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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Brancos são cada vez mais em bairros de lata na África do Sul.

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Aumenta o número de brancos residentes em bairros de lata na África do Sul

Na África do Sul, os brancos ganham seis vezes mais que os compatriotas negros, segundo o mais recente senso populacional. Apesar dessa diferença, cresce o número de sul-africanos brancos pobres.
Já se foi o tempo em que era impensável brancos vivendo nos "municípios" na Cidade do Cabo. Os conjuntos habitacionais, também chamados de “bairros de lata”, foram criados durante o Apartheid para moradores “não-brancos”. E até recentemente, não serviam de moradia para brancos. Mas este quadro está a mudar.
"Prefiro os negros aos brancos"
Blikkiesdorp foi construída na época do Apartheid Blikkiesdorp foi construída na época do Apartheid
Blikkiesdorp é um conjunto habitacional destes em questão e fica perto do aeroporto da Cidade do Cabo. Há sete anos, construíram-se neste local milhares de casas de chapa, originalmente como solução para pessoas carentes que posteriormente obteriam casas de alvenaria.
Mirinda e sua irmã Esther moram neste bairro de lata há quase um ano. A maioria em Blikkiesdorp é sul-africano negro. Quando as duas irmãs andam pelo bairro, chamam a atenção porque são brancas. “Eu digo logo às pessoas que vivo em Blikkiesdorp. Não é embaraçoso. Se não quiserem nada comigo, não me importo."
A irmã Ester mora com o marido e três filhos em aproximadamente 13 metros quadrados. A criança mais nova tem menos de um ano de idade. O irmão David, de sete anos, já fez muitos amigos em Blikkiesdorp. Às vezes, Ester pensa em voltar à antiga vida, quando morava em uma casa de alvenaria na Cidade do Cabo. Mas devido ao desemprego, o casal não conseguiu mais pagar o aluguel.
 Aqui as pessoas se unem e cuidam umas das outras
" Aqui as pessoas se unem e cuidam umas das outras"
Mesmo vivendo com a família em condições mínimas, Ester sente-se mais confortável entre as pessoas no bairro de lata. "Eu dou-me melhor com os negros do que com os brancos. É mais fácil falar com eles. Os brancos sempre se consideram melhores. Coisa que eu não gosto. Creio que Deus criou-nos como iguais. Ninguém é melhor que o outro."
O início foi difícil
No começo, a vida em Blikkiesdorp foi um choque cultural para Ester. Ela precisou de muito tempo até aceitar que neste bairro não há privacidade. As paredes, de lata, são tão finas que os vizinhos ouvem tudo o que se passa na casa ao lado.
Mas ao contrário da vida  anônima no centro da cidade, a união nos  “municípios” em torno da Cidade do Cabo é muito maior. As pessoas cuidam umas das outras. "Eu tenho três ou quatro amigos e se alguém quiser começar uma discussão, os amigos ou a família te apoiam.”
A casa de Ester tem 13 metros quadrados
Für: Projekt Destination Europe : Mangelnde Perspektiven und große Träume 
A casa de Ester tem 13 metros quadrados
A família de Ester é uma das 12 famílias brancas que atualmente vive no crescente bairro de lata de Blikkiesdorp. Apesar de no início ter sido olhada com estranheza, hoje ela é aceita pela comunidade.
Bernadette De Kock ficou chocada quando viu Ester pela primeira vez. A sul-africana negra tinha aprendido na escola, no tempo doi regime do apartheid que as pessoas brancas eram por natureza ricas. "Basta olhar para o nosso governo. Se as pessoas no topo não se entendem, como esperam que nós, cá em baixo, o façamos? Mas Blikkiesdorp é diferente. Aqui todos vivem juntos. Eu fico feliz por ver que as pessoas podem realmente reconciliar-se e unir-se."
Autoras: Kerstin Poppendieck / Carla Fernandes
Edição: Bettina Riffel / António Rocha

fonte: DW

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Samuel

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