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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A fuga de 60 estudantes afrolusófonos deu um livro.

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A fuga de 60 estudantes afrolusófonos de Portugal para França, em Junho de 1961, chega agora às livrarias francesas sob o título "Opération Angola" [“Operação Angola”]. Pedro Pires, antigo presidente de Cabo Verde e um dos participantes da evasão, contou à RFI como correu a viagem e o que ela representou para a história das independências.




O livro “Operação Angola”, que recorda a fuga de 60 estudantes afrolusófonos de Portugal para França, em Junho de 1961, vai ser lançado a 6 de Novembro, na livraria Jean Calvin, em Paris.
A fuga foi organizada pela associação francesa Cimade, uma agência de serviços ecuménicos da Federação Protestante de França, depois de um apelo de estudantes angolanos à Igreja Metodista dos Estados Unidos para ajudar a sair de Portugal os jovens preocupados com a perseguição da PIDE durante a ditadura.
Na fuga participaram jovens angolanos, moçambicanos, são-tomenses e cabo-verdianos, incluindo várias personalidades que se viriam a tornar altos responsáveis políticos nos seus países, como Joaquim Chissano, que chegaria a presidente de Moçambique e Pedro Pires, que seria presidente de Cabo Verde.
Neste programa, Pedro Pires fala-nos desta viagem secreta, cuja memória celebrou em 2011 na Cidade da Praia, pelos 50 anos da “Operação Angola: A Fuga Rumo à Luta”, começando por explicar o que motivou a evasão.
A consciência de que era preciso uma ruptura com o colonialismo e a consciência que era preciso mostrar isso e, por fim, o desejo de participar na luta de libertação nacional que então iniciava”, contou.
Pedro Pires soube da fuga através de amigos angolanos e integrou um segundo grupo de fugitivos de 41 pessoas, depois de 19 terem passado numa primeira leva, tudo numa “organização muito sigilosa”.
A sua primeira tentativa para sair de Portugal “a salto” não resultou e teve de voltar no dia seguinte, onde entrou numa barca para atravessar o rio Minho.
O bote, ou a barca, era qualquer coisa muito precária. Pequenino e não levava muita gente, três, quatro pessoas, não me lembro bem. Atravessámos e ficámos escondidos numa pequena mata ou numa casa de pastor ou algo assim do género”, recordou.
O antigo presidente de Cabo Verde atravessou, depois, a Espanha num autocarro Dodge porque os quatro motoristas americanos acabaram por se aperceber que seriam necessárias muitas idas e voltas para transportar 41 pessoas.
Em San Sebastián, na fronteira com França, o grupo foi detido e passou uma noite na prisão com a ameaça de ser enviado para Portugal “e ir para a cadeia”.
A preocupação, a angústia, o medo, tudo isso junto, mas alguma esperança. Esperança que aquilo não ia dar torto e assim aconteceu. Não esperávamos que fôssemos libertados”, relembrou.
A edição original do livro “Operação Angola”, em inglês, foi publicada em 2015, escrita por dois dos protagonistas da evasão secreta, Charles Harper e William J. Nottingham, dois dos pastores americanos que ajudaram os estudantes a sair de Portugal.
O documentário “Operação Angola – Fugir para Lutar”, da jornalista Diana Andringa, que conta a fuga de 1961, vai ser apresentado no sétimo Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que arranca esta quinta-feira, na Cidade da Praia, em Cabo Verde.
fonte: RFI

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Samuel

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