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domingo, 16 de julho de 2023
Editorial: enquanto EUA lançam bombas no Laos, a China constrói ferrovias.
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Na semana passada, estive no Laos para participar de um fórum sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), proposta pela China. Na reunião, fui informado que as bombas de fragmentação que os militares americanos lançaram no país há 50 anos acabaram sendo o maior desafio para a construção da ferrovia de alta velocidade China-Laos.
Ao andar de trem e mergulhar na beleza da paisagem, você pode não perceber que havia várias bombas não detonadas enterradas ao longo da rota, a maioria das quais eram bombas de fragmentação, lançadas por aviões de guerra dos EUA décadas atrás.
Coincidentemente, em 6 de julho, quando visitei o centro de UXO (sigla inglesa para munições não detonadas) em Luang Prabang, soube que a mais recente ajuda militar de Washington à Ucrânia incluirá bombas de fragmentação.
As bombas de fragmentação enviam centenas ou até milhares de estilhaços do tamanho de bolas de tênis quando explodem, sendo particularmente destrutivas.
Embora o uso de tais bombas tenha sido fortemente condenado pela comunidade internacional, os EUA as usaram em quase todas as guerras travadas desde a Guerra da Coreia (1950-53). Mesmo que os militares dos EUA afirmem que a tecnologia para bombas de fragmentação melhorou dramaticamente, há ainda uma certa taxa de danos colaterais.
Ainda hoje, décadas depois, as bombas de fragmentação que os militares dos EUA lançaram no Laos continuam ameaçando a vida dos seus habitantes.
Estima-se que, entre 1964 e 1973, os militares dos EUA tenham lançado mais de 2 milhões de toneladas de bombas e 270 milhões de munições cluster no Laos, das quais cerca de 30% permanecem sem explodir e cerca de 80 milhões de bombas estão espalhadas e escondidas no solo. Isso faz do Laos um dos países mais fortemente bombardeados da história mundial.
Há um centro de UXO em quase todas as grandes cidades do Laos especializado no desmantelamento e descarte de explosivos, informando os habitantes locais a entender os perigos dos engenhos não detonados, fornecendo informações e assistência às vítimas.
As estatísticas são ainda mais assustadoras. De acordo com o Programa de Desenvolvimento da ONU, mais de 50.000 pessoas foram mortas ou feridas por UXOs no Laos de 1964 até à atualidade. Mais de 20.000 aldeias, ou cerca de um terço do número total de aldeias do país, continuam sob a ameaça destes engenhos.
O Ministério das Relações Exteriores do Laos emitiu uma declaração na segunda-feira apelando aos países ou atores relevantes que parem de usar, transferir ou produzir tais munições para que mais civis no mundo não sejam vítimas destas armas.
Este ano é assinalado o 50º aniversário desde que as últimas bombas americanas foram lançadas no Laos. Por cinco décadas, os americanos fizeram grandes promessas para ajudar a limpar as bombas, e o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu US$ 90 milhões em ajuda. Porém, hoje, o Laos continua com o mesmo problema e a falta de financiamento é um dos principais problemas na remoção de explosivos, dado que 90% do equipamento de deteção precisa de manutenção.
Durante a construção da ferrovia China-Laos de janeiro de 2017 a julho de 2019, cerca de 459 peças de engenhos explosivos foram retiradas de 2.931 hectares de terra local, bem como mais de 460 detritos relacionados, de acordo com um relatório do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais. Dados do lado chinês revelam que mais de US$ 100 milhões foram gastos na detecção e liberação de engenhos explosivos ao longo da rota para garantir a segurança da circulação ferroviária. O lado do laociano enviou também unidades especiais de engenharia.
Quando a construção da ferrovia China-Laos iniciou, a mídia ocidental continuou espalhando rumores de que a ferrovia era uma "armadilha" engendrada pelos chineses para os laocianos.
Tom Fowdy, analista britânico de política e relações internacionais, escreveu que a mídia ocidental está enviando uma mensagem estranha: "O país que bombardeou você é seu amigo, enquanto que aquele que construiu uma nova ferrovia é seu inimigo".
Com o avanço da BRI, a China injetou vitalidade no desenvolvimento pacífico da Ásia e do mundo. Do outro lado do Oceano Pacífico, o país que advoga ser o guardião da paz mundial está ocupado enviando bombas de fragmentação para a Europa. Que legitimidade tem Washington para deter esse título?
Nota: o autor é editor sênior do Diário do Povo e atualmente membro sênior do Instituto Chongyang para Estudos Financeiros da Universidade Renmin da China.
fonte: http://portuguese.people.com.cn/n3/2023
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