Era um símbolo de prosperidade na era soviética, motivo de troça no estrangeiro e um caso de longevidade. A cortina de ferro caiu, mas a história de amor com o carro continuou... enquanto foi possível.
Era um símbolo de prosperidade na era soviética e um sonho para muitos os que viviam do lado de lá da cortina de ferro. Depois, tornou-se num fenómeno de longevidade, mantendo-se nas linhas de montagem durante 42 anos, dando mostras de uma espécie de saudosismo que muitos russos ainda sentem. Mas agora, a história de amor dos russos com o Lada, vai acabar.
A AvtoVAZ, fabricante do famoso veículo, anunciou o fim da produção do modelo clássico, levantando uma polémica no país. A AvtoVAZ vai passar a ser controlada pela aliança Renault-Nissan e pela Russian Technologies e produzirá o novo Lada Granta 2012, bem diferente do modelo clássico.
Muitos recusam perder o símbolo do tempo em que ainda acreditavam que a União Soviética podia ganhar a Guerra Fria, outros assinalam o declínio do setor automóvel russo no mercado nacional e global da era do capitalismo.
O Lada clássico detém o recorde mundial de permanência na linha de montagem: 42 anos. Mas maioria das unidades e blocos de detalhes do veículo foram projetados nos anos 60, começaram a ser vendidos em 1970, e continuaram a ser produzidos até hoje.
E, embora fosse motivo de troça no estrangeiro pelo seu preço baixo - havia até uma piada que dizia que para duplicar o valor do Lada, bastava atestar o depósito - , durante a Guerra Fria, o Lada era um sonho inatingível (ou quase) para muitos soviéticos, que estavam anos numa lista de espera até conseguirem adquirir um.
A cortina de ferro caiu, a Rússia começou a comprar carros estrangeiros, com um apelo estético muito maior, mas a história de amor com o Lada não morreu. A produção continuou, muitos russos recusavam-se a conduzir outro carro, e até houve exportação, sobretudo para a América Latina. Países como Cuba, Venezuela, Argentina, Costa Rica e Equador, importaram o Lada desde a década de 70.
Mesmo nos anos 90, caracterizados pela recessão e queda da produção na Rússia, a exportação para a América Latina não parou, tendo até aumentado.
A América Latina importava não só os modelos clássicos como também o lendário off-road Niva, uma espécie de SUV e o Lada-110, equipado com um motor de injeção eletrónica e um computador de bordo, considerado, na época, como um dos automóveis mais avançados.
Agora o Lada passará a pertencer apenas a alguns saudosistas e a colecionadores, aumentando, neste final de vida, o valor de um dos carros mais baratos de sempre.
fonte: TVI24
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Samuel