Safronov já tinha tido problemas antes. Ele havia deixado o Kommersant num episódio nebuloso -em que previu incorretamente a queda do presidente do Senado-, mas Simakov atribui sua demissão a pressões externa.
S
Ivan Safronov, 30, é assessor do chefe da agência espacial russa, a Roscosmos, e foi detido na terça (7) sob acusação de alta traição.
Segundo investigação do FSB (Serviço Federal de Segurança, principal herdeiro da KGB soviética), desde 2012 Safronov era informante da inteligência da República Tcheca, país membro da Otan (aliança militar ocidental).
O jornalista fez carreira como especialista de assuntos militares, a maior parte passada no diário de negócios Kommersant (empresário, em russo).
"Isso é um absurdo, todos [nós] o conhecemos. Ele era bem informado e publicava reportagens que os militares não queriam ver publicadas", disse por vídeo Dmitri Simakov, seu chefe desde 2019 em outro jornal econômico, o Vedomosti (notícias).
Na quarta (8), um grupo de cerca de 20 pessoas, a maioria jornalistas, foi detido ao fazer um protesto em favor de Safronov na frente da sede do FSB, na icônica praça Lubianka, em Moscou.
O ato não era autorizado, segundo a polícia. O grupo pedia um julgamento justo e sustentava que a prisão se deveu ao trabalho anterior do jornalista.
Se for condenado, ele poderá pegar até 20 anos de cadeia. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou ação contra a liberdade de expressão e disse acreditar no FSB.
A prisão é o mais recente incidente envolvendo questões de liberdade de imprensa na Rússia, país que está na 149ª posição entre 180 nações avaliadas pela ONG Repórteres sem Fronteiras no quesito.
Fatores geopolíticos sempre falam alto. A porta-voz da embaixada dos EUA em Moscou manifestou no Twitter preocupação com a detenção e recebeu uma resposta direta do Ministério das Relações Exteriores russo."Cuide da sua vida", dizia o tuíte russo nesta quarta. A legislação russa garante a liberdade de expressão.
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Samuel