Reportagem atualizada no dia 12 de setembro de 2018
A eleição presidencial de 2018 terá o maior número de candidatos desde a disputa de 1989 - a primeira desde a redemocratização do país. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, a menos de um mês das eleições, o partido decidiu substituí-lo pelo vice na chapa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Serão 13 candidatos, ao todo. No pleito de 89, foram 22.
Há, entre os candidatos, nomes atingidos denúncias de corrupção e por disputas partidárias internas. A maioria deles enfrenta a escassez de tempo de propaganda no rádio e na televisão. Alta rejeição ou falta de popularidade também estão entre as pedras no caminho de presidenciáveis.
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Partidos e candidatos correm contra o tempo para superar seus problemas. A propaganda eleitoral está permitida desde o dia 16. No rádio e na televisão o horário eleitoral começou dia 31 de agosto. O primeiro turno de votações está marcado para 7 de outubro.
Fernando Haddad (PT)
Lançado candidato a menos de um mês das eleições, Fernando Haddad, de 55 anos, assume a cabeça da chapa no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva. O TSE negou o pedido de registro de candidatura do ex-presidente por entender que Lula está enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
O ex-presidente está preso desde maio na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde cumpre pena de 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro.
Além de ter que defender o partido das acusações de corrupção, Haddad tem pouco tempo de campanha para se tornar conhecido e se projetar como a "voz de Lula".
O principal desafio dele é, de fato, herdar as intenções de votos em Lula, que contava com o voto declarado de quase 40% do eleitorado até ser oficialmente impedido de concorrer às eleições. Há dúvidas se outros candidatos, em especial os da esquerda, podem se beneficiar com a ausência de Lula na disputa.
Mas, antes mesmo de ter sido lançado oficialmente candidato, pesquisas de intenção de voto indicava que Haddad havia crescido de 4% para 9% na preferência do eleitorado.
Haddad tem trajetória acadêmica e passagem pelo sistema financeiro, onde trabalhou como analista de investimentos do Unibanco. É formado em Direito, tem mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Ascendeu no PT ocupando cargos de gestão a partir. Ele assumiu o ministério da Educação em julho de 2005.
O presidenciável petista tem pouca experiência nas urnas. Tem duas eleições no currículo, ambas para prefeito de São Paulo - venceu a primeira em 2012, ungido por Lula, e perdeu a segunda no primeiro turno para João Dória (PSDB), em 2016, quando o PT vivia o auge de seu desgaste com as denúncias de corrupção na Petrobras e o impeachment de Dilma Rousseff.
Jair Bolsonaro (PSL)
O deputado federal Jair Bolsonaro, de 63 anos, aparece em primeiro lugar nas pesquisas de opinião nos cenários eleitorais sem Lula. De acordo com a última pesquisa Datafolha, Bolsonaro alcança 24% das intenções de votos.
Foi forçado, contudo, a interromper a campanha na rua depois de ter sido esfaqueado durante um ato em Juiz de Fora (MG). Depois de operado, o candidato foi transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera. A perfuração deixou lesões graves em órgãos intra-abdominais. Além da lesão no intestino grosso, Bolsonaro teve três perfurações no intestino delgado.
Bolsonaro trocou de partido para disputar as eleições. O deputado estava filiado ao PSC (Partido Social Cristão) e chegou a assinar a ficha de filiação do PEN (Partido Ecológico Nacional). Mas, em seguida, filiou-se ao PSL (Partido Social Liberal).
O nome do general da reserva do Exército Hamilton Mourão, do PRTB, foi oficializado como o candidato a vice de Bolsonaro, depois que ele enfrentou pelo menos três recusas para compor a chapa presidencial.
Bolsonaro tem pouco tempo de propaganda no rádio e na televisão: 8 segundos e 11 inserções - a título de comparação, o tucano Geraldo Alckmin tem 5 minutos e 32 segundos e 434 inserções na programação. Para estipular o tempo de cada candidato, leva-se em conta o número de deputados federais eleitos pelo partido em 2014. No caso do PSL, foram apenas dois.
Desde as eleições de 2014, o PSL conquistou mais deputados. Hoje, tem uma bancada de dez pessoas. Com esse número, Bolsonaro pode participar de debates na televisão - é preciso ter bancada de pelo menos cinco congressistas para ter presença garantida em debates sem a necessidade de ser convidado pelo organizador.
Os recursos de campanha também são vistos como um desafio para a candidatura. Os apoiadores do pré-candidato apostam na divulgação do número de uma conta para arrecadar doações na internet. O Tribunal Superior Eleitoral autorizou o uso de "vaquinhas virtuais" nesta eleição para arrecadar recursos de pessoas físicas - a doação de empresas permanece proibida. No Fundo Eleitoral, o PSL terá direito a apenas R$ 9,2 milhões - pode parecer muito, mas o PSDB por exemplo, sozinho, tem direito a R$ 185,8 milhões.
Bolsonaro tentaria contornar essa limitação usando redes sociais e contando com a produção espontânea de conteúdo de simpatizantes. O pré-candidato também vai precisar mostrar que domina diferentes temas.
Ele também vai precisar enfrentar a rejeição - segundo a pesquisa Datafolha de setembro ele é o presidenciável com maior rejeição: 43% disseram que não votam nele de maneira alguma.
Militar da reserva e professor de educação física, Bolsonaro é deputado federal desde 1991 - acumula sete mandatos por cinco partidos diferentes.
Assim como Geraldo Alckmin (PSDB), Bolsonaro é um dos dois únicos candidatos que ainda não concederam entrevista à BBC News Brasil.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de 65 anos, assumiu em dezembro a presidência do PSDB para tentar apaziguar o partido, que se dividiu entre ficar ou sair da base de apoio ao governo de Michel Temer (MDB).
Seu principal desafio é aparecer em uma melhor colocação nas pesquisas de intenção de voto. No último Datafolha, Alckmin teve 10% da intenção de votos, atrás de Bolsonaro, Marina e Ciro Gomes.
Alckmin foi confirmado como o único postulante do PSDB à Presidência, depois que o ex-senador e atual prefeito de Manaus Arthur Virgílio desistiu de participar de prévias para definir o candidato tucano nas urnas. No fim de fevereiro, Virgílio criticou o correligionário paulista, a quem acusou de usar a máquina partidária para evitar a disputa, e anunciou que não vai fazer campanha para Alckmin.
O ex-prefeito de São Paulo João Doria era outro tucano que almejava a candidatura presidencial, mas acabou deixando o cargo para disputar o governo paulista. Muitos tucanos acreditam que ele "queimou a largada" ao fazer um giro pelo Brasil na tentativa de aumentar sua popularidade - ele ainda é considerado desconhecido no país e não conseguiu alavancar seu nome nas pesquisas.
Além das muitas disputas internas, Alckmin assumiu um PSDB desgastado pelas denúncias de corrupção contra integrantes do partido, em especial as que pesam contra o senador Aécio Neves (MG), que disputou as eleições presidenciais em 2014, e o ex-governador de Minas Eduardo Azerendo, condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e peculato - atualmente ele cumpre pena em Belo Horizonte.
O próprio Alckmin também foi acusado de receber R$ 10 milhões em quantias não declaradas da Odebrecht, o que ele nega.
O candidato do PSDB conta com o apoio formal do grupo de partidos conhecido como "centrão" - PTB, PP, PR, Solidariedade, PRB e PSD - e ainda dos aliados históricos PPS e DEM. A senadora do PP do Rio Grande do Sul Ana Amélia, de 73 anos, será a vice do tucano.
Alckmin já disputou as eleições presidenciais em 2006, quando perdeu para Lula no segundo turno - os adversários do tucano fazem questão de lembrar que ele teve menos votos na segunda votação que na primeira. Alckmin enfrenta rejeição de 24%, a terceira maior entre os eleitores segundo o Datafolha de setembro.
Formado em medicina, começou a carreira política como vereador e, depois, foi prefeito de Pindamonhangaba (SP), sua cidade natal. Em 1994, foi eleito vice-governador de São Paulo e acabou assumindo o governo com o agravamento do estado de saúde de Mário Covas, em 2001. Perdeu a disputa pela prefeitura de São Paulo em 2008, mas voltou como governador em 2010 e foi reeleito em 2014.
Marina Silva (Rede)
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva lançou oficialmente sua candidatura em 2 de dezembro de 2017, pela Rede. De acordo com o último Datafolha, Marina está em terceiro lugar, atrás de Bolsonaro e Ciro Gomes.
Uma das dificuldades que deve enfrentar é o pouco tempo de propaganda no rádio e na TV. Ela enfrenta ainda, segundo o Datafolha de setembro, uma rejeição de 29% - é a segunda candidatura mais rejeitada.
O partido conta com uma bancada de apenas três congressistas. Assim, Marina não tem a garantia de participação nos debates. Caberia às emissoras a escolha de convidar ou não a candidata.
A ex-ministra também tem respondido a críticas de ser omissa em momentos em que muitos aguardavam um posicionamento firme sobre temas centrais ou disputas políticas, e de ter declarado apoio ao hoje investigado senador Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno das eleições de 2014.
Avessa a embates e a ataques, a própria candidata avalia que será uma campanha extremamente agressiva. Seu vice será Eduardo Jorge, do Partido Verde.
Marina, que tem 60 anos, disputou as duas últimas eleições presidenciais, uma pelo PV e outra pelo PSB. Ela começou a carreira política no PT - onde chegou a ser ministra do Meio Ambiente, durante o governo Lula (2003-2010).
Ciro Gomes (PDT)
A candidatura presidencial do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, de 60 anos, foi confirmada em março de 2018 pelo PDT e oficializada no fim de julho.
Por enquanto, é o nome ligado à esquerda que vai melhor nas pesquisas. Segundo o Datafolha de setembro, Ciro aparece em segundo lugar, com entre 13% das intenções de votos.
Ainda segundo o Datafolha, o pedetista tem uma rejeição de 20% do eleitorado - abaixo da rejeição de Bolsonaro (43%), Marina (29%), Alckmin (24%) e Haddad (22%).
A falta de aliados para fortalecer a candidatura é um obstáculo para Ciro - ao final da temporada de convenções partidárias, ele acabou isolado. Foi preterido pelo PSB (que optou pela neutralidade após um acordo com o PT), e pelo PC do B, que fechou aliança com os petistas.
Sua vice será do próprio PDT, a senadora Kátia Abreu.
O estilo franco e impulsivo que há anos rende a Ciro a fama de "destemperado" pode ser um empecilho. "Todo mundo já teve uma palavra mal dita ou foi mal interpretado", pondera Lupi.
Ciro já foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco (Fazenda) e Lula (Integração Nacional).
Passou por sete partidos em 37 anos de vida pública. Já concorreu à Presidência duas vezes, em 1998 e em 2002.
Álvaro Dias (Podemos)
O ex-tucano Álvaro Dias, de 73 anos, ganhou fama no Senado por ser um ferrenho crítico da gestão petista e integrante ativo de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito).
Por anos foi filiado ao PSDB. No ano passado, ele trocou o PV pelo Podemos - antigo PTN - com a expectativa de se lançar candidato, mas ainda enfrenta o desafio de se tornar um nome mais conhecido nacionalmente, capaz de conseguir mais que os 3% de votos sinalizados pelas pesquisas. Ele tem uma rejeição de 14%.
Tem 40 segundos no rádio e na televisão, porque fechou uma aliança com o PRP, PSC e PTC.
Álvaro Dias cursou História e está no quarto mandato consecutivo de senador. Já foi vereador, deputado estadual, deputado federal e governador do Paraná. É de uma tradicional família de políticos do Estado.
João Amoêdo (Novo)
O ex-executivo do sistema financeiro João Amoêdo, de 55 anos, se afastou da presidência do partido que ele próprio ajudou a criar em 2015 para ser lançado pré-candidato à Presidência. Pelas regras do Novo, candidatos não podem exercer funções partidárias nos 15 meses anteriores à eleição.
Amoedo enfrenta o desafio de se fazer mais conhecido entre os eleitores e tentar ajudar o Novo a eleger representantes nas Assembleias e na Câmara.
Com cerca de 3% das intenções de voto, segundo o Datafolha de agosto, Amoêdo era o segundo candidato mais desconhecido do país - só perde para Vera Lúcia (PSTU). Segundo o Datafolha, 73% dos entrevistados dizem que não o conhecem nem ouviram falar dele. É muito, mas menos que antes. Na pesquisa de novembro, ele era desconhecido por 84% dos brasileiros.
Amoêdo tem em viajado o país para fazer palestras na tentativa de tornar-se mais popular e sua campanha tem ganhado força nas redes sociais.
Novato em eleições gerais, o partido de Amoêdo conta com o apoio de profissionais liberais, de economistas que ocuparam cargos importantes no governo de FHC, como Gustavo Franco, e tem entre seus quadros o ex-treinador de vôlei Bernardinho. A legenda ainda tenta atrair tucanos descontentes que estão deixando o partido.
A maioria dos quadros do partido, contudo, também é neófita das urnas.
Como seu partido foi criado depois das eleições de 2014, não tem nenhum congressista. Por isso, Amoêdo não tem direito de participar de debates. A presença do candidato fica a critério dos organizadores. O candidato tem apenas cinco segundos na propaganda eleitoral gratuita na TV.
Formado em Engenharia Civil e Administração, Amoêdo começou a carreira profissional trabalhando para bancos e chegou a ser vice-presidente do Unibanco e membro do conselho de administração do Itaú-BBA. Atualmente, é sócio do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças.
Guilherme Boulos (PSOL)
Em março, o PSOL anunciou o nome do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, de 36 anos, como candidato à Presidência. A chapa terá como candidata a vice-presidente a ativista indígena Sônia Bone Guajajara, também do PSOL.
No Datafolha de setembro, Boulos obteve no máximo 1% da intenção de votos.
Para o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), é mais fácil o partido se coligar com movimentos da sociedade civil organizada do que com partidos políticos. "Há um descrédito muito grande, as pessoas estão com nojo dos partidos", diz Alencar.
O PSOL acabou fechando uma coligação como PCB.
Boulos venceu a disputa interna no PSOL, que tinha como pré-candidatos os economistas Plínio de Arruda Sampaio Jr., Nildo Ouriques e Hamilton Assis, militante do movimento negro. Em julho, o partido oficializou a chapa formada por Boulos e Sônia.
O PSOL avalia que o grande desafio será cumprir a cláusula de barreira que exige para 2018 1,5% dos votos em nove Estados para que as legendas continuem recebendo fundo partidário e tendo acesso a inserções no rádio e na televisão.
A legenda tem 13 segundos de propaganda eleitoral, mas vai conseguir participar dos debates por ter uma bancada com seis deputados.
Professor e escritor, Guilherme Boulos é formado em Filosofia pela USP, tem especialização em Psicologia Clínica pela PUC-SP e mestrado em Psiquiatria pela USP. É membro da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, no qual milita há 16 anos, e da Frente Povo Sem Medo.
Henrique Meirelles (MDB)
O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de 72 anos, começou a construir a sua candidatura presidencial em abril deste ano, quando deixou o cargo no governo de Michel Temer e trocou o PSD por seu partido atual, o MDB.
No começo de agosto, a candidatura de Meirelles foi oficializada pela convenção do MDB - mesmo com a oposição de alguns caciques regionais do partido, como Renan Calheiros (Alagoas), Roberto Requião (Paraná) e Jarbas Vasconcelos (Pernambuco), entre outros. Meirelles teve 357 dos 419 votos dos convencionais, ou 85% do total.
Mesmo assim, a falta de popularidade ainda é um obstáculo a ser superado. No Datafolha de setembro, Meirelles obteve 3% da intenção de votos, e enfrenta 17% de rejeição. O ex-ministro está bancando a própria campanha presidencial, com uma doação no valor de R$ 20 milhões.
A trajetória profissional de Meirelles está ligada à área financeira internacional. Antes de ser presidente do Banco Central, entre 2003 e 2011, no governo Lula, foi o principal executivo do BankBoston. Antes de assumir a Fazenda, Meirelles atuou por quatro anos como presidente do conselho de administração da J&F Investimentos, holding criada pela família Batista e controladora do frigorífico JBS, envolvido em escândalos de corrupção.
Vera Lúcia (PSTU)
A ex-operária Vera Lúcia, de 50 anos, foi lançada como cabeça da chapa presidencial do PSTU, que deverá ter como vice o professor Hertz Dias, da rede pública do Maranhão.
Vera é ativista sindical em Sergipe, ex-militante petista e ex-operária da indústria calçadista. Ela participou da fundação do PSTU em seu Estado, junto com outros ex-filiados do PT, depois que sua corrente foi expulsa do petismo em 1992.
Ela tem cinco segundos no horário eleitoral e sete inserções, e não mais que 1% das intenções de votos. Além disso, é a candidata menos conhecida - apenas 22% dos eleitores dizem conhecê-la ou já ter ouvido falar dela, segundo o Datafolha de agosto.
A candidatura tem por objetivo apontar o que o partido considera a forma ilegítima e antidemocrática como são disputadas as eleições no Brasil. O PSTU considera que o objetivo final de um partido revolucionário não é disputar eleições, e sim organizar os trabalhadores para tomar o poder.
João Vicente Goulart (PPL)
O Partido Pátria Livre oficializou a candidatura de João Goulart Filho à presidência, em um evento em São Paulo no início de agosto. O candidato do PPL é filho do ex-presidente João Goulart, o Jango (1919-1976), cujo mandato foi interrompido pelo golpe militar de abril de 1964.
Segundo o Datafolha, ele é desconhecido da maioria dos eleitores. Tem apenas cinco segundos no rádio e na TV.
Nascido no Rio de Janeiro, João Vicente é escritor. Passou a infância e a adolescência no Uruguai, onde sua família se encontrava exilada após o golpe militar. De volta ao Brasil, João Vicente ajudou na fundação do PDT, junto do tio Leonel Brizola, e foi deputado estadual pelo partido no Rio Grande do Sul nos anos 1980.
Durante a campanha, defenderá propostas nacionalistas e identificadas com a esquerda. Goulart terá como vice um professor universitário de Brasília, Léo Alves, também do PPL.
Eymael (DC)
José Maria Eymael foi oficializado como o candidato presidencial pelo partido Democracia Cristã (DC), em convenção realizada em julho, em São Paulo. Essa será a 5ª vez que o advogado disputa a presidência da República. Ele terá como vice o pastor Hélvio Costa (DC).
Em 2014, Eymael teve apenas 0,06% dos votos - ele chegou a dizer que não disputaria mais a Presidência da República. O candidato da DC (antigo PSDC) é famoso pelo jingle de campanha, lançado em 1985: "Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão (...)".
Nesta eleição, ele tem oito segundos no horário eleitoral e 12 inserções.
Cabo Daciolo (Patriota)
Eleito deputado federal pelo PSOL em 2014 com 49 mil votos, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, mais conhecido como Cabo Daciolo, tem 42 anos e concorre à Presidência da República pela primeira vez.
O bombeiro já havia sindo filiado ao PTdoB e, hoje, está no Patriota (antigo Partido Ecológico Nacional). Daciolo terá como vice a pedagoga Suelene Balduino, também do Patriota.
Antes de iniciar sua carreira política, liderou uma greve de bombeiros em seu Estado de origem, o Rio, em 2011, quando chegou a ficar preso.
Em 2015, logo depois de eleito, Daciolo foi expulso do PSOL por infidelidade partidária - a sigla entendeu que as posições defendidas por ele contrariavam o estatuto do partido.
Ele enfrenta, segundo o Datafolha, 19% de rejeição, tem apenas 1% da intenção de votos e tem oito segundos na propaganda eleitoral no rádio e na TV.
Um dia depois que Bolsonoro foi esfaqueado, Daciolo anunciou que faria um jejum de 21 dias e ficaria "nos montes", sem conceder entrevistas ou participar de debates.
Reportagem publicada originalmente em dezembro de 2017 e atualizada pela última vez em 12 setembro de 2018.
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Samuel