Mali deve crescer 7,4% em 2014 e deixar para trás os impactos da crise que abalou o país em 2012, aponta o FMI
Com um dos melhores desempenhos socioeconômicos entre os países do oeste africano, registrados no período de 2001 e 2011, o Mali demonstra que deseja retomar sua trajetória de crescimento econômico e social, interrompida em 2012 por conflitos. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê crescimento do PIB de 7,4% em 2014 – bem acima dos 4,8% previstos para 2013. Toda a região subsaariana, da qual o Mali faz parte, deve apresentar crescimento de 6% este ano, 1% a mais que em 2013.
“O ano de 2012 foi o ano da crise. Este pode e deve ser o ano da recuperação”, afirmou a diretora do FMI, Christiane Lagarde, em visita oficial ao país, na semana passada. A nação ─ que enfrentou uma crise na segurança e na política em 2012, após um golpe militar de estado e de insurgentes que tomaram o controle de cidades no norte ─ tenta se reerguer colocando como prioridades o fortalecimento da economia, a aceleração do crescimento e a criação de empregos, assim como reduzir de forma significativa a pobreza.
De acordo com o FMI, o país apresenta um rápido crescimento populacional e tem um grande potencial inexplorado, que depende de investimentos significativos não apenas em infraestrutura, mas também em seu maior trunfo ─ os malineses ─ através da educação e saúde. Com a estabilidade e o crescimento de países vizinhos, como a Costa do Marfim, Mali tem um cenário favorável para retomar a trajetória de desenvolvimento.
Trilhos do crescimento
Os indicadores socioeconômicos do país eram significativos entre as nações da África Subsaariana. Nos 10 anos que precederam o golpe de 2012, Mali registrou crescimento médio de 5,5%, enquanto nos países do oeste africano esse índice foi de 3,9%. Indicadores sociais, apesar de continuarem baixos, demonstravam progresso real, como a redução da pobreza; o índice de matriculas no ensino primário tinha alcançado 70%; a taxa de alfabetização tanto de homens como de mulheres dobrou e o índice de mortalidade infantil tinha caído quase pela metade.
Entre as medidas adotadas pelo Estado para colocar o Mali novamente nos trilhos do crescimento está a consolidação da democracia por meio de eleições presidenciais e legislativas em 2013, vistas como positivas pela comunidade internacional, e a criação de um plano econômico que para aumentar o crescimento e reduzir a pobreza.
Para auxiliar o governo, o FMI liberou em dezembro do ano passada US$ 9,2 milhões – a primeira parcela dos US$ 46,2 milhões emprestados ao Mali. O Fundo acredita que o suporte financeiro atrairá novamente os investimentos e a ajuda estrangeira ao país. Muitos doadores suspenderam o apoio à nação durante a crise em 2012.
O FMI avalia que o programa fiscal do governo poderá contribuir para a estabilidade macroeconômica, mantendo os gastos alinhados com os rendimentos. Para Lagarde, o país necessita de substanciais investimentos públicos e da criação de um ambiente fiscal favorável para o aumento de gastos, com a ampliação da receita do erário e o combate a problemas de gerenciamento das finanças públicas.
Crescimento inclusivo
O setor privado também deve receber apoio para a promoção do empreendedorismo ─ considerado chave para o desenvolvimento do país. “Fortalecer o ambiente de negócios no país e ampliar o financiamento desse setor serão fatores primordiais para promover iniciativas”, explica Lagarde.
Além disso, a diretora do Fundo acredita que o crescimento do país precisa ser mais justo e incluso, com a participação de todos os setores da economia e da população ─ tanto de homens como de mulheres ─ que devem ter acesso a oportunidades e participação nos benefícios do crescimento, incluindo educação. Com destaque especial para as mulheres que podem e devem desempenhar um papel importante na abertura do potencial do país.
# Redação do brazilafrica com informações do FMI
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Samuel