...Só resta aos angolanos se prepararem para o pior, para que a desilusão seja menor.
Já dizia um grande historiador Francês( Alexis de Tocqueville): O momento mais perigoso para um mau governo, começa quando este tenta fazer reformas. Mas é ainda mais perigoso, quando este regime se recusa a fazer reformas.
O MPLA sabe que a única garantia, para a continuidade do seu projecto de roubalheira, é jogar no seguro recorrendo á mais uma fraude eleitoral.
Para um regime despótico, que detém cada fracção de poder firme em suas mãos, a tarefa de fraudar eleição, seja quantas forem necessárias, não é nada muito difícil. E principalmente, quando este regime tem consciência de que nada lhe acontece, mesmo havendo provas mais do que suficientes.
O regime sente - se tão avontade, que nem precisa fazer concessões ou reformas, para credibilizar o processo eleitoral que se avizinha. Apenas implementou uma série de mecanismos prévios, que lhe assegure, ainda maior campo de manobra no jogo sujo da batota habitual.
E é curioso que, eles até já estão preparados, e sabem que motivos procurarem para atrasar ou anular os resultados, caso os rumores de fraude aumentem de intensidade.
Eles vão continuar a fraudar enquanto tiverem sob seu controle , a pulsação de um povo, com falta de líderes dinâmicos e pujantes para lhe mostrar o caminho certo.
Sem fraude o regime não sobreviverá á próxima primavera, mesmo apesar de ter nas suas fileiras os melhores demagogos e populistas do momento, que África tem.
Quando se fala sobre a mais do que provável fraude eleitoral para o próximo ano, tornou-se comum as pessoas limitarem o debate, á apenas uma / duas ou três formas de fraude, que conhecem e dominam.
É preciso não esquecer, que os tipos de fraudes possíveis são inúmeros, e se os conhecermos teremos uma visão mais ampla de todo o processo eleitoral.
E nos facilitará a identificar todos os pontos do processo que serão possíveis, de virem a ser atacados por pessoas bem instruídas pelo MPLA, para manobrar as eleições, caso as mesmas se concretizem.
A oposição precisa ir ás ruas não só para aplaudir quem tomou a iniciativa, mais ela própria como organizadora exigindo mais transparencia. Mesmo apesar, de haver pouco a fazer, num país onde os partidos nunca partem em pé de igualdade, para o processo eleitoral.
A oposição tem que se movimentar mais, fazendo sentir a sua presença em todos os cantos do país, para conquistar a simpatia do povo. Se cada povo tem a oposição que merece , para ser sincero, e sem querer beliscar o grande esforço que se tem feito para se mudar o cenário, no nosso país a oposição é quase inexistente.
Enquanto a nossa oposição pensar que só poderá sobreviver, se o regime permitir vai ser muito difícil mudar as coisas em Angola.
A nossa oposição não pode parar, deve ir ás universidades, promover debates, trabalhar com os sindicatos, visitar fábricas, lar dos velhos e hospitais, etc .
Assim como dar uma palavra de conforto, aos miúdos que vivem sem qualquer perspectiva debaixo de pontes ( perdidos no álcool / droga e prostituição). Assim como fazer discursos constantes / organizar comícios por iniciativa própria / porque isto não é, e nem pode ser proibido seja lá por quem for.
Porque afinal se pretendemos uma democracia forte, é preciso haver uma oposição combativa, que defende os seus projectos, e que seja aguerrida, de forma a sustentar essa mesma democracia. Uma oposição que caminhe de braços dados com a juventude, sem medo de ser acusada disto ou daquilo, porque é ela o garante do futuro deste enorme país.
Porque o importante é estar consciente do trabalho construtivo que se faz, em torno desses tantos jovens, que ainda bem, já começam á sair da casca. Uma oposição que faça pesquisas, que aprende cada vez mais com a experiência dos nossos velhos, e com grande arcabouço de propostas nacionais e locais.
Oposição que não pare de denunciar os podres deste regime, que nem por isso, são poucos, e que ao mesmo tempo apresente as suas alternativas. Uma oposição que não feche seus olhos, e nem sua boca, quando sabe que morrem angolanos noutros países em defesa de ditaduras.
Exemplo Costa do Marfim, onde muita coisa ainda não foi revelada, e a mentira foi contada em sintonia, por um regime que fez dela a sua melhor arma.
Este caso acreditem, ainda vai deitar muita tinta, há dados de militares franceses que contrariam completamente a versão oficial, do governo angolano. Inclusive fotos de angolanos que estiveram presos, e seus responsáveis que os conhecemos tão bem, apesar de alguns nomes aldrabados.
Na devida altura os portais online terão acesso, para divulgação da vergonha de um regime. Que até se dá ao luxo, de esconder mortes e prisões de angolanos na Costa do Marfim, se é que não morreram noutros países ?
Angola precisa de uma oposição que trabalhe em parceria com os outros partidos nacionais, estrangeiros e especialmente com a Diáspora.
A fraude está praticamente preparada, e curiosamente alguns dos seus estrategas continuam gozando do mesmo respeito e admiração . Pouca coisa há fazer, num país onde alguns partidos já partem para as eleições meio condenados, e sentenciados sem saberem, como aconteceu em 1992 / 2008.
MPLA sabe onde começa a " estupidez " dos outros, e começa á sua habilidade ou seja , matreirice criminosa, para manobrar eleições.
Desde o cadastramento de eleitores, votação, apuração e a totalização dos votos entre outras tantas batotas de costume. Cada um desses documentos será um ponto de ataque, onde o regime irá introduzir fraudes mais ou menos abrangentes.
E disto, eu e outros que trabalham comigo, não temos a mínima duvida, porque conhecemos muito bem o regime por dentro e fora.
Importa dizer que, quer o cadastro, a votação como a apuração e a totalização podem ser burlados, assim como os documentos do eleitor, os votos, os boletins de urnas podem ser falsificados.
E até mesmo os registos consolares de cidadãos, da Diáspora que já estão sendo avisados, que mais uma vez estarão afastados do direito em escolherem os seus legítimos representante. Tremenda desilusão para muitos, que ambicionam usufruir esse seu legitimo direito?
Para mim , não é caso de não aquecer ou arrefecer, mais mesmo que pudesse, não sou de alinhar em farsas. Isto vai acontecer como tudo indica, e infelizmente já não será nada de novo na nossa pobre história, de eleições.
Quem é quem em Angola ?
Para controlar um regime que já mediu forças, ao ponto de limitar aos seus próprios opositores ás possibilidades de o controlar?
Será que algum cidadão sensato deste país, acredita que a famigerada ( CNE ) tenha sido criada para ser transparente e justa?
Será que algum cidadão que conhece tão bem este regime, acredita que a ( CNE ) recebeu instruções para educar o eleitorado como evitar as fraudes / burlas / comercio do voto / e outras trapaças de sempre?
E se o fizer, nada mais será do que numa jogada habitual para iludir os menos atentos, ou se seja, como se diz popularmente, para o inglês ver.
Temos que ser realistas, e não viver na ilusão de que os nossos apelos no sentido de haver mais transparencia, são ouvidos e levados em consideração por este regime?
Alguns nem sei em que planeta vivem, ainda continuam a acreditar nas ditas boas intenções, como se em alguma ocasião o regime já o tivesse provado. Eles têm os seus projectos muito bem definidos na óptica deles, e vão seguir a sua linha, nem que para isto tenham que atropelar, esmagando quem estiver no caminho.
Se as condições e garantias para fraude até lá, não estiverem consolidadas 100 %, o regime ainda pode dar uma cambalhota / pregando um grande susto, e adiar tudo.
Disto podem estar certos, deste MPLA tudo se espera, e nada é impossível.
Fernando Vumby
Fórum Livre Opinião & Justiça
Fonte: angola24horas
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