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domingo, 24 de julho de 2022
Rússia vive êxodo de profissionais críticos à guerra.
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As últimas correções feitas antes das férias escolares na Rússia podem ser as últimas da vida profissional da professora de matemática Tatiana Chervenko. Ela espera manter o emprego no próximo ano letivo, mas ainda está incerto.
A docente se tornou um incômodo para a direção da escola em Moscou devido a seu posicionamento decidido contra a guerra na Ucrânia. "Estão me pressionando, devagar mas com constantemente, mesmo envolvendo coisas que parecem triviais", conta, em entrevista à DW.
Como exemplo, Chervenko mostra um caderno de exercícios com a margem rabiscada de caneta. Um rabisco realmente inofensivo feito por um aluno. "Não tinha prestado atenção, é claro, mas a diretora me repreendeu por isso. Eu não teria cumprido meu dever. Eu deveria ter chamado os pais do aluno na escola. Só por esses rabiscos!"
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, centenas de russos saíram às ruas contra a "operação militar especial" ordenada pelo presidente Vladimir Putin. Chervenko era uma deles. Embora o protesto tenha sido pacífico, foi presa e teve que pagar uma multa equivalente a cerca de 300 euros.
Em seguida, foi chamada pela diretora da escola para uma conversa sobre suas opiniões políticas: "Sabemos da sua ação. É inadmissível." Chervenko perguntou por que, já que fora ao protesto em seu tempo livre. "Ela respondeu: sim, mas os pais de seus alunos podem ser contra." Desde então, a administração da escola a em na mira.
"Simplesmente vão embora"
A história de Tatiana Chervenko não é única: funcionários públicos estão sendo intimidados em toda a Rússia. Eles ouvem que quem é contra a guerra é contra o Estado, e por isso deveriam abandonar seus cargos voluntariamente.
Ameaças dirigidas a reitores de universidades russas partiram recentemente da Duma, a câmara baixa do parlamento russo. O presidente da Casa, Vyacheslav Volodin, do mesmo partido de Putin, o Rússia Unida, declarou: "É uma questão de segurança do nosso Estado. Trata-se do futuro do nosso país. É por isso que vocês, queridos reitores, devem estar cientes de sua responsabilidade, com toda tolerância. Se não, simplesmente vão embora. Levantem-se e vão embora."
Estima-se que mais de 100 mil profissionais russos já deixaram país por medo de perseguição. Os que ficam, arriscam seus empregos e liberdade. "Há uma espécie de guerra fria civil acontecendo na Rússia", diz professora.
As últimas correções feitas antes das férias escolares na Rússia podem ser as últimas da vida profissional da professora de matemática Tatiana Chervenko. Ela espera manter o emprego no próximo ano letivo, mas ainda está incerto.
A docente se tornou um incômodo para a direção da escola em Moscou devido a seu posicionamento decidido contra a guerra na Ucrânia. "Estão me pressionando, devagar mas com constantemente, mesmo envolvendo coisas que parecem triviais", conta, em entrevista à DW.
Como exemplo, Chervenko mostra um caderno de exercícios com a margem rabiscada de caneta. Um rabisco realmente inofensivo feito por um aluno. "Não tinha prestado atenção, é claro, mas a diretora me repreendeu por isso. Eu não teria cumprido meu dever. Eu deveria ter chamado os pais do aluno na escola. Só por esses rabiscos!"
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, centenas de russos saíram às ruas contra a "operação militar especial" ordenada pelo presidente Vladimir Putin. Chervenko era uma deles. Embora o protesto tenha sido pacífico, foi presa e teve que pagar uma multa equivalente a cerca de 300 euros.
Em seguida, foi chamada pela diretora da escola para uma conversa sobre suas opiniões políticas: "Sabemos da sua ação. É inadmissível." Chervenko perguntou por que, já que fora ao protesto em seu tempo livre. "Ela respondeu: sim, mas os pais de seus alunos podem ser contra." Desde então, a administração da escola a em na mira.
"Simplesmente vão embora"
A história de Tatiana Chervenko não é única: funcionários públicos estão sendo intimidados em toda a Rússia. Eles ouvem que quem é contra a guerra é contra o Estado, e por isso deveriam abandonar seus cargos voluntariamente.
Ameaças dirigidas a reitores de universidades russas partiram recentemente da Duma, a câmara baixa do parlamento russo. O presidente da Casa, Vyacheslav Volodin, do mesmo partido de Putin, o Rússia Unida, declarou: "É uma questão de segurança do nosso Estado. Trata-se do futuro do nosso país. É por isso que vocês, queridos reitores, devem estar cientes de sua responsabilidade, com toda tolerância. Se não, simplesmente vão embora. Levantem-se e vão embora."
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Samuel