Presidente Kagame quando ele se reuniu com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan. FOTO | CORTESIA.
Ruanda poderá estar à procura de novos amigos no Oriente Médio e na Ásia apesar do país enfrentar no exterior uma onda de críticas por parte dos países ocidentais que não querem permitir que o presidente Paul Kagame busque um novo mandato ao cargo de presidente quando seu atual expirar em 2017.
Pouco depois de anunciar que ele vai concorrer a um terceiro mandato, o presidente Kagame visitou na segunda-feira os Emirados Árabes Unidos e se reuniu com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Os dois se conheceram em outubro de 2014.
Analistas políticos apontam que visitas freqüentes do presidente Kagame e interesse crescente no Oriente Médio sinalizam afastamento do Ruanda do Ocidente, seria como o país o afastamento do "Querido Ocidente".
Eventos recentes indicam que o presidente Kagame e seu governo já têm procurado novos aliados, no caso de os antigos deciderem agir da maneira que eles costumam fazer em tais circunstâncias - por meio de sanções e cortes de ajuda.
"O presidente Kagame está ciente de que Ruanda exigirá novos amigos que, ao contrário dos países norte-americanos ou europeus, não criticam ou agem sobre a sua decisão de concorrer a outro mandato na sequência da alteração da Constituição e do referendo", disse um político ruandês e analista. "Estes países poderão incluir a China, a Turquia, Israel, Emirados, Singapura e países de leste distantes como a Coréia do Sul."
O analista acrescentou que a recente decisão do Ruanda em restabelecer as missões diplomáticas em diferentes países do Oriente Médio e asiáticos aponta para isso.
O Presidente Kagame tem sido objecto de fortes críticas por parte do governo dos Estados Unidos sobre o anúncio de 01 de janeiro de que ele vai concorrer de novo à presidência em 2017, na sequência da alteração da constituição e de um referendo em que 98 por cento dos eleitores votaram a favor para que ele concorra novamente.
John Kirby, porta-voz do Escritório de Assuntos Públicos do Departamento de Estado, disse em 2 de janeiro que os EUA estavam "profundamente decepcionados" quando o presidente Kagame anunciou sua intenção de concorrer a um terceiro mandato na eleição que vem em 2017.
"Com esta decisão, o Presidente Kagame ignora uma oportunidade histórica para reforçar e solidificar as instituições democráticas do povo ruandês que vêm a mais de 20 anos trabalhando tão duro para estabelecer", disse Kirby.
O líder ruandês no entanto disparou de volta para seus críticos americanos, dizendo que os EUA não precisam estar decepcionados com a escolha de um líder pelo povo, acrescentando que os problemas de África, como a pobreza, a doença, governança, tecnologia e mais, não podem ser facilmente resolvidos por aquilo que está por trás dessa atitude, "profunda decepção".
"Há bastante coisas muito decepcionantes acontecendo em todo o mundo, esperamos levar a nossa própria carga e não o fardo dos outros," disse o Presidente Kagame através do Twitter.
Uma vez visto como um "queridinho dos EUA" por transformação económica que introduzio no país dilacerado por genocídio de 1994 fente aos tutsis. O líder ruandês tem enfrentado ataques de antigos aliados, como Samantha Power, o embaixador dos EUA na ONU.
A Sra. Power, anteriormente vista como uma entusiástica defensora do governo do presidente Kagame, descreveu os acontecimentos que que ocorreram até 18 de dezembro como "manobras parlamentares" - para o desgosto do presidente Kagame.
Última visita de Kagame para os Emirados Árabes Unidos poderia ser interpretada como uma dica sobre a mudança de direção que o Ruanda está tomando agora.
Em sua viagem à rica nação asiática, ao Kagame foi garantido fundos no valor de $ 75 milhões para a construção da auto-estrada na Província a Este de Nyagatare-Rukomo.
Também em abril do ano passado, de Ruanda, o ministro dos Negócios Estrangeiros Louise Mushikiwabo liderou uma delegação para a China, onde ela obteve financiamentos para a barragem de Nyabarongo de 120MW e o II projeto de água em Mutobo, que deverá custar cerca de US $ 200 milhões.
E em Outubro, a Sra Mushikiwabo viajou para Moscou, onde conheceu o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, para discutir a cooperação bilateral.
Isso pode indicar que o presidente Kagame está interessado em fazer novos amigos depois de avaliar a possível perda daqueles que o adoraram no Ocidente.
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Samuel