O interesse da Shell em explorar o gás moçambicano
está a agitar Maputo. A petrolífera anglo-holandesa tenta a todo o
custo obter as ações da Cove Energy, que explora o recurso em
Moçambique.
Nos
últimos tempos Moçambique tem atraído muito investimento estrangeiro,
com as descobertas de gás natural. A empresa irlandesa Cove Energy
colocou à venda 8,5% das ações que detém na prospecção de
hidrocarbonetos liderada pela norte-americana Anadarko. A empresa
tailandesa PTT manifestou interesse, tal como a Shell.
Assédio da Shell
Plataforma petrolífera flutuante da Shell
Entretanto o assédio da Shell tem sido tão grande que está a
provocar uma agitação neste mercado. A Cove Energy, por seu lado, já
demonstrou a sua satisfação pela oferta da Shell, que agora subiu para
1,37 mil milhões de dólares. Mas o que pode representar para Moçambique.
Sebastian Meiler da Economista Intelligence Unit acredita que estas riquezas consequente chuva de investimentos estrangeiros significa "a mudança da estrutura econômica" de Moçambique. O Economista, acredita que "nos próximos dois anos veremos importantes investimentos na indústria extrativa, principalmente do gás. Isso irá impulsionar o crescimento da economia moçambicana, atrair investimento adicional também para infra-estruturas e para o sector privado".
Críticas ao governo
Enquanto a disputa entre as empresas prossegue, o governo moçambicano estuda formas de atrair mais valias desta situação. Mas Maputo já fez saber que vai taxar a operação de compra das ações da Cove Energy com um imposto de 12,8%. Entretanto, o governo moçambicano tem sido alvo de várias críticas a nível interno e externo por falta de transparência e por não tirar os devidos proveitos dos mega-projetos, facto que prejudica o país.
Para Sebastian Merley os resultados destes investimentos, em termos de desenvolvimento do país, podem ser positivos se o governo mantiver "as coisas claras com os investidores, em termos de transparência, no que diz respeito à forma de taxação na transação entre a Cover Energy e as empresas interessadas".
O economista defende que os cidadãos têm de saber quanto o governo ganha com esta transação. Mas também é tarefa do governo, acrescenta Merley, "investir em infra-estruturas, mas também noutros sectores".
Boas perspectivas de crescimento mas...
De acordo com previsões da Economist Intelligence Unit, Moçambique vai ter um crescimento forte atingindo uma média de 8% ao ano, devido, principalmente, ao sector mineiro. Apesar das boas perspectivas de crescimento económico apresentadas pelo próprio governo e por instituições internacionais, as condições de vida das populações ainda são difíceis.
Segundo a Economist Intelligence Unit, as condições de vida das populações ainda são difíceis. Na foto: pessoas a vender no mercado informal
A sociedade civil local tem relatado casos em que as comunidades em
redor dos mega-projectos não registaram melhorias assinaláveis. E a
este propósito a Economist Intelligence Unit considera que o governo
deve providenciar mais benefícios à população.
Por outro lado a organização tem uma previsão otimista para o país, sob o ponto de vista do comércio internacional. Segundo Sebastian Melier, "É certo que Moçambique se tornará um importante interveniente no comércio internacional. A Anadarko tem muito interesse no gás, o que significa que ele será vendido para vários lugares."
Autora: Nádia Issufo
Edição: Carla Fernandes/António Rocha
fonte: DW
Assédio da Shell
Plataforma petrolífera flutuante da Shell
Sebastian Meiler da Economista Intelligence Unit acredita que estas riquezas consequente chuva de investimentos estrangeiros significa "a mudança da estrutura econômica" de Moçambique. O Economista, acredita que "nos próximos dois anos veremos importantes investimentos na indústria extrativa, principalmente do gás. Isso irá impulsionar o crescimento da economia moçambicana, atrair investimento adicional também para infra-estruturas e para o sector privado".
Críticas ao governo
Enquanto a disputa entre as empresas prossegue, o governo moçambicano estuda formas de atrair mais valias desta situação. Mas Maputo já fez saber que vai taxar a operação de compra das ações da Cove Energy com um imposto de 12,8%. Entretanto, o governo moçambicano tem sido alvo de várias críticas a nível interno e externo por falta de transparência e por não tirar os devidos proveitos dos mega-projetos, facto que prejudica o país.
Para Sebastian Merley os resultados destes investimentos, em termos de desenvolvimento do país, podem ser positivos se o governo mantiver "as coisas claras com os investidores, em termos de transparência, no que diz respeito à forma de taxação na transação entre a Cover Energy e as empresas interessadas".
O economista defende que os cidadãos têm de saber quanto o governo ganha com esta transação. Mas também é tarefa do governo, acrescenta Merley, "investir em infra-estruturas, mas também noutros sectores".
Boas perspectivas de crescimento mas...
De acordo com previsões da Economist Intelligence Unit, Moçambique vai ter um crescimento forte atingindo uma média de 8% ao ano, devido, principalmente, ao sector mineiro. Apesar das boas perspectivas de crescimento económico apresentadas pelo próprio governo e por instituições internacionais, as condições de vida das populações ainda são difíceis.
Segundo a Economist Intelligence Unit, as condições de vida das populações ainda são difíceis. Na foto: pessoas a vender no mercado informal
Por outro lado a organização tem uma previsão otimista para o país, sob o ponto de vista do comércio internacional. Segundo Sebastian Melier, "É certo que Moçambique se tornará um importante interveniente no comércio internacional. A Anadarko tem muito interesse no gás, o que significa que ele será vendido para vários lugares."
Autora: Nádia Issufo
Edição: Carla Fernandes/António Rocha
fonte: DW
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Samuel