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segunda-feira, 22 de julho de 2019

ANGOLA: PORTUGAL QUER HONRAR OS MILITARES QUE CÁ MORRERAM.

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O presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República portuguesa, Marco António Costa, apelou hoje ao governo angolano para que continue a apoiar a Liga de Combatentes de Portugal para homenagear os militares que morreram na guerra colonial.

Marco António Costa chefia a delegação que iniciou, na quinta-feira, uma visita a Luanda para o reforço da cooperação parlamentar com Angola, tendo hoje mantido um encontro de trabalho com a Comissão de Defesa, Segurança, Ordem Interna, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria da Assembleia Nacional de Angola.
Esta visita coincide com a presença em Angola do presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, general Joaquim Chito Rodrigues, dando assim continuidade a um trabalho iniciado, em Maio deste ano, pelo ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho (exactamente o político socialista português que disse que Savimbi – na altura já falecido – era um Hitler africano), que visa honrar soldados portugueses que morreram em território angolano entre 1961 a 1975.
Na reunião, Marco António Costa aproveitou para reforçar o interesse de Portugal sobre esta questão, manifestando também agradecimento pelo apoio que o Estado angolano vem prestando até aqui.
“A Liga dos Combatentes está cá a fazer um trabalho que sob ponto de vista social e nacional é importante, que é identificar e fazer a trasladação de corpos de antigos combatentes portugueses”, disse o deputado, frisando ainda que “respeitar a memória dos antepassados é um dever histórico”.
“Portanto, queríamos aqui manifestar esse agradecimento e pedir que continuem, por favor, a apoiar a Liga neste trabalho que está a ser feito”, reiterou.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Comissão de Defesa Nacional do Parlamento português disse que no encontro que manteve com o presidente da Liga foi-lhe dada nota de haver essa colaboração.
“O que quer dizer que existe uma sintonia bastante sensibilizada dos dois lados para o tema que a Liga está a tratar”, frisou.
Segundo o presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, há o registo de 1.548 militares portugueses, que morreram em Angola durante a guerra pela a independência do país, cujas memórias o Governo português pretende honrar.
O trabalho, a ser feito em duas fases, compreende a localização, identificação, exumação, transporte, trasladação e deposição de restos mortais de combatentes portugueses falecidos na guerra de libertação colonial.
Joaquim Chito Rodrigues, que em Luanda tem mantido vários encontros com as autoridades angolanas, referiu que este é um trabalho desenvolvido pela Liga há 14 anos, com o objectivo de dignificar os lugares onde se encontram militares portugueses tombados ao serviço das Forças Armadas em todo o mundo.

Por uma questão de memória e de verdade

AAssociação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA) de Portugal reiterou no dia 15 de Novembro de 2008 “a grande dívida” do Governo português para com os ex-combatentes e apelou para que as suas reivindicações fossem contempladas no Orçamento de Estado.
“Há aqui uma grande falha, uma grande dívida por parte do Governo e estamos à espera que questões como a saúde [“Apoio à Doença dos Deficientes das Forças Armadas”] e a indexação [“Regime Excepcional de Indexação das Prestações Sociais dos Deficientes das Forças Armadas”], que são as nossas prioridades, sejam tidas em conta neste OE”, declarou então José Arruda, presidente da ADFA.
Falando à margem da cerimónia das comemorações da Liga dos Combatentes dos 200 anos da Torre Espada, 90 anos do Armistício, 85 anos da Liga, José Arruda explicou que em causa estava a existência de um regime excepcional de indexação das prestações sociais de que são beneficiários os Deficientes das Forças Armadas, designadamente, o abono suplementar de invalidez e a prestação suplementar de invalidez, que os ex-combatentes desejavam ver indexados à retribuição mínima mensal garantida.
“Queremos que os subsídios sejam calculados de acordo com o salário mínimo nacional”, referiu.
A presidir a cerimónia de então estava o ministro da Defesa Nacional, Severiano Teixeira, que recusou falar à comunicação social. Claro. Foi uma forma simplex de tratar dos assuntos.
O titular da pasta da Defesa Nacional de Portugal fez-se acompanhar por várias entidades militares e civis, entre as quais o Nobel da Paz D. Ximenes Belo e o presidente da Liga dos Combatentes, o Tenente General Joaquim Chito Rodrigues que, na sua alocução, lançou um apelo a Severiano Teixeira para que “enquadre nos quadros de apoio social do Governo os militares a quem a vida não sorriu”.

“A História correcta está por fazer”

Joaquim Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes, foi mobilizado para Angola um ano após o início do conflito. Esteve 21 meses nos Dembos, em pleno centro da guerra, e fez duas comissões em Angola.
O general defende que a estratégia militar portuguesa na guerra colonial em Angola foi um “sucesso”, considerando que se tivesse sido acompanhada politicamente poderia ter conduzido o país a uma independência tranquila.
“Angola foi para as Forças Armadas Portuguesas um sucesso. Se, no final de 1974, o apoio externo aos movimentos emancipalistas se mantivesse, Angola – que durante esses 13 anos, independentemente da guerra, teve um desenvolvimento exponencial – não tinha problemas em se tornar tranquilamente independente”, afirma Chito Rodrigues, um dos mais elogiados militares portugueses.
O presidente da Liga dos Combatentes acredita que a estratégia militar montada em Angola foi “vitoriosa”, explicando que “conteve os acontecimentos no norte” e que em 1974 praticamente só havia algumas escaramuças nos Dembos”.
Para Chito Rodrigues, em 1961, os acontecimentos de Fevereiro e Março em Angola e de Dezembro na Índia deveriam ter sido entendidos como um sinal de “rebate” para uma solução política e não para o “esforço inglório que as Forças Armadas acabaram por fazer”.
Um esforço cujo reconhecimento continua a ser, segundo Chito Rodrigues, “a luta diária” dos antigos combatentes.
Meio século depois, olha para o conflito como “algo que custou muito” aos povos português e angolano, que hoje “trabalham como se isso fosse apenas um momento da História”.
Mas, sublinha Chito Rodrigues, “temos todos uma marca, uma marca que os que fizeram ou sofreram a guerra jamais podem esquecer”.
Os antigos combatentes são muitas vezes “aplaudidos à partida e, regra geral, esquecidos à chegada”, afirma Chito Rodrigues.
Sobre o relacionamento dos militares portugueses com a população, Chito Rodrigues diz que há diferenças entre Angola, Guiné e Moçambique. E explica que “nesta última, a guerra passou-se no norte e Lourenço Marques nunca sentiu o conflito. Para a população, houve sempre uma certa indiferença entre o que se passava no norte de Moçambique e em Moçambique como um todo”.
No caso de Angola “já não foi assim; o problema foi grave logo de início em todo o norte de Angola. Depois passou para o leste, e só no centro e sul de Angola é que não sentiram o que foi a guerra. A população de Angola viveu e apoiou as Forças Armadas porque a fizemos com uma característica da guerra subversiva, que é a luta entre o gato e o rato. Procurámos conquistar as populações e o inimigo, e só por acaso fazer guerra a quem atacava essas populações e nos atacava”.
Sobre a situação em Angola, Chito Rodrigues recorda que ela “começou violentamente pela nossa parte a 15 de Março de 1961. Recordo-me da forma como a população portuguesa – não foi o Governo – reagiu por cá. Aquela frase do Salazar – “para Angola já e em força” – foi a resposta ao que as pessoas sentiam. Depois, o resto, são 13 anos em que o vector militar garantiu condições para que a solução política fosse encontrada – e não foi. Em termos militares, conseguimos sustentar uma guerra prolongada no tempo e em várias frentes, que exigia muitos efectivos, mesmo sendo de baixa intensidade.”
Quanto ao que se vai escrevendo sobre a Guerra Colonial, Chito Rodrigues diz que “a História correcta está por fazer. Só se fará dentro de algum tempo, até porque a nível político, quer com Marcelo Caetano quer com Salazar, não houve guerra em África, mas acções policiais. E essa posição tem consequências graves para aqueles que sofreram a guerra.”
Legenda: Maio de 2015. Marco António Costa recebido por Roberto de Almeida numa reunião descrita como “histórica” entre o MPLA e o PSD.
Folha 8 com Lusa

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Samuel

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