Durante a noite os rebeldes líbios continuaram a festejar a vitória em Tripoli.
Os festejos desenrolaram-se no complexo de Bab al-Aziziya, antigo centro nevrálgico do poder de Khadafi, e também na Praça Verde, no centro de Tripoli.
Mas do líder líbio nem rasto… Khadafi continua desaparecido.
Na capital, as forças leais ao antigo líder líbio já não oferecem resistência mas fora dela o caso é diferente.
Informações sugerem que militares pró-Khadafi teriam atacado Sabha no sul do país assim como Ajelat a oeste de Tripoli.
Ainda assim, os rebeldes afirmam que irão trocar Benghazi por Tripoli já nos próximos dias.
Numa mensagem trasmitida pela rádio, Khadadfi explica o abandono de Tripoli como tratando-se de uma retirada estratégica.
No complexo de Bab al-Aziziya, as multidões dedicaram-se a pilhar o que resta dos edifícios abandonados.
Houve mesmo quem aproveitasse a oportunidade para dar uma volta no carrinho de golfe de Khadafi.
O futuro da Líbia permanece uma incógnita. Para esta quarta-feira estão previstos encontros entre enviados dos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Turquia e Emiratos Árabes Unidos com representantes dos rebeldes.
Líbios prometem reeguer o país em 42 meses
A festa em Bengasi arrastou-se noite dentro e, esta manhã, centenas de líbios continuavam a celebrar a queda do último bastião de Muammar Kadhafi.A tomada do quartel-general, em Trípoli, representa um ponto de viragem na história da Líbia. Os que desde há meio ano esperavam por este dia, não escondem a satisfação.
Um jovem diz que Kadhafi destruiu o país ao longo de uma governação de 42 anos, mas assegura que o povo de Bengasi, Trípoli e Misurata está preparado para reerguer a Líbia em 42 meses.
De bandeira na mão, vozes afinadas e sorriso nos lábios, os líbios prometem pôr mãos à obra para levantar um país assente em valores como a democracia e a liberdade.
Fações tribais na Líbia estão divididas
Kadhafi era o inimigo comum e a razão para se manterem unidos.No dia 12 de Abril, numa declaração publicada em Paris, 61 tribos líbias (das cerca de 140 existentes) comprometeram-se a construir uma “Líbia unida” depois da partida do ditador.
Mas, no fim de julho, o assassínio do chefe das forças armadas rebeldes, Abdel Fattah Younes, antigo ministro do Interior de Kadhafi, abalou a união. A tribo a que pertencia, Al-Obeidi, ameaça fazer justiça pelas próprias mãos…apesar desta morte ainda estar envolta em mistério.
Às rivalidades tribais no seio da rebelião juntam-se as rivalidades geográficas.
Foi no norte, em Benghazi, que a revolução começou, em 15 de fevereiro como resposta à repressão sangrenta em Tripoli.
A organização política consolidou-se, em meados de março, com a criação do Conselho Nacional de Transição, reconhecido, a nível internacional, por mais de 30 Estados.
No entanto, a rebelião deve a vitória a uma outra bolsa de resistência, na pequena cidade de Zintan, nas montanhas do sudoeste do país.
Negligenciadas pelas forças de Kadhafi, foram as tribos do Degbel Nefoussa que rumaram a Tripoli.
Mas esses homens não estão representados no Conselho Nacional.
Não existe uma verdadeira coordenação entre as cerca de 40 fações mais ou menos independentes, mais ou menos armadas, mais ou menos treinadas, que se revoltaram contra Kadhafi.
Na realidade não há um exército rebelde digno dessa qualificação. Ninguém pode saber se os comandantes locais de hoje estarão de acordo com o Conselho Nacional de Transição amanhã.
Também há o receio de os partidários do islão radical se aproveitarem das divisões tribais, nomeadamente os extremistas do GICL, grupo islâmico dos combatentes líbios, que lutaram contra o regime de Kadhafi de 1993 a 1998.
fonte: euronews
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Samuel