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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

PORTUGAL: Bruno e os melhores 775 euros que um clube pode gastar para ficar cem palavras (a crónica do Sporting-PSV)

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Bruno Fernandes renovou contrato e falou-se de números. Do salário. De cláusulas. Mas há mais números, como os da goleada do Sporting ao PSV (4-0): em 127 jogos, marcou ou deu a marcar... 100 golos.

De um lado, Tiago Ilori. Do outro, Bruma. Recuando à temporada 2012/13, a pior de sempre do Sporting a nível de Campeonato (sétimo lugar, ficando pela segunda vez na história fora das competições europeias), os então jovens da formação leonina foram duas das poucas boas notícias de uma época atribulada com eleições pelo meio, tendo sido lançados por necessidade na equipa principal mas tendo ficado por mérito entre os melhores. No final, ambos forçaram a saída. Ilori assinou pelo Liverpool, onde não fez um único jogo na Premier League em quatro anos de ligação contratual, andou emprestado a Granada, Bordéus, Aston Villa e Reading, voltou a Alvalade. Bruma, que foi para o Galatasaray, esteve cedido ao Gaziantepspor e à Real Sociedad, parecia estar a crescer de vez no RB Leipzig mas perdeu brilho no PSV. A dupla arriscou e pouco petiscou. Mas também há exemplos contrários.
Nessa mesma época, Bruno Fernandes arriscou sair da formação do Boavista para uma aventura em Itália, onde se estrearia pelo Novara (curiosamente, jogando com Seferovic). Depois, entre Udinese e Sampdória, foi ganhando cabedal. Físico, tático, goleador. E sempre que era chamado à Seleção Sub-21, todos pensavam o que andava a fazer um jogador assim em solo transalpino sem nunca ter jogado na Primeira Liga. Por indicação de Jorge Jesus, o Sporting pagou 8,5 milhões de euros por 90% do passe do médio. Hoje, dois anos e meio depois, percebe-se que o agora capitão é o maior negócio da década do clube. E a renovação esta semana conta o resto.
Muito se falou do aumento salarial que Bruno Fernandes recebeu. E que é factual: mantendo a ligação contratual até 2023 e a cláusula de rescisão nos 100 milhões de euros, passou de 1,2 milhões líquidos por ano para dois milhões de euros limpos por ano (quatro milhões para o Sporting, contando com os restantes encargos). Mais: além de ter abdicado de cinco milhões de euros a que teria direito após a recusa de uma proposta do Tottenham acima dos 35 milhões, deixou cair essa alínea no novo vínculo. Mas há outros números que justificam o novo vencimento além da influência que tem na equipa. Em particular, dois. Em duas temporadas e meia em Alvalade, o jogador fez 10.969 em jogos oficiais, o que perfaz um total de 775 euros por minuto atendendo ao valor pago pelo seu passe (8,5 milhões). Em paralelo, e sendo um médio, leva um contributo direto em 100 golos marcados pelo Sporting nesse lapso de tempo, entre remates certeiros (59) e assistências (41). Esta noite, marcou dois e deu outros tantos a marcar, sendo a principal figura na goleada do conjunto verde e branco ao PSV (4-0).
 
Com Luís Maximiano a assumir a baliza em vez do lesionado Renan, naquela que foi a estreia mais nova desde Rui Patrício na posição, Silas trocou o recuperado Mathieu pelo condicionado Coates, voltou a ter à disposição Acuña para lateral e assinou de vez o certificado de redenção para Wendel, depois de ter estado afastado alguns encontros por motivos disciplinares (estando mesmo a treinar nos Sub-23). Na frente, jogaram Bolasie e Luiz Phellype em simultâneo, no apoio andou também Vietto. Mas foi o coletivo que mais se destacou em 45 minutos de sonho que deram a sétima vantagem leonina de três golos na Europa ao intervalo. E foi através desse coletivo transfigurado que mais brilhou aquele que salva o coletivo mesmo quando joga poucochinho: Bruno Fernandes.
O PSV, treinado por um antigo jogador que quando estava no ativo era conhecido por deixar marca nas equipas e também nos adversários (Van Bommel), deixou tudo menos marca em Alvalade. Aliás, à exceção de um período a meio da metade inicial em que conseguiu ligar algumas transições, nunca passou da mediania perante o acumular de erros defensivos e de posicionamentos que deu à mobilidade leonina na frente o espaço para se destacar. Bruno Fernandes, no seguimento de uma jogada pela direita, ganhou espaço no corredor central, tentou um primeiro remate mas Unnerstall defendeu bem para canto (7′). Dois minutos depois, num lance com tanto de simples como de eficaz, nada conseguiu fazer: lançamento lateral de Acuña na esquerda, cruzamento de primeira do capitão verde e branco e desvio de cabeça de Luiz Phellype ao primeiro poste a inaugurar o marcador (9′).

fonte: observador.pt

 
 

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Samuel

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