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terça-feira, 12 de outubro de 2021

Julgamento de homicídio de Thomas Sankara adiado para 25 de outubro.

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Advogados de defesa pediram adiamento, argumentando que tinham tido pouco tempo para estudar os documentos do processo. O principal dos 14 arguidos, o ex-Presidente Blaise Compaoré, não esteve presente no tribunal.  O julgamento do assassinato do "pai da revolução" do Burkina Faso, Thomas Sankara, em 1987, que deveria ter começado esta segunda-feira (11.10), foi adiado para 25 de outubro para permitir que os advogados de defesa possam consultar o processo.

Dois advogados de defesa pediram um adiamento do julgamento em um mês "em nome da verdade", argumentando que tinham tido pouco tempo para estudar "os 20.000 documentos do processo", noticia a agência France-Presse (AFP). O pedido foi aceite pelo presidente do tribunal militar de Ouagadougou, Urbain Méda, que, no entanto, suspendeu o julgamento por apenas duas semanas.

"É um dia de verdade para mim, para a minha família e para todos os cidadãos do Burkina Faso", disse a viúva de Thomas Sankara, Mariam, presente na abertura do julgamento muito esperado pelas famílias das vítimas do golpe de 1987.

O principal arguido, o antigo Presidente do país Blaise Compaoré, não esteve presente no tribunal. Compaoré, que sucedeu a Sankara no poder, é acusado de cumplicidade, atentado contra a segurança do Estado e ocultação de cadáveres, e está a ser julgado à revelia, por ter recusado comparecer em tribunal. 

Compaoré, hoje com 70 anos, vive na Costa do Marfim, onde está exilado desde que foi derrubado, em 2014, e goza de nacionalidade costa-marfinense, que o protege da extradição e de um mandado de captura internacional emitido pelo Burkina Faso há seis anos. Os advogados de Compaoré justificaram na semana passada a ausência do antigo Presidente, denunciando o que consideraram "um julgamento político" perante "um tribunal de exceção".

Bildkombo Blaise Compaore und Thomas Sankara

Blaise Compaoré e Thomas Sankara

"Desprezo pela justiça"

O advogado da família de Thomas Sankara, Stanislas Benewendé Sankara [que não tem laços familiares com o antigo chefe de Estado], afirmou que a ausência de Compaoré é "um desprezo pela justiça do seu país de origem" e "denota, em certa parte, também a sua possível culpa".

Doze dos 14 arguidos estiveram presentes na abertura do julgamento, tendo estado sob alta vigilância pelas forças de defesa e segurança.

O antigo braço direito do Compaoré, general Gilbert Diendere, chefe da sua segurança pessoal e a cumprir uma pena de prisão de 20 anos por tentativa fracassada de golpe de Estado em 2015, também se encontra entre os acusados. 

O julgamento, que deverá durar vários meses, e há muito esperado pelas famílias das vítimas do golpe de 1987 que levou Blaise Compaoré ao poder, será mantido sob forte vigilância pelas forças de defesa e segurança num país atormentado pela violência 'jihadista' desde 2015.

Thomas Sankara, que chegou ao poder num golpe de Estado em 1983, foi morto com doze dos seus companheiros por um comando durante uma reunião na sede do Conselho Nacional da Revolução (CNR) em Ouagadougou. Tinha 37 anos de idade.

Braço direito de Sankara, Blaise Compaoré sempre negou ter ordenado o assassínio do seu "irmão em armas" e "amigo íntimo", apesar de o golpe de 1987 o ter levado ao poder.

Soldados da antiga guarda presidencial de Compaoré, incluindo um antigo oficial, Hyacinthe Kafando, suspeito de ter sido o líder do comando e atualmente em fuga, estão também entre os acusados.
fonte: DW África
 

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Samuel

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