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quinta-feira, 5 de maio de 2011

A luta para mostrar ou esconder a prova da morte.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
O cadáver do "Che".
Aos vencedores interessa geralmente exibir o cadáver dos vencidos. E estes preferem geralmente negar-lhes mais essa vitória. Os antecedentes históricos nada provam sobre a morte de Bin Laden. Mas colocam os norte-americanos sob pressão, para divulgarem as anunciadas fotografias do corpo.
O MPLA mostrou o corpo de Savimbi para dissipar entre os irredutíveis da UNITA as últimas veleidades de continuarem o combate. O Governo da Guiné mostrou o corpo de Ansumane Mané, exactamente com o mesmo propósito.
A exibição de cadáveres como troféus vem de longe. Era um hábito do império romano contra os rebeldes a quem chamava bárbaros e manteve-se através dos tempos: no final do século XIX, os colonizadores espanhóis mutilaram e exibiram o cadáver do poeta e independentista cubano José Martí.
O cadáver do "Che": um troféu da CIA
Em 1967, a CIA esteve envolvida na captura do "Che" Guevara e foi factor determinante na decisão de assassiná-lo. Com o Governo boliviano, decidiu expor o cadáver sobre a mesa duma escola primária no meio da selva, e trouxe fotógrafos de todo o lado, para não restarem dúvidas sobre a identidade do morto.
No caso de Bin Laden, a mesma CIA e o mesmo Pentágono não organizaram qualquer exposição do cadáver. Deixaram correr na net fotografias trucadas sem lhes contraporem, por enquanto, as fotografias autênticas que dizem ter.
Terão - mas a demora em divulgá-las está, por qualquer motivo inexplicado, a contrastar escandalosamente com a rapidez que houve em lançar o cadáver ao mar. No caso do "Che", a prioridade atribuída à exposição do cadáver foi tal que este já começava a putrefazer-se e muitos dos fotógrados aparecem com o nariz tapado por isso mesmo.
No caso do "Che", também se decidiu enterrar o corpo em local desconhecido, para não criar um destino de homenagens e manifestações. Esse local só veio a ser revelado décadas depois, quando os restos mortais do "Che" foram entregues a Cuba.
Mas logo na altura houve a preocupação de conservar provas, mesmo dessa morte tão documentada fotograficamente: os carrascos de Guevara cortaram-lhe as mãos. E conservaram-nas até ao dia em que as enviou para Cuba um ministro boliviano aliciado pelos serviços secretos de Fidel. As mãos passaram a fazer parte de um museu do "Che".
No caso de Bin Laden, pelo contrário, a Casa Branca apenas afirma ter a prova da identidade do morto através de amostras de ADN recolhdias do cadáver e coincidentes com as de uma irmã morta há alguns anos. As amostras poderão ser convincentes para a Casa Branca, mas são-no menos para a opinião pública.
O cadáver de Hitler: o troféu que Estaline não conseguiu
Quando Hitler decidiu suicidar-se, deu instruções rigorosas aos seus ajudantes para que regassem com gasolina o seu cadáver e o de Eva Braun e que depois lhes deitassem fogo.
Certamente essas instruções se destinavam a esconder algo mais que o suicídio com vulgares cápsulas de cianeto - não com o processo mais heróico do tiro de pistola. Elas destinavam-se sobretudo a negar a Estaline o troféu propagandístico que seria a exibição do cadáver de Hitler.
Com efeito, sabe-se que Estaline parecia obcecado em capturar Hitler ou uma prova física da sua morte. Por isso dera ordens para que o cadáver fosse activamente procurado no bunker por uma unidade especial. A ansiedade era tal que a certa altura se identificou como cadáver de Hitler o de um outro homem que apresentava uma vaga semelhança física.
O facto de não ter aparecido um cadáver em condições de se fotografar de forma reconhecível alimentou durante muitos anos especulações sobre a alegada fuga de Hitler para um país estrangeiro, e entre os saudosistas da extrema-direita uma crença messiânica no regresso do "Führer".
E o escalpe?
Obama não capturou Bin Laden e aparentemente não quis capturá-lo, para depois não se ver confrontado com o mesmo dilema dos captores do "Che": assassiná-lo ou oferecer-lhe a tribuna de agitação de um processo altamente mediatiizado (embora o "tiro na cabeça" de que se diz ter morrido o chefe terrorista levante dúvidas sobre a versão da morte em combate).
Seja como for, matar Bin Laden é uma vitória de Obama e um ponto que marcou na sua pré-campanha eleitoral. Como hoje afirma o comentador israelita Amir Oren, para a pré-campanha de Obama tem mais valor o escalpe de Bin Laden do que uma certidão de nascimento do próprio Obama.
Mas onde está o escalpe?
fonte:angola24horas

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Samuel

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