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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

CUBA: O homem que converteu o boxe em ciência.

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Ele teve que vender muito amendoim e vender jornais, e também teve que engraxar muitos sapatos, para poder pagar os estudos e levar algo de comida para a casa. Contudo, apesar desse esforço, mal conseguiu terminar o ensino primário, mas não esmoreceu.


Alcides Sagarra compartilhou inúmeros momentos com o Comandante-em-chefe Fidel Castro. Photo: Ricardo López Hevia



Achei interessante a história desse homem, por isso republiquei. Editor do Blog: Samuel Vieira

Ele teve que vender muito amendoim e vender jornais, e também teve que engraxar muitos sapatos, para poder pagar os estudos e levar algo de comida para a casa. Contudo, apesar desse esforço, mal conseguiu terminar o ensino primário, mas não esmoreceu. Era pobre, sim, mas tinha sede de conhecimentos. A asma, contraditoriamente, foi a que o levou a praticar boxe, porque um treinador lhe disse que o exercício lhe faria bem e ele escolheu o esporte dos punhos. Já na Cuba revolucionária, começou a trabalhar como mecânico no ministério da Saúde Pública, e a tarde, frequentava um ginásio, na rua Agua Dulce, no município de Cerro, em Havana.

É praticamente invencível e, como todo ser humano, há de ter seu ponto fraco, mas esse nunca o mostra. No boxe, tal como ele mesmo diz, «é preciso esconder o defeito, pondo sobre o ringue todas as virtudes». Por isso hoje continua invicto, no 84º assalto de uma vida que encheu de vitórias para seu povo.

Alcides Sagarra Carón, o professor, o treinador, o doutor em Ciências da Cultura Física, o criador da Escola Cubana de Boxe, o melhor treinador do mundo, segundo a Associação Internacional deste esporte (AIBA), o amigo de Fidel completou 84 anos em 18 de agosto.

Graças à sua direção obtiveram-se 32 medalhas de ouro olímpicas, 63 em campeonatos mundiais e 64 de ouro em campeonatos juniores. Isso bastaria para prestar-lhe uma homenagem? Ninguém duvida, mas ele, que é um inconformado por natureza, estou certo de que quer continuar ganhando, quer dizer, que o movimento esportivo não decaia. Então, se formos parabenizar essa vida, não existe presente que lembrar como o professor conseguiu as emoções que vivemos com cada um desses triunfos.

A primeira coisa que ele fez foi converter o boxe em ciência, ainda que ao assumir, em 1964, a diretoria do time nacional, quase acabava de completar a sexta série, pendente desde a sua infância. Promoveu no seio do seu coletivo técnico uma alta inquietação cognitiva e deu o exemplo, pois após se formar como Licenciado em Cultura Física, em 1992, obteve seu título de Doutor em Ciências.

Escutei-lhe dizer que «a Escola Cubana de Boxe é um centro de campeões, porque nela não somente se desferem golpes, mas se passa por um processo integral do conhecimento, que envolve o professor e o boxeador como uma unidade. Nosso boxeador conhece seus contrários mediante um estudo multidisciplinar e se conhece ele próprio, na ordem biológica, técnica, tática, física, mas também psicológica. Depois, o treinador tem que encaminhar toda essa bagagem, para convertê-la em uma medalha, porque, se bem existe um padrão a seguir, cada esportista tem as suas individualidades, do ponto de vista social, em seu caráter, inclusive em suas respostas anímicas. Os sucessos do boxe cubano não são conquistas casuais, são o resultado da interação do treinamento e das ciências aplicadas: pedagógicas, psicológicas, biológicas, médicas e outras».

Alcides sempre teve uma frase própria: «O esportista deve saber o que representa, e essa é a razão pela qual incluímos na preparação as ciências humanísticas. Representar o movimento esportivo cubano é lutar por tua bandeira, e em nosso caso, além do mais, pela Revolução, porque isso te faz invencível. E eis a prova, por isso nos chamam o esporte insígnia cubano».

Não escondia o orgulho que sentia pelas centenas de vezes que Fidel lhe telefonava, pela confiança do líder nele, pelas visitas que o Comandante-em-chefe fazia à quinta Holvein Quesada, em Wajay, sede da escola boxística, que o próprio líder fundou. «Podia estar lá uma hora, ou três, e até se colocava luvas nas mãos. Era o melhor amigo dos boxeadores», é uma frase que Alcides repete sem parar.

Relembramos uma das anedotas que não falta no diálogo com Sagarra. No último dia dos Jogos Pan-americanos de 1991, os combates de boxe permitiriam determinar o primeiro lugar no quadro de medalhas, entre Cuba e os Estados Unidos. Fidel, como era costume, quis visitar os boxeadores, mas Sagarra se negou: «O Comandante mandou me procurar e me perguntou por que. “Não quero que eles fiquem emocionados”, lhe disse. Deu-me um abraço, respondeu que concordava e que ganhariam muitas medalhas». Nessa noite, o boxe cubano obteve 11 das 12 medalhas de ouro em discussão. E a Ilha maior das Antilhas liderou, pela primeira vez na América, os jogos continentais.

fonte: granma.cu






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Samuel

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