O primeiro Presidente da República de Cabo Verde, Aristides Pereira, falecido em 2011, será o tema de um simpósio internacional no país, a realizar entre 16 e 18 de novembro, anunciou hoje a organização do evento.
O simpósio, que decorrerá na cidade da Praia e terá uma extensão à ilha da Boavista, terra natal de Aristides Pereira, é promovido em parceria pela Fundação Amílcar Cabral e pela Associação dos Combatentes pela Liberdade da Pátria (ACOLP) e conta com o patrocínio do Governo e da Presidência da República.
O programa do evento, que hoje foi apresentado em conferência de imprensa, está ainda em aberto, mas de acordo com Crispina Gomes, que preside à comissão organizadora, pretende "congregar amigos, familiares, conhecidos e gente da rua" em torno da figura de Aristides Pereira.
Durante quatro dias, académicos e investigadores da história de libertação nacional da Guiné-Bissau e Cabo Verde irão debruçar-se sobre o percurso de Aristides Pereira como "homem, estadista, e combatente da liberdade da pátria".
Segundo Crispina Gomes, haverá também espaço para uma "sessão de diálogo intergeracional" em que jovens, ativistas sociais, estudantes, investigadores e quadros terão oportunidade de "dialogar com a geração da luta para troca de ideias, de experiências e até de provocações".
Além do simpósio internacional, será igualmente promovida uma exposição sobre a vida e obra do primeiro Presidente da República de Cabo Verde, que faleceu aos 87 anos, e visitas a vários locais relacionados com o seu percurso.
"Faremos uma deslocação à Boavista onde será inaugurado um busto de Aristides e vamos descerrar uma placa com o seu nome numa das avenidas da cidade de Sal Rei. Vamos também a Fundo das Figueiras, onde nasceu, para assinalar esse povoado com o seu nome, além fazermos uma visita ao cemitério onde se encontra sepultado", disse Crispina Gomes.
Quanto aos convidados do simpósio, o Presidente da Fundação Amílcar Cabral, Pedro Pires, assinalou a presença prevista de um representante do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos - convidado quando ainda ocupava a Presidência de Angola -, do ex-embaixador norte-americano em Cabo Verde, Vernon Penne, e do general angolano António dos Santos França "Ndalu".
Presente estará também uma delegação da Fundação Agostinho Neto, de Angola, que irá promover, no âmbito do simpósio, uma homenagem a Aristides Pereira, Amílcar Cabral e ao poeta Corsino Fortes.
Os responsáveis pela organização do evento assinalaram a dificuldade em trazer ao simpósio figuras contemporâneas de Aristides Pereira por terem já falecido ou apresentarem situações de saúde que não permitem viajar.
Pedro Pires adiantou que o ex-Presidente da República de Portugal, Ramalho Eanes, foi a primeira personalidade a ser convidada para o evento, mas que não estará presente por não poder viajar.
"Temos a pouca sorte de Almeida Santos e Mário Soares não estarem entre nós porque seriam presenças incontornáveis", adiantou Pedro Pires.
Considerou que resta "registar o papel deles" no percurso de Aristides Pereira e nas relações internacionais de Cabo Verde.
"A nossa intenção é homenagear e manifestar o nosso reconhecimento à pessoa, ao seu percurso e a tudo aquilo que fez", sublinhou.
O primeiro Presidente da República de Cabo Verde, Aristides Pereira, morreu em setembro de 2011 nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), em Portugal.
Aristides Pereira envolveu-se na luta pela independência de Cabo Verde, a partir dos anos 1940. Juntamente com Amílcar Cabral, fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956, assumindo o cargo de secretário-geral, em 1973.
Com a conquista da independência, em 1975, Aristides Pereira tornou-se o Presidente da República de Cabo Verde, tendo permanecido na Presidência da República até 1991.
Em 1991, e após eleições democráticas, Aristides Pereira perdeu para António Mascarenhas Monteiro, falecido em 2016.
A António Mascarenhas Monteiro sucedeu Pedro Pires e a este o atual chefe de Estado Jorge Carlos Fonseca, que presidirá à cerimónia de abertura do simpósio.
Conosaba/Lusa
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo desde que contribua para melhorar este trabalho que é de todos nós.
Um abraço!
Samuel