"Dinheiro de Angola": Carlos Gomes Júnior disponível para falar com a justiça Guineense
Ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior garantiu estar disponível para colaborar com a justiça no caso do alegado desvio dos 12 milhões de dólares oferecidos à Guiné-Bissau por Angola em 2011.
Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
PAULO CUNHA/LUSA
Foi anunciado através de um despacho oficial ontem que o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi nomeado conselheiro especial do Primeiro-ministro Aristides Gomes e coordenador do gabinete de apoio às reformas. Neste documento o chefe do governo justifica esta decisão pela necessidade de "apetrechamento do gabinete do primeiro-ministro com capacidades técnicas adequadas".
No despacho, o chefe do governo, refere ainda ser "crucial e pertinente" esta nomeação num contexto em que o executivo pretende implementar os objectivos definidos no programa do PAIGC baseado no plano estratégico operacional "Terra Ranka", cuja versão inicial foi apresentada em 2015, durante a mesa redonda de doadores em Bruxelas pelo governo então liderado por Domingos Simões Pereira.
Durante essa mesa redonda, a Guiné-Bissau granjeou 1,5 mil milhões de Dólares de promessas de apoios financeiros que acabaram por não se concretizar, dado que em Agosto desse mesmo ano, o país mergulhou numa nova crise política na sequência da demissão do executivo de DSP pelo Presidente José Mário Vaz.
Questionado sobre a sua nomeação como conselheiro especial do Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira considerou que Aristides Gomes "em certa medida o associa a um programa que teve o seu condão". Ao declarar ter, neste sentido "responsabilidades com esta governação", o líder do PAIGC referiu "ter agora condições para institucionalmente acompanhar a implementação do programa, não só interagindo com os membros do governo, mas assessorando o Primeiro-ministro para que haja uma conversão entre o programa eleitoral para o programa do governo". Para DSP trata-se ainda de "dar as garantias possíveis junto dos potenciais parceiros que devem sentir algum conforto em vê-lo por detrás do Primeiro-ministro nesta fase da governação".
De referir que apesar da vitória do PAIGC nas legislativas do passado 10 de Março, o Presidente José Mário Vaz recusou por duas vezes nomear para o cargo de Primeiro-ministro o cabeça de lista e líder do partido, Domingos Simões Pereira. Há alguns dias, o Presidente justificou esta decisão argumentando que uma "coabitação entre os dois não seria boa nem para ele, nem para o líder do PAIGC, nem para o país".
Perante o impasse pós-eleitoral, o PAIGC propôs Aristides Gomes para o cargo de chefe do governo guineense, uma sugestão validada por Jomav no passado 22 de Junho. Não foi todavia investido o governo logo a seguir, apesar de Aristides Gomes ter submetido o seu elenco ao Presidente um dia após a sua tomada de posse. A equipa governativa acabou por ser nomeada vários dias depois, no passado 3 de Julho, sob pressão da comunidade internacional, quase 4 meses depois das legislativas.
fonte: RFI
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Samuel