A angústia parece prolongar-se no tempo e a sensação é a de que o processo vai ser mais longo e difuso. Os caixões selados, a impossibilidade de ver os corpos e os funerais despidos de pessoas têm efeitos psicológicos em quem fica com a dor de perder alguém. Os especialistas, preocupados, querem mudar a lei dos rituais.
“Na casa onde vivo, tenho vista direta para o cemitério”. Começa assim esta história de duas Anas que são protagonistas sem terem escolhido sê-lo. A primeira, Ana Aguiar, obrigada a trabalhar em casa no período de confinamento, dava por si a reparar nas rotinas do cemitério que calhou ser em frente à casa onde mora. “Comecei a perceber que existiam velórios a serem organizados de forma diferente.”
Ana Cunha experienciou-o de forma direta. “Foi duro. Ainda é duro. A cabeça sabe que já partiu, mas no coração, ela ainda está no lar à minha espera”.
A avó tinha 91 anos e saúde para dar e vender. Apenas apoquentava a família com uns “problemas nos brônquios, tudo controladito”. No lar de Santo António de Gueifães estava segura, acreditava a neta. Mas uma funcionária foi infetada, sem saber, pelo marido, e de seguida infetou uma idosa do lar e várias outras infeções brotaram.
expresso.pt
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Samuel