A Universidade Agostinho Neto (UAN) atribuiu, pela primeira vez nos seus mais de trinta anos de percurso, o grau de doutor a um discente. O homem que fez história é Mulangu Malenga Justin, tem 69 anos de idade e é de nacionalidade democrato-congolesa, tendo nascido em Lubumbashi.
Está ligado também à primeira universidade pública angolana por via da docência, ensinando química naquele centro de altos estudos.
O acontecimento ocorreu na terçafeira desta semana, dia 17 de Abril de 2012.
Presidido pelo reitor da UAN, Orlando Manuel José Fernandes da Mata, o corpo de júri teve como arguentes o professor Carlos Diakanamwa e os docentes lusos Alírio Rodrigues, Arminda Alves e Patrícia Valentão. O painel aprovou a tese e a dissertação do candidato com distinção e louvor.
“O candidato foi aprovado com distinção e louvor, sendo-lhe atribuído, pela UAN, a graduação de Phd”, realçou o presidente do júri.
Mulangu Malenga Justin defendeu, durante 140 minutos, uma tese na área de engenharia química, intitulada “Contribuição para o Estudo de Plantas Medicinais em Angola com Actividade Hepato-Protectora: caracterização do perfil fenólico da Boerhaavia Diffusa L”.
A pesquisa foi direccionada para a extracção, separação e identificação dos compostos activos da Boerhaavia Diffusa L e avaliação da sua origem geográfica, a natureza do solo e as condições climáticas sobre a quantidade de compostos activos.
A investigação debruçou-se também sobre a riqueza do país em termos de plantas medicinais.
Em declarações à imprensa, no final do evento, Mulangu Malenga Justin disse que as investigações levaram cerca de dez anos e foram bastante profícuas.
“Tive que ler, investigar e estudar muito e de forma dedicada, mas no final de tudo valeu a pena, visto que obtive uma nota positiva”, realçou.
Disse que, apesar da idade avançada e com várias responsabilidades académicas e familiares, conseguiu obter o grau de Phd, por isso espera que esse gesto sirva de exemplo para os mais jovens.
“Espero que os jovens sigam o meu exemplo e procurem sempre concluir a sua formação, a fim de contribuírem, cada vez melhor, no processo de desenvolvimento do país”, sublinhou.
O acto, realizado no auditório do Campus Universitário, em Camama, contou com a presença do secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, João Sebastião Teta, assim como de académicos, estudantes entre outras entidades nacionais e estrangeiras.
“A INDEPENDÊNCIA INTELECTUAL DE ANGOLA”
No entender de João Sebastião Teta, ele próprio um antigo reitor da Universidade Agostinho Neto e hoje a exercer a função de secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, o primeiro doutoramento saído da UAN pode ser visto que “hoje (17 de Abril 2012) é o dia da aquisição da independência intelectual de Angola”.
O estudioso acrescentou que o trabalho de Malenga Justin “é o desabrochar da investigação científica em Angola”, frisando que “o doutoramento é um passo fundamental para o ensino superior”.
Emocionado, João Sebastião Teta disse que o país está a dar os primeiros passos para a investigação científica e um dos indicadores da qualidade de ensino e da investigação é o número de doutores formados por ano. “Este é o primeiro, mas esperamos que continuemos a formar doutores”, sublinhou.
DE ONDE SE SAI
No uso da palavra, o professor doutor Orlando da Mata, na sua qualidade de reitor da Universidade Agostinho Neto, lembrou que os primeiros cursos de pós-graduação foram atribuídos nos anos noventa e em 2000 o Senado Universitário aprovou o regulamento dos mestrados e doutoramentos.
Recordou igualmente que a UAN é o primeiro estabelecimento público de ensino superior em Angola, herdeira do património da Universidade de Luanda.
Explicou também que a Universidade Agostinho Neto tem como atribuições organizar cursos de pósgraduação, de bacharelato e de licenciatura, além de desenvolver actividades de investigação científica, tecnológica e de inovação.
Universidades de Angola e Brasil ligadas
Desde quinta-feira última, 19, a Universidade Agostinho Neto (UAN) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, sedeada no Ceará (Brasil), estão ligadas por um convénio assinado em acto solene no moderno Campus Universitário de Camama, em Luanda.
Amparado pelos respectivos reitores, Professores Doutores Orlando Manuel José Fernandes da Mata (Angola) e Paulo Speller (Brasil), o acordo assenta as bases para uma cooperação em que as duas partes aceitarão, “sob consentimento mútuo e existência de condições apropriadas”, qualquer programa oferecido e proposto por qualquer das partes como desejável, executável e que venha a contribuir para o fomento e o desenvolvimento de relações de cooperação entre as duas partes.
O entendimento abarca um vasto campo, como o intercâmbio de membros do corpo docente e do quadro técnico de nível superior; intercâmbio de estudantes; elaboração de actividades conjuntas de ensino e pesquisa; participação em seminários e encontros académicos; participação em programas académicos especiais de curta duração; desenvolvimento de actividades de intercâmbio cultural, entre vários outros itens. A ligação quintafeira definida em documento escrito terá uma duração de cinco anos, passível de ser prorrogada, bastando, para tal, nota redigida com antecedência de pelo menos seis meses.
fonte: OPAIS.NET
Desde quinta-feira última, 19, a Universidade Agostinho Neto (UAN) e a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, sedeada no Ceará (Brasil), estão ligadas por um convénio assinado em acto solene no moderno Campus Universitário de Camama, em Luanda.
Amparado pelos respectivos reitores, Professores Doutores Orlando Manuel José Fernandes da Mata (Angola) e Paulo Speller (Brasil), o acordo assenta as bases para uma cooperação em que as duas partes aceitarão, “sob consentimento mútuo e existência de condições apropriadas”, qualquer programa oferecido e proposto por qualquer das partes como desejável, executável e que venha a contribuir para o fomento e o desenvolvimento de relações de cooperação entre as duas partes.
O entendimento abarca um vasto campo, como o intercâmbio de membros do corpo docente e do quadro técnico de nível superior; intercâmbio de estudantes; elaboração de actividades conjuntas de ensino e pesquisa; participação em seminários e encontros académicos; participação em programas académicos especiais de curta duração; desenvolvimento de actividades de intercâmbio cultural, entre vários outros itens. A ligação quintafeira definida em documento escrito terá uma duração de cinco anos, passível de ser prorrogada, bastando, para tal, nota redigida com antecedência de pelo menos seis meses.
fonte: OPAIS.NET
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Samuel