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domingo, 12 de março de 2023

CRISE DE SEGURANÇA NO LESTE DA RDC: enquanto os cálculos políticos prevalecerem...

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O pote congolês continua a borbulhar. Com efeito, o cessar-fogo anunciado para 7 de março entre o M23 e as tropas do governo congolês durou apenas um instante e as hostilidades recomeçaram ainda mais vigorosamente no Kivu do Norte, inclusive a capital ainda está na mira da rebelião. Esta rápida deterioração da situação de segurança no leste do país teve repercussões significativas, tanto externa quanto internamente. Com efeito, a nível externo, Angola, que nesta crise goza do estatuto de mediador, decidiu, segundo uma nota de imprensa da Presidência da República, enviar um contingente militar para o teatro de operações. A principal missão desta unidade militar, que será destacada no Kivu do Norte, é a segurança das zonas de acantonamento da M23 e a protecção dos elementos da equipa responsável pela fiscalização do cumprimento do cessar-fogo. De acordo com esta nota de imprensa datada de 11 de Março, a decisão de Luanda surge após consulta a Kinshasa. A ONU e outros líderes da região também foram informados desta iniciativa. Decisão de Luanda é uma importante vitória diplomática para Felix Tshisekedi Com esta intervenção militar de Angola, que é o verdadeiro polícia nesta atormentada região dos Grandes Lagos, o conflito no Kivu do Norte está a tornar-se cada vez mais internacionalizado e, mais do que nunca, a RDC merece o nome de "Balcãs Africanos" ou "barril de pólvora sub -regional". Devemos, portanto, agora temer uma conflagração generalizada na região quando sabemos que os rebeldes do M23 se beneficiam de um suposto ou comprovado apoio de Ruanda e Uganda. Enquanto aguardamos a evolução da situação no terreno com esta entrada anunciada dos militares angolanos, podemos dizer que a decisão de Luanda é uma importante vitória diplomática para Félix Tshisekedi na medida em que faz parte do dispositivo montado no final de reuniões internacionais e visava investigar as acusações recíprocas entre a RDC e o Ruanda, bem como as alegações de violação da fronteira entre os dois vizinhos. Melhor ainda, a decisão constitui um importante apoio a Kinshasa que pode esperar, como nos anos 90 quando foi decisiva a intervenção de Luanda ao lado do Presidente Laurent-Désiré Kabila, um remake da história. Internamente, o fim prematuro do cessar-fogo resultou em manifestações da oposição congolesa em 11 de março de 2023, tendo à frente do movimento Martin Fayulu, Moïse Katumbi e Augustin Matata Ponyo, todos os três candidatos às próximas eleições presidenciais. Estas manifestações, que atraíram grandes multidões, retomaram as intermináveis ​​acusações de Kinshasa contra o vizinho ruandês, mas visaram sobretudo denunciar o governo do presidente Félix Tshisekedi. “A resposta não é páreo para a agressão”, ouvimos. Os opositores denunciam também a presença, em território congolês, de forças estrangeiras equiparadas às tropas de ocupação imperialistas que só têm olhos para as riquezas do país. Quando é o fim do túnel? Com essas manifestações da oposição, não é preciso ter o terceiro olho do feiticeiro da floresta equatorial, para entender que a guerra no leste da RDC se instalou nas apostas das futuras eleições e corre o risco até de dominar o debates. É certo que se pode surfar no sentimento nacional para chegar à chefia do Estado, mas o perigo é que os políticos sejam capazes de atiçar o fogo em nome de seus interesses. Dito isto, pode-se perguntar, com esses últimos desenvolvimentos, por que o conflito, apesar de todas as iniciativas diplomáticas e até militares, continua estagnado. Entre as causas estruturais, está o fato de o leste da RDC estar na confluência do mosaico de populações que compõem a história da região. Todos os países da região parecem ter representantes ora temidos pelos respectivos regimes dos diversos Estados, ora utilizados para proteger seu poder. Sabemos, de fato, que Ruanda, acusado de apoiar o M23 de tendência tutsi, o usa para lutar e se proteger dos rebeldes das FDLR de tendência hutu. Mas para além do imbróglio da “saladeira” congolesa, são as riquezas do território congolês que despertam os desejos uns dos outros. Esta é, portanto, a confirmação da maldição da riqueza mineral. Estas fontes de fogo são alimentadas por bandos armados que circulam por todos os países da região e que desestabilizaram por sua vez Angola, os dois Congos, Ruanda, Burundi e isto, com a bênção dos mercadores de armas internacionais. Nessa diversidade de interesses, é fácil entender que a paz na RDC está presa a cálculos políticos. A pergunta que podemos nos fazer é a seguinte: quando é o fim do túnel? É difícil responder à pergunta, pois os interesses são tão divergentes. Mas para encontrar a paz, não só é necessário um plano global para a pacificação da região dos Grandes Lagos, como é também e sobretudo necessário que as autoridades congolesas, como sugere a missão da ONU que se encontra no país, concorda em abrir o diálogo com o M23 para apagar o fogo antes de considerar a consolidação da paz. " O país "

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Samuel

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