Este Domingo, o Presidente da República, Filipe Nyusi e o Líder da Renamo Afonso Dhlakama, avistaram-se na serra da Gorongosa, no centro do país, num encontro durante o qual discutiram sobre os próximos passos a serem dados no processo de paz que dizem esperar concluir até ao final deste ano.O comunicado final deste encontro refere ainda que os dois responsáveis tencionam "manter o seu diálogo e acompanhar de perto o trabalho das duas comissões, visando um novo encontro, em breve, para preparar os passos finais".
Este encontro sobre a qual não chegou a haver comunicação prévia, não deixou de suscitar reacções optimistas designadamente fora das fronteiras do país. A União Europeia considerou que este "foi mais um passo importante na construção da confiança entre as partes". No mesmo sentido, os Estados Unidos saudaram o encontro ontem entre o Presidente moçambicano e o líder da Renamo. De acordo com um comunicado da embaixada americana em Maputo, isto “representa mais um passo significativo nos seus esforços comuns para alcançar uma paz duradoura". Por seu turno, ao saudar igualmente esta iniciativa, a ONG Human Rights Watch também reclamou que os responsáveis por crimes compareçam perante a justiça.
A nível interno, as reacções foram igualmente de entusiasmo tanto por parte de responsáveis políticos bem como no seio da sociedade civil. Do ponto de vista do Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, a deslocação do Presidente da República à Gorongosa ao encontro do líder do principal partido de oposição, mostra que "está empenhado e comprometido com a paz". Sensivelmente no mesmo sentido, o analista político Fernando Gonçalves considera que este diálogo directo "abre boas perspectivas para o alcance da paz efectiva no país". Noutro aspecto, na óptica da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, entidade que representa o sector empresarial, o "anúncio de prazos concretos reduz a incerteza que se tinha sobre o processo de paz e aumenta a confiança do mercado".
Refira-se que apesar de ter sido assinada em 2014, a cessação das hostilidades nunca chegou a ser definitiva, o país tendo continuado mergulhado na tensão político-militar. Depois de inúmeras e infrutíferas rondas de conversações, só recentemente as comissões de trabalho criadas entre o governo e a Renamo têm encaminhado discussões concretas sobre as questões militares e sobre a descentralização, uma das principais reivindicações do principal partido da oposição.
Mais pormenores com Orfeu Lisboa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel