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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

A propaganda e o abandono escolar

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Na semana passada, o primeiro-ministro e o Governo divulgaram um gráfico que pretendia dizer que no último ano o abandono escolar precoce tinha sido reduzido aos melhores números de sempre. E não era mentira. Mas, como habitualmente, as escalas ou opções dos gráficos apresentados pelo Governo de António Costa estão distorcidos, martelados ou feitos de forma a enganar as pessoas ou a criar uma versão distorcida da realidade. Provavelmente é obra dos herdeiros de Miguel Abrantes e seus comparsas. Não surpreende, alguns são hoje membros do Governo. Felizmente o abandono escolar tem sido reduzido, quase ininterruptamente, desde o 25 de Abril. Quase, mas já lá vamos.

O gráfico partilhado na conta de Twitter do Governo de António Costa e que acima reproduzo (gráfico 1) coloca como únicos períodos comparáveis os intervalos de 2000 a 2011 e 2020 onde de facto há uma redução de 43,6% para 8,9%, ou seja, abaixo dos 10% que é a meta europeia. Sem dúvida que este é um bom resultado e que resulta de 40 anos de investimento na educação, no alargamento da escolaridade obrigatória e no trabalho de sucessivos governos, professores, alunos e suas famílias. Aliás, desde 2002 que a tendência é quase a mesma. Quase, mas já lá iremos.

Mas o Governo não resiste a aldrabar os portugueses em vários detalhes da informação então divulgada. Primeiro, porque apresenta as medidas mais recentes do Ministério da Educação como o alfa e ómega deste processo. Em segundo, porque na escolha das escalas e dos períodos omite retrocessos bem (em 2016) na redução do abandono escolar precoce ou o período onde essa redução foi mais acelerada (2011 a 2015)

No mandato de Nuno Crato no Ministério da Educação, apesar de todo o clima de austeridade e tremenda contestação, o abandono escolar precoce reduziu-se de 25% para 13,7% (o Governo PSD/CDS tomou posse em junho e estes dados são sempre recolhidos em dezembro, por isso importa esclarecer que em dezembro de 2010 o abandono escolar estava em 28,3% e no final de 2012 já tinha caído para 23%). Em 4 anos, teve lugar uma redução de cerca de 11 pontos percentuais, ou seja, 2,8 pontos percentuais por ano. No mandato de António Costa, Tiago Brandão Rodrigues e com o apoio do BE e do PCP, o abandono escolar precoce caiu apenas de 13,7% para 8,9%, ou seja 4,8 pontos percentuais no total, equivalente a apenas 0,96% por ano.

Curiosamente ou não, em 2016 há mesmo um retrocesso e uma subida no abandono escolar precoce que foi registado entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016. Há quem atribua esse desastre à eliminação do ensino vocacional, um dos primeiros disparates de António Costa e Tiago Brandão Rodrigues, e à inversão de algumas políticas na 5 de outubro.

Ora, se virmos em redução percentual, o mandato do último Governo PSD-CDS reduziu essencialmente para metade. No mandato PS/BE/PCP, em cinco anos, foi para uma fração de 0,69. E só neste último ano, em que os inquéritos do INE tiveram mais problemas, por recorrerem mais ao telefone, é que conseguiram uma redução que se veja. Para quem tiver curiosidade os dados estão todos aqui no PORDATA.

Assim se percebe a razão do Governo não colocar intervalos mais pequenos nos seus gráficos do abandono escolar. No gráfico 2 (PORDATA com dados do INE) percebe-se claramente a tendência desde 2002 e a estagnação ou abrandamento dessa queda desde 2016/2017.

Assim, fica mais claro para todos por que razão António Costa e o seu Governo preferem “dobrar” os gráficos, martelar as colunas de modo a disfarçar os seus insucessos ou a maximizar as suas alegadas conquistas. Deve ser frustrante para um Governo que teve a sorte de começar a governar após uma crise e com a Europa em crescimento, ter resultados tão fraquinhos e tantas vezes piores do que os do período da austeridade e pré-bancarrota que se iniciou em 2011 após mais um mau Governo socialista.


fonte: expresso.pt



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Samuel

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