O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou esta sexta-feira, no Fórum de
Cooperação China-África, em Joanesburgo, 60 mil milhões de dólares (55
mil milhões de euros) em assistência e empréstimos para países
africanos.
"A China decidiu providenciar um total de 60 mil milhões de dólares em
fundos de apoio, que inclui cinco mil milhões em empréstimos isentos de
juros e 35 mil milhões para empréstimos concessionais e crédito à
exportação", disse esta sexta-feira (04.12) Xi Jinping no arranque da
segunda cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC). É a
primeira vez que o encontro, que decorre até sábado (05.12), se realiza
no continente africano.Antes do anúncio, o Presidente chinês, Xi Jinping, já tinha deixado claro quer que relação entre a China e os países africanos atinja novos patamares."Precisamos de manter trocas de proximidade e de alto nível, reforçar a experiência de governação e aumentar o mútuo apoio e compreensão nas questões que mais nos preocupam", declarou Xi Jinping.
A China e os países africanos parecem empenhados em reavivar a sua relação histórica, considera Gideon Chitanga, investigador no Centro de Estudos da Democracia na Universidade de Joanesburgo. "Há um entendimento e um zelo, se não mesmo um interesse, em recultivar estas relações e transformá-las em relações diplomáticas, políticas e económicas formais". O que, a seu ver, pode beneficiar mutuamente os 54 países em África e a China, em particular.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Xi Jinping vai defender na cimeira o reforço dos projetos de industrialização no continente e a aposta na cooperação securitária.
Críticas a empresas chinesas
Porém, a actuação das empresas chinesas no continente tem sido fortemente criticada em África, sobretudo no que diz respeito à escassa mão-de-obra contratada localmente, a precariedade laboral, a inexistência de estudos de impacto ambiental ou o suposto benefício da ajuda chinesa a dirigentes africanos corruptos.
Entre os cidadãos africanos, há quem não veja com bons olhos as intenções chinesas. Janet Munakamwe, do Zimbabué, alerta os países africanos para as condições dos acordos com a China. "Na verdade, são investimentos ou fundos condicionados. A China vai dizer: doamos este dinheiro ao Zimbabué, por isso têm de ouvir o que temos para dizer, somos nós que temos o capital".
Outros, como o sul-africano Reuben Nthathisi, consideram que a China está a fazer um esforço genuíno para acabar com a pobreza em África. "Pode haver quem imagine que isto é um tipo de colonização, mas não fomos pressionados por ninguém, a não ser pelo nosso próprio interesse naquilo que os chineses oferecem", defende.
Depois de seis anos consecutivos como principal parceiro comercial do continente africano, com um volume de investimento que superou os 30 mil milhões de dólares em finais de 2014, é intenção de Pequim atingir os 100 mil milhões de dólares até 2020.
Cooperação com Angola e Moçambique
Na véspera da cimeira, Xi Jinping esteve reunido com os presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e de Moçambique, Filipe Nyusi.
Ao homólogo angolano pediu uma maior dinâmica na cooperação entre os dois países, defendendo que ambos devem manter conversações de alto nível. José Eduardo dos Santos já confirmou a disponibilidade de Angola para cooperar com a China em múltiplas áreas.
Em 2014, o "gigante" asiático liderou os destinos das exportações angolanas, dominadas pelo petróleo, tendo garantido 2,7 biliões de kwanzas (20,7 mil milhões de euros), segundo dados oficiais.
O Presidente chinês esteve também reunido com Filipe Nyusi, na quinta-feira (03.12). Xi Jinping pediu que a China e Moçambique vejam as relações bilaterais de uma perspectiva estratégica e a longo termo e que mantenham os laços como bons amigos e parceiros. Para o chefe de Estado moçambicano, os dois países apresentam potencial na cooperação em áreas como infra-estruturas, saúde, energia e recursos hídricos.
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Samuel