O presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, general-de-exército Raúl Castro Ruz, disse em 28 de setembro, na ONU que a comunidade internacional sempre poderá contar com a sincera voz de Cuba frente à injustiça.
Foto: telesurtv.net
DURANTE sua intervenção no segmento de alto nível do 70º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas, Raúl advogou por uma ordem internacional mais justa e equitativa, em cujo centro esteja o ser humano, sua dignidade e bem-estar.
O general-de-exército lembrou que há 70 anos e em nome dos povos, foi subscrita a Carta da ONU e se estabeleceu um compromisso para preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra.
“Contudo, lembrou o presidente cubano, desde então têm sido constantes as guerras de agressão e intervenções nos assuntos internos dos Estados, derrocamentos pela força de governos soberanos, golpes brandos e a recolonização dos territórios”.
Nesse sentido, afirmou que as técnicas têm vindo a aperfeiçoar-se, com formas de agir não convencionais e o emprego de novas tecnologias, lançando mão do pretexto de supostas violações dos direitos humanos.
A esse respeito assegurou que é inaceitável a militarização do ciberespaço e o uso das novas tecnologias para agredir outros estados.
Relativamente aos direitos humanos, disse que o tema continua sendo utilizado de maneira seletiva e discriminatória para validar e impor decisões políticas.
“As causas dos conflitos devem ser procuradas na pobreza e desigualdade geradas pelo colonialismo e o despojo, primeiro e pelo imperialismo depois”, acrescentou.
Raúl indicou que apesar da Carta da ONU e dos princípios que defende, o desfrute dos direitos fundamentais continua sendo uma utopia para milhões de pessoas.
Mencionou que no mundo ainda há 781 milhões de adultos analfabetos e 17 mil crianças morrem de doenças curáveis cada dia.
Entretanto, as despesas militares são superiores a 1,7 trilhão de dólares.
“Tão só com uma fatia deste montante, disse Raúl, poderiam ser resolvidos os problemas mais graves da humanidade”.
“Inclusive nos países desenvolvidos, acrescentou, desapareceram as sociedades de bem-estar que se mostravam como exemplo para o mundo”.
“Os sistemas eleitorais e os partidos tradicionais que dependem do dinheiro e a publicidade são cada vez mais alheios e distantes das aspirações dos povos”, afirmou.
Raúl referiu que a mudança climática põe em perigo a existência da humanidade e o tema deve ser abordado a partir do critério de responsabilidades comuns mas diferenciadas.
“As consequências da mudança climática são especialmente devastadoras nos países insulares e impõem uma atenção adicional a suas frágeis economias. O mesmo acontece na África com o incremento da desertificação”, acrescentou.
Nesse sentido, criticou o consumismo irracional e insustentável do capitalismo atual.
Em sua intervenção, o general-de-éxército destacou a criação da Celac e particularmente a assinatura, por parte dos chefes de Estado e de governo, em janeiro de 2014, da proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz.
Raúl disse que com essa declaração ficou demonstrado que acima de nossas diferenças, podemos avançar rumo à unidade e a consecução de objetivos comuns no marco de nossa diversidade, o qual gerou aplausos entre os participantes.
O presidente cubano ressaltou que a proclamação defende que o pleno respeito ao direito inalienável de todo Estado a eleger seu sistema político, econômico, social e cultural constitui uma condição essencial para a convivência pacífica entre as nações.
Raúl ratificou a solidariedade de Cuba com a Venezuela, frente às tentativas de subverter sua ordem constitucional e destruir a obra do companheiro Hugo Chávez, continuada pelo presidente Nicolás Maduro a favor do povo venezuelano.
Ainda, precisou que a Ilha também se solidariza com o Equador, sua Revolução Cidadã e a figura do líder Rafael Correa, que se converteu em alvo do mesmo roteiro de desestabilização aplicado contra outros governos progressistas da região.
Também tornou pública a solidariedade cubana com o pedido das nações caribenhas de serem compensadas pelo período da escravidão.
Ratificou, aliás, a convicção de que o povo de Porto Rico merece ser livre e independente, depois de mais de um século submetido à dominação colonial.
Da mesma maneira, lembrou o apoio de Cuba à causa argentina respeito às Ilhas Malvinas e o apoio solidário à presidenta Dilma Rousseff na defesa de suas importantes conquistas sociais e a estabilidade do país.
Finalmente, rejeitou a intenção de estender a presença da OTAN ate as fronteiras da Rússia e a aplicação de sanções unilaterais e injustas contra essa nação.
#granma.cu
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Samuel