Continua o apuramento eleitoral em
Moçambique. FRELIMO segue na frente das contagens em algumas províncias.
13,1 milhões de eleitores foram chamados a votar na terça-feira (15.10) para as
sextas eleições gerais do país.
Todas as
atualizações na hora de Maputo
Os
principais acontecimentos até agora:
- RENAMO está a boicotar todos os processos de apuramento de votos; MDM ameaça impugnar eleições em Inhambane;
- Missões de observação internacional falam em sufrágio "pacífico e ordeiro";
- CIP diz que FRELIMO elegeu os governadores das 10 províncias;
- FRELIMO está na frente na contagem de votos em Cabo Delgado, Inhambane, Manica e Zambézia;
- Pelo menos dois mortos durante o processo de apuramento de resultados;
- CIP prevê abstenção a rondar os 45%;
- FRELIMO foi o partido mais votado em Portugal e Alemanha;
12:15 Em
entrevista à DW África, Cremilda Sabino, coordenadora da comissão de operações
eleitorais, afirma que, na cidade da Beira, a "lei vai ser cumprida",
ou seja, os resultados eleitorais serão anunciados, esta sexta-feira (17.10),
ao final da tarde.
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vídeo 01:21
Eleições em Moçambique: Processo de contagem a
"correr bem" na cidade da Beira
11:56 Em
Inhambane, sem surpresas, Filipe Nyusi da FRELIMO segue na frente do
apuramento para as presidencias com 188.005 votos válidos. Ossufo
Momade, da RENAMO, tem 28.987 votos. Já Daviz Mbepo Simango
(MDM) conseguiu 10.137 e Mário Albino (AMUSI) 1.780.
Segundo o
STAE, já foram processadas 819 de um total de 1.177 mesas. Registou-se uma
abstenção de 62,45%.
No caso do
apuramento de resultados para a Assembleia da República, a FRELIMO
encabeça os números (177.873 votos), seguida da RENAMO (22.809) e
do MDM (8.185). Para a Assembleia Provincial, a FRELIMO vai à frente com
156.548 votos válidos, relegando para segundo plano a RENAMO (24.461), MDM (9.180) e PARESO (1.852).
156.548 votos válidos, relegando para segundo plano a RENAMO (24.461), MDM (9.180) e PARESO (1.852).
11:42 A
Missão de observação eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) acaba de fazer o seu balanço sobre as eleições moçambicanas. Mário
Brandão falou em nome de Lopo Nascimento, chefe da missão, que contou com
sete equipas espalhadas por vários pontos do país. O responsável apelou às
autoridades moçambicanas que esclareçam "os graves incidentes que
decorreram durante a campanha eleitoral".
A CPLP
defende que "de uma maneira geral as assembleias de voto funcionaram de
maneira ordeira e pacífica" e felicitou ainda o povo moçambicano pelo
"civismo e serenidade" com que exerceu o seu direito de voto.
11:29 Em
Inhambane, os mandatários da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) e
Movimento Democrático de Moçambique (MDM) negam-se a assinar os
editais eleitorais. Segundo o correspondente da DW África no local,
Luciano da Conceição, os mandatários daquelas formações políticas nas
comissões distritais de Massinga, Vilankulo, Funhalouro, Zavala, Homoine,
Inharrime, Govuro, Inhassoro, Mabote, Massinga, Panda, Morrumbene, Jangamo e
Maxixe continuavam a negar-se a assinar as atas dos editais sob orientação
dos seus superiores.
Nifrai
França, oficial de comunicação e imagem do STAE em Inhambane, reconhece o
clima de mau ambiente, mas garantiu que o processo não vai parar mesmo sem a
assinatura dos mandatários dos partidos da oposição. "Eles já sabem onde
devem reclamar estes assuntos, ou seja, existe um fórum próprio que pode ser
usado para contestar os resultados".
Ao início da
tarde de hoje, a Comissão Provincial de Eleições em Inhambane deverá dar
uma conferência de imprensa sobre os dados até aqui processados e explicar
algumas questões técnicas.
Boletim do Centro de Integridade Pública dá vitória por larga maioria a Filipe Nyusi (FRELIMO)
11:13 Em
comunicado o Centro de Integridade Pública (CIP), indica que a FRELIMO ganhou
as eleições com maioria qualificada (2/3 dos votos). As projeções atuais
daquela organização indicam que Filipe Nyusi obteve pelo menos 70% dos votos.
Ossufo Momade obteve 21% e Daviz Simango 7%. Mário Albino não foi além de 1%.
Segundo o
boletim do CIP, a RENAMO está a boicotar todos os processos de apuramento
de eleições nas comissões distritais.
A afluência
às urnas é estimada em 55% e é a maior desde 1999. Melhores resultados da
FRELIMO só com Armando Guebuza em 2009, que obteve 75% dos votos.
De acordo
com os observadores do CIP, "o nível de fraude e má conduta da
FRELIMO foi generalizado e significativamente maior do que nas eleições
anteriores e pode ter contribuído para a maioria qualificada".
A FRELIMO
fez eleger também os governadores das 10 províncias. Na terra natal de Ossufo
Momade, Nampula, o partido no poder conseguiu mais de 50% dos votos mas a
participação foi relativamente baixa (abaixo de 50%). Apenas na Zambézia é que
os resultados ainda não são claros. A FRELIMO está na dianteira com 60%, mas
com pouquíssimas mesas processadas.
11:08 Em Maputo,
a União Africana (UA) considerou que as eleições "foram bem
administradas". O chefe da missão daquele organismo, Goodluck
Jonathan, antigo Presidente da Nigéria, afirmou que o pleito decorreu
em conformidade com os padrões da UA.
A UA deverá
apresentar o relatório final das eleições dois meses depois da divulgação
dos resultados oficiais finais.
11:03 Em Nacala-Porto,
foi preso na quarta-feira (17.10) o presidente de uma das mesas de
votação. Segundo a plataforma da sociedade civil "Sala da Paz",
o facto deve-se a uma suposta inversão dos números da votação
publicada num edital, em que a FRELIMO obtém 160 votos favoráveis e a
RENAMO 234.
O presidente
da mesa em causa é Naizil de Oliveira Tambo e está em prisão
preventiva. A polícia continua a investigar o caso.
10:57 Em
Inhambane, a RENAMO informa que não vai pronunciar-se para já sobre os
resultados provisórios divulgados ontem pelo STAE, que dão vitória à
FRELIMO. José Manteigas, porta-voz nacional do maior partido da oposição,
disse ao correspondente na região, Luciano da Conceição, que o seu partido deu
ordens a partir desta quinta-feira (17.10) para que ninguém daquela
formação política se pronuncie sobre os resultados que estão a ser divulgados a
conta-gotas desde o dia da votação (15.10).
10:52 A
Missão de Observação Eleitoral da Comunidade de Desenvolvimento da África
Austral (SADC) considera que as eleições gerais e das assembleias provincias
foram "pacíficas e ordeiras", apesar de alguns incidentes.
A chefe da
missão da SADC, Oppah Muchinguri, pronunciou-se há instantes durante a
reunião de apresentação das declarações das missões internacionais que decorre
na cidade de Maputo.
10:48 Em Maputo,
as missões internacionais de observação eleitoral preparam-se para divulgar as
suas conclusões preliminares relativamente às sextas eleições de
Moçambique.
10:45 O líder e
candidato presidencial do partido Ação do Movimento Unido de Salvação Integral
(AMUSI), Mário Albino, vai pronunciar-se sobre o sufrágio em conferência de
imprensa por volta das 11:00. À DW África, Mário Albino não avança os
pontos-chave da sua intervenção, mas afirma que "a conferência
de imprensa será para dar a visão geral daquilo já foi processado da
votação".
Mário Albino
será assim o primeiro candidato presidencial a pronunciar-se publicamente sobre
o pleito desde terça-feira (15.10).
10:35 De Quelimane,
chega a notícia de mais um jornalista torturado e ameaçado. Zito Ossumane, diretor
da Radio Chuabo FM, uma estação emissora privada que opera naquela cidade
da província da Zambézia, acaba de denunciar ao correspondente da DW África,
Sitói Lutxeque, que cidadãos desconhecidos invadiram a residência do jornalista Tomé Balança,
que conduziu a emissão em direto no dia de votação, torturando-o e ameaçando-o
de morte.
Zito
Ossumane informa que o caso já foi denunciado às autoridades
policiais e ao Instituto de Comunicação Social da África Austral em Moçambique
(MISA-Moçambique).
10:25 Em
Inhambane, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) informa que vai
impugnar os resultados eleitorais. Segundo Joel Jeremias, chefe de
gabinete do partido, o MDM está a tratar da inviabilização legal do
sufrágio por causa das irregularidades registadas durante o processo da
votação.
Segundo
aquela fonte, foram transportados eleitores em viaturas do Estado param as
assembleias de voto na província de Inhambane. Joel Jeremias acrescenta
que mais de 30 delegados de candidaturas foram ainda impedidos de
controlar o escrutínio, factos que segundo ele apenas beneficiam o partido
no poder.
Na
quarta-feira, o STAE divulgou os dados provisórios dos 14 distritos
daquela província: num total de 140.111 votos válidos, Filipe Nyusi, da
FRELIMO, segue na frente com 112.533 votos, seguido de Ossufo Momade, da
RENAMO, com 20.138 votos, Daviz Simango, do MDM, com 6.310 votos, e Mário
Albino, do AMUSI, com 1.130 votos.
fonte: DW África
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Samuel