Luanda - A tentativa de extorsão de 25 milhões de dólares por supostos intermediários que se terão apresentado como estando alegadamente afectos ao Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Feijó, está na origem de mais um explosivo caso de corrupção que acaba de provocar o divórcio entre aquele alto governante e o governador de Luanda, José Maria dos Santos.
*Gustavo Costa
Fonte: Novo Jornal
O caso, segundo apurou o Novo Jornal junto de uma fonte do Palácio da Cidade Alta, terá já chegado à mesa do Presidente que terá ordenado a intervenção da Procuradoria Geral da República para investigação, apuramento de responsabilidades e incriminação dos supostos intermediários.
Tudo terá começado depois de Carlos Feijó ter solicitado, com carácter de urgência, o licenciamento de uma vasta área de terreno destinada a uma empresa detida por israelitas. O governador, de acordo com um funcionário do GPL, terá remetido, com a celeridade que o assunto impunha, o dossier ao gabinete jurídico para o respectivo parecer.
Atribuída a licença eis quando, segundo fonte que conhece o caso, terão surgido supostos “assessores” particulares do Chefe da Casa Civil que junto dos proprietários da empresa terão exigido o acréscimo de 25 milhões de dólares sobre o real valor do terreno.
Inconformados com aquela surpreendente e descarada exigência, os detentores da empresa terão feito saber, junto do conselho de ministros, a inviabilidade do projecto face tão escandalosos encargos impostos à margem da lei. Daí ao dossier chegar ao gabinete do Presidente foi um passo.
Indignado com mais este escândalo, Eduardo dos Santos há três semanas recebeu o governador de Luanda e dado momento solicitou a Carlos Feijó que os deixasse a sós. Depois de José Maria dos Santos ter descartado qualquer envolvimento pessoal no caso, o chefe do governo ouviu também o chefe da Casa Civil que deu a sua versão dos acontecimentos.
A verdade, porém, é que o Presidente revelando-se pouco convincente em relação aos argumentos avançados tanto por um como por outro, terá mesmo acabado por decidir remeter o assunto à Procuradoria Geral da República para destapar o rosto dos autores desta vergonhosa tentativa de extorsão de dinheiro, que terão feito uso abusivo do nome do chefe da Casa Civil.
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Samuel