Depois de destruir templos, cidades, museus e relíquias na Síria e no Iraque, os jihadistas podem já estar saqueando artefatos líbios para vendê-los no mercado negro.
Sítio arqueológico Cirene, Cyrenaica, Líbia (iStockphoto/Getty Images)
Depois de destruir templos e sítios arqueológicos na Síria e no Iraque, os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) ameaçam agora arruinar heranças culturais na Líbia. O alerta foi feito por especialistas que acreditam que os terroristas começaram a saquear e vender antiguidades do país africano.
O Conselho Internacional de Museus divulgou uma lista de tesouros arqueológicos em perigo, e apelou à Interpol, funcionários aduaneiros e comerciantes de arte para redobrar a atenção com objetos líbios. Entre os tesouros ameaçados estão bustos de mausoléus, esculturas e artefatos medievais, como moedas decoradas com uma flor já extinta. Os extremistas do EI podem estar coletando esses bens em suas incursões pela Líbia, reportou o jornal britânico The Guardian. A venda de objetos arqueológicos no mercado negro é uma das formas de financiamento dos jihadistas.
O monitoramento de esculturas e mausoléus em Cirene, uma antiga colônia grega em território líbio, e de pinturas e esculturas em pedra de mais de 12.000 anos na região desértica do país tornou-se impossível com o caos que se seguiu à revolução e morte do ditador Muammar Kadafi, em 2011. A Líbia é atualmente uma região assolada pelo contrabando de armas e de pessoas e pelo extremismo islâmico.
Histórico - Com a queda de Muammar Kadafi, a nação não teve um poder que conseguisse unir o país. Um ano após a queda do regime e em pleno processo de reconstrução após as bombas jogadas na Líbia pela coalizão internacional, ocorreram as primeiras eleições livres que pareciam levar os líbios a uma verdadeira democracia. Mas, os confrontos ainda remanescentes e a violência entre várias milícias e os ex-rebeldes que não abandonaram as armas, complicaram a situação.
Em agosto de 2014, o país entrou em colapso total com a divisão entre as instituições políticas. Em meio a esse caos, a área de Sirte, no norte, caiu nas mãos dos terroristas do Estado Islâmico. No último dia 7, o Pentágono confirmou a morte do comandante do Estado Islâmico na Líbia, Abu Nabil, na cidade de Derna no mês passado.
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Samuel