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quinta-feira, 15 de agosto de 2024
CRISE DE SEGURANÇA NO LESTE DA RDC: Os pontos positivos da mediação angolana.
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O Presidente angolano, João Lourenço, mediador da União Africana (UA) na crise entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda, esteve em Kinshasa no dia 12 de Agosto de 2024, onde foi recebido em audiência pelo seu homólogo congolês, Félix Tshisekedi. Esta visita ocorre 24 horas depois da tomada de posse do Presidente do Ruanda, Paul Kagame, cerimónia em que participou o mediador. É claro que, com o seu anfitrião ruandês, o presidente angolano discutiu a crise no leste da RDC, antes de voar para Kinshasa, onde teve um tête-à-tête com Félix Tshisekedi. Esta visita enquadra-se nos esforços diplomáticos que visam garantir o cumprimento do novo acordo de cessar-fogo assinado a 30 de Julho em Luanda, entre os dois países, e que entrou em vigor a 4 de Agosto.
Resta apenas esperar que esta trégua dure no longo prazo. Qualquer coisa que possa facilitar a tarefa de João Lourenço nos seus esforços de mediação para o regresso da paz ao leste da RDC. Isto é, pelo menos, o que querem os congoleses que enfrentam os horrores da guerra. De qualquer forma, o mediador angolano parece estar no caminho certo. Isto é evidenciado pela concretização deste cessar-fogo, após a escalada de violência observada no terreno nos últimos meses.
O mais difícil seria reunir os dois chefes de Estado à volta da mesma mesa
E tudo leva a crer que Lourenço pode pôr fim ao sofrimento vivido pelas populações das províncias do Kivu Norte e Ituri, no leste da RDC. Em qualquer caso, terá demonstrado a sua boa vontade e a sua determinação em resolver esta crise que já dura há demasiado tempo. O líder angolano tem, de facto, trabalhado para ganhar a confiança das diferentes partes no conflito. Teve até o mérito de ter reunido os ministros dos Negócios Estrangeiros da RDC e do Ruanda; qualquer coisa que conseguisse mover as linhas.
Dito isto, o mais difícil seria reunir os dois chefes de Estado à volta da mesma mesa. Isto é essencial se quisermos um verdadeiro regresso à paz. Sem dúvida que abordou o assunto durante entrevistas separadas que teve com Paul Kagame e Félix Tshisékédi.
Cabe a estes dois líderes mostrar a sua boa fé, colocando água no seu vinho. Porque, obviamente, na falta de sinceridade, a mediação que começou bem estará fadada ao fracasso. E para os líderes preocupados com o sofrimento do seu povo, é inútil prolongar uma guerra. Além disso, o Homem Magro de Kigali, durante a sua tomada de posse, mais ou menos deixou as pessoas esperarem que ele trabalharia para um regresso à paz com o seu vizinho. Podemos esperar que ele seja sincero ao dizer isso. Cabe ao mediador angolano encontrar as fórmulas certas, capazes de levar os dois vizinhos a fumar o cachimbo da paz.
Por: Edoé MENSAH-DOMKPIN
fonte: lepays.bf
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