colonizadora no Congo, Savorgnan de Brazza deixou, entre outras heranças, seu nome à capital do país: Brazzaville.
*Colaborador da Prensa Latina


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