"A situação tem de mudar, não há como não mudar", afirmou esta quinta-feira (23.07) uma das centenas de pessoas que participaram no protesto em Bruxelas contra o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, e o Governo liderado por Nuno Nabiam, que consideram ilegítimos.
"Nós esperamos que a União Europeia se ponha na nossa posição e veja que estamos numa luta séria, digna, porque não queremos que a Guiné-Bissau seja um país de narcotráfico, nem que seja uma ditadura", afirmou José Rachid, que vive em Bona, na Alemanha, em entrevista à DW África.
Outro participante, Paulo Sousa Correia, que afirma ser ativista guineense, residente em Hamburgo, diz que foi até Bruxelas protestar contra quem "assumiu o poder na Guiné-Bissau, por via de um golpe de Estado, e que, em poucos meses, instaurou no país a ditadura".
O manifestante dá como exemplo os raptos de deputados guineenses: "Viemos a Bruxelas para dizer que não compactuamos com esse regime", conclui.
"Vamos realmente lutar para que as coisas mudem"
A polícia falava em algumas centenas de participantes neste protesto da diáspora guineense na capital da Bélgica e sede das principais instituições da União Europeia (UE) enquanto os organizadores apontavam para cerca de duas mil pessoas.
Os participantes vieram de muitos países diferentes, sobretudo de Portugal, da França, da Alemanha e da Bélgica e alguns até mesmo dos Estados Unidos da América. Correm boatos nas redes sociais de que as viagens teriam sido pagas por pessoas ligadas ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e que a própria manifestação foi organizada pelo histórico partido, mas os manifestantes ouvidos pela DW não confirmam essas alegacões: "A manifestação foi organizada pela diáspora da Guiné-Bissau. Estamos aqui todos e vamos realmente lutar para que as coisas mudem", afirma Rachid.
Um dos organizadores do protesto em Bruxelas, Rui Francisco Ribeiro, disse à agência de notícias Lusa que é importante que a UE "não vire as costas à Guiné-Bissau".
"A União Europeia financia a força de interposição [Ecomib, da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental]. Aconteceu algo de novo na minha terra e nós na diáspora admitimos que é um golpe de Estado e achamos absurdo que no século XXI ainda existam golpes de Estado", afirmou.
Esta quinta-feira, cerca de 40 pessoas também se juntaram em frente ao Parlamento português para contestar o Presidente e o Executivo guineenses.
No início do ano, a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau declarou Sissoco Embaló como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais. No entanto, o seu rival, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, contesta os resultados, alegando irregularidades no escrutínio.
fonte: DW África
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Samuel