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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Como libertar a Síria.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!.
Para que o mundo se livre de Bashar Assad são necessárias uma oposição unida, a criação de uma zona de refúgio e atitude por parte do Ocidente.
Em Homs os mortos estão sendo enterrados na escuridão, já que aqueles que estão de luto temem tornar-se as próximas vítimas. Forças do governo sírio estão atacando as clínicas da cidade, cujos pisos já estão cobertos de sangue. Os rebeldes de Homs têm armas, mas elas não são páreo para os tanques do Exército. E ainda assim, o massacre apenas parece reforçar a convicção da população de que a violência do Estado não deve triunfar sobre a vontade popular.
Uma votação no dia 4 de fevereiro, no Conselho de Segurança do ONU, condenando o regime de Bashar Assad e exigindo que ele entregasse o poder a seu vice foi derrotada graças aos vetos da Rússia e da China. Para Assad, essa era o cenário de que ele precisava para redobrar o massacre. Antes, uma missão da Liga Árabe foi à Síria sem sucesso. A divisão acabou com as chances de uma cooperação internacional, justamente no momento em que a turbulência causada pela Primavera Árabe a torna essencial.
O povo da Síria merece coisa melhor. Com o número de mortos rapidamente ultrapassando 7 mil, o mundo tem a responsabilidade de agir. E a ação também está nos interesses do planeta. A Síria ocupa uma posição vital no Oriente Médio, espremida entre a Turquia, a Jordânia, o Iraque e o Líbano, e aliada com a Rússia e o Irã. O país é um enorme caldeirão de religiões, seitas e clãs, repletas de rancores e desconfianças. Muitas das minorias sírias estão se abrigando com os alauítas de Assad porque temem uma resposta violenta caso os sunitas, o maior grupo do país, saiam vitoriosos. Uma longa guerra civil na Síria iria alimentar caos e conflitos religiosos em uma parte instável do planeta.
Logo, tirar Assad do poder o mais rápido possível é essencial. É tarde demais para que ele negocie uma trégua com seu povo, trazendo reformas e aumentando a democracia. Os recorrentes usos da violência lhe renderam a desconfiança permanente da maioria de seu povo. Qualquer liberdade conquistada imediatamente se torna um meio de resistir a ele. Para o bem da Síria e da região, a meta deve ser derrubar Assad e minimizar o número de mortes. O problema é que, no momento, isso tem grandes riscos de não se tornar verdade.
Bombas e outras formas de persuasão
Assad tem duas vantagens. Uma é sua determinação para fazer o que quer que seja para derrubar a rebelião. As tropas da Praça Tahrir, no Cairo, não dispararam contra a multidão, mas os soldados sírios estão cobertos de sangue. Embora alguns possam ter mudado de lado, preferindo não matar seus compatriotas, o presidente tem nas mãos uma força que conta com soldados leais, tanques, artilharia pesada e força aérea. Os irregulares rebeldes sírios não têm chance alguma numa luta contra ela.
Sua segunda vantagem é a falta de união dos rivais – não apenas na ONU e na Liga Árabe, mas também entre a oposição síria. O Conselho Nacional da Síria é um grupo dividido de exilados, com autoridade limitada. No país há toda uma série de milícias, gangues, e membros do Exército Sírio Livre, formado principalmente por soldados desertores do regime.
A resposta mais direta para equilibrar essa luta seria inundar o país com armas ou, talvez, bombardear os quartéis-generais das forças de Assad. Bombardeios iriam satisfazer a sede dos estrangeiros por alguma ação. Mas mesmo na Líbia, que tinha uma linha de frente e um terreno mais vulnerável aos ataques aéreos, os bombardeios demoraram a enfraquecer as forças de Muammar Khadafi. Na Síria, eles teriam um valor militar ainda menor.
Pode ser que chegue o momento no qual dar armas à oposição faça algum sentido. Mas uma política assim não transformaria a oposição em uma força combativa. E um país repleto de armas seria assolado pela mesma violência que o mundo busca evitar. As armas enviadas ao Afeganistão para que a população local combatesse os soviéticos ajudaram a criar o caos que deu origem ao Talibã.
Uma ideia bem melhor é atacar o regime de Assad onde ele é vulnerável – acabando com seu apoio tanto entre as minorias sírias quanto na Rússia, sua principal aliada no Conselho de Segurança da ONU. Tanto os alauítas sírios quanto Vladimir Putin se apegam ao ditador por acreditarem que ele, apesar de suas muitas falhas, ainda é melhor do que as alternativas possíveis. Mas com Assad no poder, a Síria não terá futuro. Antes da Primavera Árabe, suas tentativas de modernizar a economia enriqueceram alguns de seus amigos, mas não mudaram em nada a vida dos cidadãos sírios. Se Assad vencer o conflito atual, ele terá nas mãos um país isolado, empobrecido e furioso. Certamente, a oposição pode oferecer a sírios de todos os credos um futuro melhor do que esse.
Todos unidos
Para transformar essa promessa em realidade, a fragmentada oposição da Síria deve se unir. Um grupo de estrangeiros deve ajudar a financiar essa união. Com uma voz singular e um líder confiável, a oposição poderia assegurar os comerciantes curdos e cristãos que apoiam Assad de que eles estarão mais seguros e mais prósperos sem ele. Os russos também precisariam mudar. Putin adora criticar a interferência dos países ocidentais, quase sempre por razões políticas domésticas, mas se manter apoiando um líder condenado poderia custar à Rússia sua base naval em Tartus e suas exportações de armas. Quanto mais militares mudarem de lado, abandonando o regime, maiores serão as chances de que Putin siga pelo mesmo caminho.
Para ajudar a persuadi-los, a Turquia, com a bênção da Otan e da Liga Árabe, deve criar um refúgio seguro no noroeste da Síria. O Exército Livre da Síria pode treinar seus soldados na região, e uma oposição mais forte pode se formar. Os turcos parecem dispostos a fazê-lo, desde que essa ação venha acompanhada de apoio. Esse refúgio seria semelhante ao criado para os curdos no norte do Iraque. Assad só perderia em atacá-lo.
Um refúgio traz consigo riscos, especialmente no caso de uma oposição tão frágil. Mas ele deve causar menos derramamento de sangue que uma entrada direta na guerra civil ou simplesmente permitir que Assad massacre a população. E uma região livre na Síria seria uma evidência poderosa de que os dias de brutalidade de Bashar Assad estão contados.

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Samuel

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