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quinta-feira, 2 de maio de 2024

RECOMENDAÇÕES DO DIÁLOGO NACIONAL DO GABÃO: Cuidado para não trocar uma ditadura por outra!

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As cortinas caíram sobre o diálogo nacional que deveria reconstruir e reformar o Estado gabonês. Entre a série de recomendações feitas pelos participantes, duas se destacam. Esta é a hiperpresidencialização do regime e a suspensão dos partidos políticos. Quanto à duração da transição atual, mantém-se em dois anos, podendo, em caso de força maior, ser prorrogada por doze meses. E isso não é tudo. Porque, com base na Carta de Transição, os participantes no diálogo nacional dizem-se a favor da candidatura do Chefe de Estado, Brice Clotaire Oligui Nguema, para as próximas eleições presidenciais. O suficiente para desiludir mais de um observador. É como um déjà vu. Porque, quando chegarem ao poder, os militares prometem fazer uma ruptura. Mas uma vez bem estabelecidos, eles gostam disso e passam o tempo enganando as pessoas. Tanto que alguns temem, face ao que está a acontecer, que o Gabão troque uma ditadura por outra. O risco é grande. Na verdade, porque é que num momento em que a tendência, noutros lugares, é a redução considerável dos poderes do presidente, será diferente no Gabão, onde se trabalha para torná-lo um monarca, para não dizer um semideus? Isso não faz sentido. Principalmente quando sabemos que, além disso, foi colocada em cima da mesa a suspensão dos partidos políticos, embora o país não enfrente nenhuma crise particular. Brice Oligui Nguema está a trabalhar para abrir caminho para melhor estabelecer o seu poder Na verdade, tudo está a acontecer como se o Gabão, durante a actual transição, tivesse escolhido retroceder enquanto outros avançam no sentido do fortalecimento da democracia e do Estado de direito. Poderia ser de outra forma quando sabemos que os fóruns nacionais nada mais são do que folclore destinado a entreter a opinião pública? Porque, como sabemos, a maioria dos participantes são, na maioria das vezes, escolhidos a dedo e apenas expressam a vontade dos seus mentores. Consequentemente, em vez de propostas de reformas políticas, económicas e institucionais profundas, assistimos a recomendações feitas à medida com o objectivo de defender e proteger os interesses de um indivíduo ou de um clã. Este é, aliás, o caso do Gabão, onde Brice Oligui Nguema está a trabalhar para abrir caminho para melhor estabelecer o seu poder, esquecendo que as mesmas causas produzem inevitavelmente os mesmos efeitos. Na verdade, ciente de que o antigo partido no poder, o Partido Democrático Gabonês (PDG), tem raízes inegáveis, está a fazer de tudo para remover os seus executivos capazes de lhe arranjar crupiês em caso de eleições. Contudo, a política de exclusão, deve-se reconhecer, é por vezes muito perigosa; uma vez que reforça divisões e exacerba tensões. Dito isto, cabe a Brice Clotaire Nguema saber superar-se priorizando, acima de tudo, os interesses do povo gabonês. B.O. lepays.bf

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Samuel

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