WASHINGTON (Reuters) - Israel e Marrocos concordaram, nesta quinta-feira, em normalizar as relações em um acordo negociado com a ajuda dos Estados Unidos, tornando o Marrocos o quarto país árabe a deixar de lado as hostilidades com Israel nos últimos quatro meses.
O Marrocos se junta a Emirados Árabes Unidos, Barein e Sudão na normalização dos laços com Israel, em um processo impulsionado em parte pelos esforços liderados pelos EUA para apresentar uma frente unida contra o Irã e reduzir a influência regional de Teerã.
Afastando-se de um política de longa data dos EUA, o presidente Donald Trump concordou como parte do acordo em reconhecer a soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental, uma região desértica onde uma disputa territorial de décadas colocou o Marrocos contra a Frente Polisário, um movimento separatista apoiado pela Argélia que visa estabelecer um Estado independente no território.
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que vai suceder Trump em 20 de janeiro, enfrentará a decisão de aceitar ou não o acordo dos EUA com o Saara Ocidental, o que nenhum outro país ocidental fez. Um porta-voz de Biden não quis comentar sobre a mudança.
Embora Biden deva afastar a política externa dos EUA da postura "América Primeiro" de Trump, o democrata indicou que continuará a perseguir o que Trump chama de "acordos de Abraão" entre Israel e as nações árabes e muçulmanas.
Trump selou o acordo Israel-Marrocos em um telefonema com o rei Mohammed, do Marrocos, nesta quinta-feira, disse a Casa Branca.
"Outro avanço histórico hoje! Nossos dois grandes amigos Israel e o Reino de Marrocos concordaram em relações diplomáticas plenas -- um avanço enorme para a paz no Oriente Médio!", escreveu Trump no Twitter.
Mohammed disse a Trump que o Marrocos pretende facilitar voos diretos para turistas israelenses de e para o Marrocos, de acordo com um comunicado da corte real do Marrocos.
"Esta será uma paz muito calorosa. A paz nunca --a luz da paz neste dia de Hanukkah nunca-- brilhou mais forte do que hoje no Oriente Médio", disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um comunicado, referindo-se ao feriado judaico que começa nesta quinta à noite.
Os palestinos têm criticado os acordos de normalização de laços, dizendo que os países árabes retrocederam a causa da paz ao abandonarem uma antiga demanda de que Israel ceda terras para um Estado palestino antes que possa receber o reconhecimento.
Egito e Emirados Árabes Unidos emitiram declarações saudando a decisão do Marrocos de normalizar os laços com Israel. Egito e Israel assinaram um tratado de paz em 1979.
(Reportagem adicional de Matt Spetalnick e Jeff Mason, em Washington; Ahmed El Jechtimi, em Rabat; e Stephen Farrell e Dan Williams, em Jerusalém).
fonte: globo.com
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