As primeiras contagens apontam para uma vantagem do antigo primeiro-ministro Ibrahim Keita na primeira volta das eleições de domingo (28.07) no Mali. O seu principal adversário é o ex-ministro das Finanças Sumala Cissé.
A contagem dos votos começou já esta segunda-feira (29.07). Sondagens dão como favoritos o candidato do partido Agrupamento por Mali, o ex-primeiro-ministro e antigo presidente do Parlamento Ibrahim Boubacar Keita, de 69 anos, seguido do ex-ministro das Finanças e antigo presidente da Comissão da União Económica e Monetária da África Ocidental Sumalia Cisé, de 63 anos.
Participaram na corrida eleitoral 27 candidatos. Se nenhum candidato ultrapassar os 50% dos votos nesta primeira volta, deverão então participar da segunda, prevista para 11 de agosto.
Os resultados oficiais deverão ser anunciados na sexta-feira (02.08). Numa mensagem dirigida aos malianos, o Presidente interino do país, Dioncounda Traore, excluído da corrida por ser membro das autoridades de transição, classificou esta ida às urnas como um “evento histórico”.
Tranquilidade e boletins insuficientes
O Mali foi às urnas escolher um novo Presidente num ambiente de ordem e tranquilidade. Observadores eleitorais dizem que, de forma geral, o processo correu bem, sem grandes incidentes, ao contrário do que se esperava. Poucos dias antes das eleições registaram-se vários episódios de violência que resultaram em mortos nalgumas regiões do norte do país.
O Presidente francês, François Hollande, também já elogiou a forma como decorreu a primeira volta das presidenciais. “Estas eleições marcam o regresso do Mali à ordem constitucional, depois da vitória conseguida sobre os terroristas e a libertação do território”, salientou em comunicado.
Para além das forças locais, os capacetes azuis da missão integrada da ONU para estabilização do Mali (MINUSMA) trabalharam para garantir que as eleições decorressem com tranquilidade. Nas zonas mais críticas do Mali, como Kidal, Gao e Tombuctu, as medidas de segurança eram maiores. Em Kidal, os eleitores foram até revistados.
Em termos organizativos, o escrutínio foi marcado pela desorganização. Os boletins de voto foram insuficientes, abrangendo apenas 85% dos eleitores, num universo de 6,9 milhões de eleitores. Apesar disso, a ansiedade e o dever de cidadão reinaram em muitos eleitores. “É um grande, grande prazer escolher um bom Presidente para o meu país. E espero que ele mude o Mali”, contou um eleitor à DW África.
Eleições cruciais para estabilização
Estas eleições presidenciais são consideradas um passo crucial para a estabilização do país depois do golpe militar que em 22 de março de 2012 depôs o Presidente Amadou Toumani Touré e acabou com a ordem constitucional, e a consequente ocupação do norte por grupos radicais islamitas, como o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA).
O Governo maliano conseguiu recuperar o norte graças à intervenção militar francesa e a uma missão militar africana. Com o confronto, a região ficou parcialmente destruída. Entretanto, os doadores internacionais já prometeram uma ajuda avaliada em cerca de 3 mil milhões de euros.
fonte: DW.DE
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Samuel