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quarta-feira, 8 de março de 2023
São Tomé e Príncipe: Delfim Neves pediu a suspensão do mandato de deputado.
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Delfim Neves, ex-presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, pediu a suspensão do seu mandato de deputado para ser ouvido pelo Ministério Público, enquanto testemunha, no caso do ataque ao quartel militar ocorrido a 25 de Novembro de 2022, que culminou na tortura de cinco suspeitos e morte de quatro.
O ex-presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Delfim Neves, pediu a suspensão do seu mandato de deputado para poder ser ouvido pela justiça, na qualidade de testemunha “no processo n.º 768/2022, ou seja o caso dos homicídios que ocorreram no quartel” das Forças Armadas, a 25 de Novembro do ano passado. O anúncio foi feito por Pedro Sequeira de Carvalho, um dos três advogados de Delfim Neves em declarações, recolhidas pela agência Lusa, junto às instalações do Ministério Público na capital são-tomense.
Delfim Neves foi presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe entre 2018 e 2022 e, actualmente, é deputado do movimento Basta.
Na madrugada de 25 de Novembro de 2022, supostamente quatro homens desarmados atacaram o quartel militar do Morro, na capital são-tomense. Na sequência desse ataque, os militares detiveram, nessa mesma madrugada, Delfim Neves e Arlécio Costa, nas suas respectivas casas.
Os quatro supostos atacantes e Arlécio Costa foram barbaramente torturados, com imagens e vídeos desses momentos a circularem pelas redes sociais. Horas mais tarde, três dos alegados assaltantes e Arlécio Costa foram mortos. Um dos alegados atacantes sobreviveu e encontra-se preso.
Delfim Neves foi detido pelos militares, não foi torturado como os restantes e acabou por ser libertado, quatro dias depois.
Entretanto, foramconstituídos 10 arguidos, nove militares e um civil, que são acusados, segundo o Ministério Público, pela prática, em co-autoria e concurso efectivo, de um crime de alteração violenta do Estado de Direito, crimes de homicídio qualificado na forma tentada, um crime de ofensas corporais com dolo de perigo, um crime de sequestro agravado e ainda um crime de detenção e uso de armas proibidas.
O processo relativo a Delfim Neves, que teria alegadamente sido identificado como financiador do ataque, foi arquivado.
fonte: rfi.fr
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Samuel