Postagem em destaque

EXPULSÃO DE TRÊS DIPLOMATAS FRANCESES DO BURKINA: A espessa nuvem entre Ouaga e Paris não está pronta para se dissipar.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!... Este é um novo arrepio nas relações já bastante geladas entre o Burk...

domingo, 22 de maio de 2011

Rússia Comemora 90º Aniversário Natalício de Andrei Sakharov.

NO BALUR I STA NA NO KUNCIMENTI, PA KILA, NO BALURIZA KUNCIMENTI!...
Photo: RIA Novosti
 Em 21 de maio é comemorado na Rússia o 90º aniversário natalício do acadêmico Andrei Sakharov, um cientista, humanista e figura social brilhante do século XX. Uma personalidade relevante da História nacional e mundial, “Prêmio Nobel da Paz”, um físico e defensor dos Direitos Humanos extraordinário. Seu nome é sinônimo da responsabilidade assumida por todo cientista pelas consequências dos seus trabalhos. E, ao mesmo tempo, ele é símbolo da luta pela liberdade, um dos valores mais importantes da humanidade.
Quev é que a figura desse grande pensador significa para o mundo contemporâneo e para a Rússia oficial, científica e inteletual? A questão é tema da conferência internacional “Andrei Sakharov: Preocupação e Esperança – 2011”, atualmente realizada em Moscou. O encontro juntou pesquisadores, figuras sociais e políticos russos e estrangeiros. Segundo assinalou Vladimir Lukin, ouvidor federal dos Direitos do Homem, os pontos de refência morais sustentados por Andrei Sakharov são igualmente atuais para a época soviética e para a contemporânea. Disse mais adiante:
É uma figura sem paralelo revelando um caráter multifário e genialidade. Ele foi um destacado pensador que lutou pelos Direitos do Homem na vida política e na vida social. Lutou de uma forma tenaz e abnegada, com um risco e um empenho enorme. Todavia, não encarava esse problema de uma maneira unilateral, não agia com um fanatismo excessivo. Ele era cientista; portanto, escutava as opiniões de outras pessoas e as sintetizava.
Desde meados do século passado, Andrei Sakharov, um “pai” da bomba de hidrogênio, manifestava-se energicamente pelo fim dos ensaios nucleares e pela proibição da pena de morte. Ele era contra a entrada de tropas soviéticas no Afeganistão. Essas suas atividades granjearam-lhe o “Prêmio Nobel da Paz”. Em sua terra natal, entretanto, o cientista foi privado de todos os títulos honoríficos e mandado para o exílio donde voltaria triunfalmente só com o início da “perestroika”. Andrei Sakharov torna-se então deputado federal. Em todas as sessões do Legislativo ele sempre sobe à tribuna com pressa de externar o quanto se havia nele acumulado ao longo dos anos de um silêncio forçado. E também preparava uma variante de Constituição federal, chegando a encaminhar aquele seu projeto a Mikhail Gorbatchiov. Todavia, já não tinha tempo para receber uma resposta. Em 1989 Andrei Sakharov deixou o mundo dos vivos, não tendo seu coração suportado tantas provações. Como diz o comissário para os Direitos Humanos do Conselho da Europa, Thomas Hammarberg, Andrei Sakharov era um ouvidor nacional informal, um líder moral que hoje faz falta à Europa. E continua:
O que me admira é que agora, 22 anos depois de sua morte, ele ainda continua como uma figura extremamente importante e que os temas por ele levantados continuam atuais. Ele defendia os direitos da mídia, ele falava da necessidade do livre acesso à informação. Muitos desses problemas ainda subsistem. Refiro-me não somente à Rússia, mas também a muitos países europeus.
Agora, porém, as ideias de Andrei Sakharov vêm adquirindo um sentido novo e está chegando a hora de seu retorno. Mikhail Fedotov, presidente do Conselho para o Desenvolvimento da Sociedade Civil e para os Direitos Humanos junto à Presidência federal da Rússia, declarou que quem lê nos nossos dias os pronunciamentos de Andrei Sakharov fica com a impressão de que ele estava descrevendo o dia de hoje. E explica:
Pode-se encontrar em suas obras muitas recomendações precisas sobre o que hoje deveríamos fazer. Anotei só algumas. “Diante de uma catástrofe econômica iminente e o trágico agravamento das relações interétnicas, vão se operando no País uns processos poderosos e perigosos. Se nos deixarmos levar pela corrente nos deixando embalar pela esperança de umas mudanças graduais para melhor, as crescentes tensões poderão fazer explodir nossa sociedade produzindo as sequelas mais trágicas.” Dá a sensação de terem estas palavras sido pronunciadas ontem. Mas foram escritas há mais de 20 anos. Isso, porém, não significa que estejamos marcando passo. É-nos importante ganhar a vastidão do desenvolvimento moderno. E então vai tudo dar certo nas áreas da modernização e democratização.
Nos últimos anos de vida do acadêmico, sua ação social e política, embora tivesse ascendido ao primeiro plano, não ensombrou as realizações profissionais do destacado cientista. Quando trabalhava com desenvolvimento da arma termonuclear, Andrei Sakharov julgava ser isso necessário para manter o equilíbrio mundial, mas ao mesmo tempo era ciente do perigo colossal do que se ocupava. Foi por sua iniciativa que em 1963 a União Soviética, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha assinaram em 1963 o “Tratado para Proibição dos Ensaios Nucleares sob a Água, no Ar e no Espaço”.
Todavia, o dom da previsão de Andrei Sakharov deixa os contemporâneos não menos admirados do que seu talento científico. Em 1974, ele escreve para a revista estadunidense “The Saturday Review” um artigo intitulado “O Mundo dAqui a Meio-Século”, no qual, além do mais, o acadêmico prediz o nascimento da “Internet”. “Dentro de 50 anos – dizia -, prevejo a criação de um sistema informativo global que torne acessível a cada um e em qualquer minuto o conteúdo de qualquer livro e qualquer artigo, assim como a obtenção de quaisquer dados. Então desaparecerão todas as barreiras no caminho de intercâmbio de informações entre os países e as pessoas.” Passaram-se desde então 15 anos, e eis que em 1989, ano da morte do humanista, é formulado o conceito de “Teia Mundial”. Andrei Sakharov julgava ser a desunião da humanidade um perigo grande para sua existência e não parava de argumentar que somente uma colaboração igualitária, a transparência e o respeito pela personalidade permitiriam preservar a civilização. Pelo que vemos, essas ideias do grande cientista e defensor dos Direitos Humanos continuam atuais ainda hoje.

Fonte: Vozdarússia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.

Um abraço!

Samuel

Total de visualizações de página